30 dezembro 2025

Imprensa "marron"

O massacre do BNDES e o caso Malu Gaspar
Malu Gaspar foi porta voz do MPF na campanha implacável contra o BNDES. Confrontada com dados reais... ignorou e não deu desmentido.
Luís Nassif/Jornal GGN  

No auge da Lava Jato, o BNDES foi alvo de uma campanha implacável do Ministério Público Federal, através do procurador Ivan Marx. O auge foi uma condução coercitiva de quase 40 funcionários. Foi cometida toda sorte de vilania. 

Principal porta-voz da operação na mídia, Malu Gaspar contava que um executivo da Andrade Gutierrez só conseguiria ser liberado se entregasse o BNDES. O artigo terminava com um fecho ameaçador:

“O que está claríssimo é que, se depender da Lava Jato, não sobrarão mistérios a respeito dos esquemas que cercaram o banco de fomento. Em entrevista à mesma Época que publicou a delação de Antunes, o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, um dos porta-vozes da força-tarefa de Curitiba, foi direto: “Só há lugar para mais uma empreiteira” nos acordos com o MP. O que ele não disse, mas até as hortências dos parques de Curitiba já entenderam, é que, se quiser ser essa empreiteira, a Odebrecht tem de entregar o BNDES”. 

Aí entra o padrão que conspurcou o jornalismo no período Lava Jato e, agora, ameaça voltar. No Foro de Teresina (o podcast da revista Piauí) Malu despejou novas acusações contra o banco, nas negociações com a JBS, tomando por base o mesmo procurador Ivan Marx. Havia muita informação incorreta.

Um assessor do banco entrou em contato com um conhecido, que trabalhava na revista Piauí, que lhe passou o contato de Malu.

Conversaram. O assessor dividiu sua exposição em dez pontos, demonstrando que as acusações de Ivan Marx não paravam de pé. Até reconheci que num primeiro momento era razoável ter alguma dúvida. Afinal, a JBS nunca tinha precisado lidar com o setor público e, na primeira vez que precisam, a empresa se torna a maior do mundo em proteínas. Num ambiente marcado por corrupção, seria fácil suspeitar da afirmação de Wesley Batista de que no BNDES “nunca me pediram nada de errado, do presidente ao faxineiro”.  

Mas era isso mesmo e Malu recebeu a informação sobre porque os sistemas de compliance do banco impedia a concretização de operações de suborno. Depois dos dez pontos, o assessor fez  uma correção técnica. Malu tinha dito que o BNDES estava alavancado. Foi-lhe explicado que era o contrário disso: o banco tinha índice de Basileia de 30%, quando o piso é 11%. O BNDES tinha se desalavancado.

Quando o programa seguinte saiu, Malu mencionou o contato e admitiu que devia uma correção. Qual foi? A do índice de Basileia!

O assessor escreveu para ela, explicou que o Índice da Basiléia era uma correção lateral, que havia acusações graves e infundadas, por parte de Ivan Marx, que tinham sido esclarecidas.

Ela disse que faria uma nova correção, mas que jamais foi mencionada ou publicada.

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