Ravi e Miguel bem na frente de
Luciano
Luciano
Siqueira
instagram.com/lucianosiqueira65
Despertei para o significado do meu nome quando inscrito por minha mãe num cursinho de catecismo, preparatório para a primeira comunhão na igreja de São João Batista, na Lagoa Seca, bairro em que residia em Natal.
Uma freira de origem italiana, se bem me lembro chamada Angélica, ao
anotar meu nome o saudou com entusiasmo: "Luciano é da parte de São Lucas,
protetor dos médicos. Quem sabe você será médico quando crescer!?"
De pronto me senti diferenciado em casa, os meus irmãos Humberto e
Airton nada tinham de sagrado. Minha irmã Socorro, sim: batizado em alusão a
Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, santa da devoção da minha mãe Oneide.
Da premonição da irmã Angélica vim me lembrar apenas quando ingressei na
Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Pernambuco, muitos anos
passados.
Mas hoje constato que Luciano não está entre os mais escolhidos pelas
famílias brasileiras. Ravi e Miguel, sim.
Por quê?
Segundo a Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais,
pelo visto fonte importante da grande mídia no trato do assunto, tanto os prenomes
masculinos como Helena, a preferida com larga margem de vantagem entre as
mulheres, pode ter a influência de diversos fatores: além de preferências
individuais, tendências culturais, sociais e midiáticas.
Donde você vê que a coisa não é simples. Além de Helena no primeiríssimo
lugar, ocupam o pódio Maitê, Cecília, Maria Cecília, Aurora e — viva! — Alice,
nome da minha neta de 12 anos.
Qual a importância disso? Para mim, nenhuma; mas me intriga ter sido
batizado Luciano, hoje tão pouco escolhido por mães e pais brasileiros.
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Leia também: "O
auto-retrato", poema de Mario Quintana https://lucianosiqueira.blogspot.com/2025/12/palavra-de-poeta_11.html

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