Cantilena neofascista sub judice*
Luciano
Siqueira
instagram.com/lucianosiqueira65
E no mundo digital, profusão de postagens negando o que as investigações puderam comprovar detalhadamente, em cima de fatos reais.
O ex-presidente por enquanto evitou declarações públicas e se manteve circunscrito a uma postagem numa das redes onde se diz mais uma vez “perseguido e confiante” e que "o mundo está acompanhando" o processo e a ele seria solidário.
"Mundo”, no caso, tem nome e endereço: Donald Trump, presidente dos Estados Unidos e principal líder da conjura neofascista internacional.
É a repetição, no conteúdo e na forma, do que fizeram Adolf Hitler e Benito Mussolini e aderentes quando do surgimento e ascensão do nazifascismo no século passado.
Agora com o recurso refinado das chamadas redes sociais, controladas por big techs despudoradamente comprometidas com a extrema direita.
O discurso nazifascista se fez profuso na repetição persistente de mentiras de diversas dimensões, em linguagem simples e direta e de fácil compreensão pelas massas, apimentadas com boa dose de emoção.
No Brasil dos nossos dias, o fenômeno se repete pela ação de múltiplos atores, em diferentes dimensões, mas confluentes na exploração dos sentimentos mais primários do ser humano: a frustração, a agressividade e o ódio: 'nós', com a ajuda de Deus, contra 'eles' supostamente corruptos, amorais e prejudiciais à nação.
Na chamada guerra cultural não cabe o debate de ideias, cabe a "denúncia" contra adversários que devem ser literalmente "destruídos".
Agora, acuados política e judicialmente, Bolsonaro, generais, oficiais de alta patente e agentes públicos civis terão que se defender com argumentos minimamente razoáveis da acusação de frustrada tentativa de golpe contra o Estado de direito democrático.
Terão que se explicar acerca de fatos comprovados na Suprema Corte, onde não valem fake news.
Aos seguidores enganados e obtusos em nada adiantará a repetição de memes e vídeos curtos pedindo intervenção militar, arguindo ameaça comunista, fraude nas últimas eleições presidenciais, nem novos acampamentos diante de quartéis, nem apelos patéticos a alienígenas.
Do lado de cá da peleja, menos comemoração e mais empenho no esclarecimento do povo. A peleja é dura.
*Texto da minha coluna semanal no Vermelho www.vermelho.org.br
[Ilustração: Correio Braziliense]
Leia: Honrar a história de luta do povo brasileiro para elevação da consciência libertadora https://lucianosiqueira.blogspot.com/2025/02/pcdob-direitos-humanos.html
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