21 fevereiro 2025

Renato Rabelo, 83 anos

Renato Rabelo completa 83 anos; conheça a trajetória revolucionária do líder comunista
Da militância estudantil à liderança do PCdoB, uma vida de luta e compromisso, marcada pela resistência, coerência e dedicação ao socialismo. Conheça a trajetória do histórico líder comunista
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Neste sábado, 22 de fevereiro, o histórico líder comunista Renato Rabelo celebra 83 anos de vida. Nascido em Ubaíra, no interior da Bahia, tem a trajetória marcada pela dedicação à causa socialista, pela resistência à ditadura militar, pela reconstrução do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) e pela busca por um Brasil mais próspero e menos desigual. Sua vida é um testemunho de luta, coerência e compromisso com os ideais de justiça social.

Movimento estudantil como início da jornada

Renato Rabelo nasceu em 1942, em um Brasil sob o Estado Novo de Getúlio Vargas e em meio à Segunda Guerra Mundial. Fazia o ginásio em Santo Antônio de Jesus (BA) quando entrou no grêmio estudantil da escola. Já em Salvador, engajou-se no movimento secundarista, defendendo causas como a posse de João Goulart após a renúncia de Jânio Quadros em 1961.

Seguiu com a militância no movimento estudantil no curso de medicina da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Foi na universidade que Renato teve seu primeiro contato com o Marxismo, ao ler obras de pensadores católicos como o jesuíta Jean-Yves Calvez. Foi na UFBA que entrou na Juventude Universitária Católica (JUC).

Resistência à ditadura e exílio

Com o golpe militar de 1964, Renato Rabelo assumiu a presidência da União dos Estudantes da Bahia (UEB) e liderou manifestações contra a repressão. Perseguido pelos agentes da ditadura, entrou para a clandestinidade e mudou-se para São Paulo. Em 1966, foi eleito vice-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE).

Em 1972, ao lado de Álvaro Vieira Lima, Renato liderou a incorporação da Ação Popular (AP) ao PCdoB, tornando-se membro do Comitê Central do partido. Após a Chacina da Lapa em 1976, foi exilado na França, onde continuou seus estudos de medicina. No exílio, ajudou a organizar a 7ª Conferência Nacional do PCdoB na Albânia, um marco para a reconstrução do partido após a derrota da Guerrilha do Araguaia.

Em vídeo, Renato Rabelo lembra os horrores da ditadura:

Liderança nacional

Renato retornou ao Brasil após a anistia e dedicou-se à reconstrução e expansão do PCdoB. Sucedeu João Amazonas na presidência do partido. Sob sua liderança, o PCdoB participou ativamente dos governos de Lula e Dilma Rousseff.

Em 2015, Renato passou o bastão da presidência do partido para Luciana Santos. Logo após, assumiu a presidência da Fundação Maurício Grabois, instituição vinculada ao PCdoB e dedicada ao estudo e pesquisa. Em 2023, após anos de contribuição, Renato renunciou à presidência da fundação, deixando um legado de fortalecimento da reflexão teórica e política da esquerda brasileira. Hoje, ele ocupa o cargo de presidente de honra da Fundação, honrando a instituição com sua experiência e sabedoria.

Walter Sorrentino, atual presidente da Fundação Maurício Grabois, destaca que Renato Rabelo é um daqueles líderes que “o Brasil precisa e a esquerda brasileira merece”. Ele ressalta ainda que “Renato formou uma vasta geração de lutadores, liderando um percurso vivo e inspirador”. 

Ao ser homenageado pela Escola Nacional João Amazonas, em janeiro deste ano, Renato Rabelo afirmou: “O partido faz parte da minha vida, o partido é toda a minha vida. Foi nele que construí minha trajetória e minha perspectiva de futuro.”

Em meio às lutas políticas e aos desafios de uma vida dedicada à transformação social, Renato Rabelo teve aquele tipo de sorte que não é para todos: encontrou em Conceição Leiria, a Conchita, a companheira de uma vida inteira. Casados desde 1966, construíram uma família sob a égide do amor e da resistência, ramificada em filhos e netos.

Teoria e prática

Defensor do socialismo e da luta pelos direitos dos trabalhadores, Renato Rabelo é uma figura marcante da história do Brasil. Atuou ativamente, mas também registrou fatos e reflexões. É autor de obras como “Governo Lula e Dilma: O ciclo golpeado” e “Ideias e Rumos”. Agora, sua trajetória está documentada na biografia “Renato Rabelo: Vida, Ideias e Rumos”, escrita por Osvaldo Bertolino e publicada pela Editora Grabois, com lançamento previsto para este semestre.

*Nota de crédito: vídeo produzido pelo PCdoB

Leia: Honrar a história de luta do povo brasileiro para elevação da consciência libertadora https://lucianosiqueira.blogspot.com/2025/02/pcdob-direitos-humanos.html 

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