Qual reforma ministerial?
Luciano
Siqueira
instagram.com/lucianosiqueira65
Reformas ministeriais são rotineiras em qualquer governo. Pelo menos na tradição brasileira. E em geral acontecem na metade da gestão.
Primeiro, naturalmente para ajustes administrativos.
Segundo, e muitas vezes principalmente, por razões políticas táticas.
Todo governo é um ente dinâmico, tanto do ponto de vista da ad
ministração propriamente dita como em sua base política.
Neste instante, há mais inquietação sobre o assunto na mídia do que no
interior do próprio governo.
Terreno livre para toda sorte de especulações.
Porém há um detalhe: o impacto político de mudança de cadeiras no
ministério já não é mais o mesmo do ponto de vista da base parlamentar, que no
atual governo Lula é majoritariamente arredia ou adversa.
Se antes partidos detentores de cadeiras na equipe presidencial podiam
exercer certa influência sobre seus representantes na Câmara e no Senado, hoje
as coisas já não são assim. Quase 20% do orçamento são abocanhados pelo
parlamento e boa parte através de emendas discricionárias.
Prefeitos já não procuram tanto ministros como antes. Preferem negociar
diretamente com senadores e deputados na busca de recursos para seus
municípios.
Assim, a provável reforma ministerial inevitavelmente terá alcance curto
na cena política.
Mais importante do que a troca de ministros, do ponto de vista de
ampliar a base social e política do governo, são o êxito administrativo (ainda
em nível parcial apenas) e as relações diretas o povo e segmentos sociais
diversos com os quais há objetivamente razões para apoio mútuo.
Leia: Lula diante de desafios e possibilidades https://lucianosiqueira.blogspot.com/2025/02/lula-diante-de-desafios-e-possibilidades.html
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