Em entrevista concedida à Agência Carta Maior, o economista Luiz Gonzaga Belluzzo, professor titular de economia da Unicamp, considera que o baixo crescimento do PIB n segundo semestre, anunciado quinta-feira última, não surpreende. Diz ele:
A taxa de investimento já apontava esse declínio e as exportações líquidas acabam não impulsionando a economia. Ao longo do ano, a economia cresceu pouco. A indústria de transformação e a indústria de bens de capital, por exemplo, que têm conexões grandes com o restante da economia, não crescem. Essas cadeias interligadas estão funcionando abaixo da média. O nível de investimento público é muito baixo e está concentrado em infra-estrutura. Se fosse alto, geraria empregos em uma longa cadeia. Se olharmos os países que crescem – e neste caso, sempre falamos da China – veremos que o impulso não é dado pelo investimento privado, mas pelos gastos públicos em estradas, energia elétrica etc. O Brasil tem sua política de investimentos bloqueada pela dívida pública extremamente elevada, pela taxa de juros altíssima e pelo superávit primário. Esses são sorvedouros de recursos que impedem o desenvolvimento.
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