Ciro Perez, encarregado dos contatos com cidades de muitas cidades do mund pelo Poder Popular de Santiago de Cuba, explica que as dificuldades de conexao com a Internet se devem ao bloqueio movido pelos EUA.
Cuba è impedida de se ligar com cabos de fibra òtica com outros paìses, tendo que fazer isso por satèlite, a um custo muito elevado.
A construção coletiva das idéias é uma das mais fascinantes experiências humanas. Pressupõe um diálogo sincero, permanente, em cima dos fatos. Neste espaço, diariamente, compartilhamos com você nossa compreensão sobre as coisas da luta e da vida. Participe. Opine. [Artigos assinados expressam a opinião dos seus autores].
30 setembro 2007
27 setembro 2007
Medida necessária
Cerca 37 cursos de Direito apresentam péssimo desempenho nos exames da OAB. Eles formam 3,5 mil alunos por ano, em média.
O MEC, em resposta, vai submeter 89 faculdades de Direito a um "processo de supervisão".
O MEC, em resposta, vai submeter 89 faculdades de Direito a um "processo de supervisão".
Tucanos na berlinda
Acusado no caso do chamado mensalão em Minas Gerais e magoado com a "falta de apoio" dos companheiros para evitar que seja denunciado ao STF, o senador Eduardo Azeredo deflagrou uma crise no PSDB, informa o Jornal do Brasil de hoje.
E antecipa que o denominado valerioduto beneficiou outras campanhas tucanas, incluindo a da reeleição de Fernando Henrique Cardoso. No plenário do Congresso, o presidente do PSDB, Tasso Jereissati, exigiu que Azeredo se retratasse, mas o ex-governador fez ouvido de mercador.
Tomara que o tucanato deixe claro o assunto e ganhe vontade de ajudar a que ocorra a reforma política necessária para que o relacionamento promíscuo entre empresas e candidatos, governantes e parlamentares finalmente deixe de existir.
E antecipa que o denominado valerioduto beneficiou outras campanhas tucanas, incluindo a da reeleição de Fernando Henrique Cardoso. No plenário do Congresso, o presidente do PSDB, Tasso Jereissati, exigiu que Azeredo se retratasse, mas o ex-governador fez ouvido de mercador.
Tomara que o tucanato deixe claro o assunto e ganhe vontade de ajudar a que ocorra a reforma política necessária para que o relacionamento promíscuo entre empresas e candidatos, governantes e parlamentares finalmente deixe de existir.
DESTAQUE DESTA QUINTA FEIRA
Base instável
A base de apoio do governo no Senado é instável. Se havia alguma dúvida, os votos dados à extinção da Secretaria Especial de Planejamento de Longo Prazo dirigida por Mangabeira Unger, com status de ministério, agora está mais do que claro.
Provavelmente a atitude da bancada do PMDB, responsável pela derrota do governo tem a ver com o tratamento do Palácio às reinvidicações dos seus senadores.
Sinal do perfil predominante no Senado. E indicativo de que o governo Lula precisa buscar apoio na sociedade, iniciativa inexplicavelmente sempre retardada por um governante que conserva grande base social.
A base de apoio do governo no Senado é instável. Se havia alguma dúvida, os votos dados à extinção da Secretaria Especial de Planejamento de Longo Prazo dirigida por Mangabeira Unger, com status de ministério, agora está mais do que claro.
Provavelmente a atitude da bancada do PMDB, responsável pela derrota do governo tem a ver com o tratamento do Palácio às reinvidicações dos seus senadores.
Sinal do perfil predominante no Senado. E indicativo de que o governo Lula precisa buscar apoio na sociedade, iniciativa inexplicavelmente sempre retardada por um governante que conserva grande base social.
25 setembro 2007
Democratização da mídia em debate
Excelente a edição de número 91 da revista Princípios, dedicada ao tema democratização da mídia.
Com artigos de autores que o têm estudado exaustivamente: do secretário nacional de Comunicação do PCdoB, Altamiro Borges, do sociólogo e jornalista Venício A. de Lima; do jornalista e editor do jornal A Classe Operaria, José Carlos Ruy; do mestre em Comunicação Social, Rodrigo de Carvalho; e do jornalista e sociólogo Laurindo Lalo Leal Filho.
Vale conferir.
A caminho de Havana
Hoje nossas postagens estão truncadas. De Guarulhos para Ciudad Panama, de onde escrevo neste instante, foram seis horas, mais umas duas horas de espera para o embarque.
Daqui a pouco seguiremos para Havana, onde iniciaremos A missão oficial da Prefeitura do Recife, que inclui Santiago de Cuba, Luanda, capital de Angola, e Maputo, capital de Moçambique.
Veja o artigo transcrito abaixo.
Daqui a pouco seguiremos para Havana, onde iniciaremos A missão oficial da Prefeitura do Recife, que inclui Santiago de Cuba, Luanda, capital de Angola, e Maputo, capital de Moçambique.
Veja o artigo transcrito abaixo.
Nosso artigo de toda quarta-feira no Blog de Jamildo (ex-Blog do JC)
Maputo, Luanda e Santiago de Cuba
Desde que nasceu, há pouco mais de quatro séculos e meio, a cidade do Recife se fez porto e, assim, trocou, desde então, mercadorias e idéias com outras terras. Compartilhou influências, culturas – modos de pensar, sentir e ser. Provavelmente aí esteja um dos fatores determinantes para que Pernambuco tenha se tornado, ao longo da História, palco de movimentos republicanos e libertários que contribuíram para plasmar a nacionalidade brasileira.
No programa da Confederação do Equador, por exemplo, que em 1824-25, envolveu parte do Nordeste a partir do núcleo irradiador pernambucano, é possível identificar forte influência do ideário da Revolução Francesa.
Esse caráter cosmopolita da cidade, entretanto, jamais impediu que nosso povo se conservasse fiel às suas raízes e construísse expressões culturais de uma riqueza ímpar, capaz de, a um só tempo, recriar-se incessantemente sem perder seus valores essenciais. O mangue beat é um belo exemplo dessa vitalidade: o rock n' roll é absorvido e depois devolvido ao mundo mesclado com o toque do maracatu.
A vocação mascate e a tradição rebelde e libertária da cidade inspiram agora os esforços do governo municipal no sentido de acolher as inúmeras abordagens de cidades do mundo, através de redes formadas em torno de interesses comuns ou empenhadas em estreitar relações bilaterais. Para o intercâmbio cultural, a cooperação técnica e o estímulo ao turismo e às relações comerciais.
Um exemplo é Guanghzou, na China, onde estivemos por duas vezes e em meados de outubro o prefeito João Paulo comparecerá para a assinatura do tratado de irmanamento. Nantes, na França, idem.
A partir de hoje (quarta-feira), iniciamos, junto com Roberto Trevas, coordenador de relações internacionais da Prefeitura do Recife, missão oficial a Cuba, Angola e Moçambique. O objetivo é prospectar alternativas de cooperação mútua entre o Recife e Santiago (em Cuba), Luanda (Angola) e Maputo (Moçambique).
Distintas realidades sócio-econômicas, culturais, urbanísticas. Porém intenções convergentes darão azo à cooperação mútua. É o que ouvimos dos embaixadores de Cuba, Angola e Moçambique, semana passada em Brasília; e o que levamos na bagagem.
Desde que nasceu, há pouco mais de quatro séculos e meio, a cidade do Recife se fez porto e, assim, trocou, desde então, mercadorias e idéias com outras terras. Compartilhou influências, culturas – modos de pensar, sentir e ser. Provavelmente aí esteja um dos fatores determinantes para que Pernambuco tenha se tornado, ao longo da História, palco de movimentos republicanos e libertários que contribuíram para plasmar a nacionalidade brasileira.
No programa da Confederação do Equador, por exemplo, que em 1824-25, envolveu parte do Nordeste a partir do núcleo irradiador pernambucano, é possível identificar forte influência do ideário da Revolução Francesa.
Esse caráter cosmopolita da cidade, entretanto, jamais impediu que nosso povo se conservasse fiel às suas raízes e construísse expressões culturais de uma riqueza ímpar, capaz de, a um só tempo, recriar-se incessantemente sem perder seus valores essenciais. O mangue beat é um belo exemplo dessa vitalidade: o rock n' roll é absorvido e depois devolvido ao mundo mesclado com o toque do maracatu.
A vocação mascate e a tradição rebelde e libertária da cidade inspiram agora os esforços do governo municipal no sentido de acolher as inúmeras abordagens de cidades do mundo, através de redes formadas em torno de interesses comuns ou empenhadas em estreitar relações bilaterais. Para o intercâmbio cultural, a cooperação técnica e o estímulo ao turismo e às relações comerciais.
Um exemplo é Guanghzou, na China, onde estivemos por duas vezes e em meados de outubro o prefeito João Paulo comparecerá para a assinatura do tratado de irmanamento. Nantes, na França, idem.
A partir de hoje (quarta-feira), iniciamos, junto com Roberto Trevas, coordenador de relações internacionais da Prefeitura do Recife, missão oficial a Cuba, Angola e Moçambique. O objetivo é prospectar alternativas de cooperação mútua entre o Recife e Santiago (em Cuba), Luanda (Angola) e Maputo (Moçambique).
Distintas realidades sócio-econômicas, culturais, urbanísticas. Porém intenções convergentes darão azo à cooperação mútua. É o que ouvimos dos embaixadores de Cuba, Angola e Moçambique, semana passada em Brasília; e o que levamos na bagagem.
Crédito expandido
Se a expansão do crédito pode ser considerada como fator de incremento das atividades econômicas, esses números, divulgados hoje pela Gazeta Mercantil, são animadores.
Em agosto o volume de crédito chegou a 33,1% do PIB, o mais elevado desde janeiro de 1995. O estoque total somou R$ 841,5 bilhões em agosto, um aumento de 2,9% em relação ao mês anterior. O saldo de empréstimos com recursos livres para pessoas físicas atingiu R$ 226,7 bilhões e para empresas, R$ 247,8 bilhões.
Em agosto o volume de crédito chegou a 33,1% do PIB, o mais elevado desde janeiro de 1995. O estoque total somou R$ 841,5 bilhões em agosto, um aumento de 2,9% em relação ao mês anterior. O saldo de empréstimos com recursos livres para pessoas físicas atingiu R$ 226,7 bilhões e para empresas, R$ 247,8 bilhões.
24 setembro 2007
História: 24 de setembro de 1839
Giuseppe Garibaldi, o Herói de Dois Mundos, toma Laguna e proclama em SC a República Juliana. A Revolução Farroupilha rompe, temporariamente, o isolamento imposto pela armada imperial. (Vermelho http://www.vermelho.org.br/).
Boa noite, Cida Pedrosa
mar de pedra
vai o vento o sol aurora
vai na bruma o azul agora
mar de pedra e amaranto
vai na brisa o mesmo canto
vai na tarde o doce encanto
mar de pedra mundo afora
vai na chuva a moça flora
vai no barco a dor de outrora
mar de pedra sal e pranto
mar de amor e desencanto
vai na água e corra tanto
vai na água e vai embora
vai o vento o sol aurora
vai na bruma o azul agora
mar de pedra e amaranto
vai na brisa o mesmo canto
vai na tarde o doce encanto
mar de pedra mundo afora
vai na chuva a moça flora
vai no barco a dor de outrora
mar de pedra sal e pranto
mar de amor e desencanto
vai na água e corra tanto
vai na água e vai embora
DESTAQUE DESTA SEGUNDA-FEIRA
Raul Jungmann não conhece João Paulo
Ao acusar o prefeito João Paulo de golpista, no sentido de tentar trapacear nas suas relações com o governador Eduardo Campos e o PSB, o deputado federal Raul Jungmann, do PPS, em entrevista à Folha de Pernambuco de ontem, domingo, demonstra não conhecer a concepção e o modo de fazer política do prefeito.
Para Jungmann, João Paulo estaria tramando um golpe (sic) contra o governador Eduardo Campos (PSB) com o objetivo de forçar um rompimento com os socialistas e entrar na disputa pelo Governo do Estado, em 2010, com o apoio do PT nacional.
O deputado também acusa o prefeito de tentar empurrar goela abaixo, de maneira desrespeitosa com seus aliados, o nome do seu candidato preferencial à sua sucessão, o secretário João da Costa.
As duas acusações carecem de consistência, não encontram respaldo nos fatos.
João Paulo tem marcado sua trajetória política pela seriedade com que se relaciona com os aliados. Tem sido, por exemplo, em relação ao PCdoB, um parceiro estratégico leal e transparente. Demais, em seis anos e sete meses de convivência intensa, na Prefeitura do Recife, esse amigo de vocês pode afirmar quem jamais surpreendeu o prefeito num gesto de autoritarismo.
Condutor do processo sucessório no PT, o prefeito João Paulo tem afirmado que o seu partido iniciará a discussão do tema a partir de janeiro e que só então fará gestões juntos aos partidos aliados em prol de uma definição de nomes e alianças.
Não obstante, o prefeito tem declarado – e esse é um direito seu – sua preferência pessoal pelo secretário João da Costa, sem que isso tenha qualquer traço de imposição.
Jungmann mostra-se, assim, desinformado e preconceituoso.
Ao acusar o prefeito João Paulo de golpista, no sentido de tentar trapacear nas suas relações com o governador Eduardo Campos e o PSB, o deputado federal Raul Jungmann, do PPS, em entrevista à Folha de Pernambuco de ontem, domingo, demonstra não conhecer a concepção e o modo de fazer política do prefeito.
Para Jungmann, João Paulo estaria tramando um golpe (sic) contra o governador Eduardo Campos (PSB) com o objetivo de forçar um rompimento com os socialistas e entrar na disputa pelo Governo do Estado, em 2010, com o apoio do PT nacional.
O deputado também acusa o prefeito de tentar empurrar goela abaixo, de maneira desrespeitosa com seus aliados, o nome do seu candidato preferencial à sua sucessão, o secretário João da Costa.
As duas acusações carecem de consistência, não encontram respaldo nos fatos.
João Paulo tem marcado sua trajetória política pela seriedade com que se relaciona com os aliados. Tem sido, por exemplo, em relação ao PCdoB, um parceiro estratégico leal e transparente. Demais, em seis anos e sete meses de convivência intensa, na Prefeitura do Recife, esse amigo de vocês pode afirmar quem jamais surpreendeu o prefeito num gesto de autoritarismo.
Condutor do processo sucessório no PT, o prefeito João Paulo tem afirmado que o seu partido iniciará a discussão do tema a partir de janeiro e que só então fará gestões juntos aos partidos aliados em prol de uma definição de nomes e alianças.
Não obstante, o prefeito tem declarado – e esse é um direito seu – sua preferência pessoal pelo secretário João da Costa, sem que isso tenha qualquer traço de imposição.
Jungmann mostra-se, assim, desinformado e preconceituoso.
Migração e reforma política
A Câmara dos Deputados tem sido, ao longo dos anos e dos governos, palco da migração de parlamentares de suas legendas originais para agremiações sintonizadas com o governo.
Com Lula, sbretudo no atual segundo mandato, a história de repete.
DEM (ex-PFL) e PSDB são os partidos que mais perderam parlamentares desde o pleito de outubro último. Já que não têm alcançado um padrão de fidelidade ideológica desejável em suas representações parlamentares, bem que poderiam contribuir – exercendo a força de grandes partidos que são - para a realização de uma reforma política de sentido democrático.
Com Lula, sbretudo no atual segundo mandato, a história de repete.
DEM (ex-PFL) e PSDB são os partidos que mais perderam parlamentares desde o pleito de outubro último. Já que não têm alcançado um padrão de fidelidade ideológica desejável em suas representações parlamentares, bem que poderiam contribuir – exercendo a força de grandes partidos que são - para a realização de uma reforma política de sentido democrático.
O lixo nosso de cada dia
Agregar valor aos resíduos sólidos reciclados – apenas 5% das 150 mil toneladas produzidas diariamente, aproximadamente 750 gramas por pessoa – o presidente Lula encaminhou ao Congresso Nacional a proposta de criação da Política Nacional de Resíduos Sólidos.
Um dos pontos fundamentais da proposta é o que os especialistas chamam de logística reversa, que propicia que produto, depois de consumido, possa ser reintroduzido na cadeia produtiva.A proposta também estabelece responsabilidades dos consumidores, do poder público, de fabricantes, importadores, revendedores, comerciantes e distribuidores de produtos.
Os municípios receberão recursos da União para investimentos na área de resíduos, sendo assim estimulados a desenvolverem sua própria política no setor.Uma iniciativa em sintonia com a luta mundial em defesa da preservação ambiental.
Investindo em C&T
Luís Fernandes, presidente da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), informa que o orçamento da instituição dobrou em dois anos, alcançando o volume recorde de R$ 2,8 bilhões em 2008, contra R$ 1,4 bilhão em 2006.
São recursos destinados à inovação tecnológica, importante fator de crescimento econômico.
Em outubro serão repassados R$ 150 milhões para pesquisas de micro e pequenas empresas.
São recursos destinados à inovação tecnológica, importante fator de crescimento econômico.
Em outubro serão repassados R$ 150 milhões para pesquisas de micro e pequenas empresas.
23 setembro 2007
História: 23 de setembro de 1936
Olga, presa no Rio, após interrogatório
Olga Benário, judia alemã e militante comunista, 28 anos, grávida de 7 meses, é entregue à Gestapo nazista em meio à onda repressiva pós-1935. Terá a filha Anita Leocádia em um cárcere alemão e morrerá, na câmara de gás, em 1942. (Vermelho http://www.vermelho.org.br/).
DESTAQUE DO DOMINGO
Esse código sereno
Otto Lara Resende
Faz mais de ano que não nos vemos, minha velha amiga e eu. Velha é carinho. Mas não precisa apagar a conotação do tempo. Curiosa coincidência. Pensava nela, uns fiapos de reminiscência e ela me aparece assim sem mais nem menos. Um só instante e estamos à vontade. Está bem,muito bem, posso dizer, sincero. Como a lua a mulher tem fase. Você está na lua nova, digo, convicto. Crescente,ela corrige com bom-humor.
Confortável essa atmosfera que se estabelece entre nós. Podemos retomar agora a conversa de um ano atrás. Entro e saio, divertido, por temas e tópicos. Um monossílabo, um sorriso, um olhar e estamos entendidos. Nenhuma explicação se impõe. Nosso código está alerta. No que dizemos há mais do que dizemos. Estou mais loquaz que ela. Mas sem ênfase ou explicação. Também dispenso as meias palavras. Nossas antigas novidades.
Essa imantação recíproca não se improvisa. Deita raízes longe. E é de lá, desse tempo não mencionado, sequer agora sugerido, é de lá que nos vem esse bem-estar. A serena certeza de que estamos bem como estamos. Essa familiaridade que se instala e quase nos dispensa de seguir a pauta de um encontro não programado. Conversamos de ouvido. De ouvido calamos. A tarde calma não traz presságio. Aqui estamos sem pressa nem constrangimento.
No aroma do café bem forte como prefere, há resquícios de uma velha evocação. Sim, como a lembrança está perto do remorso! É um verso do Baudelaire, não? Mas agora não há remorso nem lembrança. Apenas essa doce partilha. Enquanto falo, seus olham para dentro e sorriem. Sei o que vê e de que sorri. Porque sabe que sei, nada me diz. Nem uma simples palavra de passe. A pique de uma pergunta, se levanta e se serve, displicente, de mais café.
(Recebido por e-mail da amiga Gilda Kelner).
Otto Lara Resende
Faz mais de ano que não nos vemos, minha velha amiga e eu. Velha é carinho. Mas não precisa apagar a conotação do tempo. Curiosa coincidência. Pensava nela, uns fiapos de reminiscência e ela me aparece assim sem mais nem menos. Um só instante e estamos à vontade. Está bem,muito bem, posso dizer, sincero. Como a lua a mulher tem fase. Você está na lua nova, digo, convicto. Crescente,ela corrige com bom-humor.
Confortável essa atmosfera que se estabelece entre nós. Podemos retomar agora a conversa de um ano atrás. Entro e saio, divertido, por temas e tópicos. Um monossílabo, um sorriso, um olhar e estamos entendidos. Nenhuma explicação se impõe. Nosso código está alerta. No que dizemos há mais do que dizemos. Estou mais loquaz que ela. Mas sem ênfase ou explicação. Também dispenso as meias palavras. Nossas antigas novidades.
Essa imantação recíproca não se improvisa. Deita raízes longe. E é de lá, desse tempo não mencionado, sequer agora sugerido, é de lá que nos vem esse bem-estar. A serena certeza de que estamos bem como estamos. Essa familiaridade que se instala e quase nos dispensa de seguir a pauta de um encontro não programado. Conversamos de ouvido. De ouvido calamos. A tarde calma não traz presságio. Aqui estamos sem pressa nem constrangimento.
No aroma do café bem forte como prefere, há resquícios de uma velha evocação. Sim, como a lembrança está perto do remorso! É um verso do Baudelaire, não? Mas agora não há remorso nem lembrança. Apenas essa doce partilha. Enquanto falo, seus olham para dentro e sorriem. Sei o que vê e de que sorri. Porque sabe que sei, nada me diz. Nem uma simples palavra de passe. A pique de uma pergunta, se levanta e se serve, displicente, de mais café.
(Recebido por e-mail da amiga Gilda Kelner).
Gastos com segurança: o nó
. As despesas com segurança pública do governo federal, dos estados e do Distrito Federal somaram R$ 27 bilhões em 2005, conforme consta no 1o Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgado hoje.
. Não é um valor desprezível. Mas importa discutir como esse dinheirão é gasto, ou seja, em função de que política de segurança.
. Aí se constata um enorme desperdício, na medida em que ainda não se consolidaram os novos paradigmas seguidos pelo governo federal na concepção do SUP (Sistema Único de Segurança Pública). Estão longe de ser assimilados pelo conjunto dos entes federativos.
. Não é um valor desprezível. Mas importa discutir como esse dinheirão é gasto, ou seja, em função de que política de segurança.
. Aí se constata um enorme desperdício, na medida em que ainda não se consolidaram os novos paradigmas seguidos pelo governo federal na concepção do SUP (Sistema Único de Segurança Pública). Estão longe de ser assimilados pelo conjunto dos entes federativos.
Desigualdade de gênero na Tecnologia da Informação
Em interessante reportagem no Jornal do Commercio de hoje, assinada por Ines Andrade, a informação de que no Porto Digital, onde operam 103 empresas e entidades de TI, mulheres são 29% dos 3 mil trabalhadores. E que essa defasagem tende a permanecer, uma vez que as alunas não atingem 10% dos estudantes de ciências e engenharia da computação nos cursos oferecidos por nossas Universidades.
Em depoimento à repórter, o professor Ricardo Massa, coordenador do mestrado em Engenharia da Computação da UPE, afirma que “há 20 anos, as mulheres chegaram a ocupar quase metade das vagas nos cursos de graduação em computação. Hoje, são apenas entre 5% a 10%. Trata-se de um fenômeno mundial e não existe uma razão claramente identificada”.
A reportagem suscita uma outra abordagem, a meu ver. O descompasso entre esse desequilíbrio na área da tecnologia da informação e a luta pela igualdade de gênero que hoje em dia tende a crescer na sociedade. Tema para deflexão.
Em depoimento à repórter, o professor Ricardo Massa, coordenador do mestrado em Engenharia da Computação da UPE, afirma que “há 20 anos, as mulheres chegaram a ocupar quase metade das vagas nos cursos de graduação em computação. Hoje, são apenas entre 5% a 10%. Trata-se de um fenômeno mundial e não existe uma razão claramente identificada”.
A reportagem suscita uma outra abordagem, a meu ver. O descompasso entre esse desequilíbrio na área da tecnologia da informação e a luta pela igualdade de gênero que hoje em dia tende a crescer na sociedade. Tema para deflexão.
Maus modos
Os termos usados pelo deputado Raul Jungmann (PPS), na Folha de Pernambuco de hoje, para (des)qualificar o prefeito João Paulo e o PT e discorrer sobre o cenário das eleições municipais do ano que vem, no Recife, são um sintoma do estilo que pretende adotar, a se confirmar a sua candidatura a prefeito.
Com todo respeito, algo ultrapassado – que as campanhas mais recentes têm demonstrado, o eleitorado rejeita.
Com todo respeito, algo ultrapassado – que as campanhas mais recentes têm demonstrado, o eleitorado rejeita.
22 setembro 2007
História: 22 de setembro de 1977
A PM do cel. Erasmo Dias invade a PUC-SP. Prende 800 e queima gravemente 2 universitárias. O cardeal d. Evaristo Arns protesta contra a invasão (25/9). (Vermelho http://www.vermelho.org.br/).
Bom dia, Carlos Drummond de Andrade
Além da terra e do céu
Além da Terra, além do Céu,
no trampolim do sem-fim das estrelas,
no rastro dos astros,
na magnólia das nebulosas.
Além, muito além do sistema solar,
até onde alcançam o pensamento e o coração,
vamos!
vamos conjugar
o verbo fundamental essencial,
o verbo transcendente, acima das gramáticas
e do medo e da moeda e da política,
o verbo sempreamar,
o verbo pluriamar,
razão de ser e de viver.
Além da Terra, além do Céu,
no trampolim do sem-fim das estrelas,
no rastro dos astros,
na magnólia das nebulosas.
Além, muito além do sistema solar,
até onde alcançam o pensamento e o coração,
vamos!
vamos conjugar
o verbo fundamental essencial,
o verbo transcendente, acima das gramáticas
e do medo e da moeda e da política,
o verbo sempreamar,
o verbo pluriamar,
razão de ser e de viver.
Gel para prevenção da Aids
Ciência Hoje:
Composto extraído de alga marinha foi capaz de impedir multiplicação do vírus HIV em testes in vitro
Um gel vaginal poderá ser um poderoso aliado das mulheres na prevenção contra a Aids. O produto, que está sendo desenvolvido por pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e da Fundação Ataulpho de Paiva, em parceria com a Universidade Federal Fluminense (UFF), tem como princípio ativo um composto extraído da alga parda marinha Dictyota pfaffii , encontrada no Atol das Rocas (Rio Grande do Norte). Testes in vitro comprovaram sua capacidade de impedir a multiplicação do vírus HIV nas células, o que evitaria a infecção.
A bióloga Valéria Laneuville Teixeira, do Instituto de Biologia da UFF, responsável pelo isolamento do composto químico, chamado dolabelladienetriol, conta que ele pertence ao grupo dos diterpenos. Ela explica que o produto reprime a ação de uma enzima do vírus chamada de transcriptase reversa, responsável pela conversão do RNA viral em DNA. Além de atuar na célula infectada, o diterpeno é capaz de agir preventivamente contra o vírus. “O vírus entra na célula, porém a presença do produto impede sua multiplicação”, esclarece a pesquisadora, acrescentando que essa característica levou a equipe a pensar no gel vaginal para a prevenção de mulheres. O produto agora está sendo testado em ratos na UFF e na Fiocruz e será avaliado em células humanas no Saint George's Medical School, na Inglaterra.
Luz para todos
Agência Brasil:
Lula diz que quer ser lembrado como o presidente que levou luz elétrica a todo o país
Ao participar hoje (21) do lançamento da Agenda Social dos Povos Indígenas, em São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que quer ser lembrado como o presidente da República que levou luz elétrica para todos os brasileiros. "Eu quero ser o presidente da República a apagar a última lamparina neste país, o ultimo candeeiro, porque candeeiro precisa virar uma peça de museu para os nossos filhos saberem que um dia ele existiu", afirmou o presidente. São Gabriel da Cachoeira é um dos municípios incluídos no programa Luz para Todos.
"O programa Luz para Todos certamente ainda não chegou a todas as cidades. Decidimos, até 2008, levar luz para 12 milhões de brasileiros. Já atendemos quase 7 milhões de brasileiros. E, aqui nessa região, levar luz a uma casa custa muito. Fica mais fácil fazer num centro urbano. Aqui, às vezes, tem que ter 100 postes para levar três picos de luz numa casa no meio do mato, mas nós iremos fazer", disse Lula.
DESTAQUE DESTE SÁBADO
Concorrente e aliados
Entre os partidos que se preparam para o pleito de 2008, há afinidades e diferenças – é óbvio.
Mas não parece tão óbvio que, a despeito de afinidades importantes, partidos hoje aliados possam disputar as eleições em palanques diferentes cada um com projeto próprio – particularmente em cidades onde há dois turnos.
pode não ser assim tão óbvio, mas é compreensível.
É que o que se disputará em 2008 não são apenas as Prefeituras e as Câmaras Municipais. Também estará em jogo o Acúmulo de forças para as eleições gerais de 2010.
Desse modo, há casos emblemáticos. Recife poderá ser um deles. Do arco de forças que hoje se ajunta em torno da gestão do prefeito João Paulo e também apóia os governos Eduardo Campos e Lula, poderão surgir dois candidatos a prefeito.
Aliados estarão, assim, no primeiro turno, em palanques distintos na condição de concorrente, mas não deixarão de ser aliados. A eleição é episódica; a aliança inspirada num descortino estratégico é permanente.
No caso, PT e PCdoB não estariam desfazendo a aliança estratégica que os une. Protagonizariam apenas opções táticas imediatas.
Entre os partidos que se preparam para o pleito de 2008, há afinidades e diferenças – é óbvio.
Mas não parece tão óbvio que, a despeito de afinidades importantes, partidos hoje aliados possam disputar as eleições em palanques diferentes cada um com projeto próprio – particularmente em cidades onde há dois turnos.
pode não ser assim tão óbvio, mas é compreensível.
É que o que se disputará em 2008 não são apenas as Prefeituras e as Câmaras Municipais. Também estará em jogo o Acúmulo de forças para as eleições gerais de 2010.
Desse modo, há casos emblemáticos. Recife poderá ser um deles. Do arco de forças que hoje se ajunta em torno da gestão do prefeito João Paulo e também apóia os governos Eduardo Campos e Lula, poderão surgir dois candidatos a prefeito.
Aliados estarão, assim, no primeiro turno, em palanques distintos na condição de concorrente, mas não deixarão de ser aliados. A eleição é episódica; a aliança inspirada num descortino estratégico é permanente.
No caso, PT e PCdoB não estariam desfazendo a aliança estratégica que os une. Protagonizariam apenas opções táticas imediatas.
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Mídia em questão
No Vermelho, por Eduardo Bomfim:
A retórica democrática
Dizia o filósofo Sêneca, que nada é tão prejudicial à sabedoria como a excessiva sagacidade. Em outras palavras, na linguagem popular, aquele que se pretende mais astuto que os outros semelhantes, termina sendo desmascarado. Assim tem sido a versão hegemônica das elites que controlam, atualmente, as finanças internacionais. No mundo e no Brasil.
Um insuspeito cientista político norte-americano, declarou recentemente, em entrevista na grande mídia televisiva, que o surgimento, a expansão de governos progressistas na América Latina, a exemplo do Brasil, Argentina, Venezuela, Bolívia, Equador, Uruguai e recentemente a Nicarágua, deve-se essencialmente a dois fatores.
A ressaca de décadas das políticas neoliberais nas Américas, e o crescente, tresloucado, envolvimento militar dos EUA no Afeganistão, Iraque, na Palestina, e recentemente, as ameaças contra o Irã. As pesquisas atualizadas de opinião pública nos Estados Unidos da América, revelam que a sociedade encontra-se esgotada de tanta ação bélica.
O cientista percebeu, igualmente, que os discursos oficiais do governo Bush contra o terrorismo, eram, na verdade, uma cortina de fumaça para esconder a corrida pelo domínio do petróleo naquela região.
Conseguiram transformar o ex-aliado Osama Bin Laden, no sujeito mais inteligente do planeta, capaz de evadir-se dos serviços secretos mais eficientes do mundo ocidental, da tecnologia de ponta que detecta, via satélite, até uma formiga inimiga percorrendo alguma rua na mais remota cidade da Terra. É quase inacreditável.
Retornando ao assunto sobre os financistas milhardários, que controlam a economia mundial sem aplicar um centavo em algum investimento produtivo que gere emprego e renda, encontramos nesse liberalismo turbinado pela tecnologia de ponta, o instrumento poderosamente eficaz de dominação, imposição de estratégias econômicas, desestabilização de governos razoavelmente patrióticos, que defendem os interesses nacionais.
Com muita persistência e a sensibilidade popular, os governos contrários aos ditames dos EUA e desse capital rentista, conseguem resistir às investidas golpistas sistemáticas. É o que acontece em toda a América Latina e no Brasil. Há uma sólida aliança da grande mídia nacional com o mundo das finanças especulativas.
A retórica pseudodemocrática da grande mídia conservadora, íntima dessas finanças, é a principal forma, atual, da intervenção imperial nas Américas.
A retórica democrática
Dizia o filósofo Sêneca, que nada é tão prejudicial à sabedoria como a excessiva sagacidade. Em outras palavras, na linguagem popular, aquele que se pretende mais astuto que os outros semelhantes, termina sendo desmascarado. Assim tem sido a versão hegemônica das elites que controlam, atualmente, as finanças internacionais. No mundo e no Brasil.
Um insuspeito cientista político norte-americano, declarou recentemente, em entrevista na grande mídia televisiva, que o surgimento, a expansão de governos progressistas na América Latina, a exemplo do Brasil, Argentina, Venezuela, Bolívia, Equador, Uruguai e recentemente a Nicarágua, deve-se essencialmente a dois fatores.
A ressaca de décadas das políticas neoliberais nas Américas, e o crescente, tresloucado, envolvimento militar dos EUA no Afeganistão, Iraque, na Palestina, e recentemente, as ameaças contra o Irã. As pesquisas atualizadas de opinião pública nos Estados Unidos da América, revelam que a sociedade encontra-se esgotada de tanta ação bélica.
O cientista percebeu, igualmente, que os discursos oficiais do governo Bush contra o terrorismo, eram, na verdade, uma cortina de fumaça para esconder a corrida pelo domínio do petróleo naquela região.
Conseguiram transformar o ex-aliado Osama Bin Laden, no sujeito mais inteligente do planeta, capaz de evadir-se dos serviços secretos mais eficientes do mundo ocidental, da tecnologia de ponta que detecta, via satélite, até uma formiga inimiga percorrendo alguma rua na mais remota cidade da Terra. É quase inacreditável.
Retornando ao assunto sobre os financistas milhardários, que controlam a economia mundial sem aplicar um centavo em algum investimento produtivo que gere emprego e renda, encontramos nesse liberalismo turbinado pela tecnologia de ponta, o instrumento poderosamente eficaz de dominação, imposição de estratégias econômicas, desestabilização de governos razoavelmente patrióticos, que defendem os interesses nacionais.
Com muita persistência e a sensibilidade popular, os governos contrários aos ditames dos EUA e desse capital rentista, conseguem resistir às investidas golpistas sistemáticas. É o que acontece em toda a América Latina e no Brasil. Há uma sólida aliança da grande mídia nacional com o mundo das finanças especulativas.
A retórica pseudodemocrática da grande mídia conservadora, íntima dessas finanças, é a principal forma, atual, da intervenção imperial nas Américas.
21 setembro 2007
História: 21 de setembro de 1954
Trabalhadores do Vale do Ribeira (SP) nos anos 50
2ª conferência nacional de trabalhadores do campo (S. Paulo) decide criar a Ultab (União dos Lavradores e Trabalhadores Agrícolas do Brasil). Os anos 50 vivem o início da 1ª onda de lutas pela reforma agrária no país. (Vermelho http://www.vermelho.org.br/).
Bom dia, Vladímir Maiakóvski
Garoto
Fui agraciado com o amor sem limites.
Fui agraciado com o amor sem limites.
Mas, quando garoto,
a gente preocupada trabalhava
e eu escapava
para as margens do rio Rion
e vagava sem fazer nada.
Aborrecia-se minha mãe:
"Garoto danado!"
Meu pai me ameaçava com o cinturão.
Mas eu,
com três rublos falsos,
jogava com os soldados sob os muros.
Sem o peso da camisa,
sem o peso das botas,
de costas ou de barriga no chão,
torrava-me ao sol de Kutais
até sentir pontadas no coração.
O sol se assombrava:
"Daquele tamaninho
e com um tal coração!
Vai partir-lhe a espinha!
Como, será que cabem
nesse tico de gente
o rio, o coração, eu
e cem quilômetros de montanhas?"
EUA: Para evitar a recessão
A redução das taxas básicas nos EUA significa uma tentativa de evitar a recessão. É o maior nível de redução de juros norte-americanos nos últimos anos.
Assim mesmo, permanece um ambiente de incerteza e de instabilidade – que muitos analistas teimam em obscurecer, temendo o chamado “nervosismo” dos mercados.
Assim mesmo, permanece um ambiente de incerteza e de instabilidade – que muitos analistas teimam em obscurecer, temendo o chamado “nervosismo” dos mercados.
Na Carta Maior, por Gilson Caroni Filho:
FHC não combinou com os russos
Quando a Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulga que mais de 14 milhões de brasileiros deixaram a pobreza para trás,nos últimos quatro anos, no primeiro mandato de Lula, o desconcerto nas hostes conservadoras é flagrante. Previsões de FHC, feitas em 2004, reatualizam famosa frase de Garrincha.
Leia o artigo clicando aqui http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=14631
FHC não combinou com os russos
Quando a Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulga que mais de 14 milhões de brasileiros deixaram a pobreza para trás,nos últimos quatro anos, no primeiro mandato de Lula, o desconcerto nas hostes conservadoras é flagrante. Previsões de FHC, feitas em 2004, reatualizam famosa frase de Garrincha.
Leia o artigo clicando aqui http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=14631
DESTAQUE DESTA SEXTA-FEIRA
Clamor popular, qual clamor?
A gente ouve, ler e, nas ruas, até que procura sinais do tal clamor. Mas não acha.
Isso não quer dizer que a população não esteja acompanhando, na medida do possível e do jeito que a própria mídia possibilita, o que acontece aqui e alhures. Quer dizer, sim, que ao invés de clamor contra o governo, há mesmo um índice altíssimo de satisfação, sobretudo por parte das camadas mais pobres, que têm melhorado de vida.
O articulista Wagner Iglecias, da Gazeta Mercantil, escreveu: “É pela fila do crediário e pelo caixa do supermercado que passa boa parte do apoio a Lula.”
A Fundação Getulio Vargas (FGV), por seu turno, divulgou que mais de 14 milhões de brasileiros deixaram a faixa considerada pobre nos últimos quatro anos, no primeiro mandato do governo Lula. A redução bateu recorde no ano passado, quando 15% dos miseráveis superaram a linha de pobreza.
Assim, fica fácil entender porque o “clamor popular” freqüenta as manchetes de primeira página, mas não chega às ruas.
A gente ouve, ler e, nas ruas, até que procura sinais do tal clamor. Mas não acha.
Isso não quer dizer que a população não esteja acompanhando, na medida do possível e do jeito que a própria mídia possibilita, o que acontece aqui e alhures. Quer dizer, sim, que ao invés de clamor contra o governo, há mesmo um índice altíssimo de satisfação, sobretudo por parte das camadas mais pobres, que têm melhorado de vida.
O articulista Wagner Iglecias, da Gazeta Mercantil, escreveu: “É pela fila do crediário e pelo caixa do supermercado que passa boa parte do apoio a Lula.”
A Fundação Getulio Vargas (FGV), por seu turno, divulgou que mais de 14 milhões de brasileiros deixaram a faixa considerada pobre nos últimos quatro anos, no primeiro mandato do governo Lula. A redução bateu recorde no ano passado, quando 15% dos miseráveis superaram a linha de pobreza.
Assim, fica fácil entender porque o “clamor popular” freqüenta as manchetes de primeira página, mas não chega às ruas.
Pesquisa Ibope: uma análise
No Vermelho:
Ibope de Lula oscila de 50% para 48%
A aprovação do governo Luiz Inácio Lula da Silva oscilou 2 pontos para baixo, dentro da margem de erro, segundo a pesquisa CNTI-Ibope divulgada nesta quinta-feira (20). Os entrevistados que consideram o governo ''bom'' ou ''ótimo'' passaram de 50% para 48% em relação a junho. Os que responderam ''ruim'' ou ''péssimo'' foram de 16% para 18%. Conforme o levantamento, 36% acham que o segundo governo de Lula está melhor que o primeiro, 40% responderam que está igual e 22% que está pior.
A aprovação do governo Luiz Inácio Lula da Silva oscilou 2 pontos para baixo, dentro da margem de erro, segundo a pesquisa CNTI-Ibope divulgada nesta quinta-feira (20). Os entrevistados que consideram o governo ''bom'' ou ''ótimo'' passaram de 50% para 48% em relação a junho. Os que responderam ''ruim'' ou ''péssimo'' foram de 16% para 18%. Conforme o levantamento, 36% acham que o segundo governo de Lula está melhor que o primeiro, 40% responderam que está igual e 22% que está pior.
Esta foi a 20ª pesquisa CNI-Ibope sobre a imagem do governo Lula na opinião pública e a sexta mais favorável ao governo em percentual de avaliações positivas. Veja o gráfico ao lado: nas cinco últimas pesquisas da série, os números oscilaram dentro da margem de erro, exceto a sondagem de desembro passado, a primeira desde as eleições de 2006, quando o governo atingiu o seu pico de aprovação, 57% de ''bom'' e ''ótimo''.
''Popularidade permanece em patamar elevado'' - A aprovação pessoal do presidente também oscilou negativamente. Dos entrevistados, 63% disseram aprovar a maneira como Lula governa, queda de 3 pontos percentuais, e 33% desaprovam, alta de 3 pontos na comparação com a pesquisa de junho.
A parcela dos que dizem confiar em Lula saiu de 61% em junho para 60% agora. Já a proporção dos que não confiam subiu de 35% para 37%.
Questionados sobre que nota dariam ao trabalho do governo, os entrevistados atribuíram em média 6,6. Em junho, a média era de 6,7.
O relatório CNI-Ibope sintetiza: ''Os principais itens de imagem (avaliação do governo, maneira do presidente Lula governar e confiança no presidente) registram leve queda, enquanto a maioria das avaliações das áreas específicas de atuação do governo sofre variação negativa mais expressiva. De maneira geral, a popularidade do governo Lula permanece em patamar elevado, mas várias de suas ações sofrem, neste momento, uma avaliação mais crítica.''
Mulheres passaram a ser mais pró-Lula - A segmentação dos resultados mostra que Lula perdeu terreno entre os homens e ganhou (4 pontos) entre as mulheres. Pela primeira vez Lula tem uma imagem mais positiva entre as eleitoras: 48% de ''bom'' e ''ótimo'' contra 18% de ''ruim'' e ''péssimo'', enquanto os eleitores lhe deram 47% e 19% respectivamente.
Na segmentação por faixas de renda, a pesquisa mostra que a perda de popularidade de Lula se concentrou fortemente na camada mais pobre, com renda inferior a um salário mínimo: houve aí um recuo de 12 pontos, enquanto nas outras faixas os resultados foram -2, +1, +1 e -4 respectivamente.
Mesmo assim o governo Lula mantém sua popularidade rigorosamente concentrada entre os mais pobres, reduzindo-se à medida que sobe a renda, embora mantenha em todas as faixas uma imagem predominantemente favorável. O saldo positivo (''ótimo'' e ''bom'' menos ''ruim'' e ''péssimo'') por faixa de renda, segundo a CNI-Ibope, é:
. Menos de 1 salário mínimo - 42 pontos positivos;
. Mais de 1 a 2 mínimos - 37 pontos positivos;
. Mais de 2 a 5 mínimos - 28 pontos positivos;
. Mais de 5 a 10 mínimos - 19 pontos positivos;
. Mais de 10 mínimos - 8 pontos positivos.
Os fatores Renan Calheiros e CPMF - A pesquisa foi realizada entre os dias 13 e 18 de setembro, logo em seguida à votação no Senado que absolveu Renan Calheiros. O relatório da pesquisa admite que o episódio não tem relação com a atividade do governo, mas influiu negativamente sobre os resultados das entrevistas. O Caso Renan foi o mais citado (34%) entre as ''notícias sobre o governo do presidente Lula''. Seguiram-se a crise nos aeroportos (9%) e as viagens de Lula (7%).
O noticiário da mídia foi avaliado como desfavorável ao governo por 39% dos entrevistados, contra 19% que o consideraram favorável. O noticiário predominantemente negativo na mídia contrasta fortemente com a avaliação positiva feita pelos cidadãos.
Esta edição da pesquisa CNI-Ibope perguntou também sobre a CPMF, já que a prorrogação do chamado Imposto do Cheque até 2011 está tramitando no Congresso Nacional. Dos entrevistados, 54% acham que a CPMF deve ser extinta em dezembro, como prevê a legislação atual; 12% acham que deve ser prorrogada mas com valor menor que o atual; outros 12% que deve ser extinta gradativamente; e apenas 5% que deve ser prorrogada com o valor atual (0,38%), conforme propõe o governo. Os que não sabem ou não opinaram somaram 18%.
O Ibope fez 2.002 entrevistas em 142 municípios, contratado pela Confederação Nacional da Indústria. A margem de erro é de 2 pontos percentuais.Com CNI-Ibope
Clique aqui para ver o relatório completo da pesquisa CNI-Ibope
O Ibope fez 2.002 entrevistas em 142 municípios, contratado pela Confederação Nacional da Indústria. A margem de erro é de 2 pontos percentuais.Com CNI-Ibope
Clique aqui para ver o relatório completo da pesquisa CNI-Ibope
20 setembro 2007
História: 20 de setembro de 1919
A polícia apreende o jornal operário Spártacus. O nome do semanário, recém-fundado no Rio, foi tomado do chefe da grande rebelião de escravos da Roma antiga, 2 mil anos atrás. Voltara à cena social em 1915, graças aos espartaquistas, revolucionários internacionalistas alemães como Rosa Luxemburg. (Vermelho http://www.vermelho.org.br/).
Nossa coluna de toda quinta-feira no portal Vermelho
Reinventando a política
A mesmice e a rotina conspiram contra a vida; não servem ao amor nem à política. A política, tanto quanto o amor, se alimenta da criatividade e da capacidade de abordar situações novas a partir de novos olhares. É preciso reinventar sempre a política, no compasso das voltas que a vida dá.
A política eleitoral é um bom exemplo. Mesmo no Brasil, onde a cada dois anos tem eleições, é comum se dizer que cada eleição tem a sua história – e a experiência tem demonstrado que isso é a pura verdade.
Essas anotações vêm a propósito da insistência de um jovem estudante universitário pernambucano que se diz em dificuldade para entender o porquê do PCdoB ter sido sempre um paladino da unidade e agora, tendo em vista o pleito do ano que vem, considera seriamente a possibilidade de lançar candidatura própria em muitas cidades, inclusive no Recife, onde mantém há seis anos e sete meses uma sólida aliança com o PT do prefeito João Paulo.
Em demorada conversa procuramos situar o pleito de 2008 no contexto nacional e, no que concerne ao Recife, insistirmos que nossa candidatura se apresenta como uma alternativa, caso prevaleça a opção tática de uma mais de uma candidatura do campo de forças que atualmente apóiam, na cidade, os governos Lula, Eduardo Campos e João Paulo.
- A candidatura do PCdoB, com o apoio de outras legendas, correndo com a do PT, seria um caminho para a unidade, jamais fator de divisão – concluímos.
Ainda aparentemente confuso, insistiu:
- De todo jeito haveria uma ruptura entre o PCdoB e o PT e um afastamento entre o senhor e o prefeito João Paulo?
- Nem uma coisa nem outra. Prevaleceria o entendimento e a compreensão mútua, sem atritos.
- É o que senhor diz, mas será que o PT aceitaria isso?
- Creio que sim, num cenário em que fique claro que apenas um candidato do nosso campo, pelo PT, deixaria muito vulneráveis nossas forças diante de adversários que entrarão na disputa com quatro ou cinco postulantes, forçando a realização de um segundo turno.
- E em que ajudaria mais de uma candidatura?
- Ajudaria dividir o fogo dos adversários e a potencializar a busca do voto dando aos eleitores que desejam a continuidade do atual projeto político vitorioso na cidade, mas rejeitem o PT, mais de uma alternativa, e assim evitar perdermos votos para candidatos adversários.
O estudante anota tudo, diz que tem lido sobre a história eleitoral do Recife, que esse talvez seja o tema de sua monografia ao concluir o curso de Ciência Política e que pretende fazer o mestrado na UFPE. E encerra a conversa dizendo-se convencido afinal de que na política não valem esquemas rígidos.
- Ótimo! Pois leve de presente, para inspirar sua reflexão, esse poema de Cecília Meireles (Reinvenção), com esses versos sublinhados
Porque a vida, a vida, a vida,
a vida só é possível
reinventada.
A mesmice e a rotina conspiram contra a vida; não servem ao amor nem à política. A política, tanto quanto o amor, se alimenta da criatividade e da capacidade de abordar situações novas a partir de novos olhares. É preciso reinventar sempre a política, no compasso das voltas que a vida dá.
A política eleitoral é um bom exemplo. Mesmo no Brasil, onde a cada dois anos tem eleições, é comum se dizer que cada eleição tem a sua história – e a experiência tem demonstrado que isso é a pura verdade.
Essas anotações vêm a propósito da insistência de um jovem estudante universitário pernambucano que se diz em dificuldade para entender o porquê do PCdoB ter sido sempre um paladino da unidade e agora, tendo em vista o pleito do ano que vem, considera seriamente a possibilidade de lançar candidatura própria em muitas cidades, inclusive no Recife, onde mantém há seis anos e sete meses uma sólida aliança com o PT do prefeito João Paulo.
Em demorada conversa procuramos situar o pleito de 2008 no contexto nacional e, no que concerne ao Recife, insistirmos que nossa candidatura se apresenta como uma alternativa, caso prevaleça a opção tática de uma mais de uma candidatura do campo de forças que atualmente apóiam, na cidade, os governos Lula, Eduardo Campos e João Paulo.
- A candidatura do PCdoB, com o apoio de outras legendas, correndo com a do PT, seria um caminho para a unidade, jamais fator de divisão – concluímos.
Ainda aparentemente confuso, insistiu:
- De todo jeito haveria uma ruptura entre o PCdoB e o PT e um afastamento entre o senhor e o prefeito João Paulo?
- Nem uma coisa nem outra. Prevaleceria o entendimento e a compreensão mútua, sem atritos.
- É o que senhor diz, mas será que o PT aceitaria isso?
- Creio que sim, num cenário em que fique claro que apenas um candidato do nosso campo, pelo PT, deixaria muito vulneráveis nossas forças diante de adversários que entrarão na disputa com quatro ou cinco postulantes, forçando a realização de um segundo turno.
- E em que ajudaria mais de uma candidatura?
- Ajudaria dividir o fogo dos adversários e a potencializar a busca do voto dando aos eleitores que desejam a continuidade do atual projeto político vitorioso na cidade, mas rejeitem o PT, mais de uma alternativa, e assim evitar perdermos votos para candidatos adversários.
O estudante anota tudo, diz que tem lido sobre a história eleitoral do Recife, que esse talvez seja o tema de sua monografia ao concluir o curso de Ciência Política e que pretende fazer o mestrado na UFPE. E encerra a conversa dizendo-se convencido afinal de que na política não valem esquemas rígidos.
- Ótimo! Pois leve de presente, para inspirar sua reflexão, esse poema de Cecília Meireles (Reinvenção), com esses versos sublinhados
Porque a vida, a vida, a vida,
a vida só é possível
reinventada.
Para induzir o crescimento
Valor Econômico:
. Na trilha da avaliação de que "falta banco público no Nordeste", depois que as antigas instituições estaduais foram privatizadas ao longo dos últimos anos, o Banco do Brasil começa a colocar em prática uma nova estratégia para a região. Os alvos são nichos de negócios que, embora rentáveis, ainda não despertaram o interesse dos grandes bancos privados. O BB concluiu que pode ocupar essa lacuna fazendo uso, por exemplo, de sua experiência na agricultura e no atendimento a governos. "Os Estados precisam de bancos regionais para colocar em prática suas estratégias", explica Antônio Francisco Lima Neto, presidente do banco. "Estamos conversando com eles para identificar o que podemos fazer juntos".
. O objetivo é colocar a marca do BB em mercados que tendem a se tornar cada vez mais importantes, como é o caso do município de Picos, no Piauí.
. Na trilha da avaliação de que "falta banco público no Nordeste", depois que as antigas instituições estaduais foram privatizadas ao longo dos últimos anos, o Banco do Brasil começa a colocar em prática uma nova estratégia para a região. Os alvos são nichos de negócios que, embora rentáveis, ainda não despertaram o interesse dos grandes bancos privados. O BB concluiu que pode ocupar essa lacuna fazendo uso, por exemplo, de sua experiência na agricultura e no atendimento a governos. "Os Estados precisam de bancos regionais para colocar em prática suas estratégias", explica Antônio Francisco Lima Neto, presidente do banco. "Estamos conversando com eles para identificar o que podemos fazer juntos".
. O objetivo é colocar a marca do BB em mercados que tendem a se tornar cada vez mais importantes, como é o caso do município de Picos, no Piauí.
19 setembro 2007
DESTAQUE DESTA QUARTA-FEIRA
Mais evidência de que é preciso mudar a macroeconomia
O corte acima das expectativas de 0,5 pontos percentual nos juros básicos americanos, para 4,75% ao ano, deve repercutir no Brasil induzindo a continuidade da política de corte dos juros. É o que afirmam os chamados analistas de mercado.
De fato, para um analista experiente como o ex-Delfim Netto, o fluxo de capitais para o país deve aumentar. No seu estilo irônico, ele afirma que "o Brasil é o último peru disponível no mundo", chamando a atenção para as vantagens que o nosso país oferece aos investidores/especuladores estrangeiros por serem nossos juros internos mais elevados do que na maior parte do mundo.
Se o Copom vai mesmo retomar a queda da taxa de juros as dúvidas ainda persistem. Mas o que fica patente é a relação quase de vasos comunicantes entre o que acontece nos EUA e o desempenho de nossa economia. Já foi pior. Hoje, há que reconhecer que com os esforços bem sucedidos do governo Lula, o grau de vulnerabilidade externa se reduziu muito, o que se pode constatar pelo atual nível de nossas reservas monetárias. Entretanto, há muito que avançar nessa matéria, o que exige alterações na macroeconomia no sentindo de nos livrarmos dos condicionantes ortodoxos neoliberais.
Ou seja, solução política para problemas econômicos, que só o presidente da República pode bancar – se estiver convencido e souber exercer a autoridade que a sociedade hoje lhe delega.
O corte acima das expectativas de 0,5 pontos percentual nos juros básicos americanos, para 4,75% ao ano, deve repercutir no Brasil induzindo a continuidade da política de corte dos juros. É o que afirmam os chamados analistas de mercado.
De fato, para um analista experiente como o ex-Delfim Netto, o fluxo de capitais para o país deve aumentar. No seu estilo irônico, ele afirma que "o Brasil é o último peru disponível no mundo", chamando a atenção para as vantagens que o nosso país oferece aos investidores/especuladores estrangeiros por serem nossos juros internos mais elevados do que na maior parte do mundo.
Se o Copom vai mesmo retomar a queda da taxa de juros as dúvidas ainda persistem. Mas o que fica patente é a relação quase de vasos comunicantes entre o que acontece nos EUA e o desempenho de nossa economia. Já foi pior. Hoje, há que reconhecer que com os esforços bem sucedidos do governo Lula, o grau de vulnerabilidade externa se reduziu muito, o que se pode constatar pelo atual nível de nossas reservas monetárias. Entretanto, há muito que avançar nessa matéria, o que exige alterações na macroeconomia no sentindo de nos livrarmos dos condicionantes ortodoxos neoliberais.
Ou seja, solução política para problemas econômicos, que só o presidente da República pode bancar – se estiver convencido e souber exercer a autoridade que a sociedade hoje lhe delega.
Bom dia, Chico Buarque de Holanda
Tatuagem
Quero ficar no teu corpo feito tatuagem
Que é pra te dar coragem
Pra seguir viagem
Quando a noite vem
E também pra me perpetuar em tua escrava
Que você pega, esfrega, nega
Mas não lava
Quero brincar no teu corpo feito bailarina
Que logo se alucina
Salta e te ilumina
Quando a noite vem
E nos músculos exaustos do teu braço
Repousar frouxa, murcha, farta
Morta de cansaço
Quero pesar feito cruz nas tuas costas
Que te retalha em postas
Mas no fundo gostas
Quando a noite vem
Quer ser a cicatriz risonha e corrosiva
Marcada a frio, a ferro e fogo
Em carne viva
Corações de mãe
Arpões, sereias e serpentes
Que te rabiscam o corpo todo
Mas não sentes
Quero ficar no teu corpo feito tatuagem
Que é pra te dar coragem
Pra seguir viagem
Quando a noite vem
E também pra me perpetuar em tua escrava
Que você pega, esfrega, nega
Mas não lava
Quero brincar no teu corpo feito bailarina
Que logo se alucina
Salta e te ilumina
Quando a noite vem
E nos músculos exaustos do teu braço
Repousar frouxa, murcha, farta
Morta de cansaço
Quero pesar feito cruz nas tuas costas
Que te retalha em postas
Mas no fundo gostas
Quando a noite vem
Quer ser a cicatriz risonha e corrosiva
Marcada a frio, a ferro e fogo
Em carne viva
Corações de mãe
Arpões, sereias e serpentes
Que te rabiscam o corpo todo
Mas não sentes
Nosso artigo de toda quarta-feira no Blog de Jamildo (ex-Blog do JC)
A necessidade de uma nova Assembléia Constituinte
O PAC realizou até o momento algo em torno de 30% apenas dos investimentos previstos. A CPMF – sem entrar no mérito – parece que será renovada, como quer o governo, através de um parto de risco e longa duração na Câmara e no Senado.
Cá na província, não são poucos os exemplos de ações que a Prefeitura deseja realizar obstaculizadas por óbices burocráticos e legais.
A burocracia – no sentido pejorativo do termo - está encravada no poder público desde o Império, passando pelas diversas fases e feições institucionais da República. De cima a baixo, da União aos municípios.
A legislação brasileira, qualquer que seja á área, mostra-se predominantemente obsoleta.
Na verdade, desde que finda a ditadura militar e iniciado o período denominado por Tancredo Neves Nova República, em 1985, a sociedade brasileira obteve importantes conquistas – entre as quais a nova Constituição promulgada em 1988.
Mas a Carta em vigor hoje não é mesma de antes, alterada em capítulos importantes – como o da economia – durante os oito anos de Fernando Henrique Cardoso, para adaptá-las às políticas de cunho neoliberal.
A legislação eleitoral e partidária, nem se fala. Só serve, atualmente, para perpetuar distorções que subvalorizam o voto popular e, de quebra, abrem um canal imenso para relações promíscuas entre grandes empresas e políticos, partidos e governos.
Ora, se nosso arcabouço jurídico-institucional se mostra assim tão superado, por que não convocar nova Assembléia Constituinte?
O PT, no seu último congresso, acenou com a possibilidade de uma Constituinte exclusiva para rever a legislação eleitoral e partidária. Seria pouco. Precisamos, mesmo, de uma nova Constituição.
No entanto, há duas questões a considerar acerca da oportunidade da Constituinte agora. Uma, o cenário político conturbado, no qual a credibilidade das instituições e dos políticos encontra-se mais do que esgarçada. A outra, por isso mesmo, a necessidade de superar o alheamento da população sobre a matéria.
Bem que o pleito geral de 2010 poderia viabilizar uma nova Constituinte. Mas, para tanto, seria necessário conscientizar a sociedade brasileira desde já.
O PAC realizou até o momento algo em torno de 30% apenas dos investimentos previstos. A CPMF – sem entrar no mérito – parece que será renovada, como quer o governo, através de um parto de risco e longa duração na Câmara e no Senado.
Cá na província, não são poucos os exemplos de ações que a Prefeitura deseja realizar obstaculizadas por óbices burocráticos e legais.
A burocracia – no sentido pejorativo do termo - está encravada no poder público desde o Império, passando pelas diversas fases e feições institucionais da República. De cima a baixo, da União aos municípios.
A legislação brasileira, qualquer que seja á área, mostra-se predominantemente obsoleta.
Na verdade, desde que finda a ditadura militar e iniciado o período denominado por Tancredo Neves Nova República, em 1985, a sociedade brasileira obteve importantes conquistas – entre as quais a nova Constituição promulgada em 1988.
Mas a Carta em vigor hoje não é mesma de antes, alterada em capítulos importantes – como o da economia – durante os oito anos de Fernando Henrique Cardoso, para adaptá-las às políticas de cunho neoliberal.
A legislação eleitoral e partidária, nem se fala. Só serve, atualmente, para perpetuar distorções que subvalorizam o voto popular e, de quebra, abrem um canal imenso para relações promíscuas entre grandes empresas e políticos, partidos e governos.
Ora, se nosso arcabouço jurídico-institucional se mostra assim tão superado, por que não convocar nova Assembléia Constituinte?
O PT, no seu último congresso, acenou com a possibilidade de uma Constituinte exclusiva para rever a legislação eleitoral e partidária. Seria pouco. Precisamos, mesmo, de uma nova Constituição.
No entanto, há duas questões a considerar acerca da oportunidade da Constituinte agora. Uma, o cenário político conturbado, no qual a credibilidade das instituições e dos políticos encontra-se mais do que esgarçada. A outra, por isso mesmo, a necessidade de superar o alheamento da população sobre a matéria.
Bem que o pleito geral de 2010 poderia viabilizar uma nova Constituinte. Mas, para tanto, seria necessário conscientizar a sociedade brasileira desde já.
História: 19 de setembro de 1835
Batalha da Guerra dos Farrapos, óleo de Wasth Rodrigues
Os farrapos (liberais avançados) do RS tomam Porto Alegre. O pres. da província foge. Inicia a fase armada da Revolução Farroupilha, republicana, aboliconista, que resistirá por 10 anos às armas imperiais. (Vermelho http://www.vermelho.org.br/).
Tucanos na mira
No Jornal do Brasil, por Fernando Exman:
A hora e a vez dos tucanos
Depois de dedicar-se durante três anos, no mínimo, à apresentação de graves acusações contra ministros petistas, parlamentares e dirigentes do PT e de outros partidos aliados ao governo pelo envolvimento com o mensalão, o PSDB corre o risco de ingerir o próprio veneno. A prisão do ex-banqueiro Salvatore Cacciola e a denúncia contra o senador Eduardo Azeredo (MG), que deverá ser apresentada pelo Ministério Público Federal ao Supremo Tribunal Federal (STF) até o fim do mês, têm potencial para colocar na berlinda tucanos mineiros e antigas cabeças coroadas do governo Fernando Henrique.
Os tucanos, por ora, desconversam. Pregam a ampla e profunda investigação dos casos e a punição dos envolvidos. Sabem, no entanto, que os dois assuntos não são favoráveis à legenda, que, ao lado dos demais partidos e parlamentares da oposição, luta pelo controle da bandeira da ética na política nacional. Preso em Mônaco, Cacciola é um dos protagonistas do escândalo que envolveu a equipe econômica do governo FH e os bancos Marka e Fonte Cindam no fim da década de 1990. Fugiu para a Itália para não ser preso. Caso seja extraditado, suas revelações podem cair como uma bomba no colo da cúpula do PSDB.
Já Azeredo é suspeito de receber dinheiro no caixa 2 do esquema operado por Marcos Valério Fernandes de Souza em 1998, quando tentava reeleger-se ao governo do Estado de Minas Gerais. Anos depois, o PT usou o valerioduto para comprar apoio de parlamentares, o chamado mensalão.
A hora e a vez dos tucanos
Depois de dedicar-se durante três anos, no mínimo, à apresentação de graves acusações contra ministros petistas, parlamentares e dirigentes do PT e de outros partidos aliados ao governo pelo envolvimento com o mensalão, o PSDB corre o risco de ingerir o próprio veneno. A prisão do ex-banqueiro Salvatore Cacciola e a denúncia contra o senador Eduardo Azeredo (MG), que deverá ser apresentada pelo Ministério Público Federal ao Supremo Tribunal Federal (STF) até o fim do mês, têm potencial para colocar na berlinda tucanos mineiros e antigas cabeças coroadas do governo Fernando Henrique.
Os tucanos, por ora, desconversam. Pregam a ampla e profunda investigação dos casos e a punição dos envolvidos. Sabem, no entanto, que os dois assuntos não são favoráveis à legenda, que, ao lado dos demais partidos e parlamentares da oposição, luta pelo controle da bandeira da ética na política nacional. Preso em Mônaco, Cacciola é um dos protagonistas do escândalo que envolveu a equipe econômica do governo FH e os bancos Marka e Fonte Cindam no fim da década de 1990. Fugiu para a Itália para não ser preso. Caso seja extraditado, suas revelações podem cair como uma bomba no colo da cúpula do PSDB.
Já Azeredo é suspeito de receber dinheiro no caixa 2 do esquema operado por Marcos Valério Fernandes de Souza em 1998, quando tentava reeleger-se ao governo do Estado de Minas Gerais. Anos depois, o PT usou o valerioduto para comprar apoio de parlamentares, o chamado mensalão.
Vai e vém das previsões
Agência Brasil:
Ipea eleva expectativa de crescimento do PIB para 4,5%
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) elevou a expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) - a soma de todas as riquezas produzidas no país - para este ano.
Segundo o Boletim de Conjuntura, divulgado hoje (18), o PIB deste ano deve ficar em 4,5%, superando a última previsão de 4,3%, divulgada em junho. “O que nós estamos constatando é que houve um dinamismo na economia no que se refere aos indicadores de consumo e de investimento”, explicou o economista do Ipea Fábio Giambiagi. “O que é mais importante é que as previsões indicam uma manutenção desse dinamismo para o ano que vem”, disse.
A previsão de crescimento do consumo das famílias em 2007 foi revisada de 5,7% para 6,2%, e a Formação Bruta de Capital Fixo, correspondente aos investimentos, elevada de 9% para 10% . Já o crescimento do PIB para 2008 está estimado no mesmo valor deste ano, em 4,5%.
Segundo Fábio Giambiagi, esse terceiro boletim do ano fez uma projeção conservadora para o crescimento da economia devido às incertezas do setor agropecuário, que teve redução na previsão de crescimento de 4,5% para 3%.
“O PIB poderá crescer mais de 4,5%. As notícias que estão sendo veiculadas nos jornais apontam otimismo para o setor agropecuário”, disse o economista. “Mas nós levamos em consideração que o crescimento do PIB do segundo trimestre foi bom, em linhas gerais, para o conjunto da economia, mas bastante ruim para a agropecuária. Isso nos deixou em dúvida em relação ao desempenho do setor no ano como um todo e optamos por ser conservadores”, justificou.
Ainda segundo o Boletim de Conjuntura do Ipea, o crescimento previsto para a indústria aumentou de 4,3% para 4,8% e para o setor de serviços, de 4% para 4,2%.
Ipea eleva expectativa de crescimento do PIB para 4,5%
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) elevou a expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) - a soma de todas as riquezas produzidas no país - para este ano.
Segundo o Boletim de Conjuntura, divulgado hoje (18), o PIB deste ano deve ficar em 4,5%, superando a última previsão de 4,3%, divulgada em junho. “O que nós estamos constatando é que houve um dinamismo na economia no que se refere aos indicadores de consumo e de investimento”, explicou o economista do Ipea Fábio Giambiagi. “O que é mais importante é que as previsões indicam uma manutenção desse dinamismo para o ano que vem”, disse.
A previsão de crescimento do consumo das famílias em 2007 foi revisada de 5,7% para 6,2%, e a Formação Bruta de Capital Fixo, correspondente aos investimentos, elevada de 9% para 10% . Já o crescimento do PIB para 2008 está estimado no mesmo valor deste ano, em 4,5%.
Segundo Fábio Giambiagi, esse terceiro boletim do ano fez uma projeção conservadora para o crescimento da economia devido às incertezas do setor agropecuário, que teve redução na previsão de crescimento de 4,5% para 3%.
“O PIB poderá crescer mais de 4,5%. As notícias que estão sendo veiculadas nos jornais apontam otimismo para o setor agropecuário”, disse o economista. “Mas nós levamos em consideração que o crescimento do PIB do segundo trimestre foi bom, em linhas gerais, para o conjunto da economia, mas bastante ruim para a agropecuária. Isso nos deixou em dúvida em relação ao desempenho do setor no ano como um todo e optamos por ser conservadores”, justificou.
Ainda segundo o Boletim de Conjuntura do Ipea, o crescimento previsto para a indústria aumentou de 4,3% para 4,8% e para o setor de serviços, de 4% para 4,2%.
Lá e cá
Gazeta Mercantil:
A construção civil brasileira pode ser grande beneficiada da crise imobiliária americana, que está levando investidores a buscar novos mercados. O chamariz é a expansão do setor a ritmo chinês: a previsão é alta de 9,8% ao ano até 2010, segundo a FGV. "O investidor pára de olhar para os EUA e busca novas fronteiras", diz Bruno Werneck, do Thompson & Knight. Boa medida é a aceitação de retornos menores: a exigência caiu de 15% ao ano em 1995 para 9% em 2007.
A construção civil brasileira pode ser grande beneficiada da crise imobiliária americana, que está levando investidores a buscar novos mercados. O chamariz é a expansão do setor a ritmo chinês: a previsão é alta de 9,8% ao ano até 2010, segundo a FGV. "O investidor pára de olhar para os EUA e busca novas fronteiras", diz Bruno Werneck, do Thompson & Knight. Boa medida é a aceitação de retornos menores: a exigência caiu de 15% ao ano em 1995 para 9% em 2007.
18 setembro 2007
Por e-mail, sobre o “luto” de Hebe Camargo
De José Amaro Santos da Silva:
Sem o seu comentário, as atitudes da apresentadora Hebe Camargo talvez passassem em brancas nuvens, face ao grau de mediocridade que a tal apresentadora detém.
Paulo Salim Maluf, como é sabido, e como é colocado no seu Blog, tem uma longa história de desonestidade neste País. Foi até preso junto com o filho pela Polícia Federal! Logo, como se poderia concluir num silogismo aristotélico, a Hebe deve agir no mesmo grau do Maluf.
Quanto ao Renan Calheiros, cuja história recente não passa de uma invenção da imprensa oligárquica, a menina do SBT faz uso do seu espaço na televisão, veículo dessa imprensa desonesta, para tirar sua casquinha nas costas do bode expiatório da vez.
Quando falo de bode expiatório não sabemos ainda qual será o próximo homem, correligionário do Presidente Lula, que venha a ser massacrado por essa imprensa mesquinha e desonesta que deseja ir cortando cabeças até chegar ao Presidente.Graças a Deus eles são portadores de uma burrice de fazer pena.
Sem o seu comentário, as atitudes da apresentadora Hebe Camargo talvez passassem em brancas nuvens, face ao grau de mediocridade que a tal apresentadora detém.
Paulo Salim Maluf, como é sabido, e como é colocado no seu Blog, tem uma longa história de desonestidade neste País. Foi até preso junto com o filho pela Polícia Federal! Logo, como se poderia concluir num silogismo aristotélico, a Hebe deve agir no mesmo grau do Maluf.
Quanto ao Renan Calheiros, cuja história recente não passa de uma invenção da imprensa oligárquica, a menina do SBT faz uso do seu espaço na televisão, veículo dessa imprensa desonesta, para tirar sua casquinha nas costas do bode expiatório da vez.
Quando falo de bode expiatório não sabemos ainda qual será o próximo homem, correligionário do Presidente Lula, que venha a ser massacrado por essa imprensa mesquinha e desonesta que deseja ir cortando cabeças até chegar ao Presidente.Graças a Deus eles são portadores de uma burrice de fazer pena.
DESTAQUE DESTA TERÇA-FEIRA
Troca-troca e reforma política
Em todo o Brasil o noticiário é farto de mudanças de legenda partidária em função do próximo pleito, a acontecer em 2008.
Embora não seja, em si, algo meritório alguém se eleger por um partido e em pleno exercício do mandato se transferir para outro, compreensível é nas atuais circunstâncias institucionais do país.
Regras eleitorais restritivas e distorcidas levam a isso. Daí ao invés de se condenar a quem muda de partido, se deve, sim, retomar a reforma política – tão necessária quanto urgente.
A reforma, contudo, na atual correlação de forças no Congresso Nacional só pode acontecer a conta-gotas e, portanto, fragmentada e ineficaz.
Em todo o Brasil o noticiário é farto de mudanças de legenda partidária em função do próximo pleito, a acontecer em 2008.
Embora não seja, em si, algo meritório alguém se eleger por um partido e em pleno exercício do mandato se transferir para outro, compreensível é nas atuais circunstâncias institucionais do país.
Regras eleitorais restritivas e distorcidas levam a isso. Daí ao invés de se condenar a quem muda de partido, se deve, sim, retomar a reforma política – tão necessária quanto urgente.
A reforma, contudo, na atual correlação de forças no Congresso Nacional só pode acontecer a conta-gotas e, portanto, fragmentada e ineficaz.
Mais internet e menos livrarias nos municípios
Jornal do Commercio:
Mais provedores de internet, mais lojas de discos e DVDs, mais videolocadoras, e menos livrarias. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou ontem o Suplemento de Cultura da Pesquisa de Informações Básicas Municipais (Munic), que traça um perfil cultural das cidades brasileiras.
Os municípios com provedores de internet aumentaram 178% no período de sete anos. Estavam presentes em 16,4% dos municípios em 1999, primeiro ano da pesquisa, e atingiram 45,6% em 2006. O número de cidades onde há lojas de discos e DVDs cresceu 73,8% em relação ao mesmo período, chegando a 59,8% dos municípios.
Aqueles com videolocadoras aumentaram 28,3% – a presença foi ampliada para 82% das cidades. Também cresceram os municípios com museus (41,3%), teatros ou salas de espetáculos (54,7%) e bibliotecas públicas (16,8%). Mas houve queda de 15,5% do número de cidades com livrarias no mesmo período.
Isso não significa, para o IBGE, que esteja ocorrendo necessariamente redução da venda de livros, porque “o comércio se diversificou para bancas, supermercados e para a internet”.
Mas o ministro da Cultura, Gilberto Gil, afirmou que os resultados impressionam e têm um gosto amargo. “O índice de leitura no Brasil é baixo, assim como a edição de livros. Acreditamos que o hábito da leitura está migrando parcial e positivamente para a internet e outros meios eletrônicos”, disse.
As rádios comunitárias foram pesquisadas pela primeira vez no ano passado. Elas podem ser ouvidas em quase metade (48,6%) dos 5.564 municípios do País, superando as estações comerciais locais FM (em 34,3% das cidades) e AM (21,2%). A TV aberta ainda tem a maior cobertura, presente em 95,2% dos municípios, embora tenha ocorrido uma pequena redução em relação a 1999 (-3,2%).
O IBGE identificou 57,6 mil pessoas ocupadas na área cultural nos municípios. O número representa 1,3% do total de pessoal ocupado na administração municipal.
No País, apenas 4,2% dos municípios têm secretaria municipal exclusiva para a cultura, o que para o IBGE revela o “lugar ainda marginal do setor”. Uma “boa notícia”, segundo os pesquisadores, foi o nível de escolaridade dos titulares dos órgãos: 84,3% têm nível superior e, destes, 34,6% têm pós-graduação.
Mais provedores de internet, mais lojas de discos e DVDs, mais videolocadoras, e menos livrarias. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou ontem o Suplemento de Cultura da Pesquisa de Informações Básicas Municipais (Munic), que traça um perfil cultural das cidades brasileiras.
Os municípios com provedores de internet aumentaram 178% no período de sete anos. Estavam presentes em 16,4% dos municípios em 1999, primeiro ano da pesquisa, e atingiram 45,6% em 2006. O número de cidades onde há lojas de discos e DVDs cresceu 73,8% em relação ao mesmo período, chegando a 59,8% dos municípios.
Aqueles com videolocadoras aumentaram 28,3% – a presença foi ampliada para 82% das cidades. Também cresceram os municípios com museus (41,3%), teatros ou salas de espetáculos (54,7%) e bibliotecas públicas (16,8%). Mas houve queda de 15,5% do número de cidades com livrarias no mesmo período.
Isso não significa, para o IBGE, que esteja ocorrendo necessariamente redução da venda de livros, porque “o comércio se diversificou para bancas, supermercados e para a internet”.
Mas o ministro da Cultura, Gilberto Gil, afirmou que os resultados impressionam e têm um gosto amargo. “O índice de leitura no Brasil é baixo, assim como a edição de livros. Acreditamos que o hábito da leitura está migrando parcial e positivamente para a internet e outros meios eletrônicos”, disse.
As rádios comunitárias foram pesquisadas pela primeira vez no ano passado. Elas podem ser ouvidas em quase metade (48,6%) dos 5.564 municípios do País, superando as estações comerciais locais FM (em 34,3% das cidades) e AM (21,2%). A TV aberta ainda tem a maior cobertura, presente em 95,2% dos municípios, embora tenha ocorrido uma pequena redução em relação a 1999 (-3,2%).
O IBGE identificou 57,6 mil pessoas ocupadas na área cultural nos municípios. O número representa 1,3% do total de pessoal ocupado na administração municipal.
No País, apenas 4,2% dos municípios têm secretaria municipal exclusiva para a cultura, o que para o IBGE revela o “lugar ainda marginal do setor”. Uma “boa notícia”, segundo os pesquisadores, foi o nível de escolaridade dos titulares dos órgãos: 84,3% têm nível superior e, destes, 34,6% têm pós-graduação.
Afinal de contas, quem é você?
Ciência Hoje:
Poderia o genoma trazer a resposta para um problema filosófico milenar?
Theodosius Dobzhansky (1900-1975), nascido na Ucrânia, foi um dos grandes evolucionistas do século 20 e um dos alicerces do neodarwinismo (“nova síntese”). Como é bem sabido, ele teve várias passagens pela USP na década de 1940, influenciando indelevelmente a evolução de toda a genética brasileira. Um livro dele de 1970 – Genética do processo evolucionário – que li, ainda estudante, condicionou fortemente minha formação intelectual.
Mais importante ainda foi seu excelente opúsculo de 1956, que tem o lindo título de The biological basis of human freedom (‘As bases biológicas da liberdade humana’). Foi ali que aprendi com Dobzhansky que o meu fenótipo (quem sou, incluindo meu corpo, meu intelecto, minhas emoções e minhas memórias) é a cada momento determinado pelo meu genótipo e pelas minhas experiências de vida.
O meu genótipo está fisicamente armazenado no meu genoma. Por outro lado, a minha história de vida (a sucessão de ambientes, lato sensu , por que passei durante minha existência) está registrada epigeneticamente no meu genoma e também no meu corpo e nos arranjos sinápticos do meu cérebro. Em analogia com o contínuo espaço-tempo de Einstein, arrisco a sugerir que o locus da identidade pessoal humana é o contínuo genótipo-ambiente.
Leia o artigo na íntegra: http://cienciahoje.uol.com.br/100092
Poderia o genoma trazer a resposta para um problema filosófico milenar?
Theodosius Dobzhansky (1900-1975), nascido na Ucrânia, foi um dos grandes evolucionistas do século 20 e um dos alicerces do neodarwinismo (“nova síntese”). Como é bem sabido, ele teve várias passagens pela USP na década de 1940, influenciando indelevelmente a evolução de toda a genética brasileira. Um livro dele de 1970 – Genética do processo evolucionário – que li, ainda estudante, condicionou fortemente minha formação intelectual.
Mais importante ainda foi seu excelente opúsculo de 1956, que tem o lindo título de The biological basis of human freedom (‘As bases biológicas da liberdade humana’). Foi ali que aprendi com Dobzhansky que o meu fenótipo (quem sou, incluindo meu corpo, meu intelecto, minhas emoções e minhas memórias) é a cada momento determinado pelo meu genótipo e pelas minhas experiências de vida.
O meu genótipo está fisicamente armazenado no meu genoma. Por outro lado, a minha história de vida (a sucessão de ambientes, lato sensu , por que passei durante minha existência) está registrada epigeneticamente no meu genoma e também no meu corpo e nos arranjos sinápticos do meu cérebro. Em analogia com o contínuo espaço-tempo de Einstein, arrisco a sugerir que o locus da identidade pessoal humana é o contínuo genótipo-ambiente.
Leia o artigo na íntegra: http://cienciahoje.uol.com.br/100092
É e não é
A apresentadora Hebe Camargo diz-se de luto porque o senador Renan Calheiros não foi cassado. Usa preto.
Mas usa branco de satisfação porque Paulo Salim Maluf continua solto, apesar dos inúmeros processos por corrupção. Usa branco.
Mas usa branco de satisfação porque Paulo Salim Maluf continua solto, apesar dos inúmeros processos por corrupção. Usa branco.
Crise do ensino médio
O Globo:
O ministro da Educação, Fernando Haddad, disse ontem que o ensino médio (antigo 2 grau) vive uma "crise aguda" e que as políticas adotadas pelo governo ainda não foram capazes de surtir efeito. Ele defendeu maiores investimentos nas escolas técnicas federais, sugerindo que elas poderiam funcionar como atalho para uma revolução no ensino brasileiro. Do contrário, segundo o ministro, o país terá de esperar até 15 anos para oferecer educação de qualidade aos jovens. Haddad falou na abertura do seminário Educação no Século 21: Modelos de Sucesso, na Câmara dos Deputados.
— O ensino médio vive uma crise aguda, uma crise grave. Talvez, das etapas da educação básica, seja a que inspira maiores cuidados, a julgar pelos dados do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica, o Saeb — afirmou o ministro.
O Saeb é uma prova de português e matemática aplicada a cada dois anos, em todo o país. A última mostrou que os alunos do 3 ano do ensino médio estavam tão defasados que tinham nível de conhecimento compatível com o da 8 série do ensino fundamental. O pior é que os resultados de 2005 foram os piores de todas as edições do exame, entre 1995 e 2005.
O ministro da Educação, Fernando Haddad, disse ontem que o ensino médio (antigo 2 grau) vive uma "crise aguda" e que as políticas adotadas pelo governo ainda não foram capazes de surtir efeito. Ele defendeu maiores investimentos nas escolas técnicas federais, sugerindo que elas poderiam funcionar como atalho para uma revolução no ensino brasileiro. Do contrário, segundo o ministro, o país terá de esperar até 15 anos para oferecer educação de qualidade aos jovens. Haddad falou na abertura do seminário Educação no Século 21: Modelos de Sucesso, na Câmara dos Deputados.
— O ensino médio vive uma crise aguda, uma crise grave. Talvez, das etapas da educação básica, seja a que inspira maiores cuidados, a julgar pelos dados do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica, o Saeb — afirmou o ministro.
O Saeb é uma prova de português e matemática aplicada a cada dois anos, em todo o país. A última mostrou que os alunos do 3 ano do ensino médio estavam tão defasados que tinham nível de conhecimento compatível com o da 8 série do ensino fundamental. O pior é que os resultados de 2005 foram os piores de todas as edições do exame, entre 1995 e 2005.
Investimos em cultura
Agência Brasil:
Orçamento federal para cultura é menor que o das prefeituras
As prefeituras investiram no ano passado uma média de R$ 273,5 mil em cultura, o que corresponde a 0,9% da receita arrecadada, segundo o Suplemento de Cultura da Pesquisa de Informações Básicas Municipais (Munic 2006), divulgado hoje (17) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Ao comentar os dados, o ministro da Cultura, Gilberto Gil, admitiu que o volume de recursos investido em cultura ainda é muito baixo para um país das dimensões do Brasil. “Ainda é pouco. Como é pouco o investimento orçamentário federal, como são pequenos ainda os investimentos estaduais das secretarias de estado”, disse.
Gil observou que os recursos para cultura estão chegando a 1% dos orçamentos municipais. Mas que o orçamento federal para a atividade cultural ainda não chegou a esse percentual. Hoje, os gastos com cultura representam 0,8% do orçamento do governo central, segundo Gil.
“Ainda estamos brigando pelo tal 1%, que é a recomendação da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura(Unesco). Nas secretarias de Cultura dos estados também não [chegou]”.
Orçamento federal para cultura é menor que o das prefeituras
As prefeituras investiram no ano passado uma média de R$ 273,5 mil em cultura, o que corresponde a 0,9% da receita arrecadada, segundo o Suplemento de Cultura da Pesquisa de Informações Básicas Municipais (Munic 2006), divulgado hoje (17) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Ao comentar os dados, o ministro da Cultura, Gilberto Gil, admitiu que o volume de recursos investido em cultura ainda é muito baixo para um país das dimensões do Brasil. “Ainda é pouco. Como é pouco o investimento orçamentário federal, como são pequenos ainda os investimentos estaduais das secretarias de estado”, disse.
Gil observou que os recursos para cultura estão chegando a 1% dos orçamentos municipais. Mas que o orçamento federal para a atividade cultural ainda não chegou a esse percentual. Hoje, os gastos com cultura representam 0,8% do orçamento do governo central, segundo Gil.
“Ainda estamos brigando pelo tal 1%, que é a recomendação da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura(Unesco). Nas secretarias de Cultura dos estados também não [chegou]”.
17 setembro 2007
História: 17 de setembro de 1971
Os corpos de Lamarca (acima) e Barreto, exibidos pela ditadura
Após dias de caçada humana no sertão baiano, a repressão encurrala e executa a sangue-frio em Ipupiara o capitão-guerrilheiro Carlos Lamarca. Abatido na mesma ocasião José Campos Barreto, também militante do MR-8. (Vermelho http://www.vermelho.org.br/).
DESTAQUE DESTA SEGUNDA-FEIRA
Sensatez não tem idade
Sempre se associa, com razão, maturidade a tempo de vida – e na política, a maturidade é a base de um comportamento sensato e equilibrado. Mas não é verdade que jovens não possam pensar com discernimento e equilíbrio.
O deputado estadual Sílvio Costa Filho (PMN) exerce o seu primeiro mandato na Assembléia após uma breve passagem pela Câmara Municipal, como vereador. Tem apenas vinte e cinco anos de idade. Mas revela um grau de competência para se movimentar no ambiente político próprio dos veteranos. É o que se pode constatar na entrevista concedida pelo deputado à Folha de Pernambuco, ontem.
Na entrevista, Sílvio Costa Filho expõe suas idéias sobre o processo sucessório no Recife, admitindo sua pré-candidatura a prefeito, sem subterfúgios, porém com a cautela de quem acredita que o conjunto das forças que hoje apóiam o governo João Paulo reúne condições de vencer o pleito. Desde que encontrem o melhor caminho tático para a unidade provavelmente em dois tempos, ou seja, no primeiro e num presumível segundo turno.
Sempre se associa, com razão, maturidade a tempo de vida – e na política, a maturidade é a base de um comportamento sensato e equilibrado. Mas não é verdade que jovens não possam pensar com discernimento e equilíbrio.
O deputado estadual Sílvio Costa Filho (PMN) exerce o seu primeiro mandato na Assembléia após uma breve passagem pela Câmara Municipal, como vereador. Tem apenas vinte e cinco anos de idade. Mas revela um grau de competência para se movimentar no ambiente político próprio dos veteranos. É o que se pode constatar na entrevista concedida pelo deputado à Folha de Pernambuco, ontem.
Na entrevista, Sílvio Costa Filho expõe suas idéias sobre o processo sucessório no Recife, admitindo sua pré-candidatura a prefeito, sem subterfúgios, porém com a cautela de quem acredita que o conjunto das forças que hoje apóiam o governo João Paulo reúne condições de vencer o pleito. Desde que encontrem o melhor caminho tático para a unidade provavelmente em dois tempos, ou seja, no primeiro e num presumível segundo turno.
16 setembro 2007
História: 16 de setembro de 1931
Redação do Clarim da Alvorada
Nasce em S. Paulo a Frente Negra Brasileira, "pela afirmação dos direitos históricos da gente negra". Expande-se no RJ, PE, BA, MG, RS, edita o jornal Clarim da Alvorada e promove manifestações anti-racistas. Fechada pelo golpe de 1937. (Vermelho http://www.vermelho.org.br/).
DESTAQUE DO DOMINGO
Uma faca na alma
Ferreira Gullar
Publicado na Folha de S. Paulo
Quando a lâmina embota, o poema torna-se só descritivo; afiada, ela atrofia o discurso
O NOSSO João Cabral de Melo Neto - cuja obra está sendo reeditada agora pela Objetiva - é tido e havido como um poeta racional, e era ele mesmo quem o dizia. Não obstante, num vídeo feito em sua homenagem, Chico Buarque e Adriana Calcanhoto afirmaram que vão às lágrimas quando o lêem, coisa que ele seguramente não gostaria de ouvir. Sim, porque tinha horror a derramamentos emocionais e garantia que a racionalidade era o alicerce da existência. Onde está a verdade? João Cabral era de fato o poeta cerebral que se alardeia?
Concordo com ele quando exalta a importância da razão, mas é verdade também que, como disse Sartre, a realidade ultrapassa a consciência ou, como disse Shakespeare, há mais coisas no mundo do que sonha a nossa vã filosofia. Trocando em miúdos, a razão é fundamental, mas não é tudo.
Por isso mesmo, na construção do universo imaginário em que vive, o homem não se limitou ao uso de sua racionalidade, pois, se inventou a lança para caçar o bisão, inventou também as práticas mágicas que viabilizavam a caça. Enfim, desse jogo dialético da lógica e da magia, surgiria inclusive a poesia, que sempre bebeu nessas duas fontes. Mas o poeta, muito tempo depois, passou a encarnar a figura do romântico e do inadaptado social. Com Baudelaire e Rimbaud, tornou-se maldito.
No Brasil, Álvares de Azevedo, Castro e Casimiro de Abreu morreram com menos de 24 anos. Pode ser que até hoje muita gente verta lágrimas lendo os seus versos, mas João Cabral certamente debocharia deles. É que, para o autor de "Uma Faca Só Lâmina", o poema não devia ser a pura e simples expressão dos sentimentos do poeta, por mais verdadeiros que fossem, e sim uma obra objetivamente construída.
Numa conferência que pronunciou na Biblioteca de São Paulo, em 1952, João Cabral falou daqueles dois tipos de poeta: o que escreve movido pela inspiração e o que encara o poema como trabalho de arte. Enquanto o primeiro deixa fluir a linguagem, certo de que quanto mais espontâneo, mais autêntico será, o poeta "difícil" desconfia desse fluir sem controle.
João Cabral, em sua concepção anti-romântica do trabalho poético, opta pela construção objetiva do poema, dando-lhe uma vida independente, uma validade que, para ser percebida, dispensa qualquer referência à pessoa que o fez e às circunstâncias em que foi feito.Tudo bem, essa é a teoria. E, na prática, como a coisa se deu? João Cabral começou escrevendo como surrealista, até que tomou conhecimento das idéias de Le Corbusier sobre a nova arquitetura, racional e funcionalista. E escreve: "O engenheiro sonha coisas claras / superfícies, tênis, um copo d'água".
Em contraposição aos mistérios da subjetividade, descobre a beleza do mundo real e diurno e, seguindo a teoria do arquiteto, concebe o poema como "uma máquina de comover", um artefato construído racionalmente para funcionar sobre a percepção do leitor. É dentro dessa concepção que se insere o poema "Antiode", cuja construção inovadora e lúcida ("contra a poesia dita profunda") não tem precedentes na poesia brasileira. Mas é metapoesia, poesia sobre poesia. Já o poema seguinte, "O Cão sem Plumas", é uma abertura para a vida real e seus problemas e também a descoberta do tema social, que o levará a escrever "Morte e Vida Severina", tema que perpassará, a partir daí, quase toda a sua obra. Nele, a problemática poética se confunde com a apreensão da experiência vivida, está presente em cada poema, em cada metáfora, em cada verso, quer fale de um cemitério nordestino ou de uma "bailadora sevilhana".
No fundo, tudo se resume ao modo como fazer o poema, impedindo a linguagem de fluir espontânea e fácil. Em "O Ferrageiro de Carmona", dá a receita: "O ferro não deve fundir-se / nem deve a voz ter diarréia". Em vez da fôrma, a que o ferro derretido se amolda, prescreve a forma criada pela mão que o doma, que trabalha o ferro em brasa. Mas, como a língua não é metal, para forjá-la, deve o poeta educar-se interiormente, ganhar a dureza da pedra e o fio da faca. Uma faca interna ao corpo, que seja só lâmina, cortante e ávida, para que nada lhe escape. Quando a lâmina embota, o poema cabralino torna-se só descritivo; quando afiada, ela atrofia o discurso, para que, ao leitor mesmo, ele se torne incômodo e difícil, mais tato do que fala.
Racional em João Cabral é, portanto, a sua postura como realizador do poema, mas não o poema. Que racionalidade há em imaginar ter no corpo (ou na alma) uma faca só lâmina? Isso é coisa de poeta mesmo.
Ferreira Gullar
Publicado na Folha de S. Paulo
Quando a lâmina embota, o poema torna-se só descritivo; afiada, ela atrofia o discurso
O NOSSO João Cabral de Melo Neto - cuja obra está sendo reeditada agora pela Objetiva - é tido e havido como um poeta racional, e era ele mesmo quem o dizia. Não obstante, num vídeo feito em sua homenagem, Chico Buarque e Adriana Calcanhoto afirmaram que vão às lágrimas quando o lêem, coisa que ele seguramente não gostaria de ouvir. Sim, porque tinha horror a derramamentos emocionais e garantia que a racionalidade era o alicerce da existência. Onde está a verdade? João Cabral era de fato o poeta cerebral que se alardeia?
Concordo com ele quando exalta a importância da razão, mas é verdade também que, como disse Sartre, a realidade ultrapassa a consciência ou, como disse Shakespeare, há mais coisas no mundo do que sonha a nossa vã filosofia. Trocando em miúdos, a razão é fundamental, mas não é tudo.
Por isso mesmo, na construção do universo imaginário em que vive, o homem não se limitou ao uso de sua racionalidade, pois, se inventou a lança para caçar o bisão, inventou também as práticas mágicas que viabilizavam a caça. Enfim, desse jogo dialético da lógica e da magia, surgiria inclusive a poesia, que sempre bebeu nessas duas fontes. Mas o poeta, muito tempo depois, passou a encarnar a figura do romântico e do inadaptado social. Com Baudelaire e Rimbaud, tornou-se maldito.
No Brasil, Álvares de Azevedo, Castro e Casimiro de Abreu morreram com menos de 24 anos. Pode ser que até hoje muita gente verta lágrimas lendo os seus versos, mas João Cabral certamente debocharia deles. É que, para o autor de "Uma Faca Só Lâmina", o poema não devia ser a pura e simples expressão dos sentimentos do poeta, por mais verdadeiros que fossem, e sim uma obra objetivamente construída.
Numa conferência que pronunciou na Biblioteca de São Paulo, em 1952, João Cabral falou daqueles dois tipos de poeta: o que escreve movido pela inspiração e o que encara o poema como trabalho de arte. Enquanto o primeiro deixa fluir a linguagem, certo de que quanto mais espontâneo, mais autêntico será, o poeta "difícil" desconfia desse fluir sem controle.
João Cabral, em sua concepção anti-romântica do trabalho poético, opta pela construção objetiva do poema, dando-lhe uma vida independente, uma validade que, para ser percebida, dispensa qualquer referência à pessoa que o fez e às circunstâncias em que foi feito.Tudo bem, essa é a teoria. E, na prática, como a coisa se deu? João Cabral começou escrevendo como surrealista, até que tomou conhecimento das idéias de Le Corbusier sobre a nova arquitetura, racional e funcionalista. E escreve: "O engenheiro sonha coisas claras / superfícies, tênis, um copo d'água".
Em contraposição aos mistérios da subjetividade, descobre a beleza do mundo real e diurno e, seguindo a teoria do arquiteto, concebe o poema como "uma máquina de comover", um artefato construído racionalmente para funcionar sobre a percepção do leitor. É dentro dessa concepção que se insere o poema "Antiode", cuja construção inovadora e lúcida ("contra a poesia dita profunda") não tem precedentes na poesia brasileira. Mas é metapoesia, poesia sobre poesia. Já o poema seguinte, "O Cão sem Plumas", é uma abertura para a vida real e seus problemas e também a descoberta do tema social, que o levará a escrever "Morte e Vida Severina", tema que perpassará, a partir daí, quase toda a sua obra. Nele, a problemática poética se confunde com a apreensão da experiência vivida, está presente em cada poema, em cada metáfora, em cada verso, quer fale de um cemitério nordestino ou de uma "bailadora sevilhana".
No fundo, tudo se resume ao modo como fazer o poema, impedindo a linguagem de fluir espontânea e fácil. Em "O Ferrageiro de Carmona", dá a receita: "O ferro não deve fundir-se / nem deve a voz ter diarréia". Em vez da fôrma, a que o ferro derretido se amolda, prescreve a forma criada pela mão que o doma, que trabalha o ferro em brasa. Mas, como a língua não é metal, para forjá-la, deve o poeta educar-se interiormente, ganhar a dureza da pedra e o fio da faca. Uma faca interna ao corpo, que seja só lâmina, cortante e ávida, para que nada lhe escape. Quando a lâmina embota, o poema cabralino torna-se só descritivo; quando afiada, ela atrofia o discurso, para que, ao leitor mesmo, ele se torne incômodo e difícil, mais tato do que fala.
Racional em João Cabral é, portanto, a sua postura como realizador do poema, mas não o poema. Que racionalidade há em imaginar ter no corpo (ou na alma) uma faca só lâmina? Isso é coisa de poeta mesmo.
Enfoque distorcido
No Conversa Afiada, por Paulo Henrique Amorim:
OS 50% que a Folha prefere
Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil.
. A Folha diz hoje (clique aqui - só para assinantes Folha) que o rendimento médio dos brasileiros, segundo a PNAD (clique aqui para ler que a PNAD é show !) cresce, MAS nem tanto quanto em 1996.
. O emprego da adversativa MAS em títulos, como observa a professora Marilena Chauí, é um dos traços característicos da mídia brasileira, quando é obrigada a dar noticias "boas" sobre Governo Lula: bom, MAS ...
. É como diz o presidente eleito, José Serra, sobre a economia do Governo Lula: está ótimo, mas poderia ser melhor.
. A Folha se esqueceu de ressaltar que, ao se aproximar dos níveis de 1996, os do "tronopólio" - com diz o Simão - de FHC, o rendimento médio, em 2006, cresceu mais nos 50% mais pobres da população.
. Agora, em 2006, aumentou também a renda dos 50% mais pobres, no conjunto da renda.
. Entre os 50% mais pobres, a renda média mensal passou de R$ 267 em 96 para R$ 293, em 2006.
. (Será por isso que o PSDB e a mídia conservadora (e golpista !) ficou sem ter o que dizer - fora, é claro, a (seletiva) fúria moralista ...?)
Clique aqui para ler "Não Coma Gato por Lebre".
OS 50% que a Folha prefere
Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil.
. A Folha diz hoje (clique aqui - só para assinantes Folha) que o rendimento médio dos brasileiros, segundo a PNAD (clique aqui para ler que a PNAD é show !) cresce, MAS nem tanto quanto em 1996.
. O emprego da adversativa MAS em títulos, como observa a professora Marilena Chauí, é um dos traços característicos da mídia brasileira, quando é obrigada a dar noticias "boas" sobre Governo Lula: bom, MAS ...
. É como diz o presidente eleito, José Serra, sobre a economia do Governo Lula: está ótimo, mas poderia ser melhor.
. A Folha se esqueceu de ressaltar que, ao se aproximar dos níveis de 1996, os do "tronopólio" - com diz o Simão - de FHC, o rendimento médio, em 2006, cresceu mais nos 50% mais pobres da população.
. Agora, em 2006, aumentou também a renda dos 50% mais pobres, no conjunto da renda.
. Entre os 50% mais pobres, a renda média mensal passou de R$ 267 em 96 para R$ 293, em 2006.
. (Será por isso que o PSDB e a mídia conservadora (e golpista !) ficou sem ter o que dizer - fora, é claro, a (seletiva) fúria moralista ...?)
Clique aqui para ler "Não Coma Gato por Lebre".
Pauta invertida
No Blog do Emir, por Emir Sader:
Renan ou Brasil
Setores da esquerda – do PT, PSB, PSOL – se deixaram levar pela pauta da direita, que conseguiu fazer com que o país desaparecesse durante mais de quatro meses, como se o problema fundamental do Brasil fosse Renan no Senado ou não.
1. O Brasil não é melhor nem pior com Renan ou sem Renan no Senado.
2. A oposição e seu partido – a mídia oligopólica – tinham toda a informação sobre Renan – a Monica Veloso foi da TV Globo vários anos -, como tinham sobre Severino Cavalcanti e outros. Quando lhes interessa, transformam em pauta nacional.
3. Setores da esquerda – do PT, PSB, PSOL – se deixaram levar pela pauta da direita, que conseguiu fazer com que o país desaparecesse durante mais de quatro meses, como se o problema fundamental do Brasil fosse Renan no Senado ou não.
4. Atacaram a Renan não por razões morais – quantos outros parlamentares, da própria oposição, cometeram tantas ou mais irregularidas do que o Renan? -, mas políticas, por considerar que enfraquecem a base política do governo, afetando sua aliança com o PMDB.
5. A mídia oligárquica foi derrotada. Tinha promovido a pauta nacional o tema Renan, conseguiram, apoiados em sua máquina monopolista e seus jornalistas e colunistas subservientes – todos funcionários remunerados de redações sem nenhuma democracia interna -, fazer desse o tema essencial do país. Condenaram a Renan, supostamente em nome da “opinião pública” e foram derrotados.
6. Atacam o Congresso, como atacam o governo e todas as instâncias democráticas eleitas – como os sindicatos, os movimentos sociais -, para debilitar ainda mais o Estado, os governos, os parlamentos e a política, para impor mais ainda os interesses de que são porta-vozes: os do mercado e das grandes empresas que dominam o mercado.
7. Preferem sempre entidades não eleitas, não-democráticas, como o Banco Central, a própria mídia, a Igreja, as FFAA, as grandes empresas privadas.
8. O governo, mais uma vez, sangra pelas políticas de aliança partidária que realiza. Se enfraquece não por suas políticas, mas pelos aliados.
9. Nem sequer a esquerda luta por um tema muito mais importante da reforma do sistema político: o financiamento público das campanhas, que coíbe em parte o papel do dinheiro nos processos eleitorais.
10. Quem elegeu o Parlamento atual? O povo. Quem influenciou e influencia a opinião popular? A mídia oligárquica. Renan e todos os outros não cairam do céu.
11. Enquanto isso os índices sociais demonstram que o país está melhor – ou menos ruim – com as políticas sociais atuais, mesmo com a manutenção do modelo econômico, com adaptações. A luta da esquerda tem que ser por um modelo que priorize as políticas sociais, na luta por uma democracia com alma social. Para isso, tem que lutar para que se rompa a monopólio da mídia mercantil, que busca impor ao país suas pautas e condenar ou absolver conforme seus interesses, em nome de uma suposta “opinião pública”, que reiteradamente tem lhe negado esse direito. Colocar em pauta o Brasil real e suas lutas fundamentais – por um modelo econômico centrado em índices sociais.
Renan ou Brasil
Setores da esquerda – do PT, PSB, PSOL – se deixaram levar pela pauta da direita, que conseguiu fazer com que o país desaparecesse durante mais de quatro meses, como se o problema fundamental do Brasil fosse Renan no Senado ou não.
1. O Brasil não é melhor nem pior com Renan ou sem Renan no Senado.
2. A oposição e seu partido – a mídia oligopólica – tinham toda a informação sobre Renan – a Monica Veloso foi da TV Globo vários anos -, como tinham sobre Severino Cavalcanti e outros. Quando lhes interessa, transformam em pauta nacional.
3. Setores da esquerda – do PT, PSB, PSOL – se deixaram levar pela pauta da direita, que conseguiu fazer com que o país desaparecesse durante mais de quatro meses, como se o problema fundamental do Brasil fosse Renan no Senado ou não.
4. Atacaram a Renan não por razões morais – quantos outros parlamentares, da própria oposição, cometeram tantas ou mais irregularidas do que o Renan? -, mas políticas, por considerar que enfraquecem a base política do governo, afetando sua aliança com o PMDB.
5. A mídia oligárquica foi derrotada. Tinha promovido a pauta nacional o tema Renan, conseguiram, apoiados em sua máquina monopolista e seus jornalistas e colunistas subservientes – todos funcionários remunerados de redações sem nenhuma democracia interna -, fazer desse o tema essencial do país. Condenaram a Renan, supostamente em nome da “opinião pública” e foram derrotados.
6. Atacam o Congresso, como atacam o governo e todas as instâncias democráticas eleitas – como os sindicatos, os movimentos sociais -, para debilitar ainda mais o Estado, os governos, os parlamentos e a política, para impor mais ainda os interesses de que são porta-vozes: os do mercado e das grandes empresas que dominam o mercado.
7. Preferem sempre entidades não eleitas, não-democráticas, como o Banco Central, a própria mídia, a Igreja, as FFAA, as grandes empresas privadas.
8. O governo, mais uma vez, sangra pelas políticas de aliança partidária que realiza. Se enfraquece não por suas políticas, mas pelos aliados.
9. Nem sequer a esquerda luta por um tema muito mais importante da reforma do sistema político: o financiamento público das campanhas, que coíbe em parte o papel do dinheiro nos processos eleitorais.
10. Quem elegeu o Parlamento atual? O povo. Quem influenciou e influencia a opinião popular? A mídia oligárquica. Renan e todos os outros não cairam do céu.
11. Enquanto isso os índices sociais demonstram que o país está melhor – ou menos ruim – com as políticas sociais atuais, mesmo com a manutenção do modelo econômico, com adaptações. A luta da esquerda tem que ser por um modelo que priorize as políticas sociais, na luta por uma democracia com alma social. Para isso, tem que lutar para que se rompa a monopólio da mídia mercantil, que busca impor ao país suas pautas e condenar ou absolver conforme seus interesses, em nome de uma suposta “opinião pública”, que reiteradamente tem lhe negado esse direito. Colocar em pauta o Brasil real e suas lutas fundamentais – por um modelo econômico centrado em índices sociais.
15 setembro 2007
História: 15 de setembro de 1979
O ex-governador Miguel Arraes torna ao Recife após 14 anos de exílio. Tem a maior recepção de todos os exilados: 20 mil pessoas. Governará Pernambuco por mais 2 vezes, em 1983-86 e 1995-98. (Vermelho http://www.vermelho.org.br/).
Negritude
Folha de S. Paulo:
A população negra começa a ganhar mais visibilidade nas estatísticas oficiais em um período em que se ampliaram as políticas públicas de ação afirmativa, destinadas, em tese, a promover maior eqüidade racial. Dados da Pnad mostram que o número de pessoas que se declaram de cor preta cresceu em 1,34 milhão de 2005 para 2006. Na prática, a população de cor preta passou de 11,5 milhões de pessoas para 12,9 milhões.
Crescem o emprego e a renda
Jornal do Brasil:
O IBGE divulgou ontem a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), revelando que a queda na taxa de desocupados no ano passado levou o país à menor taxa de desemprego em 10 anos, 8,4%. Em 1997, o índice havia ficado em 7,8%. A pesquisa mostra também que o rendimento médio mensal dos trabalhadores cresceu 7,2% entre 2005 e 2006. E aumentou em 13,2% no ano passado, o número de estudantes no ensino superior.
O IBGE divulgou ontem a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), revelando que a queda na taxa de desocupados no ano passado levou o país à menor taxa de desemprego em 10 anos, 8,4%. Em 1997, o índice havia ficado em 7,8%. A pesquisa mostra também que o rendimento médio mensal dos trabalhadores cresceu 7,2% entre 2005 e 2006. E aumentou em 13,2% no ano passado, o número de estudantes no ensino superior.
Bom dia, Cida Pedrosa
Contra o golpismo
No Vermelho, por Eduardo Bomfim:
A Hidra de Lerna
Há alguns anos, instituiu-se nos meios de comunicação a figura da mulher ou do homem do tempo. Informações importantes para os diversos segmentos produtivos do país, de uma região ou mesmo para o cidadão comum....
Com o avanço tecnológico, os satélites que cruzam a estratosfera do planeta, a divulgação sobre a tendência do comportamento do clima em uma semana ou mais, passou a ser fundamental à agricultura.
É igualmente útil para outros setores na indústria, comércio, turismo, defesa civil ou para o simples mortal que consegue saber antecipadamente se sairá de casa munido ou não de guarda-chuva e capa para enfrentar o cotidiano do trabalho.
No caso do cenário político brasileiro, torna-se dispensável tamanho aparato científico de última geração. Porque a instabilidade é permanente. A vulgarização da atividade política através de persistentes crises é sintoma de algo sério na República.
As conseqüências imediatas refletem na gestão da coisa pública, nas atividades administrativas, nas relações normais entre o governo, em suas tarefas indeclináveis de por em prática um programa aprovado pelas urnas, e o da vigilância, pela oposição, dos interesses da população.
Mas o desvirtuamento do processo político, alterou substancialmente aquilo que seria a condução característica da normalidade democrática em nosso país e o nível da própria atividade legislativa no Congresso Nacional, hoje rebaixado, repleto de escândalos, escaramuças e rasteiras de todos os tipos.
Assiste-se a um ciclo proposital, crônico, de desestabilização das instituições representativas da federação. Não se trata de aperfeiçoamento, depuração, correção de rumos, mas a sua debilitação extrema.
Criando obstáculos à normalidade da coisa pública, das tarefas legislativas, do judiciário, além dos Estados regionais.
Os segmentos conservadores subverteram conceitos antagônicos, trocaram a crítica pela crise, açodados pela mídia nacional retrógrada. Só admitem algum governo quando ligado aos interesses do grande capital. Outro governo, nem por engano.
A grande mídia nacional, como uma Hidra de Lerna, intenta submeter os poderes da República. Ela acusa, julga e condena. Às instâncias republicanas caberia unicamente referendar o veredicto já proferido.
É fundamental combater situações conspirativas contra o regime democrático.
A Hidra de Lerna
Há alguns anos, instituiu-se nos meios de comunicação a figura da mulher ou do homem do tempo. Informações importantes para os diversos segmentos produtivos do país, de uma região ou mesmo para o cidadão comum....
Com o avanço tecnológico, os satélites que cruzam a estratosfera do planeta, a divulgação sobre a tendência do comportamento do clima em uma semana ou mais, passou a ser fundamental à agricultura.
É igualmente útil para outros setores na indústria, comércio, turismo, defesa civil ou para o simples mortal que consegue saber antecipadamente se sairá de casa munido ou não de guarda-chuva e capa para enfrentar o cotidiano do trabalho.
No caso do cenário político brasileiro, torna-se dispensável tamanho aparato científico de última geração. Porque a instabilidade é permanente. A vulgarização da atividade política através de persistentes crises é sintoma de algo sério na República.
As conseqüências imediatas refletem na gestão da coisa pública, nas atividades administrativas, nas relações normais entre o governo, em suas tarefas indeclináveis de por em prática um programa aprovado pelas urnas, e o da vigilância, pela oposição, dos interesses da população.
Mas o desvirtuamento do processo político, alterou substancialmente aquilo que seria a condução característica da normalidade democrática em nosso país e o nível da própria atividade legislativa no Congresso Nacional, hoje rebaixado, repleto de escândalos, escaramuças e rasteiras de todos os tipos.
Assiste-se a um ciclo proposital, crônico, de desestabilização das instituições representativas da federação. Não se trata de aperfeiçoamento, depuração, correção de rumos, mas a sua debilitação extrema.
Criando obstáculos à normalidade da coisa pública, das tarefas legislativas, do judiciário, além dos Estados regionais.
Os segmentos conservadores subverteram conceitos antagônicos, trocaram a crítica pela crise, açodados pela mídia nacional retrógrada. Só admitem algum governo quando ligado aos interesses do grande capital. Outro governo, nem por engano.
A grande mídia nacional, como uma Hidra de Lerna, intenta submeter os poderes da República. Ela acusa, julga e condena. Às instâncias republicanas caberia unicamente referendar o veredicto já proferido.
É fundamental combater situações conspirativas contra o regime democrático.
14 setembro 2007
DESTAQUE DESTA SEXTA-FEIRA
Segurança cidadã
Realiza-se desde ontem, com fim previsto para manhã de hoje, no Recife, a I Oficina Regional de Formação de Gestores de Políticas Locais de Prevenção da Violência, promovida por um conjunto de instituições envolvidas com a matéria, com o apoio da Prefeitura do Recife e a presença da Senasp (Secretaria Nacional de Segurança Pública).
Oportunidade para troca de experiências e de idéias, num plenário proviodencialmente plural, formado por técnicos e gestores das diversas prefeituras da Área Metropolitana, do governo estadual e de instituições acadêmicas.
Providencialmente plural porque o tema comporta transversalidade entre as diversas políticas públicas, conforme os paradigmas atuais que servem de referência às práticas inovadoras na matéria.
De fato, na esteira da redemocratização dos países do subcontinente sul-americano, já não se trata da segurança do Estado, inspirada na teoria da segurança nacional que informou os regimes militares que imperaram até recentemente nessa parte do mundo. Trata-se, agora, da segurança do cidadão, visando a promover ambientes seguraos para que ela ocorra, mediante uma combinação harmônica entre prevenção da violência criminal com repressão, permeada pela defesa dos direitos fundamentais do cidadão.
Realiza-se desde ontem, com fim previsto para manhã de hoje, no Recife, a I Oficina Regional de Formação de Gestores de Políticas Locais de Prevenção da Violência, promovida por um conjunto de instituições envolvidas com a matéria, com o apoio da Prefeitura do Recife e a presença da Senasp (Secretaria Nacional de Segurança Pública).
Oportunidade para troca de experiências e de idéias, num plenário proviodencialmente plural, formado por técnicos e gestores das diversas prefeituras da Área Metropolitana, do governo estadual e de instituições acadêmicas.
Providencialmente plural porque o tema comporta transversalidade entre as diversas políticas públicas, conforme os paradigmas atuais que servem de referência às práticas inovadoras na matéria.
De fato, na esteira da redemocratização dos países do subcontinente sul-americano, já não se trata da segurança do Estado, inspirada na teoria da segurança nacional que informou os regimes militares que imperaram até recentemente nessa parte do mundo. Trata-se, agora, da segurança do cidadão, visando a promover ambientes seguraos para que ela ocorra, mediante uma combinação harmônica entre prevenção da violência criminal com repressão, permeada pela defesa dos direitos fundamentais do cidadão.
Mídia no caso Renan
No Vermelho, Por André Cintra
As sete mentiras da mídia na cobertura do Caso Renan
. Até a votação que o absolveu, na quarta-feira (12), de processo por quebra de decoro parlamentar, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), passou 110 dias sob ataques da grande mídia, em especial a imprensa paulista. Iniciada pela revista Veja e engrossada a seguir com a adesão da oposição ao governo Lula, a campanha anti-Renan chegou ao ridículo na capa da Folha de S.Paulo no dia D, que praticamente deu como certa a cassação de seu mandato.
. Mesmo com a absolvição, a artilharia continuou em ação no último dos 110 dias que não abalaram o mundo. As manchetes desta quinta-feira largaram mão da objetividade e mostraram de que lado estão os maiores jornais do país. ''Renan escapa da cassação com ameaças e a ajuda do Planalto'', estampa O Estado de S. Paulo. ''Vergonha nacional'', divulga o Correio Braziliense. ''Renan escapa - O Senado se curva'', resume Jornal do Commercio. ''Senado contra o povo'', protesta o Jornal do Brasil.
. Para além das chamadas de capa, a mídia elaborou mais e mais invenções a fim de justificar sua nova aposta fracassada. Ao fim da primeira batalha, é possível detectar, no Caso Renan, pelo menos sete mentiras propagadas sem pudor.
. Para além das chamadas de capa, a mídia elaborou mais e mais invenções a fim de justificar sua nova aposta fracassada. Ao fim da primeira batalha, é possível detectar, no Caso Renan, pelo menos sete mentiras propagadas sem pudor.
Veja a sete mentiras clicando aqui http://www.vermelho.org.br/base.asp?texto=24907
Energia nuclear
Valor Econômico:
. A estatal Indústrias Nucleares do Brasil (INB) vai quadruplicar sua produção de urânio até 2012, preparando-se para a possibilidade de atender a demanda futura de nove novas usinas nucleares até 2030. Para isso, a estatal não vai abrir mão da exclusividade na extração e produção do urânio, como gostariam mineradoras privadas. Mas, mesmo sem perspectivas de flexibilização do monopólio no curto prazo, o novo presidente da INB, Alfredo Tranjan Filho, decidiu inovar e já trabalha na busca de parceiros privados para explorar minas onde exista urânio associado a outros minerais, como a de Santa Quitéria (CE), na qual é maior a quantidade de fosfato.
. No início da semana, a INB expediu sete cartas-convite para grupos produtores de fosfato, potenciais interessados em um acordo. Esse novo modelo de negócio tem a vantagem de não violar o monopólio estatal e, ao mesmo tempo, viabilizar parcerias da INB com grupos privados.
. A estatal Indústrias Nucleares do Brasil (INB) vai quadruplicar sua produção de urânio até 2012, preparando-se para a possibilidade de atender a demanda futura de nove novas usinas nucleares até 2030. Para isso, a estatal não vai abrir mão da exclusividade na extração e produção do urânio, como gostariam mineradoras privadas. Mas, mesmo sem perspectivas de flexibilização do monopólio no curto prazo, o novo presidente da INB, Alfredo Tranjan Filho, decidiu inovar e já trabalha na busca de parceiros privados para explorar minas onde exista urânio associado a outros minerais, como a de Santa Quitéria (CE), na qual é maior a quantidade de fosfato.
. No início da semana, a INB expediu sete cartas-convite para grupos produtores de fosfato, potenciais interessados em um acordo. Esse novo modelo de negócio tem a vantagem de não violar o monopólio estatal e, ao mesmo tempo, viabilizar parcerias da INB com grupos privados.
História: 14 de setembro de 1984
Primeiro comício da candidatura presidencial de Tancredo, em Goiânia. No estilo das Diretas, com 300 mil pessoas, é a maior manifestação da história da cidade. (Vermelho http://www.vermelho.org.br/).
13 setembro 2007
Prevenção da violência em debate
Boletim Diário da PCR:
Vice-prefeito do Recife abre Oficina sobre Prevenção da Violência
. Sensibilizar e incentivar os municípios a desenvolverem programas e políticas públicas na área da segurança e trocar experiências sobre o tema. Esses são alguns dos objetivos da I Oficina Regional de Formação de Gestores de Políticas Locais de Prevenção da Violência, aberta na manhã desta quinta-feira (13), no Recife Praia Hotel, no bairro do Pina (zona Sul do Recife). O evento foi oficialmente aberto pelo vice-prefeito do Recife, Luciano Siqueira, que destacou a importância de se realizar encontros com o sentido de discutir idéias e refletir a atuação dos municípios no dia-a-dia. ”A Oficina é necessária para a troca de sugestões na questão do enfretamento da violência e debater a segurança pública”. O encontro foi organizado por grupos e entidades de segurança e cidadania, e teve o apoio da Prefeitura do Recife.
Vice-prefeito do Recife abre Oficina sobre Prevenção da Violência
. Sensibilizar e incentivar os municípios a desenvolverem programas e políticas públicas na área da segurança e trocar experiências sobre o tema. Esses são alguns dos objetivos da I Oficina Regional de Formação de Gestores de Políticas Locais de Prevenção da Violência, aberta na manhã desta quinta-feira (13), no Recife Praia Hotel, no bairro do Pina (zona Sul do Recife). O evento foi oficialmente aberto pelo vice-prefeito do Recife, Luciano Siqueira, que destacou a importância de se realizar encontros com o sentido de discutir idéias e refletir a atuação dos municípios no dia-a-dia. ”A Oficina é necessária para a troca de sugestões na questão do enfretamento da violência e debater a segurança pública”. O encontro foi organizado por grupos e entidades de segurança e cidadania, e teve o apoio da Prefeitura do Recife.
. Para o vice-prefeito, atualmente, a segurança do cidadão não deve ser apenas de responsabilidade das polícias. “Todos os gestores devem se inserir. Não é possível tratar segurança sem tratar de educação, planejamento urbanístico e outros”, afirmou. Segundo a diretora executiva do Instituto Latino-Americano das Nações Unidas para Prevenção do Delito e Tratamento do Delinqüente (ILANUD), Paula Miraglia, organizadora da oficina, as palestras foram pensadas para uma mudança de paradigma da segurança pública. “Os municípios devem se envolver, são uma ponta de atuação importante na questão da violência”, frisou.Karla Menezes, secretária de Direitos Humanos e Segurança Cidadã do Recife, destacou a receptividade dos gestores das cidades da RMR, e reafirmou a importância de conhecer e trocar experiências na intenção de haver maior integração. “Fazer uma reflexão sobre programas de políticas públicas é necessária no contexto atual”. Já Djalma Paes, secretário de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico do Recife, lembrou os índices de violência das grandes cidades e disse que “a FNP senti-se honrada em participar da abordagem do tema de políticas públicas para a segurança, a fim de transformá-las em realidade”. A oficina foi composta em três módulos, com a duração de aproximadamente 12 horas, divididas entre esta quinta (13) e sexta-feira (14)
. Também participaram da abertura do evento, o secretário estadual de Ressocialização, coronel Humberto Viana; e a representante da Secretaria Nacional de Segurança Pública, Cristina Vila Nova. Na platéia, diversas outras autoridades e gestores de municípios da Região Metropolitana do Recife.
Foto: Fernando Silva
Nossa coluna de toda quinta-feira no portal Vermelho
Tudo, menos o mérito
Ontem, por quarenta votos contra trinta e cinco (e seis abstenções), o plenário do Senado decidiu pela absolvição do presidente Renan Calheiros, contrariando todas as previsões veiculadas pela grande mídia que já o havia julgado e condenado por antecipação.
Desde o primeiro momento, depois de proclamado o resultado, repórteres e articulistas caíram em campo para darem a mais ampla repercussão ao fato, mesclando, em sua tendenciosa cantilena, lamentação e hipocrisia. Leitores, ouvintes e telespectadores continuarão como estiveram durante os últimos noventa e seis dias, desde que a revista Veja publicou as primeiras acusações contra o senador: sem acesso ao verdadeiro mérito da questão.
Na verdade, há duas questões de mérito.
A primeira, só os senhores senadores provavelmente conhecem: os argumentos da acusação e da defesa, que apreciaram em sessão secreta. Isto porque nós, a parcela da população informada através da mídia, só tivemos acesso às denúncias. E qualquer criança sabe que por mais complexo e aparentemente comprometedor que seja o caso, só se pode formar uma opinião consistente com o conhecimento do conjunto contraditório dos fatos e dos argumentos.
A outra questão de mérito, sob determinado sentido a mais importante, esta esteve clara o tempo todo: a intenção do partido único midiático e da oposição de, afastando Renan Calheiros, conquistarem o cargo de presidente do Senado, que equivale ao comando do Congresso Nacional. E, a partir daí, tentarem inviabilizar politicamente o governo do presidente Lula.
Agora o Senado tem o dever de divulgar o teor do debate realizado ontem, de modo a contribuir para que se crie um clima favorável ao exame sereno, isento e ao mesmo tempo rigoroso do assunto. Mas isso dificilmente acontecerá, pois a pressão midiática tucano-pefelista deve prosseguir.
Crescimento do PIB? Polêmica em torno da CPMF? Implementação do PAC? Mudanças na macroeconomia? Se você pretende priorizar esses temas, tire o cavalo da chuva. Se depender da grande mídia, a pauta agora será a responsabilização do governo pela absolvição do presidente do Senado – tratada como fracasso de uma suposta peleja pela moralidade pública.
À base governista não caberá jamais obstaculizar qualquer apuração de irregularidades de que venha a ser acusado este ou aquele parlamentar ou governante; mas cabe, sim, principalmente, exercer sua força no sentido de trazer à luz a agenda do desenvolvimento – esta sim, do verdadeiro interesse da nação e do povo.
Ontem, por quarenta votos contra trinta e cinco (e seis abstenções), o plenário do Senado decidiu pela absolvição do presidente Renan Calheiros, contrariando todas as previsões veiculadas pela grande mídia que já o havia julgado e condenado por antecipação.
Desde o primeiro momento, depois de proclamado o resultado, repórteres e articulistas caíram em campo para darem a mais ampla repercussão ao fato, mesclando, em sua tendenciosa cantilena, lamentação e hipocrisia. Leitores, ouvintes e telespectadores continuarão como estiveram durante os últimos noventa e seis dias, desde que a revista Veja publicou as primeiras acusações contra o senador: sem acesso ao verdadeiro mérito da questão.
Na verdade, há duas questões de mérito.
A primeira, só os senhores senadores provavelmente conhecem: os argumentos da acusação e da defesa, que apreciaram em sessão secreta. Isto porque nós, a parcela da população informada através da mídia, só tivemos acesso às denúncias. E qualquer criança sabe que por mais complexo e aparentemente comprometedor que seja o caso, só se pode formar uma opinião consistente com o conhecimento do conjunto contraditório dos fatos e dos argumentos.
A outra questão de mérito, sob determinado sentido a mais importante, esta esteve clara o tempo todo: a intenção do partido único midiático e da oposição de, afastando Renan Calheiros, conquistarem o cargo de presidente do Senado, que equivale ao comando do Congresso Nacional. E, a partir daí, tentarem inviabilizar politicamente o governo do presidente Lula.
Agora o Senado tem o dever de divulgar o teor do debate realizado ontem, de modo a contribuir para que se crie um clima favorável ao exame sereno, isento e ao mesmo tempo rigoroso do assunto. Mas isso dificilmente acontecerá, pois a pressão midiática tucano-pefelista deve prosseguir.
Crescimento do PIB? Polêmica em torno da CPMF? Implementação do PAC? Mudanças na macroeconomia? Se você pretende priorizar esses temas, tire o cavalo da chuva. Se depender da grande mídia, a pauta agora será a responsabilização do governo pela absolvição do presidente do Senado – tratada como fracasso de uma suposta peleja pela moralidade pública.
À base governista não caberá jamais obstaculizar qualquer apuração de irregularidades de que venha a ser acusado este ou aquele parlamentar ou governante; mas cabe, sim, principalmente, exercer sua força no sentido de trazer à luz a agenda do desenvolvimento – esta sim, do verdadeiro interesse da nação e do povo.
Crescimento do PIB
Gazeta Mercantil:
Investimentos devem sustentar PIB forte
. Que o Produto Interno Bruto (PIB) cresceria 0,8% no segundo trimestre de 2007 sobre o primeiro, ou 5,4% sobre o mesmo período de 2006, o mercado esperava. Mas o salto de 3,2% nos investimentos, em relação ao período imediatamente anterior, foi o destaque comemorado com a divulgação, ontem, do desempenho do PIB no segundo trimestre, o melhor desde 2004. A decepção foi com a agropecuária, que cresceu 1,4% no semestre, pior resultado entre os segmentos pesquisados.
. Para o IBGE, os investimentos deverão sustentar um PIB tão ou mais vigoroso no segundo semestre. Alguns especialistas arriscam dizer que o Brasil crescerá acima de 5%. Nos seis primeiros meses foram 4,9%. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) prevê que o setor continuará puxando a expansão.
. "Investimentos tão elevados indicam que a economia pode continuar forte nos próximos trimestres", diz Roberto Olinto, coordenador de Contas Nacionais do IBGE. A taxa de investimento alcançou 17,7% do PIB entre abril e junho, a mais elevada da série histórica, iniciada em 2000, num segundo trimestre.
. Para 2008, no entanto, a maioria evita cravar números. Na avaliação do consultor Carlos Rocca, o crescimento dos investimentos superior ao PIB não afasta a pressão da demanda e o risco inflacionário, devido ao tempo de maturação desses investimentos. "Hoje existem pressões de preços de entressafra e outras associadas ao plano internacional. O cenário ainda não está claro." Mas o ministro da Fazenda, Guido Mantega, aproveitou os números para afirmar que não há risco de inflação.
Investimentos devem sustentar PIB forte
. Que o Produto Interno Bruto (PIB) cresceria 0,8% no segundo trimestre de 2007 sobre o primeiro, ou 5,4% sobre o mesmo período de 2006, o mercado esperava. Mas o salto de 3,2% nos investimentos, em relação ao período imediatamente anterior, foi o destaque comemorado com a divulgação, ontem, do desempenho do PIB no segundo trimestre, o melhor desde 2004. A decepção foi com a agropecuária, que cresceu 1,4% no semestre, pior resultado entre os segmentos pesquisados.
. Para o IBGE, os investimentos deverão sustentar um PIB tão ou mais vigoroso no segundo semestre. Alguns especialistas arriscam dizer que o Brasil crescerá acima de 5%. Nos seis primeiros meses foram 4,9%. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) prevê que o setor continuará puxando a expansão.
. "Investimentos tão elevados indicam que a economia pode continuar forte nos próximos trimestres", diz Roberto Olinto, coordenador de Contas Nacionais do IBGE. A taxa de investimento alcançou 17,7% do PIB entre abril e junho, a mais elevada da série histórica, iniciada em 2000, num segundo trimestre.
. Para 2008, no entanto, a maioria evita cravar números. Na avaliação do consultor Carlos Rocca, o crescimento dos investimentos superior ao PIB não afasta a pressão da demanda e o risco inflacionário, devido ao tempo de maturação desses investimentos. "Hoje existem pressões de preços de entressafra e outras associadas ao plano internacional. O cenário ainda não está claro." Mas o ministro da Fazenda, Guido Mantega, aproveitou os números para afirmar que não há risco de inflação.
12 setembro 2007
Palestra adiada
Atenção! Adiamento da palestra de Fernando Bezerra Coelho
Por razões de governo, infelizmente o secretário de Desenvolvimento Econômico Fernando Bezerra Coelho, ora participando da comitiva do presidente Lula na Europa, teve que estender sua viagem até o dia 17 próximo.
Por essa razão, fica suspensa a palestra que faria amanhã, quinta-feira, como parte do ciclo Desafios Urbanos.
Oportunamente será anunciada nova data.
Por razões de governo, infelizmente o secretário de Desenvolvimento Econômico Fernando Bezerra Coelho, ora participando da comitiva do presidente Lula na Europa, teve que estender sua viagem até o dia 17 próximo.
Por essa razão, fica suspensa a palestra que faria amanhã, quinta-feira, como parte do ciclo Desafios Urbanos.
Oportunamente será anunciada nova data.
Bom dia, Cecília Meireles
Aquele que aproxima os que sempre estarão
Aquele que aproxima os que sempre estarão
distantes e desunidos
e separa os que pareceriam
para sempre unidos e semelhantes
enxuga meus lhos
no alto da noite de direções.
Encostada a seu peito,
contemplo desfigurada
o negro curso da vida,
do alto de uma fortaleza
vi a solidão das pedras milenares
que desciam por suas arruinadas vertentes.
Mídia parcial
Na Carta Maior, por Flávio Aguiar:
Sai o burro, entra o palhaço
Para bater no governo Lula, não se poupam os estilos nem as referências. Quando o mote é atacar aq figura do presidente, vale tudo: se o tema é algum fracasso, provado ou não, articula-se a figura do ignorante de boa ou má fé, que nada sabe. Se o tema é o sucesso, sai o burro e entra o palhaço.
Para bater no governo Lula, não se poupam os estilos nem as referências. Quando o mote é atacar aq figura do presidente, vale tudo: se o tema é algum fracasso, provado ou não, articula-se a figura do ignorante de boa ou má fé, que nada sabe. Se o tema é o sucesso, sai o burro e entra o palhaço.
. O sucesso externo do governo Lula é evidente, assim como o da política internacional brasileira. No segundo caso, o sucesso é tanto no sentido de se colocar como liderança dos “países emergentes” (ex-terceiro mundo no tempo da Guerra Fria), como no de diversificar a pauta e os campos de exportação no Brasil. Movida mais recentemente a etanol, ambos, Lula e Itamaraty, vêm despertando a atenção mundial. Não que o tema não provoque polêmicas nem mereça esclarecimentos, notadamente sobre se não haverá perdas na produção alimentar, ou se a expansão da cultura canavieira expandirá ainda mais a iniqüidade do sistema social que o latifúndio engendrou no Brasil.
. Mas debate e polêmica são umas coisas. Do que se trata na imprensa brasileira é muitas vezes outra coisa. No caso, diante do sucesso e da importância dos contatos internacionais do presidente, sobretudo, tudo se tenta para desqualificar o sujeito desse sucesso. “Sujeito” é uma dessas palavras maravilhosas da língua portuguesa que se amoldam ao contexto com significados antagônicos. O sujeito pode se-lo de uma frase, todo poderoso a exigir a concordância do verbo. Ou pode ser o adjetivo daquele que está submetido a uma situação adversa ou constrangedora. Substantivado, esse segundo “sujeito”, sombra daquele primeiro, passa a freqüentar expressões desabonadoras como “esse sujeito”, de malquerença e maldizer. Pois é o que se faz com o presidente – de nada mais nada menos do que o Brasil, o nosso Brasil. E se tenta transforma-lo de “sujeito” de uma operação internacional de grande monta para nós e para o mundo todo, nesse “sujeitinho” que com jeito de povo vai “nos” envergonhando pelo mundo a fora.
. Leia o texto na íntegra: http://www.cartamaior.com.br/
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