. Se a disputa presidencial do ano vindouro assumir caráter plebiscitário – confronto aberto entre os dois projetos de Brasil, o de FHC e o de Lula – haverá pouca margem para tergiversação.
. Ao contrário do que alguns pensam, o debate não se empobreceria. Tornaria as coisas mais claras aos olhos do eleitorado, que assim teria uma bela oportunidade de elevar o seu nível de compreensão política sobre o que se passa no país.
A construção coletiva das idéias é uma das mais fascinantes experiências humanas. Pressupõe um diálogo sincero, permanente, em cima dos fatos. Neste espaço, diariamente, compartilhamos com você nossa compreensão sobre as coisas da luta e da vida. Participe. Opine. [Artigos assinados expressam a opinião dos seus autores].
30 outubro 2009
Coluna semanal no portal Vermelho
Técnicos da gestão pública na cidade em construção
Luciano Siqueira
Faculdade Damas, Recife. Missão: debater com alunos e professores do curso de arquitetura e urbanismo o papel de arquitetos, engenheiros, advogados e técnicos de disciplinas afins na gestão urbana e ambiental da cidade. Não sendo profissional da área – médico de formação -, o convite se deve a que por oito anos fui um aplicado aprendiz de governante. Livre, portanto, para abordar o tema de modo abrangente, situando o desafio da gestão pública cotidiana no contexto da problemática urbana brasileira.
Essa abordagem é necessária e oportuna sobretudo quando se tem na platéia estudantes em vias de se converterem em profissionais – naturalmente imbuídos da expectativa de que poderão levar à prática o que melhor terão aprendido na escola, do ponto de vista técnico e ético. A estes nunca é demais advertir que no exercício da profissão, há que existir uma mediação entre o desejável e o possível, sem abandonar entretanto convicções e princípios.
Começa que nossas cidades são produto de fenômenos estruturais que marcaram a sociedade brasileira desde os anos 30, sob o impacto da industrialização e da permanência do latifúndio, fatores de deslocamento de populações rurais para centros urbanos emergentes. Em cinco décadas a relação entre população rural e urbana se inverteu de maneira brusca e em proporções pouco comuns mundo afora. Deu-se o que Ermínia Maricato chama de “explosão urbana”, resultando na rápida e desordenada (com raras exceções) ocupação do território sem as necessárias condições de sustentabilidade social, urbana e ambiental.
Acresce que, em permanente construção, as cidades são palco do conflito social movido pela disputa do território e pela do capital imobiliário que impulsiona o crescimento econômico e ao mesmo tempo subtrai da população pobre o direito à cidade saudável – tangendo-a às periféricas de não-cidade. Fora os embates naturais relativos às contradições de classe que permeiam a vida dos seus habitantes.
É nesse contexto que os técnicos envolvidos com o controle urbanístico e ambiental operam. E com um detalhe: submetidos a um emaranhado de leis e decretos normativos que via de regra dificulta a prática do bom senso.
Até aí, tudo bem. O debate transcorre quase óbvio. Até que da platéia surge o reclamo de uma Política Nacional de Desenvolvimento Urbano, que teve formulação inicial pelo Ministério das Cidades na gestão do ministro Olívio Dutra e foi esquecida pelo seu sucessor, Márcio Fortes. Uma reforma urbana, sim, faz-se necessário – conclui-se em seguida. Para arrematarmos que o técnico antes de tudo há que exercer a cidadania pugnando por mudanças profundas na sociedade na direção do direito de todos à cidade saudável. Portanto, com um olhar na sua labuta diária, e o outro no ideal de um novo projeto de nação.
Luciano Siqueira
Faculdade Damas, Recife. Missão: debater com alunos e professores do curso de arquitetura e urbanismo o papel de arquitetos, engenheiros, advogados e técnicos de disciplinas afins na gestão urbana e ambiental da cidade. Não sendo profissional da área – médico de formação -, o convite se deve a que por oito anos fui um aplicado aprendiz de governante. Livre, portanto, para abordar o tema de modo abrangente, situando o desafio da gestão pública cotidiana no contexto da problemática urbana brasileira.
Essa abordagem é necessária e oportuna sobretudo quando se tem na platéia estudantes em vias de se converterem em profissionais – naturalmente imbuídos da expectativa de que poderão levar à prática o que melhor terão aprendido na escola, do ponto de vista técnico e ético. A estes nunca é demais advertir que no exercício da profissão, há que existir uma mediação entre o desejável e o possível, sem abandonar entretanto convicções e princípios.
Começa que nossas cidades são produto de fenômenos estruturais que marcaram a sociedade brasileira desde os anos 30, sob o impacto da industrialização e da permanência do latifúndio, fatores de deslocamento de populações rurais para centros urbanos emergentes. Em cinco décadas a relação entre população rural e urbana se inverteu de maneira brusca e em proporções pouco comuns mundo afora. Deu-se o que Ermínia Maricato chama de “explosão urbana”, resultando na rápida e desordenada (com raras exceções) ocupação do território sem as necessárias condições de sustentabilidade social, urbana e ambiental.
Acresce que, em permanente construção, as cidades são palco do conflito social movido pela disputa do território e pela do capital imobiliário que impulsiona o crescimento econômico e ao mesmo tempo subtrai da população pobre o direito à cidade saudável – tangendo-a às periféricas de não-cidade. Fora os embates naturais relativos às contradições de classe que permeiam a vida dos seus habitantes.
É nesse contexto que os técnicos envolvidos com o controle urbanístico e ambiental operam. E com um detalhe: submetidos a um emaranhado de leis e decretos normativos que via de regra dificulta a prática do bom senso.
Até aí, tudo bem. O debate transcorre quase óbvio. Até que da platéia surge o reclamo de uma Política Nacional de Desenvolvimento Urbano, que teve formulação inicial pelo Ministério das Cidades na gestão do ministro Olívio Dutra e foi esquecida pelo seu sucessor, Márcio Fortes. Uma reforma urbana, sim, faz-se necessário – conclui-se em seguida. Para arrematarmos que o técnico antes de tudo há que exercer a cidadania pugnando por mudanças profundas na sociedade na direção do direito de todos à cidade saudável. Portanto, com um olhar na sua labuta diária, e o outro no ideal de um novo projeto de nação.
Aécio = Serra
. Ciro é competente e combativo. Mas sofre de uma incontinência verbal sem limites. Bobagem a comparação que faz entre Aécio e Serra.
. Aécio é tão tucano quanto Serra e tem os mesmos compromissos. Muda apenas o estilo.
. Aécio é tão tucano quanto Serra e tem os mesmos compromissos. Muda apenas o estilo.
28 outubro 2009
Mídia parcial
No Vermelho, por Bernardo Joffily:
A 'cacique do PIG' Miriam Leitão baixa diretiva: 'Mais oposição'
. "O Brasil tem governo demais e oposição de menos", sentencia Miriam Leitão em sua coluna desta terça-feira (27), no jornal O Globo. Como um fürher de saias, a versátil e intrépida jornalista espinafra sem piedade o PSDB, o DEM e adjacências, deixando claro quem está no comando na coligação entre o PIG (Partido da Imprensa Golpista) e a oposição convencional. Pergunta a Miriam: e o PIG, está com essa bola toda?
Miriam Leitão: "A oposição tem medo"
. "O presidente Lula fala e faz o que bem entende sem um contraponto. A oposição tem medo da popularidade do presidente e acha melhor não apontar suas falhas sequenciais", denuncia a colunista de jornal, comentarista de TV e rádio, blogueira de língua afiada.
. Ela dá nome aos bois: o PSDB, omisso; o DEM, temático; e sobra até para os oposicionistas em legendas da base do governo. Só escapa, por um tris, o PV, que segundo Miriam "começa a desenhar uma alternativa".
Partido de Bush virou exemplo
A 'cacique do PIG' Miriam Leitão baixa diretiva: 'Mais oposição'
. "O Brasil tem governo demais e oposição de menos", sentencia Miriam Leitão em sua coluna desta terça-feira (27), no jornal O Globo. Como um fürher de saias, a versátil e intrépida jornalista espinafra sem piedade o PSDB, o DEM e adjacências, deixando claro quem está no comando na coligação entre o PIG (Partido da Imprensa Golpista) e a oposição convencional. Pergunta a Miriam: e o PIG, está com essa bola toda?
Miriam Leitão: "A oposição tem medo"
. "O presidente Lula fala e faz o que bem entende sem um contraponto. A oposição tem medo da popularidade do presidente e acha melhor não apontar suas falhas sequenciais", denuncia a colunista de jornal, comentarista de TV e rádio, blogueira de língua afiada.
. Ela dá nome aos bois: o PSDB, omisso; o DEM, temático; e sobra até para os oposicionistas em legendas da base do governo. Só escapa, por um tris, o PV, que segundo Miriam "começa a desenhar uma alternativa".
Partido de Bush virou exemplo
. Miriam invoca o exemplo da oposição republicana nos Estados Unidos – essa mesma, de George W. Bush, inimiga da saúde pública. Louva-a por ter sabatinado durante uma semana a juíza Sonia Sotomayor. Enquanto "aqui, bastou meia dúzia de perguntas dos partidos de oposição, durante uma tarde", e José Antonio Toffoli foi aprovado para o Supremo.
. A coluna é, à primeira vista, uma proposta de plataforma tática que Miriam Leitão recrimina a oposição convencional por não abraçar e levar adiante. Porém uma segunda leitura traz à tona o tom agastado, colérico até, e prepotente, de uma superiora a comunicar ukases.
. Não sobra pedra sobre pedra, nem da ação do governo Lula, nem muito menos da ação oposicionista. O pré-sal, o PAC, a transposição do Rio São Francisco, o funcionamento colegiado dos órgãos de controle das obras do governo, o Programa Bolsa Família...
A oposição tem medo, o PIG não
. A coluna é, à primeira vista, uma proposta de plataforma tática que Miriam Leitão recrimina a oposição convencional por não abraçar e levar adiante. Porém uma segunda leitura traz à tona o tom agastado, colérico até, e prepotente, de uma superiora a comunicar ukases.
. Não sobra pedra sobre pedra, nem da ação do governo Lula, nem muito menos da ação oposicionista. O pré-sal, o PAC, a transposição do Rio São Francisco, o funcionamento colegiado dos órgãos de controle das obras do governo, o Programa Bolsa Família...
A oposição tem medo, o PIG não
. "A oposição sabe a lista de absurdos encontrados nas obras do PAC ou fora dele?", admoesta a colunista. E, linhas abaixo: "A oposição tem medo de criticar".. Miriam Leitão, está visto, não tem medo de criticar. As Organizações Globo, que pagam seu salário (ou serão vários, um para cada multifunção? e de quanto?) não tem medo de criticar. O PIG não tem medo de criticar. E cobra igual intrepidez de seus aliados da oposição convencional.. Ocorre que os desgraçados oposicionistas do mundo político real terão de pedir votos para continuarem à tona nas eleições daqui a 11 meses. É compreensível que não tenham toda a bravura que Miriam exige deles, para sair à liça numa ofensiva geral de denúncias do execrável governo Lula. Não enquanto o execrável for aprovado por 82% dos eleitores, nas próprias pesquisas tucanas.
. O PIG não teme porque não depende do eleitorado. Responde única e exclusivamente à vontade dos seus editores, diretores, 'publishers', dos seus donos. Os seus segredos de alcova, esses ninguém desvenda.
Mensagem final de confiança no PIG
Mensagem final de confiança no PIG
. Alguém bem podia replicar a Miriam Leitão, interpelando o PIG e seus caciques (e 'cacicas') sobre o desempenho que anda tendo. O último escândalo nacional, no Senado, não alcançou seu objetivo. Pior: esgotou-se faz cinco meses, e ainda não há outro na praça. A denúncia contra a ANP (agência Nacional de Petróleo), revelada pela mídia, terminou se revelando uma fraude forjada por um ex-araponga nomeado pelo genro do ex-presidente Fernando Henrique.
. O fato é que o PIG tampouco está dando no couro. Vive à cata de alguma pegadinha como a infeliz metáfora de Lula sobre o Brasil, Jesus e Judas. Não anda fazendo justiça aos gloriosos idos de 2005, quando conquistou o galardão da bela sigla.
. O fato é que o PIG tampouco está dando no couro. Vive à cata de alguma pegadinha como a infeliz metáfora de Lula sobre o Brasil, Jesus e Judas. Não anda fazendo justiça aos gloriosos idos de 2005, quando conquistou o galardão da bela sigla.
. Porém o autor destas linhas confia. O PIG não há de nos desapontar. Mais dia, menos dia, a sequência dos escândalos há de ser retomada. O Brasil tem oposição de menos, mas, yes, nós temos PIG, PIG para dar e vender. E de que vale a opinião pública estar com Lula, se a opinião publicada estíver contra?!
Leia o texto da colunista http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=118306&id_secao=1
Leia o texto da colunista http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=118306&id_secao=1
Artigo semanal no Blog de Jamildo (JC Online)
João da Costa e o desafio da eficiência administrativa
Luciano Siqueira
Cedo para saber se dará certo – embora tudo indique que trará bons resultados. Mas não é cedo para aplaudir a iniciativa do prefeito João da Costa ao implantar nova ferramenta de controle sobre a ação de governo – a mesma que o governador Eduardo Campos adotou, com significativo êxito.
Quem escreve essas linhas está longe de se arvorar em especialista na matéria. Apenas um aprendiz da gestão pública, sim, mercê dos oito anos de exercício do governo municipal ao lado do prefeito João Paulo. Por isso, para que o leitor compreenda o meu entusiasmo com a possibilidade de incremento de mecanismos mais ágeis de monitoramento da gestão, assinalo que uma vez definidas linhas de ação, projetos e programas, e alocados os recursos disponíveis ou a conquistar, “governar é controlar”.
A seu modo e a seu tempo, João Paulo comprovou isso. Uma das variáveis do êxito administrativo e político foi a sua capacidade de segurar as rédeas do governo – sobretudo da execução orçamentária – mediante duro e instigante aprendizado.
O que João da Costa faz agora não nega a experiência do antecessor. Mas dá um passo adiante no sentido de exercer o monitoramento das ações de governo, digamos, coletivo, apoiado em mecanismos e procedimentos que dão conta do diagnóstico da situação, da definição da estratégia, do monitoramento e da avaliação dos resultados.
A resultante há que ser o acompanhamento rigoroso das prioridades, com foco em dez objetivos estratégicos que funcionarão como vetores de um desempenho que se pretende integrado e referenciado no tempo e no espaço: onde o governo age, de que modo deve buscar alcançar os seus objetivos, como efetivamente está atuando e que resultados e em que prazos podem, devem e de fato estão sendo produzidos.
Há quem critique o prefeito por haver tomado essa iniciativa agora, completado o primeiro ano da gestão. Bobagem. Sempre é oportuno tentar aprimorar o trabalho em curso. E isso acontece com todo governo. Lidar com a chamada máquina pública não é simples, implica em arrostar obstáculos, trabalhar com uma gama de variáveis que ajudam ou atrapalham.
Demais, quando se coteja o monitoramento proposto com o Programa de Governo e o PPA (Plano Plurianual), percebe-se uma enorme sintonia. As coisas se encaixam, fazem sentido – pelo menos é o que pude recolher numa reflexão realizada com José Bertotti, secretário de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico, e Clodoaldo Torres, presidente de Sanear (autarquia de saneamento) e alguns dos seus auxiliares diretos, integrantes do PCdoB.
Agora é acompanhar para ver. E torcer para que a nova ferramenta de monitoramento e gestão propicie bons resultados – para o bem da cidade.
Luciano Siqueira
Cedo para saber se dará certo – embora tudo indique que trará bons resultados. Mas não é cedo para aplaudir a iniciativa do prefeito João da Costa ao implantar nova ferramenta de controle sobre a ação de governo – a mesma que o governador Eduardo Campos adotou, com significativo êxito.
Quem escreve essas linhas está longe de se arvorar em especialista na matéria. Apenas um aprendiz da gestão pública, sim, mercê dos oito anos de exercício do governo municipal ao lado do prefeito João Paulo. Por isso, para que o leitor compreenda o meu entusiasmo com a possibilidade de incremento de mecanismos mais ágeis de monitoramento da gestão, assinalo que uma vez definidas linhas de ação, projetos e programas, e alocados os recursos disponíveis ou a conquistar, “governar é controlar”.
A seu modo e a seu tempo, João Paulo comprovou isso. Uma das variáveis do êxito administrativo e político foi a sua capacidade de segurar as rédeas do governo – sobretudo da execução orçamentária – mediante duro e instigante aprendizado.
O que João da Costa faz agora não nega a experiência do antecessor. Mas dá um passo adiante no sentido de exercer o monitoramento das ações de governo, digamos, coletivo, apoiado em mecanismos e procedimentos que dão conta do diagnóstico da situação, da definição da estratégia, do monitoramento e da avaliação dos resultados.
A resultante há que ser o acompanhamento rigoroso das prioridades, com foco em dez objetivos estratégicos que funcionarão como vetores de um desempenho que se pretende integrado e referenciado no tempo e no espaço: onde o governo age, de que modo deve buscar alcançar os seus objetivos, como efetivamente está atuando e que resultados e em que prazos podem, devem e de fato estão sendo produzidos.
Há quem critique o prefeito por haver tomado essa iniciativa agora, completado o primeiro ano da gestão. Bobagem. Sempre é oportuno tentar aprimorar o trabalho em curso. E isso acontece com todo governo. Lidar com a chamada máquina pública não é simples, implica em arrostar obstáculos, trabalhar com uma gama de variáveis que ajudam ou atrapalham.
Demais, quando se coteja o monitoramento proposto com o Programa de Governo e o PPA (Plano Plurianual), percebe-se uma enorme sintonia. As coisas se encaixam, fazem sentido – pelo menos é o que pude recolher numa reflexão realizada com José Bertotti, secretário de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico, e Clodoaldo Torres, presidente de Sanear (autarquia de saneamento) e alguns dos seus auxiliares diretos, integrantes do PCdoB.
Agora é acompanhar para ver. E torcer para que a nova ferramenta de monitoramento e gestão propicie bons resultados – para o bem da cidade.
27 outubro 2009
História: 27 de outubro de 1965
Fortuna: "Para ficarem só 2 partidos, a UDN e a UDN"
O general Castelo Branco impõe sua reforma partidária: pelo Ato Institucional nº 2, extingue os 13 partidos existentes, suprime a eleição direta para presidente e reabre as cassações. (Vermelho http://www.vermelho.org.br/).
Confiança do empresariado é a maior desde janeiro de 2005, revela CNI
. A informação é da Agência Brasil. Os empresários industriais estão mais otimistas do que antes da crise econômica, segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI). De acordo com a entidade, o Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei), que ficou em 58,2 pontos em julho, passou para 65,9 pontos em outubro. Esse patamar é considerado acima dos níveis pré-crise, segundo a confederação, e é o melhor resultado desde janeiro de 2005 (66,2 pontos).
. A alta é de 7,7 pontos ante o dado anterior, de julho, e de 18,5 pontos em relação ao de janeiro deste ano, quando foi registrado o pior resultado desde o início da crise. De acordo com o documento divulgado hoje (26) pela CNI, “o resultado indica a consolidação do processo de crescimento e a possível retomada dos investimentos”.
. A alta é de 7,7 pontos ante o dado anterior, de julho, e de 18,5 pontos em relação ao de janeiro deste ano, quando foi registrado o pior resultado desde o início da crise. De acordo com o documento divulgado hoje (26) pela CNI, “o resultado indica a consolidação do processo de crescimento e a possível retomada dos investimentos”.
Inclusão bancária
. A notícia está no Valor econômico. O governo vai promover a inclusão bancária das famílias beneficiárias do Bolsa Família. Em artigo para o Valor, o ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias, e a presidente da Caixa Econômica Federal, Maria Fernanda Ramos Coelho, revelam que prevêem a abertura de 4 milhões de contas simplificadas até 2010. O programa será anunciado amanhã, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
. O Bolsa Família atende hoje a 11,9 milhões de famílias, o universo potencial de clientes bancários da Caixa, que receberão benefícios de cerca de R$ 11,43 bilhões neste ano. Eles poderão optar por contas simplificadas de depósito à vista do Caixa Fácil, uma modalidade com isenção de várias tarifas. O cartão de pagamento do Bolsa Família permite apenas o saque do benefício. Com a inclusão, o beneficiário poderá deixar o dinheiro no banco, pagar contas com débito direto, transferir valores e ter acesso a crédito e outros serviços financeiros.
. O Bolsa Família atende hoje a 11,9 milhões de famílias, o universo potencial de clientes bancários da Caixa, que receberão benefícios de cerca de R$ 11,43 bilhões neste ano. Eles poderão optar por contas simplificadas de depósito à vista do Caixa Fácil, uma modalidade com isenção de várias tarifas. O cartão de pagamento do Bolsa Família permite apenas o saque do benefício. Com a inclusão, o beneficiário poderá deixar o dinheiro no banco, pagar contas com débito direto, transferir valores e ter acesso a crédito e outros serviços financeiros.
Créditos do carbono rendem
. Uma receita de US$ 8 bilhões a US$ 16 bilhões ao Brasil em créditos de carbono é o que pode beneficiar o país com a inclusão dos mecanismos de Redução de Emissões de Carbono por Desmatamento e Degradação (REDD), durante a negociação de um novo acordo substitutivo do Protocolo de Quioto.
. O cálculo é da Associação Brasileira das Empresas do Mercado de Carbono (Abemc).
. O cálculo é da Associação Brasileira das Empresas do Mercado de Carbono (Abemc).
IPI da linha branca para manter emprego
. Por enquanto é especulação, mas pode se confirmar por esses dias. O governo examina a prorrogação do desconto no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) da chamada linha branca de eletrodomésticos - fogões, geladeiras e máquinas de lavar - em vigor desde abril.
. O prazo para término da redução é 31 deste mês. Mas se a indústria e o comércio assegurarem mais empregos e forem mantidos preços dos produtos ao consumidor, a prorrogação será prolongada.
. O prazo para término da redução é 31 deste mês. Mas se a indústria e o comércio assegurarem mais empregos e forem mantidos preços dos produtos ao consumidor, a prorrogação será prolongada.
26 outubro 2009
Olinda realiza II Encontro de Economia e Religiões
No site da PMO, por Mylene Figueiredo:
Evento será realizado no dia 28, das 8h30 às 13h, no hotel Sete Colinas. Turismo religioso e economia solidária nos movimentos religiosos serão temas debatidos durante o encontro
. A Secretaria de Desenvolvimento Social, Cidadania e Direitos Humanos, da Prefeitura de Olinda, por meio da Coordenadoria de Assuntos Religiosos, realizará nesta quarta-feira (28), o II Encontro de Economia e Religiões do município. O evento acontece no Hotel Sete Colinas, no Sitio Histórico, das 8h30 às 13h00.
. O evento é uma parceria do governo municipal com o Instituto Studiaforum, entidade social com sede na cidade de Guimarães, em Portugal, e terá a participação do padre Eduardo Duque, teólogo português, e Manuel Ferreira, presidente do Studiaforum/Portugual. Também participam do evento o secretário de Desenvolvimento Econômico de Olinda, Maurício Galvão, o advogado do Sebrae/PE, Luiz Alves, e o cientista político Thomas Enlazador, que irão abordar o tema turismo religioso, as experiências portuguesas e brasileiras, e a economia solidária nos movimentos religiosos.
. A iniciativa de realizar o evento em Olinda se deve ao fato do município abrigar diversas religiões e igrejas, templos, terreiros e cultos. Em sua primeira edição, o encontro abordou temas ligados às experiências existentes na cidade, enfatizando questões como conhecimentos europeus no domínio de edifícios históricos, religiosos e casas para o turismo, oportunidades de fomentos de negócios, na criação de artigos religiosos, instrumentos musicais, roupas e adereços.
. O II Encontro tem o objetivo de estimular a economia popular solidária, promover e apoiar os pequenos negócios e os diálogos inter-religiosos em conjunto com as lideranças dos segmentos que estão envolvidos com a tradição e a afirmação das liberdades individuais.
Evento será realizado no dia 28, das 8h30 às 13h, no hotel Sete Colinas. Turismo religioso e economia solidária nos movimentos religiosos serão temas debatidos durante o encontro
. A Secretaria de Desenvolvimento Social, Cidadania e Direitos Humanos, da Prefeitura de Olinda, por meio da Coordenadoria de Assuntos Religiosos, realizará nesta quarta-feira (28), o II Encontro de Economia e Religiões do município. O evento acontece no Hotel Sete Colinas, no Sitio Histórico, das 8h30 às 13h00.
. O evento é uma parceria do governo municipal com o Instituto Studiaforum, entidade social com sede na cidade de Guimarães, em Portugal, e terá a participação do padre Eduardo Duque, teólogo português, e Manuel Ferreira, presidente do Studiaforum/Portugual. Também participam do evento o secretário de Desenvolvimento Econômico de Olinda, Maurício Galvão, o advogado do Sebrae/PE, Luiz Alves, e o cientista político Thomas Enlazador, que irão abordar o tema turismo religioso, as experiências portuguesas e brasileiras, e a economia solidária nos movimentos religiosos.
. A iniciativa de realizar o evento em Olinda se deve ao fato do município abrigar diversas religiões e igrejas, templos, terreiros e cultos. Em sua primeira edição, o encontro abordou temas ligados às experiências existentes na cidade, enfatizando questões como conhecimentos europeus no domínio de edifícios históricos, religiosos e casas para o turismo, oportunidades de fomentos de negócios, na criação de artigos religiosos, instrumentos musicais, roupas e adereços.
. O II Encontro tem o objetivo de estimular a economia popular solidária, promover e apoiar os pequenos negócios e os diálogos inter-religiosos em conjunto com as lideranças dos segmentos que estão envolvidos com a tradição e a afirmação das liberdades individuais.
25 outubro 2009
Luciana, ex-prefeita de Olinda, indicada para vice do PCdoB
No Vermelho:
. Luciana Santos, prefeita de Olinda (PE) por dois mandatos, foi indicada neste domingo (24) pelo Comitê Central do PCdoB para vice-presidente nacional do partido. A proposta teve entusiástica unanimidade, embora a deliberação caiba à direção a ser eleita no 12º Congresso (de 5 a 8 de novembro). Em seu último dia, a reunião escolheu em votação secreta 101 nomes que serão submetidos ao Congresso para compor a próxima direção. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participará do ato político.
Luciana, "um PCdoB que sabe governar"
. Engenheira eletricista, a pernambucana Luciana entrou no PCdoB aos 22 anos e projetou-se como diretora da UNE. Elegeu-se prefeita em 2000 e reelegeu-se em 2004, desta vez no primeiro turno. Nas muitas falas que destacaram a justeza da indicação, destacou-se a sua condição de mulher, negra, expoente das novas gerações comunistas, bem como expressão de "um PCdoB que sabe governar" (no ano passado Luciana elegeu seu sucessor na Prefeitura, Renildo Calheiros, também no primeiro turno).O processo de eleição do próximo CC
. Renato Rabelo foi indicado, também por unanimidade, para mais um mandato na presidência do PCdoB. O próprio Renato tomou a iniciativa de apontar que esta será sua última gestão como presidente (ele ocupa a função desde o 10º Congresso, em 2001), em nome da "renovação e alternância" – uma orientação partidária que marcou o processo eleitoral do Congresso, em suas etapas nas Organizações de Base, Comitês Distritais, Municipais e Estaduais.
. A 'nominata' de 101 nomes propostos para a próxima direção será submetida à deliberação do Congresso, a ser aberto na quinta-feira, 5, no Parque de Convenções do Anhembi, São Paulo. Os delegados eleitos a partir da base poderão indicar outros militantes para o CC, ou propor a exclusão de nomes indicados, desde que a proposta obtenha o apoio de 5% do total de delegados, ou seja acatada pela Comissão de Candidaturas que o Congresso elegerá. A deliberação final caberá à plenária do Congresso, em votação secreta e eletrônica.
Mulheres superam barreira dos 30%
. Uma novidade da direção a ser eleita é a decisão de garantir pelo menos 30% de mulheres. Lançada pela 1ª Conferência do partido sobre a mulher, em 2007, a proposta foi aplicada pela primeira vez neste 12º Congresso, e já orientou a eleição de todas as direções intermediárias do PCdoB. Nas direções estaduais recém-eleitas, as mulheres somam 31%, em média, chegando a 33% em São Paulo e 35% no Amazonas.
. Para garantir sua efetivação também no Comitê Central, será submetida ao plenårio do Congresso uma proposta de que só sejam válidos os votos que respeitarem a proporção mínima de três mulheres para cada sete homens. Isto assegurará uma expressiva feminização do CC, onde a proporção de mulheres é hoje de 21%.
Lula comparecerá ao ato político
. O Congresso reunirá 1.078 delegados, eleitos por 102.332 mil militantes, em 1.655 municípios de todos os estados brasileiros. No último Congresso do PCdoB, em 1005, foram 70 mil que participaram na base. No penúltimo, em 2001, foram 34 mil.
. A maior bancada será a de São Paulo: 180 delegados eleitos em um processo que mobilizou 17 mil militantes. Seguem-se as da Bahia (107 delegados, 13 mil mobilizados na base), Amazonas (82 delegados, 10 mil na base) e Pernambuco (70 delegados, 8 mil na base).
. Na sexta-feira, 6 de novembro, o 12º Congresso do PCdoB fará um ato político aberto ao público em geral, em que a presença mais ilustre será a do presidente Lula. A ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) e o deputado Ciro Gomes (PSB) também confirmaram presença. O Congresso do PCdoB será acompanhado ainda por mais de 80 representantes de partidos comunistas e revolucionários dos cinco continentes.
. Luciana Santos, prefeita de Olinda (PE) por dois mandatos, foi indicada neste domingo (24) pelo Comitê Central do PCdoB para vice-presidente nacional do partido. A proposta teve entusiástica unanimidade, embora a deliberação caiba à direção a ser eleita no 12º Congresso (de 5 a 8 de novembro). Em seu último dia, a reunião escolheu em votação secreta 101 nomes que serão submetidos ao Congresso para compor a próxima direção. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participará do ato político.
Luciana, "um PCdoB que sabe governar"
. Engenheira eletricista, a pernambucana Luciana entrou no PCdoB aos 22 anos e projetou-se como diretora da UNE. Elegeu-se prefeita em 2000 e reelegeu-se em 2004, desta vez no primeiro turno. Nas muitas falas que destacaram a justeza da indicação, destacou-se a sua condição de mulher, negra, expoente das novas gerações comunistas, bem como expressão de "um PCdoB que sabe governar" (no ano passado Luciana elegeu seu sucessor na Prefeitura, Renildo Calheiros, também no primeiro turno).O processo de eleição do próximo CC
. Renato Rabelo foi indicado, também por unanimidade, para mais um mandato na presidência do PCdoB. O próprio Renato tomou a iniciativa de apontar que esta será sua última gestão como presidente (ele ocupa a função desde o 10º Congresso, em 2001), em nome da "renovação e alternância" – uma orientação partidária que marcou o processo eleitoral do Congresso, em suas etapas nas Organizações de Base, Comitês Distritais, Municipais e Estaduais.
. A 'nominata' de 101 nomes propostos para a próxima direção será submetida à deliberação do Congresso, a ser aberto na quinta-feira, 5, no Parque de Convenções do Anhembi, São Paulo. Os delegados eleitos a partir da base poderão indicar outros militantes para o CC, ou propor a exclusão de nomes indicados, desde que a proposta obtenha o apoio de 5% do total de delegados, ou seja acatada pela Comissão de Candidaturas que o Congresso elegerá. A deliberação final caberá à plenária do Congresso, em votação secreta e eletrônica.
Mulheres superam barreira dos 30%
. Uma novidade da direção a ser eleita é a decisão de garantir pelo menos 30% de mulheres. Lançada pela 1ª Conferência do partido sobre a mulher, em 2007, a proposta foi aplicada pela primeira vez neste 12º Congresso, e já orientou a eleição de todas as direções intermediárias do PCdoB. Nas direções estaduais recém-eleitas, as mulheres somam 31%, em média, chegando a 33% em São Paulo e 35% no Amazonas.
. Para garantir sua efetivação também no Comitê Central, será submetida ao plenårio do Congresso uma proposta de que só sejam válidos os votos que respeitarem a proporção mínima de três mulheres para cada sete homens. Isto assegurará uma expressiva feminização do CC, onde a proporção de mulheres é hoje de 21%.
Lula comparecerá ao ato político
. O Congresso reunirá 1.078 delegados, eleitos por 102.332 mil militantes, em 1.655 municípios de todos os estados brasileiros. No último Congresso do PCdoB, em 1005, foram 70 mil que participaram na base. No penúltimo, em 2001, foram 34 mil.
. A maior bancada será a de São Paulo: 180 delegados eleitos em um processo que mobilizou 17 mil militantes. Seguem-se as da Bahia (107 delegados, 13 mil mobilizados na base), Amazonas (82 delegados, 10 mil na base) e Pernambuco (70 delegados, 8 mil na base).
. Na sexta-feira, 6 de novembro, o 12º Congresso do PCdoB fará um ato político aberto ao público em geral, em que a presença mais ilustre será a do presidente Lula. A ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) e o deputado Ciro Gomes (PSB) também confirmaram presença. O Congresso do PCdoB será acompanhado ainda por mais de 80 representantes de partidos comunistas e revolucionários dos cinco continentes.
Boa tarde, Cassiano Ricardo
História: 25 de outubro de 1975
Torturado até a morte por asfixia, no Doi-Codi-SP, o jornalista da TV Cultura Wladimir Herzog, 38 anos. O Legista Harry Shibata atesta suicídio, sem ver o corpo. O assassinato provoca o 1º protesto de massas desde o AI-5, na missa de 7º dia. (Vermelho http://www.vermelho.org.br/).
A poesia de Gerusa Leal
No Blog de Paulo Bentancur:
ALÉM E AQUÉM DO VERSO ("Versilêncios", de Gerusa Leal)
. Não é todo dia que surge um bom livro de poemas. Culpa dos poetas. Em parte, em pequena parte. Em grande parte a culpa é mesmo dos editores, que acusam o mercado dentro de cuja barriga os livreiros, famintos, bradam: “não há leitores de poesia!”. Não? Somos então uma espécie em extinção. Eu e mais uns cinco mil que certamente leem o gênero no Brasil. Parece que o problema não está só com a poesia mas com a indústria editorial, que opta pelo mais fácil como uma criança fazendo o dever de casa. Movida pela pior das obrigações – e por isso não deslancha. Culturalmente não.
. Mas esta é uma discussão longa. Vender, vender mesmo (esgotar edições), claro que a poesia não fará isso. Mas pagar seus custos ao menos, dando, em contrapartida, uma valorização no catálogo das editoras, deixando-os mais nobres, pagando ao editor com a “quota prestígio” – que parece que o Departamento Editorial ignora –, isso ela tem feito sempre que um herói invista em versos: naturalmente, de qualidade.
. Pois Versilêncios, de Gerusa Leal (nascida em Recife e residindo atualmente em Olinda), é desses livros dos quais as editoras não correm atrás. Azar o nosso, leitores dependentes químicos de Literatura com L maiúscula. Não fosse o prêmio Edmir Domingues de Poesia 2007, da Academia Pernambucana de Letras, que a obra merecidamente ganhou, e o apoio viabilizador da edição, através da lei do sistema de incentivo à cultura, e o livro não viria à luz. Permaneceria inédito, provavelmente, apesar de seus incontáveis méritos, ou dependeria daquelas infrutíferas iniciativas de poetas que, corajosos ou impacientes, pagam do próprio bolso uma edição destinada a não ser profissional mas, literalmente, independente (isto é: independente do mercado, onde não se insere, independente de distribuição, de comercialização e, assim, de recepção, condenada a permanecer à margem).
. O primeiro a torcer o nariz diante do produto é o livreiro, que deseja ver na capa um selo importante. Diante de tal ausência, não dá a atenção devida, não o expõe, e o frequentador da livraria não tem como adivinhar que a obra existe. Obra destinada, portanto, a não existir mesmo.
. Uma vez declarei num programa de tevê de grande audiência, em cadeia nacional: “pior que ficar inédito é publicar mal.” E não publicar mal, só por editoras profissionais, sólidas, e que, lamentavelmente, estão dando às costas à poesia. Mas esta, como escrevi linhas atrás, é outra discussão.
. A pauta aqui é Gerusa Leal, poeta e ficcionista. E, mais especificamente, Versilêncios, que acaba de ser lançado, porém sem a necessária distribuição. De Pernambuco, de onde vem, até chegar ao RS, mais que a enorme distância, separa-o o milagre. Milagre que pôs o livro em minhas mãos por essas atalhos especiais que só os vínculos estéticos somados aos humanos propiciam.
. Tenho lido pouca poesia (porque pouca poesia tem sido publicada) e relido muita, os clássicos (porque estes, adotados, são os únicos diante dos quais o editor não arrisca).
. Versilêncios abre-se já a partir do título, multifacetado, com a tripla carga semântica do neologismo que a poeta criou para batizar seu filho, ufa!, não enjeitado (bendito prêmio...). “Ver silêncios” (poesia, afinal, é imagem, embora também música, e se até o silêncio fala ao poeta, este o desenha em suas metáforas-traço). “Ver” soma-se à primeira sílaba, “si”, de “silêncios”, numa junção que dá em “versi”, “verso” em italiano, e basta pensar em Dante, não exatamente no livro lembrado, mas inevitável quando se pensa em poesia e em italiano, para ver a intensa riqueza significadora do título. E ainda: “Versos” e “silêncios”, isto é, “versos silenciosos” – melhor tradução para o projeto de extremo rigor e de pleno acerto que Gerusa atinge como poeta.
. Eis a tripla encruzilhada que, antes de obstáculo, é abertura para um caminho mais amplo à procura de uma leitura de fato entregue a esses cinquenta poemas singulares.
. A poética de Versilêncios é construção rigorosa, com versos esculpidos, talhados, não tivesse, pela força do ritmo, uma fluência cuja harmonia atinge em cheio sua cadência nunca dura, nunca seca, mas, sim, quase sussurrada e, desta forma, buscando lírica rara: a marcar exatamente porque escolheu entremostrar-se e não o contrário, que é exibir-se com os excessos comuns de uma poesia que não passa de prosa ritmada ao extremo.
. A edição, evento a ser saudado, sobretudo pelas dificuldades que sempre cercam tal fato, está à altura, com introdução e posfácio críticos, ambos de fôlego e com leituras que não causam eco, que não chovem no molhado. Um pouco pela qualidade dos ensaístas, André Cervinskis e Stéphane Chao, um pouco pela própria poeta, que não descuida de um único verso, que escreve silabando. E que, ainda que chegue ao zelo infinito de medir cada som, não se exila do discurso próprio da poesia, o do paradoxo, o da permanente refundação do mundo e da inacabável instauração do real. Um real que é sempre outro, não este, no qual escrevo.
. Citar um poema? Cito um inteiro, o primeiro, no qual a poeta, sem demora, já mostra ao que veio: “não escrevo o que não sinto / amadora que sou / sinto o que não escrevo / jeito de amar a dor // escrevo o que não sinto / salvo a vida / não sinto o que não escrevo / nem percebo que vivi”. Dividido em doze seções, Versilêncios nos leva para um território onde tudo o que lemos-escutamos só grita nos instantes (muitos) em que a beleza é tanta que nos impõe uma resposta: a da emoção estética forte, manifestada em geral quando diante de um livro muito acima da média.
. É o caso.
ALÉM E AQUÉM DO VERSO ("Versilêncios", de Gerusa Leal)
. Não é todo dia que surge um bom livro de poemas. Culpa dos poetas. Em parte, em pequena parte. Em grande parte a culpa é mesmo dos editores, que acusam o mercado dentro de cuja barriga os livreiros, famintos, bradam: “não há leitores de poesia!”. Não? Somos então uma espécie em extinção. Eu e mais uns cinco mil que certamente leem o gênero no Brasil. Parece que o problema não está só com a poesia mas com a indústria editorial, que opta pelo mais fácil como uma criança fazendo o dever de casa. Movida pela pior das obrigações – e por isso não deslancha. Culturalmente não.
. Mas esta é uma discussão longa. Vender, vender mesmo (esgotar edições), claro que a poesia não fará isso. Mas pagar seus custos ao menos, dando, em contrapartida, uma valorização no catálogo das editoras, deixando-os mais nobres, pagando ao editor com a “quota prestígio” – que parece que o Departamento Editorial ignora –, isso ela tem feito sempre que um herói invista em versos: naturalmente, de qualidade.
. Pois Versilêncios, de Gerusa Leal (nascida em Recife e residindo atualmente em Olinda), é desses livros dos quais as editoras não correm atrás. Azar o nosso, leitores dependentes químicos de Literatura com L maiúscula. Não fosse o prêmio Edmir Domingues de Poesia 2007, da Academia Pernambucana de Letras, que a obra merecidamente ganhou, e o apoio viabilizador da edição, através da lei do sistema de incentivo à cultura, e o livro não viria à luz. Permaneceria inédito, provavelmente, apesar de seus incontáveis méritos, ou dependeria daquelas infrutíferas iniciativas de poetas que, corajosos ou impacientes, pagam do próprio bolso uma edição destinada a não ser profissional mas, literalmente, independente (isto é: independente do mercado, onde não se insere, independente de distribuição, de comercialização e, assim, de recepção, condenada a permanecer à margem).
. O primeiro a torcer o nariz diante do produto é o livreiro, que deseja ver na capa um selo importante. Diante de tal ausência, não dá a atenção devida, não o expõe, e o frequentador da livraria não tem como adivinhar que a obra existe. Obra destinada, portanto, a não existir mesmo.
. Uma vez declarei num programa de tevê de grande audiência, em cadeia nacional: “pior que ficar inédito é publicar mal.” E não publicar mal, só por editoras profissionais, sólidas, e que, lamentavelmente, estão dando às costas à poesia. Mas esta, como escrevi linhas atrás, é outra discussão.
. A pauta aqui é Gerusa Leal, poeta e ficcionista. E, mais especificamente, Versilêncios, que acaba de ser lançado, porém sem a necessária distribuição. De Pernambuco, de onde vem, até chegar ao RS, mais que a enorme distância, separa-o o milagre. Milagre que pôs o livro em minhas mãos por essas atalhos especiais que só os vínculos estéticos somados aos humanos propiciam.
. Tenho lido pouca poesia (porque pouca poesia tem sido publicada) e relido muita, os clássicos (porque estes, adotados, são os únicos diante dos quais o editor não arrisca).
. Versilêncios abre-se já a partir do título, multifacetado, com a tripla carga semântica do neologismo que a poeta criou para batizar seu filho, ufa!, não enjeitado (bendito prêmio...). “Ver silêncios” (poesia, afinal, é imagem, embora também música, e se até o silêncio fala ao poeta, este o desenha em suas metáforas-traço). “Ver” soma-se à primeira sílaba, “si”, de “silêncios”, numa junção que dá em “versi”, “verso” em italiano, e basta pensar em Dante, não exatamente no livro lembrado, mas inevitável quando se pensa em poesia e em italiano, para ver a intensa riqueza significadora do título. E ainda: “Versos” e “silêncios”, isto é, “versos silenciosos” – melhor tradução para o projeto de extremo rigor e de pleno acerto que Gerusa atinge como poeta.
. Eis a tripla encruzilhada que, antes de obstáculo, é abertura para um caminho mais amplo à procura de uma leitura de fato entregue a esses cinquenta poemas singulares.
. A poética de Versilêncios é construção rigorosa, com versos esculpidos, talhados, não tivesse, pela força do ritmo, uma fluência cuja harmonia atinge em cheio sua cadência nunca dura, nunca seca, mas, sim, quase sussurrada e, desta forma, buscando lírica rara: a marcar exatamente porque escolheu entremostrar-se e não o contrário, que é exibir-se com os excessos comuns de uma poesia que não passa de prosa ritmada ao extremo.
. A edição, evento a ser saudado, sobretudo pelas dificuldades que sempre cercam tal fato, está à altura, com introdução e posfácio críticos, ambos de fôlego e com leituras que não causam eco, que não chovem no molhado. Um pouco pela qualidade dos ensaístas, André Cervinskis e Stéphane Chao, um pouco pela própria poeta, que não descuida de um único verso, que escreve silabando. E que, ainda que chegue ao zelo infinito de medir cada som, não se exila do discurso próprio da poesia, o do paradoxo, o da permanente refundação do mundo e da inacabável instauração do real. Um real que é sempre outro, não este, no qual escrevo.
. Citar um poema? Cito um inteiro, o primeiro, no qual a poeta, sem demora, já mostra ao que veio: “não escrevo o que não sinto / amadora que sou / sinto o que não escrevo / jeito de amar a dor // escrevo o que não sinto / salvo a vida / não sinto o que não escrevo / nem percebo que vivi”. Dividido em doze seções, Versilêncios nos leva para um território onde tudo o que lemos-escutamos só grita nos instantes (muitos) em que a beleza é tanta que nos impõe uma resposta: a da emoção estética forte, manifestada em geral quando diante de um livro muito acima da média.
. É o caso.
24 outubro 2009
Desatenção ou disputa
. O governador Aécio neves protesta, no seu partido, por causa da realização de uma pesquisa em que seu nome figura como vice de José Serra, governmador de São Paulo.
. Iniciativa dessa magnitude, registra o bom senso, se tomada sem uma consulta prévia ao mineiro, traduz das duas uma: ou terá sido uma baita desatenção, ou é manobra de disputa interna.
. Iniciativa dessa magnitude, registra o bom senso, se tomada sem uma consulta prévia ao mineiro, traduz das duas uma: ou terá sido uma baita desatenção, ou é manobra de disputa interna.
Jaqueira: prefeito está certo
. Ponto para João da Costa na defesa do Parque da Jaqueira: cobra o cumprimento da Lei Federal 10.175, de 2001, que autoriza a doação do terreno ao município e anuncia projeto que torna o parque Unidade de Conservação.
. Sem alardes, sem demagogia. Para o bem da cidade.
. Sem alardes, sem demagogia. Para o bem da cidade.
Ainda a hesitação de Serra
Blog da Folha, por Pedro Saldanha:
Siqueira compara Serra a boxeador amedrontado
. A hesitação do governador de São Paulo, José Serra (PSDB), em assumir sua candidatura a presidente tem irritado aliados, sobretudo o DEM, que cobram uma definição do tucano. Ao mesmo tempo, permite que os adversários tripudiem. Em texto publicado em seu blog, o vereador do Recife Luciano Siqueira (PCdoB) compara a postura do líder oposicionista à de um boxer acuado.
. “José Serra está que nem o boxeador que, incentivado pelo técnico e sob os gritos dos torcedores, hesita em sair do corner e enfrentar o adversário… com todo o respeito, o ‘boxeador’ teme lutar na defensiva e ir à lona”, provoca o comunista.
Siqueira compara Serra a boxeador amedrontado
. A hesitação do governador de São Paulo, José Serra (PSDB), em assumir sua candidatura a presidente tem irritado aliados, sobretudo o DEM, que cobram uma definição do tucano. Ao mesmo tempo, permite que os adversários tripudiem. Em texto publicado em seu blog, o vereador do Recife Luciano Siqueira (PCdoB) compara a postura do líder oposicionista à de um boxer acuado.
. “José Serra está que nem o boxeador que, incentivado pelo técnico e sob os gritos dos torcedores, hesita em sair do corner e enfrentar o adversário… com todo o respeito, o ‘boxeador’ teme lutar na defensiva e ir à lona”, provoca o comunista.
O Brasil diante do seu destino
No Vermelho, por Eduardo Bomfim
As três condições estratégicas
O Brasil poderá alcançar a condição de terceira ou quarta economia mundial na próxima década, desde que mantenha o ritmo de crescimento anual na média de 5% ao ano. Para tanto é imprescindível que fortaleça cada vez mais o imenso mercado interno, elemento decisivo para a superação do País em relação à atual crise econômica mundial.
Esse fortalecimento do mercado interno pressupõe a criação de empregos e a ampliação do crédito às amplas camadas da população de baixa renda, fazendo-a ingressar em peso na faixa de consumo de produtos.
O reforço cada vez maior do Estado brasileiro como elemento indutor de políticas públicas estratégicas também acompanha esse sentido ambicioso de modernização da economia em geral.
O que implica em intenso e pesado investimento em estradas, portos ou outras vias de escoamento de produtos primários ou manufaturados, seja para o mercado interno ou para as nossas exportações.
A eficiência do Estado deve estender-se igualmente aos pressupostos básicos para alavancar a capacidade produtiva do trabalhador brasileiro.
O que significa apostar em todos os esforços que forem necessários para criar redes de qualidade em educação e saúde para o povo brasileiro. E isso quer dizer escolas e postos de saúde eficientes, com profissionais dignamente remunerados, além de um serviço de esgotamento sanitário que livre de males que já poderiam estar erradicados há muito tempo atrás. A nação já vem acumulando, e acumulará mais ainda nos próximos anos, um PIB, produto interno bruto, perfeitamente compatível para que essas iniciativas sejam bem mais que um sonho de projeto para uma nação do futuro. É uma empreitada para o aqui e o agora.
No entanto, apesar de que essas sejam exigências fundamentais ao grande salto para uma nação próspera e com justiça social básica para os seus filhos, é decisivo que exista uma agenda determinante ao desenvolvimento. Baseada nos projetos energético, alimentar e o da defesa nacional. O mundo caminha para uma nova revolução energética e nós possuímos tanto as fontes fósseis como as matérias primas energéticas renováveis em quantidades inigualáveis em todo o planeta.
Já somos e continuaremos a ser o maior celeiro de alimentos da terra, resta-nos, portanto, o imprescindível fortalecimento da defesa nacional, quesito indispensável para que possamos crescer em paz e soberanamente.
As três condições estratégicas
O Brasil poderá alcançar a condição de terceira ou quarta economia mundial na próxima década, desde que mantenha o ritmo de crescimento anual na média de 5% ao ano. Para tanto é imprescindível que fortaleça cada vez mais o imenso mercado interno, elemento decisivo para a superação do País em relação à atual crise econômica mundial.
Esse fortalecimento do mercado interno pressupõe a criação de empregos e a ampliação do crédito às amplas camadas da população de baixa renda, fazendo-a ingressar em peso na faixa de consumo de produtos.
O reforço cada vez maior do Estado brasileiro como elemento indutor de políticas públicas estratégicas também acompanha esse sentido ambicioso de modernização da economia em geral.
O que implica em intenso e pesado investimento em estradas, portos ou outras vias de escoamento de produtos primários ou manufaturados, seja para o mercado interno ou para as nossas exportações.
A eficiência do Estado deve estender-se igualmente aos pressupostos básicos para alavancar a capacidade produtiva do trabalhador brasileiro.
O que significa apostar em todos os esforços que forem necessários para criar redes de qualidade em educação e saúde para o povo brasileiro. E isso quer dizer escolas e postos de saúde eficientes, com profissionais dignamente remunerados, além de um serviço de esgotamento sanitário que livre de males que já poderiam estar erradicados há muito tempo atrás. A nação já vem acumulando, e acumulará mais ainda nos próximos anos, um PIB, produto interno bruto, perfeitamente compatível para que essas iniciativas sejam bem mais que um sonho de projeto para uma nação do futuro. É uma empreitada para o aqui e o agora.
No entanto, apesar de que essas sejam exigências fundamentais ao grande salto para uma nação próspera e com justiça social básica para os seus filhos, é decisivo que exista uma agenda determinante ao desenvolvimento. Baseada nos projetos energético, alimentar e o da defesa nacional. O mundo caminha para uma nova revolução energética e nós possuímos tanto as fontes fósseis como as matérias primas energéticas renováveis em quantidades inigualáveis em todo o planeta.
Já somos e continuaremos a ser o maior celeiro de alimentos da terra, resta-nos, portanto, o imprescindível fortalecimento da defesa nacional, quesito indispensável para que possamos crescer em paz e soberanamente.
23 outubro 2009
Terapia celular para lábio leporino
Ciência Hoje Online:
Pesquisa brasileira pioneira obtém ossos a partir de células-tronco isoladas do músculo da boca
. O Brasil acaba de obter mais um grande avanço na área de terapias celulares. Cientistas da Universidade de São Paulo (USP) conseguiram, pela primeira vez no mundo, produzir ossos a partir de células-tronco isoladas do músculo do lábio. A técnica poderá ser usada para o tratamento menos invasivo de deformidades no crânio e rosto, como o lábio leporino – fissura no lábio ou no céu da boca.
. O uso de células-tronco para gerar ossos usados no tratamento de lábio leporino não é novidade entre cientistas norte-americanos. No entanto, o procedimento adotado por eles é doloroso: são retiradas células da medula óssea por meio de agulhadas na região da bacia do paciente. A nova técnica, desenvolvida pela cirurgiã-dentista Daniela Franco Bueno, sob a coordenação da bióloga Maria Rita Passos, ambas do Centro de Estudos do Genoma Humano da USP, tem por objetivo facilitar o procedimento e reduzir ao mínimo a dor do paciente.
. Leia a matéria na íntegra http://cienciahoje.uol.com.br/155539
Pesquisa brasileira pioneira obtém ossos a partir de células-tronco isoladas do músculo da boca
. O Brasil acaba de obter mais um grande avanço na área de terapias celulares. Cientistas da Universidade de São Paulo (USP) conseguiram, pela primeira vez no mundo, produzir ossos a partir de células-tronco isoladas do músculo do lábio. A técnica poderá ser usada para o tratamento menos invasivo de deformidades no crânio e rosto, como o lábio leporino – fissura no lábio ou no céu da boca.
. O uso de células-tronco para gerar ossos usados no tratamento de lábio leporino não é novidade entre cientistas norte-americanos. No entanto, o procedimento adotado por eles é doloroso: são retiradas células da medula óssea por meio de agulhadas na região da bacia do paciente. A nova técnica, desenvolvida pela cirurgiã-dentista Daniela Franco Bueno, sob a coordenação da bióloga Maria Rita Passos, ambas do Centro de Estudos do Genoma Humano da USP, tem por objetivo facilitar o procedimento e reduzir ao mínimo a dor do paciente.
. Leia a matéria na íntegra http://cienciahoje.uol.com.br/155539
Manifesto em defesa do MST
Carta Maior:
. Documento assinado por personalidades do Brasil e de vários países defende Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra de ataques que vem sofrendo na mídia brasileira e nos setores conservadores do Congresso Nacional. "Há um objetivo preciso nos ataques ao MST: impedir a revisão dos índices de produtividade agrícola - cuja versão em vigor tem como base o censo agropecuário de 1975 - e viabilizar uma CPI sobre o movimento. Com tal postura, o foco do debate agrário é deslocado dos responsáveis pela desigualdade e concentração para criminalizar os que lutam pelo direito do povo", diz o texto.
“Vai que é tua, se tiver coragem”
. José Serra está que nem o boxeador que, incentivado pelo técnico e sob os gritos dos torcedores, hesita em sair do corner e enfrentar o adversário.
. Repetem-se os apelos dos seus possíveis apoiadores, a partir da turma do DEM, ansiosos diante da indefinição do tucano.
. Com todo respeito, o “boxeador” teme lutar na defensiva e ir à lona.
. Repetem-se os apelos dos seus possíveis apoiadores, a partir da turma do DEM, ansiosos diante da indefinição do tucano.
. Com todo respeito, o “boxeador” teme lutar na defensiva e ir à lona.
Esquerda, centro e direita
. O noticiário político é pobre quanto à compreensão do jogo de forças num ambiente de pluralidade partidária. Um fenômeno muito comum na Europa, por exemplo, aqui é visto com estranheza: a oscilação de uma corrente política de centro, que ora se inclina a alianças à direita, ora à esquerda.
. O PMDB, maior partido político do país, é centrista por natureza. Sempre foi. Daí ter apoiado e participado de todos os governos desde a Nova República até o atual governo de Lula.
. O fato é que, contrariando os analistas mais simplórios, aqui e alhures continuam existindo esquerda, direita e centro.
. O PMDB, maior partido político do país, é centrista por natureza. Sempre foi. Daí ter apoiado e participado de todos os governos desde a Nova República até o atual governo de Lula.
. O fato é que, contrariando os analistas mais simplórios, aqui e alhures continuam existindo esquerda, direita e centro.
O bom vice é o que não atrapalha, ajuda
. Que não atrapalha e, se possível, produz. Na campanha e no exercício do governo.
.Esse foi o meu aprendizado em duas campanhas vitoriosas ao lado do ex-prefeito João Paulo e também ao longo de oito anos de governo.
. Em certa medida, a pesquisa do Ibope que indica quase nenhum peso da escolha do vice para as possíveis candidaturas à presidência da República tem um quê de bizantina.
. A presença de José Alencar na chapa de Lula ajudou muito a desfazer ou a reduzir preconceitos em relação ao candidato e depois presidente eleito.
. Por outro lado, ninguém esquece as agruras de Serra quando candidato em 2002, que teve dificuldade de encontrar um nome isento de processo judiciais ou de rejeições na própria coalizão de centro-direita que liderava.
. Vice pode não ser decisivo – mas pode pesar muito, isso pode.
.Esse foi o meu aprendizado em duas campanhas vitoriosas ao lado do ex-prefeito João Paulo e também ao longo de oito anos de governo.
. Em certa medida, a pesquisa do Ibope que indica quase nenhum peso da escolha do vice para as possíveis candidaturas à presidência da República tem um quê de bizantina.
. A presença de José Alencar na chapa de Lula ajudou muito a desfazer ou a reduzir preconceitos em relação ao candidato e depois presidente eleito.
. Por outro lado, ninguém esquece as agruras de Serra quando candidato em 2002, que teve dificuldade de encontrar um nome isento de processo judiciais ou de rejeições na própria coalizão de centro-direita que liderava.
. Vice pode não ser decisivo – mas pode pesar muito, isso pode.
Fortalecendo as universidades públicas
. A aprovação pelo plenário da Câmara dos Deputados do Projeto de Lei 1746/07, do Poder Executivo, que cria 2,8 mil cargos de professor universitário, 5 mil cargos técnicos, 180 cargos de direção e 420 funções gratificadas, todos vinculados ao Ministério da Educação e para lotação em universidades federais. A matéria será votada ainda pelo Senado – como noticia o Diário de Pernambuco – contribui para o fortalecimento das Universidades públicas.
. Essa tem sido uma das linhas estratégicas do governo Lula na educação, que tem tudo a ver com a busca de um projeto nacional de desenvolvimento.
. Nos anos de FHC, ao contrário, como se pensava o país a partir de Wall Street e dos gabinetes do FMI, deu-se o contrário.
. Essa é um dos paradoxos da sociedade brasileira: o presidente acadêmico, tido como Príncipe dos Sociólogos (sic), sucateia as Universidades federais. O presidente operário, que sequer concluiu o segundo grau, fortalece as Universidades federais.
. Questão de linha política. E de compromisso com a Nação.
. Essa tem sido uma das linhas estratégicas do governo Lula na educação, que tem tudo a ver com a busca de um projeto nacional de desenvolvimento.
. Nos anos de FHC, ao contrário, como se pensava o país a partir de Wall Street e dos gabinetes do FMI, deu-se o contrário.
. Essa é um dos paradoxos da sociedade brasileira: o presidente acadêmico, tido como Príncipe dos Sociólogos (sic), sucateia as Universidades federais. O presidente operário, que sequer concluiu o segundo grau, fortalece as Universidades federais.
. Questão de linha política. E de compromisso com a Nação.
Congresso do PCdoB na reta de chegada
. Começa daqui a pouco a reunião plenária do Comitê Central do PCdoB, aqui em São Paulo. Na pauta o exame dos documentos relativos ao 12º. Congresso do Partido, agora enriquecidos com emendas apresentadas nas fases estaduais em todo o país.
. A reunião vai até domingo à tarde.
. De Pernambuco participamos Luciana Santos, Marcelino Granja, Renildo Calheiros, Alanir Cardoso, Moacir Paulino e eu.
. A plenária conclusiva do Congresso acontecerá no início de novembro.
. A reunião vai até domingo à tarde.
. De Pernambuco participamos Luciana Santos, Marcelino Granja, Renildo Calheiros, Alanir Cardoso, Moacir Paulino e eu.
. A plenária conclusiva do Congresso acontecerá no início de novembro.
Bom dia, Renata Pallottini
O GRITO
se ao menos esta dor servisse
se ela batesse nas paredes
abrisse portas
falasse
se ela cantasse e despenteasse os cabelos
se ao menos esta dor se visse
se ela saltasse fora da garganta como um grito
caísse da janela fizesse barulho
morresse
se a dor fosse um pedaço de pão duro
que a gente pudesse engolir com força
depois cuspir a saliva fora
sujar a rua os carros o espaço o outro
esse outro escuro que passa indiferente
e que não sofre tem o direito de não sofrer
se a dor fosse só a carne do dedo
que se esfrega na parede de pedra
para doer doer doer visível
doer penalizante
doer com lágrimas
se ao menos esta dor sangrasse
se ao menos esta dor sangrasse
Meu artigo semanal no site da Revista Algomais
O “Pé na rua” e a alma de nossa gente
Luciano Siqueira
Nos anos de chumbo, auge do regime militar, entre as décadas de sessenta e setenta, militante clandestino, travestido de vendedor ambulante para sobreviver e fugir à perseguição policial, pude vivenciar, ao lado de Luci, o modo como o brasileiro dos grotões sobrevive: resistindo ao ambiente social injusto com fé, coragem e alegria.
Na tarde de ontem, quarta, cenas pungentes reviveram na memória no instante em que me pronunciava da tribuna da Câmara Municipal sublinhando a importância da 1ª. Conferência Nacional de Comunicação como ponto de partida da luta pela democratização da mídia, agora colocada na agenda do país. É que para exemplificar a necessidade e o valor da produção local na grade de programação das redes de TV, exibi em plenário um VT de 5 minutos do programa “Pé na rua”, apresentado por Ivan Moraes Filho, dirigido por Andrea Ferraz e produzido pela Ateliê Produções, na tela às 15 horas dos sábados, na TV Universitária.
O “Pé na rua” revela a vida do nosso povo, a realidade nua e crua, mesclando a denúncia com o que há de melhor na gente simples da periferia: a arte de sobreviver reinventando a própria existência – no sentido do poema de Cecília Meireles. Como conta, com crueza e poesia, a produtora Carolina Vergolino:
“Foi numa manhã que eu soube. O corpo já estava enterrado. O corpo era grande, negro e bonito. Quando vivo, o riso era solto, a alma é livre. Assassinado. Foi morte matada. Morto a pedradas. Como? Pedradas.
Valei-me meu Deus, como pode? Como pode tanto ódio? De onde vem essa ira capaz de matar uma pessoa (outra) a pedradas? E são tantos, uns a tiro, outra facada, outros... pedrada. E nós nesse mundo? O que fazer?
Frente à solidão da morte, com o telefone em punho liguei para os amigos. Conversamos na sala de casa e rapidamente decidimos. Unimos forças e resolvemos fazer uma passeata na TV. Optamos por comunicar, afinal somos jornalistas. Queremos comunicar amor. Trocando balas, facadas, pedradas por amor. Romântico, simples (como se fosse) e até um tanto quanto piegas. Mas não há de ser nada, a gente gosta e acredita nisso tudo.
O sonho é transformar, o exercício é tentar e o melhor mesmo é conseguir. Um sentimento de amor aqui, outro acolá e a gente vai acreditando. Para todos, 26 minutos de amor, todo sábado, às 15h na TVU.”
Um belo exemplo, sim, de como a produção local pode levar ao telespectador uma informação de qualidade, envolta num misto de contundência e leveza.
Luciano Siqueira
Nos anos de chumbo, auge do regime militar, entre as décadas de sessenta e setenta, militante clandestino, travestido de vendedor ambulante para sobreviver e fugir à perseguição policial, pude vivenciar, ao lado de Luci, o modo como o brasileiro dos grotões sobrevive: resistindo ao ambiente social injusto com fé, coragem e alegria.
Na tarde de ontem, quarta, cenas pungentes reviveram na memória no instante em que me pronunciava da tribuna da Câmara Municipal sublinhando a importância da 1ª. Conferência Nacional de Comunicação como ponto de partida da luta pela democratização da mídia, agora colocada na agenda do país. É que para exemplificar a necessidade e o valor da produção local na grade de programação das redes de TV, exibi em plenário um VT de 5 minutos do programa “Pé na rua”, apresentado por Ivan Moraes Filho, dirigido por Andrea Ferraz e produzido pela Ateliê Produções, na tela às 15 horas dos sábados, na TV Universitária.
O “Pé na rua” revela a vida do nosso povo, a realidade nua e crua, mesclando a denúncia com o que há de melhor na gente simples da periferia: a arte de sobreviver reinventando a própria existência – no sentido do poema de Cecília Meireles. Como conta, com crueza e poesia, a produtora Carolina Vergolino:
“Foi numa manhã que eu soube. O corpo já estava enterrado. O corpo era grande, negro e bonito. Quando vivo, o riso era solto, a alma é livre. Assassinado. Foi morte matada. Morto a pedradas. Como? Pedradas.
Valei-me meu Deus, como pode? Como pode tanto ódio? De onde vem essa ira capaz de matar uma pessoa (outra) a pedradas? E são tantos, uns a tiro, outra facada, outros... pedrada. E nós nesse mundo? O que fazer?
Frente à solidão da morte, com o telefone em punho liguei para os amigos. Conversamos na sala de casa e rapidamente decidimos. Unimos forças e resolvemos fazer uma passeata na TV. Optamos por comunicar, afinal somos jornalistas. Queremos comunicar amor. Trocando balas, facadas, pedradas por amor. Romântico, simples (como se fosse) e até um tanto quanto piegas. Mas não há de ser nada, a gente gosta e acredita nisso tudo.
O sonho é transformar, o exercício é tentar e o melhor mesmo é conseguir. Um sentimento de amor aqui, outro acolá e a gente vai acreditando. Para todos, 26 minutos de amor, todo sábado, às 15h na TVU.”
Um belo exemplo, sim, de como a produção local pode levar ao telespectador uma informação de qualidade, envolta num misto de contundência e leveza.
História: 23 de outubro de 1970
BNDES cumpre o seu papel
. A informação é da Agência Brasil. Os desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) devem atingir um valor entre R$ 120 bilhões e 130 bilhões, em 2009. No ano passado, a instituição liberou R$ 90,8 bilhões.
. A informação foi dada hoje (22) pelo presidente da instituição, Luciano Coutinho, ao divulgar o desembolso recorde do BNDES no acumulado do ano. No período que vai de janeiro até os primeiros dias de outubro, o resultado foi de R$ 100 bilhões.
. De janeiro a setembro, as liberações do banco avançaram 58% em relação ao mesmo período do ano passado, somando R$ 96,9 bilhões. O setor industrial, que levou 51% dos recursos (R$ 50,2 bilhões), avançou 97% nesse período e as liberações para o setor de infraestrutura (R$ 33 bilhões) cresceram 32%.
. Também contribuiu para o desempenho recorde, o empréstimo de R$ 25 bilhões para a Petrobras, em julho.
. De acordo com Coutinho, o avanço dos empréstimos se reflete na retomada dos setores mais afetados da economia e mostra a eficiência do Programa de Sustentação do Investimento (PSI). Criado em julho com taxas de juros competitivas e prazos alongados, o objetivo era induzir investimentos em máquinas e equipamentos, ampliar o crédito para micro, pequenas e médias empresas, entre outros.
. Com o término do programa previsto para dezembro, a carteira do PSI (entre operações contratadas, aprovadas e sob consulta e em análise) soma R$ 13,6 bilhões. Em julho, os desembolsos foram de R$ 2,2 bilhões e, em agosto, avançaram para R$ 5,5 bilhões. O programa, no entanto, não deve ser estendido para o próximo ano.
. “À medida em que a crise vai passando, [o governo] tem que se reduzir esses incentivos”, justificou Coutinho. “Estamos vendo que os efeitos disso [das medidas anticíclicas adotadas pelo governo] foram positivos. Mas a decisão é política. Acho que não faz parte da intenção [do Ministério] da Fazenda prorrogar o PSI pois o Brasil precisa recuperar o desempenho no superavit primário em 2010”, completou.
. Olhando para os últimos números da economia, Coutinho avalia que vários setores, como emprego e consumo interno, “já viraram a página” da crise, mas o investimento ainda está se recuperando. Otimista, ele acredita que, no próximo ano, o investimento possa “avançar duas vezes mais que o PIB”, estimado por ele em 5%.
. Coutinho disse, ainda, que o BNDES já começou a negociar o montante de recursos disponíveis com o governo, para 2010. “Começamos conversações com o ministro Guido [Mantega, da Fazenda] e com o Tesouro. Não temos o número ainda porque depende de uma série de coisas”, explicou.
. A informação foi dada hoje (22) pelo presidente da instituição, Luciano Coutinho, ao divulgar o desembolso recorde do BNDES no acumulado do ano. No período que vai de janeiro até os primeiros dias de outubro, o resultado foi de R$ 100 bilhões.
. De janeiro a setembro, as liberações do banco avançaram 58% em relação ao mesmo período do ano passado, somando R$ 96,9 bilhões. O setor industrial, que levou 51% dos recursos (R$ 50,2 bilhões), avançou 97% nesse período e as liberações para o setor de infraestrutura (R$ 33 bilhões) cresceram 32%.
. Também contribuiu para o desempenho recorde, o empréstimo de R$ 25 bilhões para a Petrobras, em julho.
. De acordo com Coutinho, o avanço dos empréstimos se reflete na retomada dos setores mais afetados da economia e mostra a eficiência do Programa de Sustentação do Investimento (PSI). Criado em julho com taxas de juros competitivas e prazos alongados, o objetivo era induzir investimentos em máquinas e equipamentos, ampliar o crédito para micro, pequenas e médias empresas, entre outros.
. Com o término do programa previsto para dezembro, a carteira do PSI (entre operações contratadas, aprovadas e sob consulta e em análise) soma R$ 13,6 bilhões. Em julho, os desembolsos foram de R$ 2,2 bilhões e, em agosto, avançaram para R$ 5,5 bilhões. O programa, no entanto, não deve ser estendido para o próximo ano.
. “À medida em que a crise vai passando, [o governo] tem que se reduzir esses incentivos”, justificou Coutinho. “Estamos vendo que os efeitos disso [das medidas anticíclicas adotadas pelo governo] foram positivos. Mas a decisão é política. Acho que não faz parte da intenção [do Ministério] da Fazenda prorrogar o PSI pois o Brasil precisa recuperar o desempenho no superavit primário em 2010”, completou.
. Olhando para os últimos números da economia, Coutinho avalia que vários setores, como emprego e consumo interno, “já viraram a página” da crise, mas o investimento ainda está se recuperando. Otimista, ele acredita que, no próximo ano, o investimento possa “avançar duas vezes mais que o PIB”, estimado por ele em 5%.
. Coutinho disse, ainda, que o BNDES já começou a negociar o montante de recursos disponíveis com o governo, para 2010. “Começamos conversações com o ministro Guido [Mantega, da Fazenda] e com o Tesouro. Não temos o número ainda porque depende de uma série de coisas”, explicou.
De madrugada, às escondidas
. A oposição, aqui e alhures, parece desejar que Eduardo e Lula vistoriem obras em andamento às escondidas.
. Toda viagem de Lula é acusada de eleitoreira. O mesmo é dito quando o governador visita canteiros de obra.
. Falta de idéias da nisso.
. Toda viagem de Lula é acusada de eleitoreira. O mesmo é dito quando o governador visita canteiros de obra.
. Falta de idéias da nisso.
Cobrança sem sentido
. Na coluna Diário Político, Marisa Gibson (Diário de Pernambuco) escreve: Mal-agradecido - As inserções que o PCdoB está veiculando provocaram efeitos colaterais. O Palácio das Princesas estranhou. Mesmo integrando o governo Eduardo, o PCdoB não fez qualquer referência à gestão estadual, embora tenha se derramado em elogios ao presidente Lula.
. Não creio que haja estranhamento por parte do governador, que não é de agora que se relaciona com o PCdoB, que se comporta como partido nacional, uno e preciso no uso do reduzido espaço de TV de que dispõe.
. As inserções veiculadas em Pernambuco, em que aparecemos Luciana Santos, Renildo Calheiros e eu, estão sintonizadas com pauta nacional do Partido, à semelhança do que ocorre com inserções estaduais em todo o país.
. Demais, o PCdoB tem se pronunciado sempre em defesa da atual gestão estadual, da qual participa.
. Não creio que haja estranhamento por parte do governador, que não é de agora que se relaciona com o PCdoB, que se comporta como partido nacional, uno e preciso no uso do reduzido espaço de TV de que dispõe.
. As inserções veiculadas em Pernambuco, em que aparecemos Luciana Santos, Renildo Calheiros e eu, estão sintonizadas com pauta nacional do Partido, à semelhança do que ocorre com inserções estaduais em todo o país.
. Demais, o PCdoB tem se pronunciado sempre em defesa da atual gestão estadual, da qual participa.
22 outubro 2009
Coluna semanal no portal Vermelho
O novo Programa do PCdoB e o sentido das palavras
Luciano Siqueira
Lembro-me de Miguel Arraes, que ao retornar do exílio e após meses de conversas no intuito de se reintegrar à cena política, nos dizia que as palavras pareciam ter perdido o sentido após quase duas décadas de regime militar. Ele se referia a certas teses de sentido nacionalista e à defesa da economia regional, substituídas pela acomodação ao modelo econômico dependente em vigor.
Arraes tinha razão, em certa medida, no que se referia a uma involução do pensamento de muita gente outrora progressista. Mas não exatamente quando dizia que as palavras haviam mudado de sentido – o cenário político é que era outro, bem diferente do que havia deixado quando deposto, preso e depois exilado em 1964-65.
Mutatis mutandis, como se diz, o real sentido das palavras é uma variável importante na leitura da proposta de novo Programa Socialista que o PCdoB debate no transcurso do seu 12º. Congresso. Apegados ao linguajar, digamos, clássico e a uma concepção principista, alguns aliados nos perguntam se o conjunto das proposições programáticas – relativas a um Novo Projeto Nacional de Desenvolvimento – significariam um abandono da ruptura com a ordem vigente, em troca de meras reformas. Também estranham a ausência, no texto, de enfáticas e repetidas referências ao caráter de classe do Estado adiante encarregado do proceder à transição ao socialismo.
É o sentido das palavras, amigos. As reformas, que se destacam no texto do programa, traduzem um nível avançado da luta transformadora, ainda nos marcos do sistema vigente; mas terão o dom, assim esperamos, de ampliar as conquistas do povo tanto no sentido da afirmação do Brasil como nação soberana e progressista, como no aprofundamento da democracia e do padrão de vida da população. E, na esteira dessas conquistas parciais, de caráter estrutural, um salto qualitativo de enorme envergadura no estágio de consciência política e de organização dos trabalhadores e do povo, que lhes permitirá vislumbrar o horizonte socialista.
Demais, o Programa é claro quando assinala que o ponto de partida da transição do capitalismo ao socialismo é a constituição de um novo poder político central, sob a hegemonia dos trabalhadores. E não esse o elemento determinante do caráter de classe do Estado a ser erigido?
Por isso é correto dizer que o novo Programa do PCdoB é a um só tempo “de reformas e de ruptura”; e que tem, sim, um revolucionário caráter de classe. Estivesse ainda conosco, Arraes certamente assim compreenderia – e, no caso, não diria que as palavras haviam mudado de sentido pela mudança de convicções, mas ganham sentido contemporâneo para expressar uma atualizada compreensão da realidade e da luta, à luz de princípios que se mantêm vivos e válidos.
Luciano Siqueira
Lembro-me de Miguel Arraes, que ao retornar do exílio e após meses de conversas no intuito de se reintegrar à cena política, nos dizia que as palavras pareciam ter perdido o sentido após quase duas décadas de regime militar. Ele se referia a certas teses de sentido nacionalista e à defesa da economia regional, substituídas pela acomodação ao modelo econômico dependente em vigor.
Arraes tinha razão, em certa medida, no que se referia a uma involução do pensamento de muita gente outrora progressista. Mas não exatamente quando dizia que as palavras haviam mudado de sentido – o cenário político é que era outro, bem diferente do que havia deixado quando deposto, preso e depois exilado em 1964-65.
Mutatis mutandis, como se diz, o real sentido das palavras é uma variável importante na leitura da proposta de novo Programa Socialista que o PCdoB debate no transcurso do seu 12º. Congresso. Apegados ao linguajar, digamos, clássico e a uma concepção principista, alguns aliados nos perguntam se o conjunto das proposições programáticas – relativas a um Novo Projeto Nacional de Desenvolvimento – significariam um abandono da ruptura com a ordem vigente, em troca de meras reformas. Também estranham a ausência, no texto, de enfáticas e repetidas referências ao caráter de classe do Estado adiante encarregado do proceder à transição ao socialismo.
É o sentido das palavras, amigos. As reformas, que se destacam no texto do programa, traduzem um nível avançado da luta transformadora, ainda nos marcos do sistema vigente; mas terão o dom, assim esperamos, de ampliar as conquistas do povo tanto no sentido da afirmação do Brasil como nação soberana e progressista, como no aprofundamento da democracia e do padrão de vida da população. E, na esteira dessas conquistas parciais, de caráter estrutural, um salto qualitativo de enorme envergadura no estágio de consciência política e de organização dos trabalhadores e do povo, que lhes permitirá vislumbrar o horizonte socialista.
Demais, o Programa é claro quando assinala que o ponto de partida da transição do capitalismo ao socialismo é a constituição de um novo poder político central, sob a hegemonia dos trabalhadores. E não esse o elemento determinante do caráter de classe do Estado a ser erigido?
Por isso é correto dizer que o novo Programa do PCdoB é a um só tempo “de reformas e de ruptura”; e que tem, sim, um revolucionário caráter de classe. Estivesse ainda conosco, Arraes certamente assim compreenderia – e, no caso, não diria que as palavras haviam mudado de sentido pela mudança de convicções, mas ganham sentido contemporâneo para expressar uma atualizada compreensão da realidade e da luta, à luz de princípios que se mantêm vivos e válidos.
Nível de emprego melhora
No G1:
Taxa de desemprego cai a 7,7%, a menor desde dezembro de 2008
Número de desempregados nas regiões pesquisadas ‘encolheu’ em 90 mil.Rendimento médio do trabalhador cresceu 0,6% frente a agosto.
. O desemprego ficou menor no país em setembro: de 8,1% em agosto, a taxa recuou para 7,7% em setembro, a menor desde os 6,8% registrados em dezembro do ano passado. Com o recuo, a taxa de desemprego é a mesma verificada em setembro do ano passado, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
. O número de desempregados nas seis regiões metropolitanas pesquisadas foi calculado em 1,8 milhão, um recuo de 4,8% na comparação com agosto – o equivalente a 90 mil pessoas a menos. Já a população ocupada ficou estável, em 21,5 milhões. O dado sugere que houve saída de pessoas do mercado de trabalho.
. O número de desempregados nas seis regiões metropolitanas pesquisadas foi calculado em 1,8 milhão, um recuo de 4,8% na comparação com agosto – o equivalente a 90 mil pessoas a menos. Já a população ocupada ficou estável, em 21,5 milhões. O dado sugere que houve saída de pessoas do mercado de trabalho.
. A análise do IBGE mostra que, na comparação com agosto, o número de ocupados cresceu apenas no setor de outros serviços (alojamento, transporte, limpeza urbana e serviços pessoais), com alta de 2,6%. Já frente a setembro, a alta mais significativa no contingente de ocupados ocorreu em educação, saúde, serviços sociais, administração pública, defesa e seguridade social (3,5%). Na passagem de agosto para setembro, o IBGE aponta estabilidade em todas as formas de inserção no mercado: trabalhadores com carteira assinada no setor privado sem carteira de trabalho assinada no setor privado, funcionários públicos e trabalhadores por conta própria.
Um novo Krause na pauta?
. Sintomática a entrevista do ex-governador Gustavo Krause à repórter Ana Lúcia Andrade, hoje no Jornal do Commercio. Situa semelhanças do quadro eleitoral de hoje, em Pernambuco, com o de 1994, quando Krause enfrentou Arraes, então franco favorito.
. Lúcido em suas observações, Krause sugere, talvez sem querer, que o fenômeno poderá se repetir agora. Com uma possível negativa do senador Jarbas e do deputado Roberto Magalhães, que não estariam dispostos a enfrentar Eduardo Campos em condições de inferioridade, demos e tucanos poderão recorrer a um nome destinado a cumprir a tabela.
. Lúcido em suas observações, Krause sugere, talvez sem querer, que o fenômeno poderá se repetir agora. Com uma possível negativa do senador Jarbas e do deputado Roberto Magalhães, que não estariam dispostos a enfrentar Eduardo Campos em condições de inferioridade, demos e tucanos poderão recorrer a um nome destinado a cumprir a tabela.
Polícia & bandido
O Globo:
. Policiais roubam tênis de assassinadoImagens captadas por câmeras de segurança no Centro do Rio revelam que dois policiais do 13º BPM (Praça Tiradentes) não só liberaram os dois bandidos que haviam acabado de cometer um latrocínio (assalto seguido de morte) como ficaram com o produto do roubo: uma jaqueta e um par de tênis.
. A vítima foi o coordenador de projetos sociais do Grupo AfroReggae, Evandro João Silva - que atuava como mediador de conflitos do tráfico em favelas e acabou morto com um tiro, na madrugada de domingo. As imagens foram vistas pelo coordenador-executivo do AfroReggae, José Júnior. Ele contou que os policiais também não prestaram socorro a Evandro. "Não podemos culpar a instituição, mas é uma conduta que equipara ou até torna esses dois PMs piores do que os bandidos”, disse Júnior.
. Os PMs foram presos por ordem do comandante-geral da PM, coronel Mário Sérgio Duarte, como informou ontem à noite a Secretaria de Segurança, por meio de sua assessoria de imprensa.
. Policiais roubam tênis de assassinadoImagens captadas por câmeras de segurança no Centro do Rio revelam que dois policiais do 13º BPM (Praça Tiradentes) não só liberaram os dois bandidos que haviam acabado de cometer um latrocínio (assalto seguido de morte) como ficaram com o produto do roubo: uma jaqueta e um par de tênis.
. A vítima foi o coordenador de projetos sociais do Grupo AfroReggae, Evandro João Silva - que atuava como mediador de conflitos do tráfico em favelas e acabou morto com um tiro, na madrugada de domingo. As imagens foram vistas pelo coordenador-executivo do AfroReggae, José Júnior. Ele contou que os policiais também não prestaram socorro a Evandro. "Não podemos culpar a instituição, mas é uma conduta que equipara ou até torna esses dois PMs piores do que os bandidos”, disse Júnior.
. Os PMs foram presos por ordem do comandante-geral da PM, coronel Mário Sérgio Duarte, como informou ontem à noite a Secretaria de Segurança, por meio de sua assessoria de imprensa.
Conferência de Comunicação: as 7 propostas das centrais sindicais
No Vermelho:
. Dezenas de jornalistas, assessores de imprensa e sindicalistas participaram nesta quarta-feira (21), na sede da UGT, em São Paulo, do Seminário Nacional de Comunicação das Centrais Sindicais (CTB, CUT, Força Sindical, UGT, CGTB e NCST). O evento formalizou uma pauta unificada, dos trabalhadores para a 1ª Conferência Nacional de Comunicação (Confecom), que será realizada entre os dias 14 a 17 de dezembro, em Brasília.
. Participaram dos debates cerca de 40 sindicalistas, além de entidades ligadas à democratização da mídia. O principal fruto do seminário foi um acordo de ação conjunta. Na Confecom, todas as centrais vão defender uma mesma agenda de lutas, com sete propostas:
Fortalecer a rede pública de comunicação;
Estabelecer um novo marco regulatório para o setor;
Fortalecer as rádios e TVs comunitárias e combater a repressão do Estado a essas mídias;
Ampliar e massificar a inclusão digital, com banda larga para todos;
Fixar novos critérios para a publicidade oficial;
Elaborar novas formas de concessão pública;
Exercer controle social.
. Antes das exposições, o jornalista Altamiro Borges, o Miro, editor do Vermelho e autor do livro A Ditadura da Mídia, fez uma breve intervenção sobre o panorama atual do mundo das comunicações. Convidado pelas centrais, Miro enalteceu a relevância da Confecom. “Pela primeira vez se debate comunicação no Brasil, e essa é nossa primeira vitória”, declarou. “Basta dizer que a Saúde já realizou 13 conferências, e numa delas nasceu o Sistema Único de Saúde.”
. Dezenas de jornalistas, assessores de imprensa e sindicalistas participaram nesta quarta-feira (21), na sede da UGT, em São Paulo, do Seminário Nacional de Comunicação das Centrais Sindicais (CTB, CUT, Força Sindical, UGT, CGTB e NCST). O evento formalizou uma pauta unificada, dos trabalhadores para a 1ª Conferência Nacional de Comunicação (Confecom), que será realizada entre os dias 14 a 17 de dezembro, em Brasília.
. Participaram dos debates cerca de 40 sindicalistas, além de entidades ligadas à democratização da mídia. O principal fruto do seminário foi um acordo de ação conjunta. Na Confecom, todas as centrais vão defender uma mesma agenda de lutas, com sete propostas:
Fortalecer a rede pública de comunicação;
Estabelecer um novo marco regulatório para o setor;
Fortalecer as rádios e TVs comunitárias e combater a repressão do Estado a essas mídias;
Ampliar e massificar a inclusão digital, com banda larga para todos;
Fixar novos critérios para a publicidade oficial;
Elaborar novas formas de concessão pública;
Exercer controle social.
. Antes das exposições, o jornalista Altamiro Borges, o Miro, editor do Vermelho e autor do livro A Ditadura da Mídia, fez uma breve intervenção sobre o panorama atual do mundo das comunicações. Convidado pelas centrais, Miro enalteceu a relevância da Confecom. “Pela primeira vez se debate comunicação no Brasil, e essa é nossa primeira vitória”, declarou. “Basta dizer que a Saúde já realizou 13 conferências, e numa delas nasceu o Sistema Único de Saúde.”
21 outubro 2009
Tapando sol com a peneira
. Serra diz que indefinição da candidatura à presidência é estratégia tucana. Suas bases devem estar resmungando: “me engana que eu gosto”.
. O certo é que na dúvida sobre as reais possibilidades de vitória, o governador paulista oscila entre ir ao cadafalso da disputa presidencial ou tentar a reeleição em São Paulo, fiado na tendência (por enquanto) majoritariamente conservadora do eleitorado paulista.
. O certo é que na dúvida sobre as reais possibilidades de vitória, o governador paulista oscila entre ir ao cadafalso da disputa presidencial ou tentar a reeleição em São Paulo, fiado na tendência (por enquanto) majoritariamente conservadora do eleitorado paulista.
Nossa opinião no Blog da Folha
No Blog da Folha:
Luciano Siqueira sai em defesa da aliança PT-PMDB
. O vereador do Recife Luciano Siqueira (PCdoB) estava entre os aliados da base governista preocupados com a formalização do acerto nacional PT-PMDB. Em outras ocasiões, o parlamentar alertara para o “perigo” das definições antecipadas de alianças e também revelava certo desconforto com o espaço demasiado que o partido aliado menos identificado com o ideário de esquerda ocupava no Governo. Agora, com a aliança selada (será mesmo?), Siqueira celebra a postura petista, que classifica como “amadurecida”.
. “Outrora o PT era criticado, com razão, por ser avesso a alianças amplas. Lula perdeu para Collor porque recusou o apoio de Ulysses Guimarães. Hoje o PT é criticado pela amplitude das alianças que faz, inclusive com o PMDB centrista, em busca da maioria eleitoral e da governabilidade. Alguém sabe de Algum lugar na face da Terra onde alianças amplas e diversificadas sejam dispensáveis para governar?”, questiona o comunista, em sua página na intenet, lembrando as coalisões na China e antiga URSS.
. “O PT de hoje é mais amadurecido, sensato e politicamente capaz do que o PT de ontem. Para a insatisfação dos que apostam, em vão, no fracasso político do governo Lula”, conclui Siqueira.
Luciano Siqueira sai em defesa da aliança PT-PMDB
. O vereador do Recife Luciano Siqueira (PCdoB) estava entre os aliados da base governista preocupados com a formalização do acerto nacional PT-PMDB. Em outras ocasiões, o parlamentar alertara para o “perigo” das definições antecipadas de alianças e também revelava certo desconforto com o espaço demasiado que o partido aliado menos identificado com o ideário de esquerda ocupava no Governo. Agora, com a aliança selada (será mesmo?), Siqueira celebra a postura petista, que classifica como “amadurecida”.
. “Outrora o PT era criticado, com razão, por ser avesso a alianças amplas. Lula perdeu para Collor porque recusou o apoio de Ulysses Guimarães. Hoje o PT é criticado pela amplitude das alianças que faz, inclusive com o PMDB centrista, em busca da maioria eleitoral e da governabilidade. Alguém sabe de Algum lugar na face da Terra onde alianças amplas e diversificadas sejam dispensáveis para governar?”, questiona o comunista, em sua página na intenet, lembrando as coalisões na China e antiga URSS.
. “O PT de hoje é mais amadurecido, sensato e politicamente capaz do que o PT de ontem. Para a insatisfação dos que apostam, em vão, no fracasso político do governo Lula”, conclui Siqueira.
História: 21 de outubro de 1947
A redação da Tribuna Popular, Rio, é invadida e empastelada, com a conivência da polícia. (Vermelho http://www.vermelho.org.br/).
Bom entrosamento
. Pela primeira vez em muitos anos um secretário de Estado participa de reunião do prefeito com toda a equipe de governo, como aconteceu segunda feira última.
. O secretário de Planejamento Geraldo Júlio fez exposição sobre a experiência do governo estadual com a ferramenta de monitoramento da gestão.
. Sinal de estreita parceria entre Eduardo Campos e João da Costa. Bom para o Recife.
. O secretário de Planejamento Geraldo Júlio fez exposição sobre a experiência do governo estadual com a ferramenta de monitoramento da gestão.
. Sinal de estreita parceria entre Eduardo Campos e João da Costa. Bom para o Recife.
Artigo semanal no Blog de Jamildo (Jornal do Commercio Online)
Ainda uma medida tímida, sim senhor
Luciano Siqueira
O fato, meus amigos, é que até água em demasia pode intoxicar. Ou seja: nada é bom em si, depende da dose, das circunstâncias e da serventia. Isso vale para tudo – inclusive para o capital estrangeiro que aporta no país.
Vejamos. O governo acaba de adotar uma medida destinada a controlar os investimentos estrangeiros destinados à bolsa ou a títulos públicos, que agora passa a recolher 2% de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). Isto para inibir o excesso de aplicações especulativas de curto prazo. A taxação se dá no instante em que o capital entra no país, e não se aplica aos investimentos diretos
A Bolsa de São Paulo tem registrado o ingresso crescente de capital estrangeiro, algo em torno de 4,5 e até 6 bilhões de dólares por mês. Nem sempre saudável, diga-se. Porque há que se distinguir os investimentos de longo prazo da simples agiotagem que nos faz de cassino, entra e sai, em busca do lucro imediato em razão dos juros praticados pelo Brasil bem mais elevados do que o resto do mundo.
Ora, o derrame de capital especulativo em nosso país leva a uma sobrevalorização do real, contribuindo para um desequilíbrio entre as importações (que tendem a aumentar) e as exportações (que tendem a diminuir). Quem paga a conta é o trabalhador brasileiro.
Ditas assim, as coisas parecem relativamente simples e fadadas a uma aprovação geral. No entanto, anunciada a medida, incontinenti pulularam na grande mídia os arautos do capital estrangeiro como filhote do deus mercado a atacar o governo, acusando-o de uma ingerência no benéfico (sic) livre fluxo de capitais no mundo globalizado. Cairão os investimentos externos!, bradam como se o governo estivesse fazendo algo inusitado no cenário mundial.
Na verdade, inúmeros países adotam medidas fiscais e de outras naturezas para controlar o fluxo de capitais como fundamento da proteção de suas economias contra flutuações nocivas. Estão entre estes o Chile e os chamados tigres asiáticos (Cingapura, Coréia do Sul, Taiwan e a região autônoma chinesa de Hong Kong).
O governo poderia ter sido até mais ousado, valendo-se do bom momento que o Brasil vive no cenário internacional mercê de suas condições diferenciadas no enfrentamento da crise global – mirando a repatriação de capitais e royalties. Não o fez, por falta de convicção ou por não se considerar suficientemente forte para tanto – o que é discutível, tamanho o prestígio interno e internacional de que goza. Portanto, um avanço, sim, mas ainda tímido.
Luciano Siqueira
O fato, meus amigos, é que até água em demasia pode intoxicar. Ou seja: nada é bom em si, depende da dose, das circunstâncias e da serventia. Isso vale para tudo – inclusive para o capital estrangeiro que aporta no país.
Vejamos. O governo acaba de adotar uma medida destinada a controlar os investimentos estrangeiros destinados à bolsa ou a títulos públicos, que agora passa a recolher 2% de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). Isto para inibir o excesso de aplicações especulativas de curto prazo. A taxação se dá no instante em que o capital entra no país, e não se aplica aos investimentos diretos
A Bolsa de São Paulo tem registrado o ingresso crescente de capital estrangeiro, algo em torno de 4,5 e até 6 bilhões de dólares por mês. Nem sempre saudável, diga-se. Porque há que se distinguir os investimentos de longo prazo da simples agiotagem que nos faz de cassino, entra e sai, em busca do lucro imediato em razão dos juros praticados pelo Brasil bem mais elevados do que o resto do mundo.
Ora, o derrame de capital especulativo em nosso país leva a uma sobrevalorização do real, contribuindo para um desequilíbrio entre as importações (que tendem a aumentar) e as exportações (que tendem a diminuir). Quem paga a conta é o trabalhador brasileiro.
Ditas assim, as coisas parecem relativamente simples e fadadas a uma aprovação geral. No entanto, anunciada a medida, incontinenti pulularam na grande mídia os arautos do capital estrangeiro como filhote do deus mercado a atacar o governo, acusando-o de uma ingerência no benéfico (sic) livre fluxo de capitais no mundo globalizado. Cairão os investimentos externos!, bradam como se o governo estivesse fazendo algo inusitado no cenário mundial.
Na verdade, inúmeros países adotam medidas fiscais e de outras naturezas para controlar o fluxo de capitais como fundamento da proteção de suas economias contra flutuações nocivas. Estão entre estes o Chile e os chamados tigres asiáticos (Cingapura, Coréia do Sul, Taiwan e a região autônoma chinesa de Hong Kong).
O governo poderia ter sido até mais ousado, valendo-se do bom momento que o Brasil vive no cenário internacional mercê de suas condições diferenciadas no enfrentamento da crise global – mirando a repatriação de capitais e royalties. Não o fez, por falta de convicção ou por não se considerar suficientemente forte para tanto – o que é discutível, tamanho o prestígio interno e internacional de que goza. Portanto, um avanço, sim, mas ainda tímido.
O PT ontem e hoje
. Outrora o PT era criticado, com razão, por ser avesso a alianças amplas. Lula perdeu para Collor porque recusou o apoio de Ulysses Guimarães.
. Hoje o PT é criticado pela amplitude das alianças que faz, inclusive com o PMDB centrista, em busca da maioria eleitoral e da governabilidade.
. Alguém sabe de Algum lugar na face da Terra onde alianças amplas e diversificadas sejam dispensáveis para governar?
. Na Rússia de Lênin, eram 18 partidos. Na China de hoje, junto com o Partido Comunista participam do governo mais seis partidos.
. O PT de hoje é mais amadurecido, sensato e politicamente capaz do que o PT de ontem.
. Para a insatisfação dos que apostam, em vão, no fracasso político do governo Lula.
. Hoje o PT é criticado pela amplitude das alianças que faz, inclusive com o PMDB centrista, em busca da maioria eleitoral e da governabilidade.
. Alguém sabe de Algum lugar na face da Terra onde alianças amplas e diversificadas sejam dispensáveis para governar?
. Na Rússia de Lênin, eram 18 partidos. Na China de hoje, junto com o Partido Comunista participam do governo mais seis partidos.
. O PT de hoje é mais amadurecido, sensato e politicamente capaz do que o PT de ontem.
. Para a insatisfação dos que apostam, em vão, no fracasso político do governo Lula.
20 outubro 2009
Boa noite, Nuno Júdice
AMOR
Um poema, dizes, em que
o amor se exprima, tudo
resumindo em palavras.
Mas o que fica
nas palavras
daquilo que se viveu?
Um pó de sílabas,
o ritmo pobre da
gramática, rimas sem nexo...
Capital externo: separando o joio e o trigo
No Vermelho:
Dilma: taxação de capital externo não afeta investimento
. A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, afirmou nesta terça-feira (20), que a taxação de aplicações financeiras com uma alíquota de 2%, a partir de hoje, não vai afugentar investidores, pois "o governo não está taxando investimento externo direto". A Bovespa sofreu forte queda durante o dia e o dólar se valorizou, em consequência da medida.
. "O governo não está taxando investimento externo direto. Está taxando única e exclusivamente aplicação", disse Dilma, ao chegar para a reunião do Conselho de Administração da Petrobras, em Brasília. Questionada se a medida geraria o efeito desejado, de impedir uma queda maior do dólar frente ao real, a ministra se limitou a dizer que este é "um dos mecanismos".
. A decisão do governo de taxar as aplicações financeiras em renda fixa, e no mercado acionário, com uma alíquota de 2% já foi publicada no Diário Oficial da União. O decreto presidencial 6306 taxa operações realizadas por investidor estrangeiro, para aplicação no mercado financeiro e de capitais.
. Leia a matéria na íntegra http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=117838&id_secao=2
Dilma: taxação de capital externo não afeta investimento
. A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, afirmou nesta terça-feira (20), que a taxação de aplicações financeiras com uma alíquota de 2%, a partir de hoje, não vai afugentar investidores, pois "o governo não está taxando investimento externo direto". A Bovespa sofreu forte queda durante o dia e o dólar se valorizou, em consequência da medida.
. "O governo não está taxando investimento externo direto. Está taxando única e exclusivamente aplicação", disse Dilma, ao chegar para a reunião do Conselho de Administração da Petrobras, em Brasília. Questionada se a medida geraria o efeito desejado, de impedir uma queda maior do dólar frente ao real, a ministra se limitou a dizer que este é "um dos mecanismos".
. A decisão do governo de taxar as aplicações financeiras em renda fixa, e no mercado acionário, com uma alíquota de 2% já foi publicada no Diário Oficial da União. O decreto presidencial 6306 taxa operações realizadas por investidor estrangeiro, para aplicação no mercado financeiro e de capitais.
. Leia a matéria na íntegra http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=117838&id_secao=2
19 outubro 2009
PCdoB na reta final do 12º Congresso
. Participo hoje, o dia inteiro, aqui em São Paulo, de reunião da Comissão Política Nacional do PCdoB. Para uma atualização acerca do quadro político e monitoramento do 12º. Congresso do Partido.
. Mais de 200 mil militantes participaram ativamente das assembléias de base e das fases municipal e estadual. O novo Programa é o centro dos debates.
. Próxima semana o Comitê Central fecha os preparativos para a plenária final do Congresso, que acontecerá também aqui em São Paulo, de 5 a 8 de novembro.
. Idéias renovadas, partido unido e coeso, pronto para cumprir o papel que lhe cabe nas grandes batalhas de hoje com mo olhar no projeto estratégico.. Congresso do Partido.
. Mais de 200 mil militantes participaram ativamente das assembléias de base e das fases municipal e estadual. O novo Programa é o centro dos debates.
. Próxima semana o Comitê Central fecha os preparativos para a plenária final do Congresso, que acontecerá também aqui em São Paulo, de 5 a 8 de novembro.
. Idéias renovadas, partido unido e coeso, pronto para cumprir o papel que lhe cabe nas grandes batalhas de hoje com o olhar no projeto estratégico.
. Mais de 200 mil militantes participaram ativamente das assembléias de base e das fases municipal e estadual. O novo Programa é o centro dos debates.
. Próxima semana o Comitê Central fecha os preparativos para a plenária final do Congresso, que acontecerá também aqui em São Paulo, de 5 a 8 de novembro.
. Idéias renovadas, partido unido e coeso, pronto para cumprir o papel que lhe cabe nas grandes batalhas de hoje com mo olhar no projeto estratégico.. Congresso do Partido.
. Mais de 200 mil militantes participaram ativamente das assembléias de base e das fases municipal e estadual. O novo Programa é o centro dos debates.
. Próxima semana o Comitê Central fecha os preparativos para a plenária final do Congresso, que acontecerá também aqui em São Paulo, de 5 a 8 de novembro.
. Idéias renovadas, partido unido e coeso, pronto para cumprir o papel que lhe cabe nas grandes batalhas de hoje com o olhar no projeto estratégico.
Bolo de rolo como prêmio
. Ganha um bom pedaço de bolo de rolo, típico da culinária pernambucana, quem descobrir quais são as divergências programáticas entre PSDB e DEM em Pernambuco.
. Porque a polêmica corre solta pelos jornais sem que as idéias discordantes venham à tona.
. Tudo parece se resumir a desencontros quanto à escalação do time que deve entrar em campo para a peleja de 2010. Em baixa, sem propostas nem tática definidas, haja bate-boca.
. Porque a polêmica corre solta pelos jornais sem que as idéias discordantes venham à tona.
. Tudo parece se resumir a desencontros quanto à escalação do time que deve entrar em campo para a peleja de 2010. Em baixa, sem propostas nem tática definidas, haja bate-boca.
Presidente a mil por hora
. Lula dá o recado, mais uma vez, no programa semanal de rádio “Café com o presidente”. Disse que o Brasil deve crescer cerca de 5% em 2010, informa o G1.
. Otimista com os dados da economia, ele ainda prevê, após dados divulgados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), na última semana, que um milhão de empregos com carteira assinada devem ser criados em 2010.
. Otimista com os dados da economia, ele ainda prevê, após dados divulgados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), na última semana, que um milhão de empregos com carteira assinada devem ser criados em 2010.
18 outubro 2009
Boa noite, Lau Siqueira
Limites ao capital especulativo
No Vermelho:
Capital estrangeiro especulativo será finalmente taxado
. Para desestimular a especulação, o presidente Lula autorizou a equipe econômica a elaborar medida provisória que implemente o imposto sobe capital estrangeiro de curto prazo--o chamado de especulativo. Esta é uma reivindição histórica dos movimentos sociais, que sempre cobraram do governo medidas para cobrar impostos dos especuladores.
. Para desestimular a especulação, o presidente Lula autorizou a equipe econômica a elaborar medida provisória que implemente o imposto sobe capital estrangeiro de curto prazo--o chamado de especulativo. Esta é uma reivindição histórica dos movimentos sociais, que sempre cobraram do governo medidas para cobrar impostos dos especuladores.
. A medida foi tomada após levantamentos do governo mostrarem crescimento acentuado na entrada de capital especulativo no país. Mas, em contrapartida, haverá cobrança menor de impostos sobre as somas que permanecem mais tempo no país.
. De junho a agosto, o ingresso de capital especulativo somou US$ 322 milhões, enquanto nos três meses anteriores, deram entrada no país US$ 186 milhões em capital de curto prazo. A alta contribui para valorizar o real e dificulta a exportação.
. Com a criação do novo imposto, o governo pretende fazer com que pague mais taxas aquele capital que permanecer menos tempo no país. A ideia é que fique livre do imposto após cumprir um prazo mínimo de permanência.
. A taxação deverá atingir tanto as aplicações de renda fixa quanto o mercado acionário.
17 outubro 2009
Boa tarde, Mário Quintana
OS POEMAS
Os poemas são pássaros que chegam
não se sabe de onde e pousam
no livro que lês.
Quando fechas o livro, eles alçam vôo
como de um alçapão.
Eles não têm pouso
nem porto
alimentam-se um instante em cada par de mãos
e partem.
E olhas, então, essas tuas mãos vazias,
no maravilhado espanto de saberes
que o alimento deles já estava em ti...
Multiculturalismo em baixa
No Vermelho, por Eduardo Bomfim:
Os politicamente incorretos
Quando em seu recente livro, Démetrio Magnoli, sociólogo e doutor em geografia humana, declara que no fim das contas os arautos do multiculturalismo estão dizendo que o Brasil fracassou historicamente como nação e deve começar de novo, reinventando-se desde o início, pelo cancelamento do mito de origem da confluência dos rios, ou da mestiçagem, ele está fazendo um diagnóstico certeiro sobre as concepções equivocadas do multiculturalismo em sua versão brasileira.
Esse conjunto de idéias, pelo poderoso incentivo e investimento que recebe de governos ou organizações não governamentais, o que quase sempre dá no mesmo, transformou-se em uma doutrina de múltiplas faces que ganhou nos últimos doze anos o carimbo de verdade incontestável, de tudo aquilo que recebe o apelido de questões politicamente corretas.
Além do mais, é pela sua origem e objetivos, divulgada, ou melhor, bombardeada à exaustão, através da grande mídia que monopoliza a informação e as idéias que lhe interessa, de tal maneira que aquilo que deveria ser notícia passa a ser campanha ideológica.
Procura-se induzir a idéia de que aquele que não concorda com determinadas “verdades” massificadas como definitivas é condenado à condição de politicamente incorreto. E até em certas correntes de pensamento cuja essência ou razão de existir sempre foi o sentimento da rebeldia, passam a assimilar, inadvertidamente, os conceitos multiculturalistas.
O debate sobre essa doutrina disciplinadora de concepções e costumes não é algo periférico ou de alguns diletantes acadêmicos. Encontra-se no centro da discussão sobre qual o projeto nacional e popular que interessa ao povo brasileiro. Na visão dos mais radicais dessa fórmula engendrada em laboratório, não há em verdade o povo brasileiro, não há mestiçagem e se eventualmente ela existe, trata-se de uma doença social a ser combatida ou revertida.
Falta, porém, corrigir o próprio povo brasileiro que na última e recente pesquisa do IBGE declarou-se em mais de 80% mestiço e bem mais mestiço que na penúltima pesquisa do referido instituto. O multiculturalismo também se estende por várias outras questões bastante sensíveis e de alta relevância à integridade e à soberania do País.
As políticas multiculturais continuam recebendo a chancela de orientações institucionais a nível federal sem jamais galvanizar os sentimentos da esmagadora maioria da nação, ao que parece politicamente incorreta.
Trogloditas somos nós
Ciência Hoje Online:
Livro traz curiosidades biológicas e mostra como a evolução se manifesta no comportamento humano
. Por que há cada vez mais pessoas míopes no mundo? Por que grávidas têm enjoos? Devemos tomar uma aspirina quando temos febre? Essas e muitas outras perguntas são respondidas no livro Troglodita é você! Pequeno guia darwiniano da vida cotidiana, do pesquisador francês de biologia evolutiva Michel Raymond. Lançada no Brasil pela editora Paz e Terra, a obra descreve e explica, sob a ótica da teoria da evolução, comportamentos humanos que vão desde a preferência por algumas comidas até a orientação sexual.
. A fácil leitura desse livro revela a manifestação da evolução humana no cotidiano. Evolução esta que nem sempre é sinônimo de progresso. Como nos conta o autor, a alergia, por exemplo, é algo novo em nossa sociedade. Esse mal, que atinge 40% das crianças apenas na França, é resultado da adaptação humana a um meio limpo. Com a maior higienização e a urbanização a partir do século 19, o nosso corpo deixou de ter contato com uma quantidade de microrganismos suficiente para que o sistema imunológico aprenda a se defender.
. Em seus seis capítulos, a obra nos mostra que o homem é um animal altamente especializado, e, mesmo assim, não escapa das regras da biologia evolutiva. Possui, por exemplo, a cultura, que afeta o modo como evolui. É por causa da cultura de cada povo que alguns de nós conseguem beber leite depois de adultos sem problemas, enquanto outros passam mal só de pensar nisso. Curioso? O autor explica isso detalhadamente.
. Leia a matéria na íntegra http://cienciahoje.uol.com.br/155019
. Leia a matéria na íntegra http://cienciahoje.uol.com.br/155019
Ninho de confusão
. Tanto quanto evito opinar sobre assuntos internos de partidos aliados, e também adversários, não gosto de comentar o que se passa na cozinha do campo de forças de oposição.
. Mas é fato digno de nota que a cada novo encontro do PMDB de Pernambuco, repetem-se queixas quanto à suposta desorganização do conjunto de partidos da talvez extinta União por Pernambuco.
. Hoje vem à tona dura crítica do deputado José Mendonça (DEM) contra o senador Sérgio Guerra (PSDB), acusado de “desagregador contumaz”.
. O povo diz: casa em que falta pão, todos brigam e ninguém tem razão. Onde faltam idéias e propostas claras, só pode haver mesmo muita confusão – e é difícil saber quem tem razão...
. Mas é fato digno de nota que a cada novo encontro do PMDB de Pernambuco, repetem-se queixas quanto à suposta desorganização do conjunto de partidos da talvez extinta União por Pernambuco.
. Hoje vem à tona dura crítica do deputado José Mendonça (DEM) contra o senador Sérgio Guerra (PSDB), acusado de “desagregador contumaz”.
. O povo diz: casa em que falta pão, todos brigam e ninguém tem razão. Onde faltam idéias e propostas claras, só pode haver mesmo muita confusão – e é difícil saber quem tem razão...
16 outubro 2009
Suplicy sem limites
. Ninguém duvida de que o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) tem qualidades e exerce o mandato com méritos.
. Mas suas estripulias na busca de factóides ultrapassam os limites do bom senso.
. Outro dia foi o cartão vermelho para Sarney, mostrado da tribuna do Senado. Ontem foi uma sunga de Superhomem que vestiu sobre a calça a pedido de uma repórter de programa humorístico da TV.
. A cada cartão e a cada sunga, a credibilidade do senador decai.
. Mas suas estripulias na busca de factóides ultrapassam os limites do bom senso.
. Outro dia foi o cartão vermelho para Sarney, mostrado da tribuna do Senado. Ontem foi uma sunga de Superhomem que vestiu sobre a calça a pedido de uma repórter de programa humorístico da TV.
. A cada cartão e a cada sunga, a credibilidade do senador decai.
Lacerdismo revivido
. Há mais ou menos dois anos, era o senador Artur Virgílio. Agora, o senador Jarbas Vasconcelos. Palavras desrespeitosas direcionadas ao presidente da República, ao estilo da velha UDN.
. Dentre os udenistas, Carlos Lacerda despontava em diatribes contra Juscelino.
. A História reservou lugar de honra para JK. Lacerda é lembrado pelo seu destempero verbal.
. Lula já tem assegurado o seu lugar na História do Brasil.
. Dentre os udenistas, Carlos Lacerda despontava em diatribes contra Juscelino.
. A História reservou lugar de honra para JK. Lacerda é lembrado pelo seu destempero verbal.
. Lula já tem assegurado o seu lugar na História do Brasil.
Lula quer uma ONU renovada
No Vermelho:
Lula cita golpe de Honduras para defender a reforma da ONU
. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva exemplificou com o golpe de Honduras para defender uma reforma que fortaleça os organismos multilaterais. “Em Honduras, o que a OEA (Organização dos Estados Americanos) fez? Fez as reuniões, tomou as decisões, e simplesmente o golpista não atendeu a nada", argumentou Lula, ao comentar para a imprensa a escolha do Brasil para o Conselho de Segurança da ONU, nesta quinta-feira (15)."Se tivesse maior representatividade política, a ONU decidiria e os países cumpririam”, disse o presidente. Lula falou aos jornalistas durante visita às obras de transposição do Rio São Francisco, em Floresta, no sertão de Pernambuco, a 440 km do Recife.
Lula cita golpe de Honduras para defender a reforma da ONU
. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva exemplificou com o golpe de Honduras para defender uma reforma que fortaleça os organismos multilaterais. “Em Honduras, o que a OEA (Organização dos Estados Americanos) fez? Fez as reuniões, tomou as decisões, e simplesmente o golpista não atendeu a nada", argumentou Lula, ao comentar para a imprensa a escolha do Brasil para o Conselho de Segurança da ONU, nesta quinta-feira (15)."Se tivesse maior representatividade política, a ONU decidiria e os países cumpririam”, disse o presidente. Lula falou aos jornalistas durante visita às obras de transposição do Rio São Francisco, em Floresta, no sertão de Pernambuco, a 440 km do Recife.
. Lula lembrou que "há 15 anos o Brasil tem reivindicado uma reforma no no Conselho de Segurança da ONU". E declarou-se "muito otimista de que este ano nós iremos conseguir fazer uma reforma no Conselho de Segurança da ONU, nos seus membros permanentes". A escolha do Brasil hoje, por 182 votos em 183, foi para um mandato de dois anos.
. “Se a ONU quiser voltar a ter representatividade, tomar as decisões e essas decisões serem executadas, ela tem que reformar o conselho e colocar outros países (como membros permanentes)”, disse Lula.
15 outubro 2009
Coluna semanal no portal Vermelho
A relação do mundo com o que ocorre na aldeia
Luciano Siqueira
Anteontem, tomava anotações para uma discussão sobre a conjuntura política com membros da equipe gestora da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico do Recife, e me veio à mente o diálogo mantido nos idos dos oitenta, quando deputado, com um professor da rede pública. O tema era o mesmo: a conjuntura política; e a intenção semelhante: da minha parte, contribuir para a compreensão de que lutamos melhor e de maneira mais consistente quando nos damos conta da dimensão universal da batalha particular que estamos travando.
No caso do grupo da atual SCTDE da Prefeitura do Recife, situar as possibilidades e limites do plano de ação estratégica formulado no contexto da crise global e de suas repercussões no Brasil e da evolução da economia nacional e local. Para que se tenha os pés no chão, evitando intenções abstratas; e para se vislumbre as janelas de oportunidades postas no cenário atual.
Com os professores em campanha salarial, a tentativa de levá-los a considerar dentre as muitas variáveis que conformavam a correlação de forças na qual pugnavam pelos objetivos postos na pauta de reivindicações do Sindicato, certas influências do que as passava no Brasil e no mundo.
Pois bem. Fizera uma intervenção abrangente, embora concisa, mencionando fatos e tendências marcantes da situação internacional e nacional antes de desembocar no quadro político da província, para em seguida debatermos o tema com os presentes. O primeiro a se inscrever foi claro: “Deputado, sobre essa teoria toda eu não vou falar, quero apenas dar a minha opinião sobre a luta de nossa categoria”. Ou seja, para ele, tudo o que havia dito sobre o mundo e o Brasil não passava de “teoria”, algo distante da peleja em que estava envolvido com seus colegas.
Lembro que tentei convencê-lo da necessidade de um descortino mais amplo. Argumentei que desde o fim do Século 19, quando o capitalismo atingiu o estágio superior dos monopólios e o mundo se viu totalmente dividido em áreas de influência das grandes potências, já não se pôde falar em economias nacionais autônomas, dissociadas da cadeia de dominação em que se convertera o sistema capitalista. E que a partir daí, a realidade de cada país e, por extensão de cada lugar, sofreria a influência direta ou indireta dos acontecimentos em plano mundial. E, portanto, teríamos que considerar esse dado na dimensão política das possibilidades de alcançar os nossos objetivos em nossas lutas, mesmo quando setoriais ou localizadas.
Se o convenci, não lembro. Talvez se voltássemos a conversar hoje, passados mais de vinte anos, o professor “particularista” me compreenderia melhor. Afinal, o mundo globalizado como agora se apresenta está ao alcance da percepção de muitos. Mais ainda quando o Brasil assume papel de destaque na cena global, liderando a busca da integração solidária dos países do subcontinente sul-americano.
Luciano Siqueira
Anteontem, tomava anotações para uma discussão sobre a conjuntura política com membros da equipe gestora da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico do Recife, e me veio à mente o diálogo mantido nos idos dos oitenta, quando deputado, com um professor da rede pública. O tema era o mesmo: a conjuntura política; e a intenção semelhante: da minha parte, contribuir para a compreensão de que lutamos melhor e de maneira mais consistente quando nos damos conta da dimensão universal da batalha particular que estamos travando.
No caso do grupo da atual SCTDE da Prefeitura do Recife, situar as possibilidades e limites do plano de ação estratégica formulado no contexto da crise global e de suas repercussões no Brasil e da evolução da economia nacional e local. Para que se tenha os pés no chão, evitando intenções abstratas; e para se vislumbre as janelas de oportunidades postas no cenário atual.
Com os professores em campanha salarial, a tentativa de levá-los a considerar dentre as muitas variáveis que conformavam a correlação de forças na qual pugnavam pelos objetivos postos na pauta de reivindicações do Sindicato, certas influências do que as passava no Brasil e no mundo.
Pois bem. Fizera uma intervenção abrangente, embora concisa, mencionando fatos e tendências marcantes da situação internacional e nacional antes de desembocar no quadro político da província, para em seguida debatermos o tema com os presentes. O primeiro a se inscrever foi claro: “Deputado, sobre essa teoria toda eu não vou falar, quero apenas dar a minha opinião sobre a luta de nossa categoria”. Ou seja, para ele, tudo o que havia dito sobre o mundo e o Brasil não passava de “teoria”, algo distante da peleja em que estava envolvido com seus colegas.
Lembro que tentei convencê-lo da necessidade de um descortino mais amplo. Argumentei que desde o fim do Século 19, quando o capitalismo atingiu o estágio superior dos monopólios e o mundo se viu totalmente dividido em áreas de influência das grandes potências, já não se pôde falar em economias nacionais autônomas, dissociadas da cadeia de dominação em que se convertera o sistema capitalista. E que a partir daí, a realidade de cada país e, por extensão de cada lugar, sofreria a influência direta ou indireta dos acontecimentos em plano mundial. E, portanto, teríamos que considerar esse dado na dimensão política das possibilidades de alcançar os nossos objetivos em nossas lutas, mesmo quando setoriais ou localizadas.
Se o convenci, não lembro. Talvez se voltássemos a conversar hoje, passados mais de vinte anos, o professor “particularista” me compreenderia melhor. Afinal, o mundo globalizado como agora se apresenta está ao alcance da percepção de muitos. Mais ainda quando o Brasil assume papel de destaque na cena global, liderando a busca da integração solidária dos países do subcontinente sul-americano.
14 outubro 2009
Artigo semanal no Blog de Jamildo (Jornal do Commercio Online)
Uma região que revela suas potencialidades
Luciano Siqueira
Não é de agora que estudiosos afirmam que o Nordeste já não pode ser visto como região-problema; é preciso identificar, nela, pólos econômicos dinâmicos e, portanto, suas potencialidades.
Também já faz tempo que caducou o velho discurso das elites regionais que batiam na mesma tecla – o pedido de ajuda federal, se possível mediante transferência de recursos a fundo perdido, sem critérios consistentes para a sua aplicação. Atores econômicos imbuídos de espírito empreendedor e ajustados aos padrões competitivos modernos buscam oportunidades e condições de investir – como crédito menos oneroso e expansão do mercado interno.
Sob o governo Lula, as limitações da SUDENE restaurada têm sido compensados por uma política nacional de desenvolvimento regional. Decisões políticas do presidente têm possibilitado a abertura de um novo ciclo de oportunidades. Os empreendimentos industriais de ponta sediados no Complexo Portuário de Suape são exemplos emblemáticos.
Ocorre que os indicadores de desempenho da economia brasileira relativos ao primeiro trimestre deste ano confirmam essas assertivas. Capitaneada por Pernambuco, Ceará e Bahia, a região experimentou o crescimento do seu PIB em 2,2%, enquanto que o PIB do país retroagiu 1,46% no período.
Para espanto da mídia nacional, a exemplo do jornal paulista O Estado de São Paulo, que vem de publicar reportagem sobre o assunto. Segundo o Estadão – com base em dados analisados pela pernambucana Datamétrica - o Produto Interno Bruto (PIB) de Pernambuco registrou alta de 3,8%; o de Ceará, 2,8%; e o da Bahia, 1,6%.
A análise considerou, além dos PIBs, variáveis de impostos estaduais e federais, comércio, produção industrial e movimentação bancária. Diz a matéria: “Naquelas em que o Brasil cresceu, o Nordeste avançou mais. Nas outras em que houve retração, os nordestinos tiveram quedas menores. E são esses mesmos indicadores que mostram que Sergipe, Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte, Piauí e Maranhão não fizeram feio. A arrecadação do ICMS desse grupo subiu 7,3% nos últimos sete meses, enquanto no Nordeste houve um acréscimo de 3,87% e no Brasil, de apenas 1,66%. No mesmo período, o comércio deles avançou 5,4%, do Nordeste, 5,6%, e em todo o País, 4,6%.”
Em tempo de crise global e de agravos à economia brasileira, o Nordeste se sobressai como uma espécie de fortim anti-crise. Sinal de novos tempos e de boa colheita de decisões de governo corretas.
Luciano Siqueira
Não é de agora que estudiosos afirmam que o Nordeste já não pode ser visto como região-problema; é preciso identificar, nela, pólos econômicos dinâmicos e, portanto, suas potencialidades.
Também já faz tempo que caducou o velho discurso das elites regionais que batiam na mesma tecla – o pedido de ajuda federal, se possível mediante transferência de recursos a fundo perdido, sem critérios consistentes para a sua aplicação. Atores econômicos imbuídos de espírito empreendedor e ajustados aos padrões competitivos modernos buscam oportunidades e condições de investir – como crédito menos oneroso e expansão do mercado interno.
Sob o governo Lula, as limitações da SUDENE restaurada têm sido compensados por uma política nacional de desenvolvimento regional. Decisões políticas do presidente têm possibilitado a abertura de um novo ciclo de oportunidades. Os empreendimentos industriais de ponta sediados no Complexo Portuário de Suape são exemplos emblemáticos.
Ocorre que os indicadores de desempenho da economia brasileira relativos ao primeiro trimestre deste ano confirmam essas assertivas. Capitaneada por Pernambuco, Ceará e Bahia, a região experimentou o crescimento do seu PIB em 2,2%, enquanto que o PIB do país retroagiu 1,46% no período.
Para espanto da mídia nacional, a exemplo do jornal paulista O Estado de São Paulo, que vem de publicar reportagem sobre o assunto. Segundo o Estadão – com base em dados analisados pela pernambucana Datamétrica - o Produto Interno Bruto (PIB) de Pernambuco registrou alta de 3,8%; o de Ceará, 2,8%; e o da Bahia, 1,6%.
A análise considerou, além dos PIBs, variáveis de impostos estaduais e federais, comércio, produção industrial e movimentação bancária. Diz a matéria: “Naquelas em que o Brasil cresceu, o Nordeste avançou mais. Nas outras em que houve retração, os nordestinos tiveram quedas menores. E são esses mesmos indicadores que mostram que Sergipe, Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte, Piauí e Maranhão não fizeram feio. A arrecadação do ICMS desse grupo subiu 7,3% nos últimos sete meses, enquanto no Nordeste houve um acréscimo de 3,87% e no Brasil, de apenas 1,66%. No mesmo período, o comércio deles avançou 5,4%, do Nordeste, 5,6%, e em todo o País, 4,6%.”
Em tempo de crise global e de agravos à economia brasileira, o Nordeste se sobressai como uma espécie de fortim anti-crise. Sinal de novos tempos e de boa colheita de decisões de governo corretas.
História: 14 de outubro de 1968
A polícia prende em Ibiúna, SP, 1.240 participantes do 30º congresso da UNE, grande demais para caber nas normas da clandestinidade. Os protestos que se seguem em todo o país inventam a célebre palavra-de-ordem “A UNE somos nós, nossa força, nossa voz!”. Surge também um comitê de mães dos presos. (Vermelho http://www.vermelho.org.br/).
A opinião pessoal de Sérgio Augusto da Silveira
ENFRENTAR EDUARDO? DEUS OS LIVRE!!!
Sérgio Augusto Silveira*
sergioaugusto_s@yahoo.com.br
Como já vínhamos avaliando e tendendo a acreditar – e a prever – com enorme chance de acerto, está já praticamente definido que o senador peemedebista Jarbas Vasconcelos não vai ser o Cristo ou o touro na arena para levar chicotadas e receber uma punhalada fatal no cenário de 2010. O ex-governador, eleito pela antiga aliança de centro-direita anti arraesista na década passada, nunca foi um sujeito metido a herói, assim como nunca foi o “freguês” da hora, o otário de plantão para o sacrifício.
Isso os integrantes da aliança PSB-PT- PCdoB já examinaram, brecharam pelos vãos das paredes adversárias e se sentem com segurança para dizer, pela voz de um de seus membros, o deputado Sérgio Leite, que não vai haver duelo de gigantes no velho oeste da política pernambucana na disputa pelo Governo do Estado. Pois, enfim, o senador Jarbas é um gigante, mas não é besta.
O peemedebista está vendo a impossibilidade de o discurso anti-Eduardo Campos desconstruir a imagem positiva deste, trabalhada com diligência, com o apoio claro de todo dia por parte do hoje popularíssimo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Enfim – não é mesmo, Jarbas? – que tipo de maquinação político-mercadológica, aliás, marketinesca, iria o fabuloso mago Antônio Lavareda colocar em prática para cortar as pernas da farta mesa das esquerdas no Estado?
Com certeza o próprio mago de mil antigas vitórias já examinou o quadro, chegou à sua conclusão e, presumo, deu o recado para o ex-futuro candidato peemedebista a governador. Mais ou menos assim: olha, Jarbas, o quadro mudou muito, eles ficaram poderosos e vocês não têm nenhum nome para reverter essa situação daqui para o próximo semestre. Não entre nessa, pense no Senado.
Enquanto isso, na sala tucana, o senador Sérgio Guerra, que fazia um alarido e depois foi falando fino, agora já aceita essa avaliação que não é só tenebrosa para os arraiais da enferrujada Aliança dos velhos tempos. É também realista, verdadeira, dentro da realidade na política local, aqui, agora. Que bom para essa Aliança entortada e pernambucana se pudesse conviver aqui com o atual governador socialista, tal como convive naquele clima de diálogo e relativo entendimento com a figura do presidente Lula em Brasília (com a licença de Jarbas!...).
Mas, Pernambuco não é Brasília. Aqui se configurou e se concretizou, ao longo do tempo, um perfil político de confrontação. Isso desde o século XIX, reafirmando-se ao longo do século XX. E não se pode desprezar as feições históricas que o comportamento político e ideológico assumiu neste Estado, fruto dos confrontos inúmeros aqui travados. Desculpem, mas passa por aí, também, a linha de entendimento de tudo aquilo que está acontecendo hoje neste Estado, famoso pelas muitas disputas acirradas.
* Jornalista
Sérgio Augusto Silveira*
sergioaugusto_s@yahoo.com.br
Como já vínhamos avaliando e tendendo a acreditar – e a prever – com enorme chance de acerto, está já praticamente definido que o senador peemedebista Jarbas Vasconcelos não vai ser o Cristo ou o touro na arena para levar chicotadas e receber uma punhalada fatal no cenário de 2010. O ex-governador, eleito pela antiga aliança de centro-direita anti arraesista na década passada, nunca foi um sujeito metido a herói, assim como nunca foi o “freguês” da hora, o otário de plantão para o sacrifício.
Isso os integrantes da aliança PSB-PT- PCdoB já examinaram, brecharam pelos vãos das paredes adversárias e se sentem com segurança para dizer, pela voz de um de seus membros, o deputado Sérgio Leite, que não vai haver duelo de gigantes no velho oeste da política pernambucana na disputa pelo Governo do Estado. Pois, enfim, o senador Jarbas é um gigante, mas não é besta.
O peemedebista está vendo a impossibilidade de o discurso anti-Eduardo Campos desconstruir a imagem positiva deste, trabalhada com diligência, com o apoio claro de todo dia por parte do hoje popularíssimo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Enfim – não é mesmo, Jarbas? – que tipo de maquinação político-mercadológica, aliás, marketinesca, iria o fabuloso mago Antônio Lavareda colocar em prática para cortar as pernas da farta mesa das esquerdas no Estado?
Com certeza o próprio mago de mil antigas vitórias já examinou o quadro, chegou à sua conclusão e, presumo, deu o recado para o ex-futuro candidato peemedebista a governador. Mais ou menos assim: olha, Jarbas, o quadro mudou muito, eles ficaram poderosos e vocês não têm nenhum nome para reverter essa situação daqui para o próximo semestre. Não entre nessa, pense no Senado.
Enquanto isso, na sala tucana, o senador Sérgio Guerra, que fazia um alarido e depois foi falando fino, agora já aceita essa avaliação que não é só tenebrosa para os arraiais da enferrujada Aliança dos velhos tempos. É também realista, verdadeira, dentro da realidade na política local, aqui, agora. Que bom para essa Aliança entortada e pernambucana se pudesse conviver aqui com o atual governador socialista, tal como convive naquele clima de diálogo e relativo entendimento com a figura do presidente Lula em Brasília (com a licença de Jarbas!...).
Mas, Pernambuco não é Brasília. Aqui se configurou e se concretizou, ao longo do tempo, um perfil político de confrontação. Isso desde o século XIX, reafirmando-se ao longo do século XX. E não se pode desprezar as feições históricas que o comportamento político e ideológico assumiu neste Estado, fruto dos confrontos inúmeros aqui travados. Desculpem, mas passa por aí, também, a linha de entendimento de tudo aquilo que está acontecendo hoje neste Estado, famoso pelas muitas disputas acirradas.
* Jornalista
Petrobras testa novas tecnologias para o pré-sal
. A notícia está no Valor Econômico. A Petrobras aproveita os testes de longa duração nos campos de Tupi, na Bacia de Santos, e Jubarte, na Bacia de Campos, para pôr à prova novas soluções tecnológicas na exploração do pré-sal. Um dos maiores desafios é o desenvolvimento de fluidos químicos capazes de impedir o congelamento do petróleo e gás em razão das baixas temperaturas em águas ultraprofundas.
. A exploração do pré-sal também exigirá o desenvolvimento de aços especiais para a fabricação dos tubos que serão instalados nos poços e outras etapas do processo de exploração, capazes de resistir a contaminantes. Executivos e técnicos da Petrobras têm se reunido com representantes de empresas metalúrgicas interessadas em fornecer esses equipamentos. "Estamos mapeando toda a indústria brasileira", diz a gerente-executiva de engenharia de exploração e produção da estatal, Solange Guedes.
. A exploração do pré-sal também exigirá o desenvolvimento de aços especiais para a fabricação dos tubos que serão instalados nos poços e outras etapas do processo de exploração, capazes de resistir a contaminantes. Executivos e técnicos da Petrobras têm se reunido com representantes de empresas metalúrgicas interessadas em fornecer esses equipamentos. "Estamos mapeando toda a indústria brasileira", diz a gerente-executiva de engenharia de exploração e produção da estatal, Solange Guedes.
13 outubro 2009
Ciro X Dilma, não; Ciro + Dilma
. Bobagem estimular conflito entre o deputado Ciro Gomes (PSB) e a ministra Dilma Roussef (PT), cogitados como possíveis candidatos à presidência da República, tendo como base números de pesquisas recentes.
. Esta é apenas uma dentre muitas variáveis a considerar. O mais importante é o concerto de uma plataforma política comum que lastreie a candidatura governista e, estabelecendo-se a unidade política, verificar se há ou necessidade de mais de uma candidatura.
. Isso demanda tempo, paciência e avaliação criteriosa do cenário da disputa. E não há sinais de que na coalizão governista haja algum partido ansioso a ponto de definir as coisas agora – fora o PMDB, que ensaia a postulação da vice para um dos seus quadros.
. O mais provável, portanto, é que a equação não seja Ciro X Dilma, mas Ciro + Dilma.
. O conflito se dará, sim, com as forças de oposição.
. Esta é apenas uma dentre muitas variáveis a considerar. O mais importante é o concerto de uma plataforma política comum que lastreie a candidatura governista e, estabelecendo-se a unidade política, verificar se há ou necessidade de mais de uma candidatura.
. Isso demanda tempo, paciência e avaliação criteriosa do cenário da disputa. E não há sinais de que na coalizão governista haja algum partido ansioso a ponto de definir as coisas agora – fora o PMDB, que ensaia a postulação da vice para um dos seus quadros.
. O mais provável, portanto, é que a equação não seja Ciro X Dilma, mas Ciro + Dilma.
. O conflito se dará, sim, com as forças de oposição.
PCdoB forte e unido em torno do Projeto Nacional de Desenvolvimento
No site http://www.lucianosiqueira.com.br/, por Inamara Mélo:
. Encerrando a etapa pernambucana do 12º Congresso Nacional do PCdoB, os comunistas reuniram 300 delegados na mais representativa conferência já realizada no Estado, após terem mobilizado oito mil militantes em 110 municípios. “Esta é seguramente a maior e a que permitiu o debate mais profundo sobre os problemas atuais do mundo e do Brasil. Tivemos aqui uma grande unidade em torno das propostas que o nosso partido apresenta para o país”, avaliou o presidente Alanir Cardoso.
. A Conferência, que aconteceu nos dias 10 e 11 no auditório da Unicap, no Recife, prestou homenagem a três militantes dedicados à construção do PCdoB no Estado: a artista plástica Tereza Costa Rêgo, a francesa erradicada no Brasil Yolande Cavorett e o líder comunitário Eufrásio Elias, de 85 anos e filiado ao Partido desde 1955. “O reconhecimento é a forma de educação mais elevada que nós podemos praticar com os novos militantes que passam a compor as nossas fileiras”, assinalou Alanir Cardoso.
. A Conferência, que aconteceu nos dias 10 e 11 no auditório da Unicap, no Recife, prestou homenagem a três militantes dedicados à construção do PCdoB no Estado: a artista plástica Tereza Costa Rêgo, a francesa erradicada no Brasil Yolande Cavorett e o líder comunitário Eufrásio Elias, de 85 anos e filiado ao Partido desde 1955. “O reconhecimento é a forma de educação mais elevada que nós podemos praticar com os novos militantes que passam a compor as nossas fileiras”, assinalou Alanir Cardoso.
. “O Novo Programa Socialista trouxe a esperança para o cotidiano” - As teses do 12º Congresso foram apresentadas pelo secretário nacional de formação e propaganda, Adalberto Monteiro, representando o Comitê Central do PCdoB. Para Adalberto, a atual proposta em debate é mobilizadora, capaz de agregar e de forjar uma maioria política no curso da luta. “Essa mensagem tem o elã de uma boa nova. Não é uma quimera, não é uma ilusão, é uma chance real. A força da proposta do PCdoB está calcada na análise da história social, política e econômica brasileira, que nos permite dizer que o Brasil, no decorrer das primeiras décadas do século 21, pode vir a se tornar uma das nações mais fortes e influentes do mundo, entendendo isso como uma nação democrática, soberana e na qual a riqueza produzida seja canalizada para o bem estar do povo”.
. Na análise feita pelo partido, o Brasil já percorreu dois grandes ciclos civilizacionais. O primeiro, constituído por um período de 400 anos de história, tem a independência, a abolição e a República como marcos da constituição da nação, levando o país a ser um detentor de um território continental e de um povo uno, fruto de um grande processo de miscigenação. O outro ciclo civilizacional se inicia na Revolução de 30, liderada por Getúlio Vargas, e vai até o início dos anos 80, período em que o Brasil se industrializa e se urbaniza, e quando a educação e a cultura brasileira são fortalecidas.
. Passadas as décadas de 80 e 90, chamadas de décadas perdidas, quando o país vive o apogeu do neoliberalismo e um período de decadência, os oitos anos do governo Lula criam um alicerce propício para o Brasil dar um novo salto civilizacional. Usando a imagem do poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade, Adalberto disse que apesar do Brasil ser hoje a décima economia do mundo, o país acumulou contradições que seriam “a pedra no meio do caminho”.
O PCdoB defende como solução viável para o terceiro salto civilizacional o novo projeto nacional de desenvolvimento, capaz de abrir caminhos para o socialismo no Brasil. “O novo programa é um giro a mais que lapida a elaboração estratégica de conquista do socialismo. Com ele, o PCdoB tem rumo e passa a ter um caminho”, concluiu.
. PCdoB em ascensão - No balanço da gestão do Comitê Estadual cessante, as vitórias obtidas nos últimos dois anos. Com quatro prefeitos comunistas, seis vice-prefeitos, dois deputados estaduais e 42 vereadores no Estado, a presença do PCdoB na frente institucional não tem precedentes. Hoje o Partido dirige duas secretarias estaduais e ocupa cargos importantes em prefeituras de vinte cidades. A direção também avaliou que houve crescimento da influência do PCdoB nos movimentos sindical, popular, ambientalista, de mulheres, negros e de juventude. Bons exemplos disso foram a construção da seção estadual da CTB-Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil, que tem fortalecido a corrente classista no movimento sindical, e os êxitos na União de Estudantes de Pernambuco e em dezenas de grêmios estudantis e diretórios acadêmicos.
. Passadas as décadas de 80 e 90, chamadas de décadas perdidas, quando o país vive o apogeu do neoliberalismo e um período de decadência, os oitos anos do governo Lula criam um alicerce propício para o Brasil dar um novo salto civilizacional. Usando a imagem do poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade, Adalberto disse que apesar do Brasil ser hoje a décima economia do mundo, o país acumulou contradições que seriam “a pedra no meio do caminho”.
O PCdoB defende como solução viável para o terceiro salto civilizacional o novo projeto nacional de desenvolvimento, capaz de abrir caminhos para o socialismo no Brasil. “O novo programa é um giro a mais que lapida a elaboração estratégica de conquista do socialismo. Com ele, o PCdoB tem rumo e passa a ter um caminho”, concluiu.
. PCdoB em ascensão - No balanço da gestão do Comitê Estadual cessante, as vitórias obtidas nos últimos dois anos. Com quatro prefeitos comunistas, seis vice-prefeitos, dois deputados estaduais e 42 vereadores no Estado, a presença do PCdoB na frente institucional não tem precedentes. Hoje o Partido dirige duas secretarias estaduais e ocupa cargos importantes em prefeituras de vinte cidades. A direção também avaliou que houve crescimento da influência do PCdoB nos movimentos sindical, popular, ambientalista, de mulheres, negros e de juventude. Bons exemplos disso foram a construção da seção estadual da CTB-Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil, que tem fortalecido a corrente classista no movimento sindical, e os êxitos na União de Estudantes de Pernambuco e em dezenas de grêmios estudantis e diretórios acadêmicos.
. Sobre os desafios do Partido em Pernambuco, o PCdoB se prepara para o próximo pleito com a decisão de apoiar o projeto político iniciado por Lula e de reeleger o governador Eduardo Campos para “alargar caminhos para a emancipação política e social do nosso povo, diminuindo as distâncias entre as regiões e abrindo perspectivas de maior produção e distribuição de riquezas”, afirmou o presidente Alanir Cardoso. O Partido pretende assumir maior protagonismo no cenário estadual com o aumento da bancada na Assembléia Legislativa e apresenta como meta eleger dois deputados federais.
. Ao fim da Conferência, os delegados elegeram os 63 membros que comporão o novo comitê estadual e os 65 delegados que irão participar do 12° Congresso do PCdoB, marcado para os dias 5 a 8 de novembro, no Anhembi, em São Paulo. Alanir Cardoso continuará respondendo pela presidência do Partido no Estado até a realização da primeira reunião do novo Comitê, quando serão definidos os membros da Comissão Política.
Na foto menor, Adalberto Monteiro, da Comissão Política Nacional (Fotos: Zelito Passavante).
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