. Para deixar claro o que disse ao JC (matéria publicada hoje): Não creio que “enxugamento da máquina” seja o foco das medidas que o novo prefeito, João da Costa, deva tomar face possíveis impactos da crise global sobre a gestão municipal.
. É um item que pesa muito pouco no orçamento.
. O foco certamente estará na redução temporária de investimentos – com recursos próprios e/ou com financiamento federal.
A construção coletiva das idéias é uma das mais fascinantes experiências humanas. Pressupõe um diálogo sincero, permanente, em cima dos fatos. Neste espaço, diariamente, compartilhamos com você nossa compreensão sobre as coisas da luta e da vida. Participe. Opine. [Artigos assinados expressam a opinião dos seus autores].
31 outubro 2008
Bom dia, Nelson Saldanha
Sob a fronde
Tarde. Lento momento sob a fronde
por onde passo olhando as sombras, e onde
se suspendem as horas. Tenso, denso,
o tempo pousa sobre as folhas. Penso
no encanto dessa paz obscura e inglória
que paira sobre os ramos sem memória,
e dura nelas como sombra ociosa,
como vaga umidade penumbrosa,
que é também a que sinto. E quase invento
um nome para o peso do momento
em que o nível da tarde desce, e passo
mais devagar, atento a este compasso:
o tempo adere aos ramos. Vejo então,
ao contemplar as réstias sobre o chão,
que a paz é um corte sobre o tempo, um corte
dado entre linhas lívidas da morte
e os fluxos do viver, que se entretecem
de folhas e refolhos. Entretanto,
digo estas coisas em razão do canto
e por saber que as coisas acontecem.
Redução do superávit para manter crescimento
. Faz parte do arsenal de medidas que o governo vem tomando para defender nossa economia da crise global. O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, anunciou ontem a redução do esforço fiscal em 2009, diminuindo a meta de superávit primário de 4,3% para 3,8% do PIB.
. Provavelmente a redução será ainda maior, uma vez que o setor público consolidado (União, Estados e municípios) vem economizando 4,5% do PIB, assinala o Valor Econômico.
. O efeito esperado é compensar, ainda que parcialmente, a suspensão de investimentos do setor privado. Com o superávit menor, a capacidade de investimento público pode ser elevada em cerca de R$ 20 bilhões em 2009. . Além disso, o governo manterá os gastos do Bolsa Família, o reajuste do salário mínimo (estimado em mais de 12% em 2009) e as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
. Provavelmente a redução será ainda maior, uma vez que o setor público consolidado (União, Estados e municípios) vem economizando 4,5% do PIB, assinala o Valor Econômico.
. O efeito esperado é compensar, ainda que parcialmente, a suspensão de investimentos do setor privado. Com o superávit menor, a capacidade de investimento público pode ser elevada em cerca de R$ 20 bilhões em 2009. . Além disso, o governo manterá os gastos do Bolsa Família, o reajuste do salário mínimo (estimado em mais de 12% em 2009) e as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
A morte mora ao lado
. Sem querer ser antitabagista chato, apenas para destacar um grave problema de saúde coletiva.
. O Instituto Nacional do Câncer calcula em R$ 19 milhões o gasto do SUS com o tratamento de saúde dos 2.655 não-fumantes que morrem, anualmente, em conseqüência de doenças provocadas pelo tabagismo passivo.
. Quer dizer: você fuma em local público, quem está por perto termina levando a pior.
. O Instituto Nacional do Câncer calcula em R$ 19 milhões o gasto do SUS com o tratamento de saúde dos 2.655 não-fumantes que morrem, anualmente, em conseqüência de doenças provocadas pelo tabagismo passivo.
. Quer dizer: você fuma em local público, quem está por perto termina levando a pior.
Base energética
Gazeta Mercantil:
Brasil será o sétimo no ranking de energia em 2030
. De 11º colocado, o Brasil será o sétimo maior consumidor mundial de energia em 2030, projeta um estudo desenvolvido pela Fundação Getulio Vargas (FGV) em parceria com a Ernst & Young. Para dar o salto, o País terá de investir no período um total de US$ 750 bilhões no setor, estima o pesquisador Fernando Garcia, da FGV.
Brasil será o sétimo no ranking de energia em 2030
. De 11º colocado, o Brasil será o sétimo maior consumidor mundial de energia em 2030, projeta um estudo desenvolvido pela Fundação Getulio Vargas (FGV) em parceria com a Ernst & Young. Para dar o salto, o País terá de investir no período um total de US$ 750 bilhões no setor, estima o pesquisador Fernando Garcia, da FGV.
. A nova posição projeta demanda de 468,7 milhões de toneladas de equivalentes de petróleo (tep). Na posição de hoje, o Brasil consome 223,2 milhões de tep. Como o estudo considera o cenário futuro, a atual crise na economia não teve influência no trabalho.
. O estudo aponta crescimento da demanda de energia vinculado ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), que em 2030 será de US$ 2,25 trilhões.
30 outubro 2008
Efeitos da crise
No Vermelho, por Marcio Pochmann*:
American way of life em xeque
Pela emergência e profundidade da crise financeira internacional, a refundação das bases do capitalismo voltou ao centro dos debates. Cada vez mais se pronuncia a necessidade de construção de um novo Bretton Woods, capaz de desconectar da arquitetura financeira internacional o vírus da desregulamentação geradora de brutal instabilidade. No mesmo tempo que sobra especulação, faltam investimentos produtivos pois, sem o controle público, a economia compromete-se essencialmente com o curto prazo e com o sentido pró-cíclico das atividades econômicas. Assim como potencializa a expansão dos negócios de fôlego restrito, reforça para baixo as atividades produtivas na fase de contração do ciclo.
Nesse contexto de enorme complexidade, o discurso neoliberal de corte aos gastos públicos e maior liberalização do Banco Central torna-se ainda mais retrógrado, parecendo pretender jogar mais álcool na fogueira mundial da recessão econômica e da depressão de preços. Com o fracasso das experiências de auto-regulação do sistema financeiro apoiadas nas agências de classificação de riscos, a queda generalizada no nível de emprego e da renda dos trabalhadores apresenta-se iminente, caso as empresas privadas sigam avançando nas decisões de proteção de suas margens de lucro por meio do enxugamento de custos, enquanto as administrações governamentais procuram reduzir despesas públicas. Diminuição positiva mesmo seria nos serviços financeiros relativos aos enormes gastos com juros do endividamento público e privado.
Esses dois caminhos tão distintos quanto polarizados na gestão dos efeitos da crise financeira global parecem não estar suficientemente atentos aos obstáculos instalados na trajetória que vem sustentando a dinâmica econômica mundial, sobretudo nos EUA. Em grande medida, sabe-se que ela se apóia na difusão do padrão de vida do ''ter'', originado do fordismo americano a partir do início do século 20 e posteriormente generalizado internacionalmente no segundo Pós-Guerra.
Noutras palavras, trata-se do American way of life, que se fundamenta no papel ativo dos serviços financeiros prestados à economia real, com a imposição do endividamento de empresas, governos e famílias atrelado a exigências de investimento e consumo estabelecidas pelas escalas gigantescas de produção. Ademais do consumismo dependente, prevalecem também impactos ambientais inegáveis, que somente no período mais recente passaram a ser percebidos como insustentáveis no planeta Terra.
Na economia americana, constata-se que o grau de endividamento médio anual dos habitantes relacionado ao nível de poupança individual chegou a limite máximo. Em 2008, por exemplo, a dívida por habitante nos EUA era de US$ 118 mil para uma poupança per capita de US$ 392. Ou seja, a poupança média anual por habitante representa somente 0,3% do total do endividamento individual. Meio século antes, em 1958, a dívida individual alcançava a soma de US$ 24,8 mil, ao passo que a poupança média anual por habitante era de US$ 4,2 mil, equivalente a 17% do endividamento pessoal.
Com isso, percebe-se que até o final da década de 1960, por exemplo, parecia haver conexão relativamente adequada entre o movimento das finanças e o nível de produção e consumo. Nota-se claramente que no ciclo de expansão econômica do Segundo Pós-Guerra (1947 a 1973), a poupança média anual por habitante passou de US$ 1,8 mil para US$ 7,4 mil, enquanto a dívida média anual cresceu de US$ 9,7 mil para US$ 40,1 mil. Em síntese, poupança e dívida média anual por habitante cresceram no mesmo ritmo (4,1 vezes).
Mas, com o desmoronamento do sistema financeiro internacional durante a primeira metade da década de 1970, quando o dólar deixou de ter paridade com o ouro – as taxas de juros passaram a ser flutuantes, geralmente acima da inflação –, e a desregulamentação ganhou ênfase, dois mundos distintos terminaram sendo recriados: o das finanças e o da produção e consumo. Pelo processo de financeirização da riqueza, os serviços com o endividamento cresceram exorbitantemente, deslocando-se do sistema de produção e consumo. Entre 1973 e 2007, por exemplo, a poupança média anual por habitante nos Estados Unidos decaiu de US$ 7,4 mil para US$ 449, enquanto a dívida aumentou de US$ 40,1 mil para US$ 121,6 mil. Para uma queda de 93,4% na poupança média anual individual, houve o aumento de três vezes no total da dívida por habitante.
Outra forma emblemática de constatar o descolamento dos ganhos financeiros em relação ao sistema produtivo pode ser identificada na comparação do PIB com a quantidade de recursos aplicados em derivativos. Em 2007, por exemplo, o PIB mundial alcançou o patamar de US$ 54,6 trilhões, segundo informações oficiais do FMI. Em contrapartida, o volume dos direitos de riqueza contabilizado no sistema financeiro mundial alcançou o montante de US$ 596 trilhões, em conformidade com o relatório do banco dos bancos centrais (BIS).
Essa diferença de mais de dez vezes entre o montante dos direitos à riqueza e o tamanho da própria riqueza produzida pela economia real revela grande parte das dificuldades atuais para reconectar novamente os serviços das finanças à dinâmica da economia real. Ademais do enquadramento necessário do sistema financeiro às necessidades da economia real, coloca-se em xeque as exigências do mundo da produção e consumo na economia do ter.
O seu necessário revigoramento não deveria ser nas mesmas bases destrutivas do meio ambiente. É nesse sentido que o desafio atual coloca-se não apenas no enfrentamento da crise financeira internacional, mas na construção de alternativas ambientalmente sustentáveis ao american way of life.
______
* Marcio Pochmann é presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e professor licenciado do Instituto de Economia e pesquisador do Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho da Universidade Estadual de Campinas.
Artigo originalmente publicado no Valor Econômico (30/10)
American way of life em xeque
Pela emergência e profundidade da crise financeira internacional, a refundação das bases do capitalismo voltou ao centro dos debates. Cada vez mais se pronuncia a necessidade de construção de um novo Bretton Woods, capaz de desconectar da arquitetura financeira internacional o vírus da desregulamentação geradora de brutal instabilidade. No mesmo tempo que sobra especulação, faltam investimentos produtivos pois, sem o controle público, a economia compromete-se essencialmente com o curto prazo e com o sentido pró-cíclico das atividades econômicas. Assim como potencializa a expansão dos negócios de fôlego restrito, reforça para baixo as atividades produtivas na fase de contração do ciclo.
Nesse contexto de enorme complexidade, o discurso neoliberal de corte aos gastos públicos e maior liberalização do Banco Central torna-se ainda mais retrógrado, parecendo pretender jogar mais álcool na fogueira mundial da recessão econômica e da depressão de preços. Com o fracasso das experiências de auto-regulação do sistema financeiro apoiadas nas agências de classificação de riscos, a queda generalizada no nível de emprego e da renda dos trabalhadores apresenta-se iminente, caso as empresas privadas sigam avançando nas decisões de proteção de suas margens de lucro por meio do enxugamento de custos, enquanto as administrações governamentais procuram reduzir despesas públicas. Diminuição positiva mesmo seria nos serviços financeiros relativos aos enormes gastos com juros do endividamento público e privado.
Esses dois caminhos tão distintos quanto polarizados na gestão dos efeitos da crise financeira global parecem não estar suficientemente atentos aos obstáculos instalados na trajetória que vem sustentando a dinâmica econômica mundial, sobretudo nos EUA. Em grande medida, sabe-se que ela se apóia na difusão do padrão de vida do ''ter'', originado do fordismo americano a partir do início do século 20 e posteriormente generalizado internacionalmente no segundo Pós-Guerra.
Noutras palavras, trata-se do American way of life, que se fundamenta no papel ativo dos serviços financeiros prestados à economia real, com a imposição do endividamento de empresas, governos e famílias atrelado a exigências de investimento e consumo estabelecidas pelas escalas gigantescas de produção. Ademais do consumismo dependente, prevalecem também impactos ambientais inegáveis, que somente no período mais recente passaram a ser percebidos como insustentáveis no planeta Terra.
Na economia americana, constata-se que o grau de endividamento médio anual dos habitantes relacionado ao nível de poupança individual chegou a limite máximo. Em 2008, por exemplo, a dívida por habitante nos EUA era de US$ 118 mil para uma poupança per capita de US$ 392. Ou seja, a poupança média anual por habitante representa somente 0,3% do total do endividamento individual. Meio século antes, em 1958, a dívida individual alcançava a soma de US$ 24,8 mil, ao passo que a poupança média anual por habitante era de US$ 4,2 mil, equivalente a 17% do endividamento pessoal.
Com isso, percebe-se que até o final da década de 1960, por exemplo, parecia haver conexão relativamente adequada entre o movimento das finanças e o nível de produção e consumo. Nota-se claramente que no ciclo de expansão econômica do Segundo Pós-Guerra (1947 a 1973), a poupança média anual por habitante passou de US$ 1,8 mil para US$ 7,4 mil, enquanto a dívida média anual cresceu de US$ 9,7 mil para US$ 40,1 mil. Em síntese, poupança e dívida média anual por habitante cresceram no mesmo ritmo (4,1 vezes).
Mas, com o desmoronamento do sistema financeiro internacional durante a primeira metade da década de 1970, quando o dólar deixou de ter paridade com o ouro – as taxas de juros passaram a ser flutuantes, geralmente acima da inflação –, e a desregulamentação ganhou ênfase, dois mundos distintos terminaram sendo recriados: o das finanças e o da produção e consumo. Pelo processo de financeirização da riqueza, os serviços com o endividamento cresceram exorbitantemente, deslocando-se do sistema de produção e consumo. Entre 1973 e 2007, por exemplo, a poupança média anual por habitante nos Estados Unidos decaiu de US$ 7,4 mil para US$ 449, enquanto a dívida aumentou de US$ 40,1 mil para US$ 121,6 mil. Para uma queda de 93,4% na poupança média anual individual, houve o aumento de três vezes no total da dívida por habitante.
Outra forma emblemática de constatar o descolamento dos ganhos financeiros em relação ao sistema produtivo pode ser identificada na comparação do PIB com a quantidade de recursos aplicados em derivativos. Em 2007, por exemplo, o PIB mundial alcançou o patamar de US$ 54,6 trilhões, segundo informações oficiais do FMI. Em contrapartida, o volume dos direitos de riqueza contabilizado no sistema financeiro mundial alcançou o montante de US$ 596 trilhões, em conformidade com o relatório do banco dos bancos centrais (BIS).
Essa diferença de mais de dez vezes entre o montante dos direitos à riqueza e o tamanho da própria riqueza produzida pela economia real revela grande parte das dificuldades atuais para reconectar novamente os serviços das finanças à dinâmica da economia real. Ademais do enquadramento necessário do sistema financeiro às necessidades da economia real, coloca-se em xeque as exigências do mundo da produção e consumo na economia do ter.
O seu necessário revigoramento não deveria ser nas mesmas bases destrutivas do meio ambiente. É nesse sentido que o desafio atual coloca-se não apenas no enfrentamento da crise financeira internacional, mas na construção de alternativas ambientalmente sustentáveis ao american way of life.
______
* Marcio Pochmann é presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e professor licenciado do Instituto de Economia e pesquisador do Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho da Universidade Estadual de Campinas.
Artigo originalmente publicado no Valor Econômico (30/10)
Versos de desencontro
"É cruel, é cruel este contraste/Que me faz ficar tão triste:/Vais sair por onde entraste,/Descendo por onde subiste!" (Noel Rosa - Contraste).
História: 30 de outubro de 1979
Num piquete na metalúrgica Sylvania, S. Paulo, a PM mata a tiros o líder operário católico Santo Dias da Silva, 37 anos. Mais de 10 mil protestam no enterro. (Vermelho http://www.vermelho.org.br/).
Coluna semanal no Portal Vermelho
Calma, que o santo é de barro
Luciano Siqueira
Passada a guerra, é a hora de avaliar resultados e prospectar o futuro mediato, as eleições gerais de 2010.
Dentre as resultantes do pleito recém-encerrado chama a atenção o PMDB. Por dois motivos: pelo número de municípios conquistados, que o coloca no pódio, à frente dos demais concorrentes e pela importância de cidades onde elegeu o prefeito, a exemplo do Rio de Janeiro, Porto Alegre e Salvador; e pela aura de “primeiro aliado” de Lula que a imprensa passou a lhe atribuir desde o último domingo.
Segundo as análises que pontificam na mídia, somando-se os resultados da disputa municipal com o tamanho das bancadas no Senado e na Câmara e mais os governadores filiados, é prego batido, ponta virada: Lula só continua governando se o PMDB quiser e o PT só elege o novo presidente se colocar um peemedebista de vice.
Isto posto, restaria aos demais partidos acompanhar o fato à distância regulamentar que cabe aos meros coadjuvantes.
Vamos com calma, gente, que o PMDB é de barro.
É verdade que essa grande agremiação centrista tem força e que se mantém no imaginário popular com a boa imagem conquistada na resistência à ditadura militar; e que por meio de prefeitos e vereadores espalhados por todo o país, ostenta uma capilaridade que os demais partidos não têm.
Mas é igualmente verdadeiro que o PMDB não tem comando único, uno e coeso; que pelo Brasil afora se fragmenta em centenas de grupos locais e que em cada estado segue uma orientação própria. Por isso não tem força para disputar com candidato próprio a presidência da República – Ulysses Guimarães tentou em 1989 e obteve votação pífia. A maioria do partido preferiu Collor ou um dos outros candidatos, movida por interesses regionais.
Aliás, desde que as eleições diretas para presidente foram restabelecidas, em 1989, jamais o PMDB adotou posição unitária. Inclusive nas duas últimas, quando Lula se elegeu.
O PMDB é um espécime emblemático da tradição brasileira de partidos mosaico, meros aglomerados de grupos regionais (uma das poucas exceções é o PCdoB, que se mantém nacionalmente uno). E como tal enfrenta, e continuará enfrentando, enormes dificuldades em traduzir o seu quantitativo de votos em força efetiva tendo em mira objetivos nacionais. Daí porque é muito precipitado ungi-lo como principal aliado do PT e parceiro irrecusável para a chapa de 2010.
Luciano Siqueira
Passada a guerra, é a hora de avaliar resultados e prospectar o futuro mediato, as eleições gerais de 2010.
Dentre as resultantes do pleito recém-encerrado chama a atenção o PMDB. Por dois motivos: pelo número de municípios conquistados, que o coloca no pódio, à frente dos demais concorrentes e pela importância de cidades onde elegeu o prefeito, a exemplo do Rio de Janeiro, Porto Alegre e Salvador; e pela aura de “primeiro aliado” de Lula que a imprensa passou a lhe atribuir desde o último domingo.
Segundo as análises que pontificam na mídia, somando-se os resultados da disputa municipal com o tamanho das bancadas no Senado e na Câmara e mais os governadores filiados, é prego batido, ponta virada: Lula só continua governando se o PMDB quiser e o PT só elege o novo presidente se colocar um peemedebista de vice.
Isto posto, restaria aos demais partidos acompanhar o fato à distância regulamentar que cabe aos meros coadjuvantes.
Vamos com calma, gente, que o PMDB é de barro.
É verdade que essa grande agremiação centrista tem força e que se mantém no imaginário popular com a boa imagem conquistada na resistência à ditadura militar; e que por meio de prefeitos e vereadores espalhados por todo o país, ostenta uma capilaridade que os demais partidos não têm.
Mas é igualmente verdadeiro que o PMDB não tem comando único, uno e coeso; que pelo Brasil afora se fragmenta em centenas de grupos locais e que em cada estado segue uma orientação própria. Por isso não tem força para disputar com candidato próprio a presidência da República – Ulysses Guimarães tentou em 1989 e obteve votação pífia. A maioria do partido preferiu Collor ou um dos outros candidatos, movida por interesses regionais.
Aliás, desde que as eleições diretas para presidente foram restabelecidas, em 1989, jamais o PMDB adotou posição unitária. Inclusive nas duas últimas, quando Lula se elegeu.
O PMDB é um espécime emblemático da tradição brasileira de partidos mosaico, meros aglomerados de grupos regionais (uma das poucas exceções é o PCdoB, que se mantém nacionalmente uno). E como tal enfrenta, e continuará enfrentando, enormes dificuldades em traduzir o seu quantitativo de votos em força efetiva tendo em mira objetivos nacionais. Daí porque é muito precipitado ungi-lo como principal aliado do PT e parceiro irrecusável para a chapa de 2010.
Lençol curto
. No intuito de segurar o desempenho da economia apesar da crise global, o presidente Luiz Inácio Lula assegurou ontem a dirigentes de montadoras de veículos, em reunião reservada realizada durante a abertura do 25º Salão Internacional do Automóvel, em São Paulo, que o governo manterá o sistema de crédito irrigado para sustentar a demanda de veículos.
. Segundo um dos presentes – noticia a Gazeta Mercantil - , Lula não adiantou, porém, quais medidas concretas serão adotadas para pôr em prática esse objetivo.
. Amanhã, executivos das montadoras se encontram com o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, e com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, a fim de apresentarem as reivindicações do setor para combater a crise financeira.
. Tudo bem. Mas tem o outro lado da questão: a explosão de vendas de automóveis continua a alimentar o impasse da mobilidade urbana que no Brasil ameaça parar as cidades grandes e médias.
. Segundo um dos presentes – noticia a Gazeta Mercantil - , Lula não adiantou, porém, quais medidas concretas serão adotadas para pôr em prática esse objetivo.
. Amanhã, executivos das montadoras se encontram com o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, e com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, a fim de apresentarem as reivindicações do setor para combater a crise financeira.
. Tudo bem. Mas tem o outro lado da questão: a explosão de vendas de automóveis continua a alimentar o impasse da mobilidade urbana que no Brasil ameaça parar as cidades grandes e médias.
Mão de obra é o nó
. O que mais se escuta em fóruns especializados é que está faltando mão de obra qualificada para dar conta dos programas do governo e da alavancagem da economia.
. Mais um exemplo. A Folha de S. Paulo noticia que o programa Luz para Todos, do governo federal, que leva energia elétrica a municípios isolados, não conseguirá cumprir a meta de 2 milhões de famílias beneficiadas até o final do ano. Segundo o Ministério de Minas e Energia, o atendimento de pelo menos 200 mil famílias ficou para o primeiro quadrimestre do ano que vem. . O governo atribui o atraso à escassez de mão-de-obra especializada e sobretudo a falhas na entrega de equipamentos.
. Mais um exemplo. A Folha de S. Paulo noticia que o programa Luz para Todos, do governo federal, que leva energia elétrica a municípios isolados, não conseguirá cumprir a meta de 2 milhões de famílias beneficiadas até o final do ano. Segundo o Ministério de Minas e Energia, o atendimento de pelo menos 200 mil famílias ficou para o primeiro quadrimestre do ano que vem. . O governo atribui o atraso à escassez de mão-de-obra especializada e sobretudo a falhas na entrega de equipamentos.
BC na retranca
No Vermelho:
Centrais: decisão do Copom é um atentado contra o Brasil
. Em nota divulgada nesta quarta (29), a CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras), a CUT e a Força Sindical repudiaram a decisão de hoje do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) de manter a taxa básica de juros em 13,75%. “O Banco Central (BC) continua jogando contra o desenvolvimento nacional”, diz a CTB. “A política pé no freio do BC consegue ser mais conservadora do que a dos países modelos do neoliberalismo”, agrega a CUT. “A decisão é uma insensatez”, finaliza a Força.
. Em resposta, as centrais prometem intensificar as mobilizações pela redução dos juros e por medidas que garantam que os trabalhadores não paguem a conta da crise financeira em curso. O ponto alto das mobilizações, segundo as notas, será o próximo 3 de dezembro, quando as seis centrais (CUT, Força, CTB, NCST, UGT, CGTB)promoverão a 5º Marcha Nacional a Brasília.
. Leia a matéria na íntegra http://www.vermelho.org.br/base.asp?texto=45872
Centrais: decisão do Copom é um atentado contra o Brasil
. Em nota divulgada nesta quarta (29), a CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras), a CUT e a Força Sindical repudiaram a decisão de hoje do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) de manter a taxa básica de juros em 13,75%. “O Banco Central (BC) continua jogando contra o desenvolvimento nacional”, diz a CTB. “A política pé no freio do BC consegue ser mais conservadora do que a dos países modelos do neoliberalismo”, agrega a CUT. “A decisão é uma insensatez”, finaliza a Força.
. Em resposta, as centrais prometem intensificar as mobilizações pela redução dos juros e por medidas que garantam que os trabalhadores não paguem a conta da crise financeira em curso. O ponto alto das mobilizações, segundo as notas, será o próximo 3 de dezembro, quando as seis centrais (CUT, Força, CTB, NCST, UGT, CGTB)promoverão a 5º Marcha Nacional a Brasília.
. Leia a matéria na íntegra http://www.vermelho.org.br/base.asp?texto=45872
29 outubro 2008
Nosso artigo semanal no Blog de Jamildo (JC Online)
O novo mapa eleitoral e a precipitação indevida
Luciano Siqueira
Nilton Santos, lateral esquerdo do Botafogo do Rio de Janeiro, campeão mundial em 1958 e em 1962 – os menos jovens haverão de lembrar – reunia técnica e rigor tático. Talvez tenha sido, em sua posição, o primeiro a ultrapassar a linha divisória do campo em jogadas ofensivas. Um craque.
Já no fim da carreira, sem fôlego para ir e voltar com a mesma freqüência, passou a jogar de quarto zagueiro e na nova posição destacou-se como exímio marcador de Pelé. Perguntado por um repórter qual o segredo do seu sucesso no enfrentamento do “rei” do futebol, foi direto ao ponto: - Eu me antecipo. Se deixar o negão dominar a bola, não há quem consiga marcá-lo.
Antecipar-se a situações complexas e difíceis – a lição de Nilton Santos – vale para a vida. E para a política.
É o caso do próximo pleito, que a um só tempo porá em causa o poder central, com a sucessão do presidente da República e a renovação do Senado e da Câmara; e o poder político nos estados, com a eleição de novos governadores e deputados estaduais. Uma empreitada de grande envergadura, que exige dos partidos a consideração, desde já, de possíveis cenários; e mais do que isso, trabalho duro tendo em vista a guerra que travarão.
Daí ser importante analisar o mapa dos resultados do último pleito. Cotejar a força acumulada por cada partido, dando o devido peso às capitais e cidades de cem mil habitantes e mais e aos pólos irradiadores de influência econômica e política nas regiões interioranas.
Até aí tudo bem. Mas entre antecipação e precipitação há uma diferença enorme. Vale antecipar hipóteses; não vale precipitar conclusões.
Dois exemplos. Aqui: a chapa majoritária do atual campo governista já estaria praticamente montada, “escolhidos” os candidatos a governador (e a vice, talvez) e às duas vagas de senador – isto com base na vitória alcançada no Recife no primeiro turno e nos resultados da maioria das cidades mais importantes do interior. Alhures: Serra, ao eleger Kassab em São Paulo, seria imbatível para presidente; assim como ao PMDB, por ter feito mais prefeitos que os demais partidos, entre os quais os de Porto Alegre, do Rio de Janeiro e de Salvador, caberia inexoravelmente indicar o vice-presidente numa presumível chapa encabeçada pelo PT.
É aí que a porca enrosca o rabo. Porque daqui para 2010 muita coisa ainda vai acontecer. No Brasil, cuja tradição institucional é marcada pela instabilidade política e pela inconstância e falta de unidade dos grandes partidos, fazer previsões assim tão categóricas é no mínimo chute.
E se Nilton Santos evitava chutar para todos os lados, porque previdente; em matéria de política eleitoral, amigos, também é preciso calma, ir mais a fundo e detectar tendências em gestação a serem confirmadas ou não no futuro.
Luciano Siqueira
Nilton Santos, lateral esquerdo do Botafogo do Rio de Janeiro, campeão mundial em 1958 e em 1962 – os menos jovens haverão de lembrar – reunia técnica e rigor tático. Talvez tenha sido, em sua posição, o primeiro a ultrapassar a linha divisória do campo em jogadas ofensivas. Um craque.
Já no fim da carreira, sem fôlego para ir e voltar com a mesma freqüência, passou a jogar de quarto zagueiro e na nova posição destacou-se como exímio marcador de Pelé. Perguntado por um repórter qual o segredo do seu sucesso no enfrentamento do “rei” do futebol, foi direto ao ponto: - Eu me antecipo. Se deixar o negão dominar a bola, não há quem consiga marcá-lo.
Antecipar-se a situações complexas e difíceis – a lição de Nilton Santos – vale para a vida. E para a política.
É o caso do próximo pleito, que a um só tempo porá em causa o poder central, com a sucessão do presidente da República e a renovação do Senado e da Câmara; e o poder político nos estados, com a eleição de novos governadores e deputados estaduais. Uma empreitada de grande envergadura, que exige dos partidos a consideração, desde já, de possíveis cenários; e mais do que isso, trabalho duro tendo em vista a guerra que travarão.
Daí ser importante analisar o mapa dos resultados do último pleito. Cotejar a força acumulada por cada partido, dando o devido peso às capitais e cidades de cem mil habitantes e mais e aos pólos irradiadores de influência econômica e política nas regiões interioranas.
Até aí tudo bem. Mas entre antecipação e precipitação há uma diferença enorme. Vale antecipar hipóteses; não vale precipitar conclusões.
Dois exemplos. Aqui: a chapa majoritária do atual campo governista já estaria praticamente montada, “escolhidos” os candidatos a governador (e a vice, talvez) e às duas vagas de senador – isto com base na vitória alcançada no Recife no primeiro turno e nos resultados da maioria das cidades mais importantes do interior. Alhures: Serra, ao eleger Kassab em São Paulo, seria imbatível para presidente; assim como ao PMDB, por ter feito mais prefeitos que os demais partidos, entre os quais os de Porto Alegre, do Rio de Janeiro e de Salvador, caberia inexoravelmente indicar o vice-presidente numa presumível chapa encabeçada pelo PT.
É aí que a porca enrosca o rabo. Porque daqui para 2010 muita coisa ainda vai acontecer. No Brasil, cuja tradição institucional é marcada pela instabilidade política e pela inconstância e falta de unidade dos grandes partidos, fazer previsões assim tão categóricas é no mínimo chute.
E se Nilton Santos evitava chutar para todos os lados, porque previdente; em matéria de política eleitoral, amigos, também é preciso calma, ir mais a fundo e detectar tendências em gestação a serem confirmadas ou não no futuro.
Em cima do fato
. O papel indispensável do Estado como indutor do desenvolvimento econômico e regulador do sistema financeiro – tese fundamental dos que almejam um projeto nacional de desenvolvimento – foi destacado ontem pelo presidente Lula, em Salvador, durante a realização da 9ª Cúpula Brasil-Portugal.
. “Teve uma época, por muito tempo, em que os políticos andaram de cabeça baixa diante do neoliberalismo. O que estou defendendo não é o Estado se intrometer na economia, mas é o Estado que tenha força política para regular o sistema financeiro”, disse o presidente, discursando ao lado do primeiro-ministro de Portugal, José Sócrates.
. Mais: “Fomos eleitos, assumimos compromissos com o povo, e o Estado, diante da crise mundial, volta a ter papel extraordinário, porque todas essas instituições que negaram o papel do Estado na hora da crise procuram o Estado para socorrê-las da crise que elas mesmo criaram”.
. O presidente, que nessa matéria em geral é evasivo, agiu em cima do fato, sob o calor da crise mundial que joga pelo ralo as teses neoliberais.
. Que essa venha a ser a compreensão do conjunto da equipe de governo.
. “Teve uma época, por muito tempo, em que os políticos andaram de cabeça baixa diante do neoliberalismo. O que estou defendendo não é o Estado se intrometer na economia, mas é o Estado que tenha força política para regular o sistema financeiro”, disse o presidente, discursando ao lado do primeiro-ministro de Portugal, José Sócrates.
. Mais: “Fomos eleitos, assumimos compromissos com o povo, e o Estado, diante da crise mundial, volta a ter papel extraordinário, porque todas essas instituições que negaram o papel do Estado na hora da crise procuram o Estado para socorrê-las da crise que elas mesmo criaram”.
. O presidente, que nessa matéria em geral é evasivo, agiu em cima do fato, sob o calor da crise mundial que joga pelo ralo as teses neoliberais.
. Que essa venha a ser a compreensão do conjunto da equipe de governo.
28 outubro 2008
Boa tarde, Lau Siqueira
Uma bolada para a construção civil
. O anúncio oficial acontecerá amanhã, quarta, 29. O programa de capital de giro para o setor da construção civil estabelece um montante de R$ 3 bilhões de uma linha especial da Caixa Econômica Federal.
. É o que disse o ministro da Fazenda, Guido Mantega, hoje, durante o 3º Encontro Nacional da Indústria, promovido em Brasília pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
. O governo considera que o setor precisa ter a garantia de continuidade de seus projetos. Os financiamentos terão condições mais favoráveis para os tomadores e serão inferiores aos praticados pelo mercado.
. É mais uma medida destinada a conter os efeitos da crise global sobre a economia e a geração de empregos.
. Tomara que dê certo.
. É o que disse o ministro da Fazenda, Guido Mantega, hoje, durante o 3º Encontro Nacional da Indústria, promovido em Brasília pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
. O governo considera que o setor precisa ter a garantia de continuidade de seus projetos. Os financiamentos terão condições mais favoráveis para os tomadores e serão inferiores aos praticados pelo mercado.
. É mais uma medida destinada a conter os efeitos da crise global sobre a economia e a geração de empregos.
. Tomara que dê certo.
História: 28 de outubro de 1919
Empastelado o jornal anarco-sindicalista A Plebe, de espírito de classe a toda prova. O ataque tem participação ostensiva dos órgãos de repressão. (Vermelho http://www.vermelho.org.br/).
Conclusão apressada
. Escapa aos analistas a real natureza do PMDB quando se apressam em concluir que os peemedebistas terão a primazia da indicação do candidato a vice-presidente numa provável chapa do PT.
. O PMDB é um exemplo emblemático da tradição institucional brasileira em que predominam partidos de tipo mosaico, ou seja, aglomerados de grupos locais sem unidade e coesão política.
. Desde que foram restauradas as eleições diretas para a presidência da República, em 1989, o PMDB jamais marchou unido. Prevaleceram conveniências estaduais e até municipais.
. Caso de Pernambuco, por exemplo. Aqui os peemedebistas são de oposição ao governo Lula e se auto-intitulam inimigos do PT.
. O processo político é mais complexo do que a matemática do último pleito pode sugerir.
. Paciência e bom senso fariam muito bem aos que desejam analisar as conseqüências do pleito recém-encerrado com mais propriedade.
. O PMDB é um exemplo emblemático da tradição institucional brasileira em que predominam partidos de tipo mosaico, ou seja, aglomerados de grupos locais sem unidade e coesão política.
. Desde que foram restauradas as eleições diretas para a presidência da República, em 1989, o PMDB jamais marchou unido. Prevaleceram conveniências estaduais e até municipais.
. Caso de Pernambuco, por exemplo. Aqui os peemedebistas são de oposição ao governo Lula e se auto-intitulam inimigos do PT.
. O processo político é mais complexo do que a matemática do último pleito pode sugerir.
. Paciência e bom senso fariam muito bem aos que desejam analisar as conseqüências do pleito recém-encerrado com mais propriedade.
Na entressafra papel aceita tudo
. Se é válido o jargão de que papel aceita tudo, entre o fim do pleito municipal e os festejos de fim de ano papel aceita tudo e muito mais... É que falta notícia, a poeira ainda não assentou.
. Mas jornal se alimenta de notícias. Aí vira notícia o palpite de um, o palpite de outro. E se antecipa a discussão do pleito de 2010: uma pretensa montagem prematura da chapa majoritária das forças que governam Pernambuco e a maioria dos municípios mais importantes.
. Quem tem experiência e maturidade fica apenas na espreita. Porque o jogo começará a ser jogado pra valer no final de 2009.
. Mas jornal se alimenta de notícias. Aí vira notícia o palpite de um, o palpite de outro. E se antecipa a discussão do pleito de 2010: uma pretensa montagem prematura da chapa majoritária das forças que governam Pernambuco e a maioria dos municípios mais importantes.
. Quem tem experiência e maturidade fica apenas na espreita. Porque o jogo começará a ser jogado pra valer no final de 2009.
Visão de conjunto
No Vermelho:
Renato Rabelo: ''Resultado desta eleição favorece o PCdoB''
Renato Rabelo, presidente do PCdoB, acompanhou a apuração do segundo turno na sede nacional do partido em São Paulo. Ele avaliou para o Vermelho os resultados, destacando os de São Paulo e do Rio de Janeiro e comentando também a campanha em São Luís, única das 30 prefeituras em disputa onde participava um candidato do PCdoB, Flávio Dino. Veja os trechos principais da entrevista.
. Tendência à reeleição - ''O segundo turno aconteceu em 30 cidades, sendo 11 capitais; mas incluiu os maiores colégios eleitorais (São Paulo, Rio de Janeirop, Belo Horizonte e Salvador), assim com cidades-pólo importantes. O resultado, em primeiro lugar, mantém uma tendência do primeiro turno: a reeleição dos prefeitos. Nas capitais, só o prefeito de Manaus concorreu e não se reelegeu.''
. Maior ganho foi do PMDB - ''Em segundo lugar, podemos dizer que o partido que teve o maior ganho foi o PMDB, mantendo novamente a tendência: elegeu os prefeitos de duas capitais no primeiro turno e mais quatro no segundo.
. A esquerda no seu conjunto sai das eleição de 2008 governando 11 capitais. Incluo aqui o PT, com seis capitais; o PSB com três, entre elas Belo Horizonte; o PCdoB com uma, Aracaju, e o PDT com uma, Macapá. Não deixa de ser um resultado muito importante: 11 capitais.
. O PSDB elegeu quatro prefeitos de capitais (duas no dia 5 e duas no segundo turno). O DEM só um, mas o de São Paulo.''
. A maior derrota da esquerda - ''A derrota maior da esquerda foi em São Paulo, que é o maior colégio eleitoral do país. Essa derrota firma uma aliança da direita, PSDB e DEM, para 2010: é a sinalização que o resultado de São Paulo transmite.''
. Gabeira, o tucano-verde - ''No Rio de Janeiro é bom dizer que Fernando Gabeira, para nós, hoje, é uma pessoa que se coloca no campo da oposição ao governo Lula e da oposição à esquerda. Como candidato ele foi um elemento importante do campo tucano, embora procurando dar a idéia de que seria independente. Consideramos que a junção da esquerda no Rio no segundo turno – até que enfim! – foi importante para a derrota do tucano-verde Fernando Gabeira.''
. A campanha do PCdoB em São Luís - ''O PCdoB neste segundo turno só concorreu para prefeito em uma capital, São Luís (João Castelo, do PSDB, venceu com 55,8%; Flávio Dino, do PCdoB, teve 44,2%). Nós consideramos o resultado desta eleição como favorável ao PCdoB. Além de já termos vencido em uma capital já no primeiro turno (com a reeleição do prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira), fomos ao segundo turno em São Luís e conseguimos essa votação.
. Em São Luís a campanha foi nitidamente de esquerda, com a marca do PCdoB e do PT. Lembrou às vezes a campanha presidencial do Lula em 1989. Eu estive ,á, no último comício, com a Dilme (Rousseff, ministra-chefe da Casa Civil), e vi as palavras de ordem: 'Vai avançar a unidade popular!'; 'O povo unido jamais será vencido!'.
. Além disso, foi uma campanha muito desigual, com compra de votos pelo adversário. Hoje mesmo (26) foi apanhada uma pesso em São Luís com uma mala cheia de dinheiro para comprar votos.''
. As maravilhas do voto eletrônico - ''Em matéria de apuração este nosso país está na frente do mundo inteiro, com a melhor tecnologia. Imagine que nos Estados Unidos, em alguns estados eles ainda usam o método de furar as cédulas...''
Renato Rabelo: ''Resultado desta eleição favorece o PCdoB''
Renato Rabelo, presidente do PCdoB, acompanhou a apuração do segundo turno na sede nacional do partido em São Paulo. Ele avaliou para o Vermelho os resultados, destacando os de São Paulo e do Rio de Janeiro e comentando também a campanha em São Luís, única das 30 prefeituras em disputa onde participava um candidato do PCdoB, Flávio Dino. Veja os trechos principais da entrevista.
. Tendência à reeleição - ''O segundo turno aconteceu em 30 cidades, sendo 11 capitais; mas incluiu os maiores colégios eleitorais (São Paulo, Rio de Janeirop, Belo Horizonte e Salvador), assim com cidades-pólo importantes. O resultado, em primeiro lugar, mantém uma tendência do primeiro turno: a reeleição dos prefeitos. Nas capitais, só o prefeito de Manaus concorreu e não se reelegeu.''
. Maior ganho foi do PMDB - ''Em segundo lugar, podemos dizer que o partido que teve o maior ganho foi o PMDB, mantendo novamente a tendência: elegeu os prefeitos de duas capitais no primeiro turno e mais quatro no segundo.
. A esquerda no seu conjunto sai das eleição de 2008 governando 11 capitais. Incluo aqui o PT, com seis capitais; o PSB com três, entre elas Belo Horizonte; o PCdoB com uma, Aracaju, e o PDT com uma, Macapá. Não deixa de ser um resultado muito importante: 11 capitais.
. O PSDB elegeu quatro prefeitos de capitais (duas no dia 5 e duas no segundo turno). O DEM só um, mas o de São Paulo.''
. A maior derrota da esquerda - ''A derrota maior da esquerda foi em São Paulo, que é o maior colégio eleitoral do país. Essa derrota firma uma aliança da direita, PSDB e DEM, para 2010: é a sinalização que o resultado de São Paulo transmite.''
. Gabeira, o tucano-verde - ''No Rio de Janeiro é bom dizer que Fernando Gabeira, para nós, hoje, é uma pessoa que se coloca no campo da oposição ao governo Lula e da oposição à esquerda. Como candidato ele foi um elemento importante do campo tucano, embora procurando dar a idéia de que seria independente. Consideramos que a junção da esquerda no Rio no segundo turno – até que enfim! – foi importante para a derrota do tucano-verde Fernando Gabeira.''
. A campanha do PCdoB em São Luís - ''O PCdoB neste segundo turno só concorreu para prefeito em uma capital, São Luís (João Castelo, do PSDB, venceu com 55,8%; Flávio Dino, do PCdoB, teve 44,2%). Nós consideramos o resultado desta eleição como favorável ao PCdoB. Além de já termos vencido em uma capital já no primeiro turno (com a reeleição do prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira), fomos ao segundo turno em São Luís e conseguimos essa votação.
. Em São Luís a campanha foi nitidamente de esquerda, com a marca do PCdoB e do PT. Lembrou às vezes a campanha presidencial do Lula em 1989. Eu estive ,á, no último comício, com a Dilme (Rousseff, ministra-chefe da Casa Civil), e vi as palavras de ordem: 'Vai avançar a unidade popular!'; 'O povo unido jamais será vencido!'.
. Além disso, foi uma campanha muito desigual, com compra de votos pelo adversário. Hoje mesmo (26) foi apanhada uma pesso em São Luís com uma mala cheia de dinheiro para comprar votos.''
. As maravilhas do voto eletrônico - ''Em matéria de apuração este nosso país está na frente do mundo inteiro, com a melhor tecnologia. Imagine que nos Estados Unidos, em alguns estados eles ainda usam o método de furar as cédulas...''
26 outubro 2008
Efeitos danosos do fumo
Ciência Hoje Online:
Doenças relacionadas ao fumo passivo matam sete brasileiros por dia, mostra estudo do Inca e da UFRJ
. Pelo menos sete brasileiros morrem a cada dia devido a doenças associadas ao fumo passivo de tabaco. A revelação foi feita por um estudo conjunto do Instituto Nacional do Câncer (Inca) e do Instituto de Estudos de Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) divulgado em agosto último.
. Segundo os resultados preliminares do trabalho, 2.655 pessoas que não fumam morrem anualmente em conseqüência de câncer de pulmão, doenças isquêmicas do coração (como infarto) e acidentes vasculares cerebrais (AVC), as três principais doenças relacionadas ao tabagismo passivo. Desse total, 60,3% são mulheres. Esse estudo fortalece a implementação do artigo oitavo da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco, o primeiro tratado internacional de saúde pública, e serve como mais um suporte científico para a legislação que abole o fumo em ambientes fechados.
. Leia a matéria na íntegra http://cienciahoje.uol.com.br/130631
A reivenção da verdade, por Clarice
"Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é passível de fazer sentido. Eu não: quero é uma verdade inventada." (Clarice Lispector)
História: 26 de outubro de 1887
Militares de 1887
O recém-fundado Clube Militar (4 meses) "suplica" à Coroa que não use o Exército como capitão de mato na caça a escravos fugidos, desafiando a ordem do gabinete escravista do barão de Cotegipe. (Vermelho http://www.vermelho.org.br/).
Dificuldades cruzadas
. Haveria um acordo entre o PT e o PMDB desde a eleição de Arlindo Chinaglia para a presidência da Câmara – com apoio pesado da então “banda podre” do PMDB – segundo o qual agora a vez seria do peemedebista Michel Temer.
. Ocorre que em troca o PT espera eleger um dos seus senadores para a presidência do Senado – e o PMDB quer a primazia na sucessão do atual presidente, Garibaldi Alves.
. Nem o PT nem o PMDB têm a cultura da cedência em favor do consenso. Desejam a todo custo ocupar os postos em disputa.
. O confronto se dará, portanto, em linhas cruzadas, envolvendo as duas Casas.
. Ocorre que em troca o PT espera eleger um dos seus senadores para a presidência do Senado – e o PMDB quer a primazia na sucessão do atual presidente, Garibaldi Alves.
. Nem o PT nem o PMDB têm a cultura da cedência em favor do consenso. Desejam a todo custo ocupar os postos em disputa.
. O confronto se dará, portanto, em linhas cruzadas, envolvendo as duas Casas.
Conversa na mesa ao lado: O recluso
- Pois é, cara. Ninguém consegue falar com ele.
- Não consegue por quê?
- Trancou-se no escritório, isolou o telefone, não atende o celular...
- Que nóia é essa?
- Tá fazendo o que disse, que ia se trancar a sete chaves junto com seus planos e desenganos, mergulhar dentro de si mesmo e ver o que sobrou.
- Poxa, tomara que ache alguma coisa.
- Sei não, pra mim resolvia uma boa rodada de chope...
- Não consegue por quê?
- Trancou-se no escritório, isolou o telefone, não atende o celular...
- Que nóia é essa?
- Tá fazendo o que disse, que ia se trancar a sete chaves junto com seus planos e desenganos, mergulhar dentro de si mesmo e ver o que sobrou.
- Poxa, tomara que ache alguma coisa.
- Sei não, pra mim resolvia uma boa rodada de chope...
Até o último minuto
Na Coluna Repórter JC (Jornal do Commercio): ÚLTIMOS RETOQUES EM OLINDA -
A prefeita Luciana Santos está no Rio tentando garantir com a Petrobras mais uma etapa do embutimento da fiação do Sítio Histórico. E aproveita para pedir verba para o primeiro Carnaval do prefeito eleito Renildo Calheiros.
A prefeita Luciana Santos está no Rio tentando garantir com a Petrobras mais uma etapa do embutimento da fiação do Sítio Histórico. E aproveita para pedir verba para o primeiro Carnaval do prefeito eleito Renildo Calheiros.
Base para um bom governo
. Um bom programa, apoios amplos e consistentes são, sem dúvida, pré-requisitos para uma boa gestão. Mas pesa muito também a estrutura organizacional disponível. Há municípios cuja prefeitura carece de recursos humanos e materiais – e não há como solucionar o problema. Não é o caso do Recife, que conta com uma boa estrutura.
. O Jornal do Commercio de hoje publica boa matéria sobre o assunto, assinada por Joana Rozowykwiat: “Costa: máquina “turbinada” como herança”.
. Vale conferir.
. O Jornal do Commercio de hoje publica boa matéria sobre o assunto, assinada por Joana Rozowykwiat: “Costa: máquina “turbinada” como herança”.
. Vale conferir.
25 outubro 2008
Ficha de leitura: atualidade da esquerda
"Leio os jornais. É engraçado. Dizem que o comunismo morreu, mas voltaram a se preocupar com ele. Muita coisa está mudando. Treze dos países da União Européia já evoluíram, e o mesmo acontece na França e na Inglaterra. Nesses países, regroupment de la gauche et la revolution (reagrupar a esquerda e a revolução) é a palavra de ordem. A idéia de Marx não muda como muitos gostariam. Quando a vida começa a se degradar e a fome a invadir o mundo dos pobres, quando os mais ricos tudo desprezam e os governantes defendem o regime justo que representam, a revolução se impõe." (Oscar Niemeyer, em entrevista à revista ISTOÉ, outubro de 1997).
Em descompasso com a crise
. O Valor Econômico de hoje chama a atenção para um possível descompasso entre propostas de maior envergadura sustentadas por candidatos a prefeito de São Paulo, Rio, Belo Horizonte, Salvador e Porto Alegre e a nova realidade determinada pela crise mundial.
. Grandes obras viárias, expansão do metrô, congelamento de tarifas de ônibus, escolas, hospitais e reforço e valorização do funcionalismo público foram proposições correntes na campanha do segundo turno, assinala a matéria.
. Todas essas propostas foram colocadas nos planos de governo no primeiro semestre deste ano, quase que simultaneamente à elaboração dos orçamentos municipais dentro de perspectivas econômicas otimistas para 2009, com crescimento de PIB de 4,5%.
. No entanto, as novas projeções de mercado mostram expansão muito mais modesta. As conseqüências imediatas da mudança no cenário econômico são menos recursos para investimentos. Em alguns casos, já se pensa em começar o ano com contingenciamento de gastos.
. Os eleitos terão, assim que redimensionar seus planos.
. Grandes obras viárias, expansão do metrô, congelamento de tarifas de ônibus, escolas, hospitais e reforço e valorização do funcionalismo público foram proposições correntes na campanha do segundo turno, assinala a matéria.
. Todas essas propostas foram colocadas nos planos de governo no primeiro semestre deste ano, quase que simultaneamente à elaboração dos orçamentos municipais dentro de perspectivas econômicas otimistas para 2009, com crescimento de PIB de 4,5%.
. No entanto, as novas projeções de mercado mostram expansão muito mais modesta. As conseqüências imediatas da mudança no cenário econômico são menos recursos para investimentos. Em alguns casos, já se pensa em começar o ano com contingenciamento de gastos.
. Os eleitos terão, assim que redimensionar seus planos.
A força da Vale
Na Gazeta Mercantil:
Vale tem o maior lucro líquido da história AL
. A Companhia Vale do Rio Doce (Vale) encerrou o terceiro trimestre com lucro recorde de R$ 12,4 bilhões, um crescimento de 167% em relação ao mesmo período do ano passado. Trata-se do maior resultado até agora divulgado na América Latina. Em dólares, o lucro líquido da Vale alcançou US$ 4,8 bilhões, 64% maior. Com 95% das vendas atreladas ao dólar, o lucro da companhia em reais ganhou uma contribuição de R$ 2,8 bilhões provenientes da valorização da moeda americana.
. Além da valorização do dólar, o recorde da Vale também refletiu marcas históricas da companhia em receita bruta, produção, geração de caixa e embarques, mas as taxas de crescimento ficaram bem aquém do salto no lucro.
. A receita bruta alcançou R$ 21,4 bilhões valor 33,4% superior ao valor no primeiro trimestre de 2007. A geração de caixa, medida pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), ficou em R$ 11,3 bilhões, num aumento de 41,9%. A Vale ressalta que possui “recursos em caixa da ordem de US$ 15,3 bilhões, disponibilidade de linhas de crédito de médio e longo prazos e perfil de dívida de baixo risco, com baixa alavancagem, baixo custo, elevada cobertura de juros e longo prazo médio de vencimento”.
. A companhia reconhece, entretanto, que a crise vai afetar a demanda por minerais no mundo, inclusive na China, seu maior mercado. “Esperamos a continuação da desaceleração econômica global, com o ritmo de crescimento caindo no curto prazo ao nível observado na recessão de 2001”, prevê a empresa. Para a Vale, haverá recuperação gradual a partir do segundo semestre de 2009.
Vale tem o maior lucro líquido da história AL
. A Companhia Vale do Rio Doce (Vale) encerrou o terceiro trimestre com lucro recorde de R$ 12,4 bilhões, um crescimento de 167% em relação ao mesmo período do ano passado. Trata-se do maior resultado até agora divulgado na América Latina. Em dólares, o lucro líquido da Vale alcançou US$ 4,8 bilhões, 64% maior. Com 95% das vendas atreladas ao dólar, o lucro da companhia em reais ganhou uma contribuição de R$ 2,8 bilhões provenientes da valorização da moeda americana.
. Além da valorização do dólar, o recorde da Vale também refletiu marcas históricas da companhia em receita bruta, produção, geração de caixa e embarques, mas as taxas de crescimento ficaram bem aquém do salto no lucro.
. A receita bruta alcançou R$ 21,4 bilhões valor 33,4% superior ao valor no primeiro trimestre de 2007. A geração de caixa, medida pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), ficou em R$ 11,3 bilhões, num aumento de 41,9%. A Vale ressalta que possui “recursos em caixa da ordem de US$ 15,3 bilhões, disponibilidade de linhas de crédito de médio e longo prazos e perfil de dívida de baixo risco, com baixa alavancagem, baixo custo, elevada cobertura de juros e longo prazo médio de vencimento”.
. A companhia reconhece, entretanto, que a crise vai afetar a demanda por minerais no mundo, inclusive na China, seu maior mercado. “Esperamos a continuação da desaceleração econômica global, com o ritmo de crescimento caindo no curto prazo ao nível observado na recessão de 2001”, prevê a empresa. Para a Vale, haverá recuperação gradual a partir do segundo semestre de 2009.
Bom dia, Carlos Drummond de Andrade
Soneto da perdida esperança
Perdi o bonde e a esperança.
Volto pálido para casa.
A rua é inútil e nenhum auto
passaria sobre o meu corpo.
Vou subir a ladeira lenta
em que os caminhos se fundem.
Todos eles conduzem ao
princípio do drama e da flora.
Não sei se estou sofrendo
ou se é alguém que se diverte
por que não? na noite escassa
com um insolúvel flautim.
Entretanto há muito tempo
nós gritamos: sim! ao eterno.
Perdi o bonde e a esperança.
Volto pálido para casa.
A rua é inútil e nenhum auto
passaria sobre o meu corpo.
Vou subir a ladeira lenta
em que os caminhos se fundem.
Todos eles conduzem ao
princípio do drama e da flora.
Não sei se estou sofrendo
ou se é alguém que se diverte
por que não? na noite escassa
com um insolúvel flautim.
Entretanto há muito tempo
nós gritamos: sim! ao eterno.
24 outubro 2008
Nova espécie
No BBCBrasil.com:
Lagarto sem patas é reconhecido como nova espécie do Cerrado
. Um lagarto sem patas encontrado no Cerrado brasileiro foi reconhecido oficialmente como uma nova espécie.
. A oficialização do reconhecimento do lagarto como nova espécie ocorre após a publicação de sua descrição na edição de setembro da revista científica Zootaxa.
. O lagarto Bachia oxyrhina foi descoberto em janeiro na Estação Ecológica Serra Geral do Tocantins, durante uma expedição de pesquisadores de universidades brasileiras.
. Na mesma expedição foram descobertas outras 13 prováveis novas espécies, que ainda não foram descritas oficialmente.
. A oficialização do reconhecimento do lagarto como nova espécie ocorre após a publicação de sua descrição na edição de setembro da revista científica Zootaxa.
. O lagarto Bachia oxyrhina foi descoberto em janeiro na Estação Ecológica Serra Geral do Tocantins, durante uma expedição de pesquisadores de universidades brasileiras.
. Na mesma expedição foram descobertas outras 13 prováveis novas espécies, que ainda não foram descritas oficialmente.
História: 24 de outubro de 1930
Deposto, preso e exilado Washington Luís, último pres. da República Velha (despede-se do país com um assobio de zombaria). Triunfa a Revolução de 30; as velhas oligarquias latifundiárias perdem o controle absoluto do poder. (Vermelho http://www.vermelho.org.br/).
C&T precisa de recursos
. É bom prestar atenção. Entrevistado no programa Bom Dia Ministro, no estúdio da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), ontem, o ministro da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, não descartou a possibilidade de cortes no orçamento de quase R$ 6 bilhões previsto para a pasta em 2009.. Para o ministro, o maior desafio do sistema de ciência e tecnologia no país atualmente não é a falta de verba, mas usar bem e de maneira ágil os recursos que estão sendo disponibilizados.
. Mas ninguém deve ter dúvidas de que a pesquisa científica precisa acompanhar o esforço atual em investimentos públicos em infra-estruturar, no fomento da produção e na exploração das potencialidades do mercado interno.
. Cortar recurso s dessa área é uma temeridade.
. Mas ninguém deve ter dúvidas de que a pesquisa científica precisa acompanhar o esforço atual em investimentos públicos em infra-estruturar, no fomento da produção e na exploração das potencialidades do mercado interno.
. Cortar recurso s dessa área é uma temeridade.
A crise e os trabalhadores
No Vermelho, por Wagner Gomes:
Ricos é que devem pagar a conta da crise
. As centrais sindicais, a Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS) e organizações progressistas devem unificar suas forças, mobilizar as bases e pressionar por mudanças imediatas na política econômica, a fim de conter a fuga de capitais e evitar que a crise comprometa a retomada do desenvolvimento nacional, sacrificando o emprego, a classe trabalhadora e o futuro da nação.
. As centrais sindicais, a Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS) e organizações progressistas devem unificar suas forças, mobilizar as bases e pressionar por mudanças imediatas na política econômica, a fim de conter a fuga de capitais e evitar que a crise comprometa a retomada do desenvolvimento nacional, sacrificando o emprego, a classe trabalhadora e o futuro da nação.
. O movimento sindical e a classe trabalhadora brasileira não devem se permitir o luxo de contemplar passivamente o desenrolar da crise, pois esta constitui uma série ameaça às modestas conquistas sociais obtidas desde a eleição do Lula, em 2002. Mesmo a ansiada retomada do crescimento pode não se sustentar, configurando um novo e indesejável vôo de galinha.
. O debate sobre a crise não deve ser confiado exclusivamente aos economistas nem confinado aos círculos técnicos, que por sinal estão majoritariamente comprometidos com o pensamento capitalista dominante. É preciso compreender que as divergências sobre o caminho a seguir no enfrentamento da crise refletem interesses conflitantes das classes sociais que se digladiam no entorno da política econômica, que em si nada tem de neutra, pois traduz o jogo de pressão e contrapressão da sociedade.
. O debate sobre a crise não deve ser confiado exclusivamente aos economistas nem confinado aos círculos técnicos, que por sinal estão majoritariamente comprometidos com o pensamento capitalista dominante. É preciso compreender que as divergências sobre o caminho a seguir no enfrentamento da crise refletem interesses conflitantes das classes sociais que se digladiam no entorno da política econômica, que em si nada tem de neutra, pois traduz o jogo de pressão e contrapressão da sociedade.
. Leia o artigo na íntegra http://www.vermelho.org.br/base.asp?texto=45589
Versos que inspiram
“Vem, vamos embora/Que esperar não é saber/Quem sabe faz a hora/Não espera acontecer..." (Geraldo Vandré – Para não dizer que não falei das flores).
Criança desprotegida
. A avaliação é da Fundação Abrinq, conforme noticia o portal G1. Cerca de quatro milhões de crianças brasileiras de até 3 anos esperam por vaga em uma creche. Entre crianças de zero a 3 anos, 7 milhões precisam de creches, mas só 3 milhões estão matriculadas e outras 4 milhões esperam por uma vaga. Até 2011, de acordo com a Fundação, o Brasil precisaria construir 35 mil novas creches pra atender a demanda.
. O Ministério da Educação informa que vai entregar às prefeituras mil novas creches no ano que vem. Desde 1996, a lei diz que o papel da creche não é só o de cuidar da criança, mas também o de educar.
. O Ministério da Educação informa que vai entregar às prefeituras mil novas creches no ano que vem. Desde 1996, a lei diz que o papel da creche não é só o de cuidar da criança, mas também o de educar.
Crise nas idéias
No Vermelho, por Bernardo Joffily:
Capitalismo em crise ideológica: Greenspan faz mea culpa
. Alan Greenspan, o poderoso chefão do Federal Reserve (ou Fed, o banco central dos Estados Unidos) entre 1987 e 2006, admitiu nesta quinta-feira (23), que cometeu "um equívoco" ao acreditar na "auto-regulação" do livre mercado e sua ideologia "não está funcionando" diante do "tsunami creditício" que abala seu país. O mea culpa do homem-símbolo do pensamento neoliberal mostra até que ponto a crise econômica é também uma crise ideológica do capitalismo. . A confissão do homem "outrora considerado como o infalível maestro do sistema financeiro", segundo as palavras do New York Times, aconteceu durante audiência pública numa comissão da Câmara de Representantes. Depois de dirigir o Fed por 18 anos (nos governos Reagan, Bush Pai, Clinton e Bush Jr.) sob o estandarte da desregulação dos mercados, o economista de 82 anos se declarou "em choque".
Orfandade dos sacerdotes - Não foi nenhuma conversão ao socialismo. Ele só admitiu estar "parcialmente" errado. Em dado momento, falou em "estar certo" em 60% das previsões e "errado" em 40%.Porém no seu conjunto o diálogo de Greenspan com os congressistas é um excelente exemplo da orfandade ideológica em que se encontram os mais fervorosos sacerdotes do sistema, ao verem as suas certezas se espatifarem. Afinal, quem falava é, embora aposentado, algo como o sumo-sacerdote do neoliberalismo.
. "Eu cometi um equívoco ao presumir que os próprios interesses das organizações, especificamente os bancos, entre outras, eram de tal natureza que as tornavam mais capazes de proteger os seus próprios acionistas e a sua equidade", disse Greenspan.
. Uma ideologia que "não funciona" - A parte mais reveladora da audiência aconteceu quando o congressista Henry A. Waxman, democrata da Califórnia e presidente da Comissão de Controle da ação governamental, confrontou Greenspan com uma proclamação de princípios feita pelo então presidente do Fed: "Tenho uma ideologia. Meu julgamento é que mercados livres e concorrenciais são de longe a forma sem rival de se organizar a economia. Experimentámos a regulação, nenhuma funcionou significativamente."
. Perguntado por Waxman sobre se essa ideologia o estimulara a tomar decisões que não deviam ser tomadas, Greenspan primeiro buscou uma saída pela tangente. Disse que todos têm uma ideologia, precisa de uma, o problema é saber o quanto ela é acurada. Mas no fim foi ao que interessava:
. Greenspan: O que estou lhe dizendo é que sim, constatei uma falha. Não sei a que ponto ela é significativa ou permanente, mas fiquei muito aflito com este fato", admitiu o ex-imperador do Fed.
Capitalismo em crise ideológica: Greenspan faz mea culpa
. Alan Greenspan, o poderoso chefão do Federal Reserve (ou Fed, o banco central dos Estados Unidos) entre 1987 e 2006, admitiu nesta quinta-feira (23), que cometeu "um equívoco" ao acreditar na "auto-regulação" do livre mercado e sua ideologia "não está funcionando" diante do "tsunami creditício" que abala seu país. O mea culpa do homem-símbolo do pensamento neoliberal mostra até que ponto a crise econômica é também uma crise ideológica do capitalismo. . A confissão do homem "outrora considerado como o infalível maestro do sistema financeiro", segundo as palavras do New York Times, aconteceu durante audiência pública numa comissão da Câmara de Representantes. Depois de dirigir o Fed por 18 anos (nos governos Reagan, Bush Pai, Clinton e Bush Jr.) sob o estandarte da desregulação dos mercados, o economista de 82 anos se declarou "em choque".
Orfandade dos sacerdotes - Não foi nenhuma conversão ao socialismo. Ele só admitiu estar "parcialmente" errado. Em dado momento, falou em "estar certo" em 60% das previsões e "errado" em 40%.Porém no seu conjunto o diálogo de Greenspan com os congressistas é um excelente exemplo da orfandade ideológica em que se encontram os mais fervorosos sacerdotes do sistema, ao verem as suas certezas se espatifarem. Afinal, quem falava é, embora aposentado, algo como o sumo-sacerdote do neoliberalismo.
. "Eu cometi um equívoco ao presumir que os próprios interesses das organizações, especificamente os bancos, entre outras, eram de tal natureza que as tornavam mais capazes de proteger os seus próprios acionistas e a sua equidade", disse Greenspan.
. Uma ideologia que "não funciona" - A parte mais reveladora da audiência aconteceu quando o congressista Henry A. Waxman, democrata da Califórnia e presidente da Comissão de Controle da ação governamental, confrontou Greenspan com uma proclamação de princípios feita pelo então presidente do Fed: "Tenho uma ideologia. Meu julgamento é que mercados livres e concorrenciais são de longe a forma sem rival de se organizar a economia. Experimentámos a regulação, nenhuma funcionou significativamente."
. Perguntado por Waxman sobre se essa ideologia o estimulara a tomar decisões que não deviam ser tomadas, Greenspan primeiro buscou uma saída pela tangente. Disse que todos têm uma ideologia, precisa de uma, o problema é saber o quanto ela é acurada. Mas no fim foi ao que interessava:
. Greenspan: O que estou lhe dizendo é que sim, constatei uma falha. Não sei a que ponto ela é significativa ou permanente, mas fiquei muito aflito com este fato", admitiu o ex-imperador do Fed.
23 outubro 2008
Coluna semanal no Portal Vermelho
Partidos no fio da navalha
Luciano Siqueira
No nível atual da luta política no Brasil as eleições são a empreitada mais avançada, a que mais exige dos partidos políticos, colocando em causa suas concepções programáticas e seus princípios organizativos.
Nem tanto, dirá o leitor. A maioria dos partidos pouco está se lixando para programa, ideologia e organização. Na prática são legendas através das quais grupos de interesses exercitam a luta por espaços institucionais.
Não deixa de ser verdade. Mas é verdade também que nem todos são assim. Caso do PCdoB, por exemplo, que há oitenta e seis anos toma parte na vida política do país e se mantém fiel à sua base ideológica e teórica, enfrenta problemas táticos imediatos à luz da proposta programática e se renova preservando suas características de partido uno, de estruturado nacionalmente, sob direção única centralizada e de funcionamento disciplinado.
Para um partido dessa natureza o embate eleitoral extrapola em muito a conquista do voto. O Partido se esforça em afirmar-se com suas características próprias, que não pode perder sob hipótese alguma, sob pena de se deformar política e ideologicamente.
E não é um esforço pequeno. O Brasil é imenso, acentuadas são as diversidades regionais e tremenda a pressão localista típica da nossa história institucional, reflexo de particularidades de cada lugar e de uma tradição de agremiações partidárias tipo mosaico (aglomerado de grupos regionais).
No pleito municipal que se completará domingo próximo, o PCdoB foi chamado a tomar decisões delicadíssimas em relação a quem apoiar no segundo turno em cidades em que candidatos próprios não obtiveram êxito. “Nós tomamos a posição, no segundo turno, levando em conta a exclusão: se esse nós não podemos apoiar, apoiamos o outro”, explicou o presidente nacional Renato Rabelo em entrevista ao portal Vermelho. “São feitos termos de compromisso em que apresentamos questões programáticas que são encampadas pelos candidatos”, completou.
Ou seja, o Partido tem lado e compromisso com o povo da cidade. Ao mesmo tempo, presta atenção às relações entre a disputa local e a cena política nacional, considerando a parte à luz do processo político de conjunto. Daí porque alianças locais em capitais e cidades de maior porte e de importância política relevante precisam ser referendadas pela direção nacional. Não pode haver plena liberdade de decisão por parte das direções municipais, invertendo a relação entre o centro dirigente e as organizações periféricas que o apóiam aplicando localmente a orientação geral.
Terminada a guerra, o balanço é muito positivo – pelas vitórias conquistadas e pela fidelidade aos preceitos estatutários e programáticos.
Luciano Siqueira
No nível atual da luta política no Brasil as eleições são a empreitada mais avançada, a que mais exige dos partidos políticos, colocando em causa suas concepções programáticas e seus princípios organizativos.
Nem tanto, dirá o leitor. A maioria dos partidos pouco está se lixando para programa, ideologia e organização. Na prática são legendas através das quais grupos de interesses exercitam a luta por espaços institucionais.
Não deixa de ser verdade. Mas é verdade também que nem todos são assim. Caso do PCdoB, por exemplo, que há oitenta e seis anos toma parte na vida política do país e se mantém fiel à sua base ideológica e teórica, enfrenta problemas táticos imediatos à luz da proposta programática e se renova preservando suas características de partido uno, de estruturado nacionalmente, sob direção única centralizada e de funcionamento disciplinado.
Para um partido dessa natureza o embate eleitoral extrapola em muito a conquista do voto. O Partido se esforça em afirmar-se com suas características próprias, que não pode perder sob hipótese alguma, sob pena de se deformar política e ideologicamente.
E não é um esforço pequeno. O Brasil é imenso, acentuadas são as diversidades regionais e tremenda a pressão localista típica da nossa história institucional, reflexo de particularidades de cada lugar e de uma tradição de agremiações partidárias tipo mosaico (aglomerado de grupos regionais).
No pleito municipal que se completará domingo próximo, o PCdoB foi chamado a tomar decisões delicadíssimas em relação a quem apoiar no segundo turno em cidades em que candidatos próprios não obtiveram êxito. “Nós tomamos a posição, no segundo turno, levando em conta a exclusão: se esse nós não podemos apoiar, apoiamos o outro”, explicou o presidente nacional Renato Rabelo em entrevista ao portal Vermelho. “São feitos termos de compromisso em que apresentamos questões programáticas que são encampadas pelos candidatos”, completou.
Ou seja, o Partido tem lado e compromisso com o povo da cidade. Ao mesmo tempo, presta atenção às relações entre a disputa local e a cena política nacional, considerando a parte à luz do processo político de conjunto. Daí porque alianças locais em capitais e cidades de maior porte e de importância política relevante precisam ser referendadas pela direção nacional. Não pode haver plena liberdade de decisão por parte das direções municipais, invertendo a relação entre o centro dirigente e as organizações periféricas que o apóiam aplicando localmente a orientação geral.
Terminada a guerra, o balanço é muito positivo – pelas vitórias conquistadas e pela fidelidade aos preceitos estatutários e programáticos.
Bom dia, Mário Quintana
Canção da janela aberta
Passa nuvem, passa estrela,
Passa a lua na janela...
Sem mais cuidados na terra,
Preguei meus olhos no Céu.
E o meu quarto, pela noite
Imensa e triste, navega...
Deito-me ao fundo do barco,
Sob os silêncios do Céu.
Adeus, Cidade Maldita,
Que lá se vai o teu Poeta.
Adeus para sempre, Amigos...
Vou sepultar-me no Céu!
Pobreza e desemprego no mundo
No Avante!:
Trabalhadores carregam fardo da crise
. Os números foram confirmados a semana passada pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), e indicam que em todo o mundo 923 milhões de seres humanos passam fome, cifra agravada em pelo menos 75 milhões de pessoas resultado do aumento do preço dos alimentos, da subida do valor das matérias-primas (52 por cento face a 2006) e do petróleo (que praticamente duplicou em um ano e meio), diz a FAO.
. Para este acréscimo contribuiu uma combinação de factores intrínsecos ao modelo de produção capitalista, entre os quais a sobreprodução e a cada vez mais desigual distribuição do rendimento; a exaustão dos recursos, sobretudo do petróleo, cuja dependência energética da cadeia produtiva se reflecte desde a extracção de matérias-primas até ao transporte e distribuição de produtos acabados; a depauperação dos solos e o desvio de parcelas férteis para alegados substitutos dos combustíveis fósseis (a produção de agrocombustíveis «comeu» 100 milhões de toneladas de cereais, afirma a FAO); a aquisição de terrenos de qualidade por parte de países detentores de capital-dinheiro interessados em assegurar o aprovisionamento alimentar futuro; a transferência de activos da esfera especulativa para as transacções nestes mercados, operada pelo capital financeiro em busca de válvulas de escape para a crise mundial da «economia de casino».
História: 23 de outubro de 1970
Joaquim Câmara, em outra prisão, 1950
Preso Joaquim Câmara Ferreira, sucessor de Mariguela no comando da ALN. Levado ao sítio clandestino do del. Fleury em São Paulo, sob violentas torturas, falece horas depois. (Vermelho http://www.vermelho.org.br/).
Sinais de setembro
No G1:
Desemprego tem a menor taxa para um mês de setembro, diz IBGE
Taxa também é a segunda menor da série do Instituto. Rendimento dos trabalhadores subiu 0,9%.
Taxa também é a segunda menor da série do Instituto. Rendimento dos trabalhadores subiu 0,9%.
. A taxa de desemprego no Brasil ficou em 7,6% em setembro, estável em relação ao mês anterior, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (23) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na comparação com setembro de 2007, houve queda de 1,4 ponto percentual.
. A taxa é a menor para um mês de setembro desde o início da nova série da Pesquisa Mensal de Emprego, em 2002, e a segunda menor da história, acima apenas dos 7,4% de dezembro do ano passado.
. Frente a agosto, houve estabilidade no número de desocupados nas seis regiões metropolitanas pesquisadas pelo IBGE. Em relação a setembro do ano passado, houve recuo de 13,2%. As mulheres são maioria entre os desocupados: 59% do total.
. Por faixa etária, a maior concentração de desocupados (49,8%) está entre as pessoas de 25 a 49 anos. Outros 35,1% tinham entre 18 e 24 anos.
Pessoas ocupadas - Em setembro, o contingente de ocupados (22,0 milhões) nas seis regiões metropolitanas, apresentou elevação na comparação com o mês anterior, de 0,7%. Em relação a setembro de 2007, cresceu 3,4%, ou seja, foram criados cerca de 729 mil postos de trabalho.
. O número de trabalhadores com carteira assinada no setor nesses locais não variou entre agosto e setembro, ficando em 43,9% da população ocupada. Frente a setembro de 2007, foi registrada elevação de 6,0%. Os empregados sem carteira assinada correspondem a 13,8% do total, enquanto os trabalhadores por conta própria ficaram em 18,6%.
Rendimento - O rendimento médio real habitualmente recebido pelos trabalhadores subiu 0,9% frente a agosto, passando para R$ 1.267,30. Na comparação com setembro de 2007, o quadro também foi de recuperação (6,4%). O rendimento médio domiciliar per capita, por sua vez, ficou estável na passagem de agosto para setembro, em R$ 820,75.
. Com essas variações, a massa de rendimento real efetivo da população ocupada foi estimada pelo IBGE em R$ 27,9 bilhões para o total das seis regiões metropolitanas. Esta estimativa revelou alta em relação ao mês anterior (1,6%) e em relação a setembro de 2007, de 11,0%.
Versos que instigam
"Não tome cuidado comigo,/que eu não sou perigoso:/- Viver é que é o grande perigo" (Belchior - Antes do fim).
Contradições urbanas
No Blog da Folha:
Cidades brasileiras têm maior disparidade de renda no mundo
Da Folha Online
Da Folha Online
. As cidades brasileiras são as que apresentam a maior disparidade de distribuição de renda no mundo, segundo o relatório anual do Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (UN-Habitat). O documento Estado Mundial das Cidades 2008/2009, apresentado nesta quarta-feira (22), cita o desemprego e o declínio dos salários nas áreas urbanas como algumas das razões para esse desempenho.
. O relatório utiliza o coeficiente Gini (indicador que mede a concentração de renda de um país e indica desigualdade maior à medida que se aproxima de 1) para medir o nível de igualdade das cidades. "A Colômbia e o Brasil são os dois países na América Latina com o maior coeficiente de Gini", disse à BBC Brasil a diretora do escritório regional para América Latina e Caribe do UN-Habitat, Cecília Martínez Leal.
. "Várias cidades brasileiras apresentam coeficiente de 0,6, quando a linha de alerta internacional está em 0,4", disse Martínez Leal. Entre as cidades com altos índices de desigualdade, ela cita São Paulo, Brasília e Fortaleza. O fenômeno, no entanto, não é exclusivo da América Latina. De acordo com o documento, grandes cidades americanas, como Atlanta, Washington, Miami e Nova York registram níveis de desigualdade iguais aos de cidades africanas, como Nairóbi, ou latino-americanas, como Buenos Aires. Leia mais aqui.
Rever o papel do Estado
Socialismo dos ricos?
Por MARCIO POCHMANN*, na Folha de S.Paulo
Além das ações estatais tomadas diante da crise, é preciso uma revisão ampla e profunda do papel do Estado
TODA CANTILENA neoliberal que ganhou mentes e corações nas últimas duas décadas não chegou ao fim, mas já se encontra profundamente abalada. Primeiro, por sua já comprovada desconexão das promessas enunciadas com os resultados alcançados e, segundo, por sua inconfiabilidade aos ricos justamente nas fases de baixa da economia, como observada na crise financeira atual.
Ao ser recuperado o conjunto norteador das teses neoliberais, constata-se a fé inquebrantável no caminho único da desregulamentação, no alívio tributário para os ricos e no enxugamento do papel do Estado, que foi a maior fonte da contenção do desempenho econômico e do alargamento da pobreza e da desigualdade no mundo. Essa doutrina levada às últimas conseqüências produziu um mundo com enorme desequilíbrio, marcado pelo brutal poder econômico concentrado em poucas hipercorporações transnacionais, em geral superior ao de países e de organismos multilaterais.
Associado ao decorrente enfraquecimento da governança global, assistiu-se ao avanço da crença de que os pobres e os destituídos do mundo devessem assumir a culpa por sua condição. Outrora reconhecida por vítima do sistema econômico excludente e demandante de apoio público, a parcela excluída da população viu ruir a base pela qual encontrava propulsão para sua emancipação em face da desconstrução das políticas universais e a ascensão das ações cada vez mais focalizadas aos pobres pelo raquitismo estatal.
A desregulação, a regressividade tributária e o desvirtuamento do compromisso do Estado com ações emancipatórias do conjunto da população não geraram apenas um mundo mais desigual e profundamente injusto. Houve também a desconfiança generalizada de que o homem não mais seria capaz de construir coletivamente uma trajetória superior, dada a ênfase no curto-prazismo das decisões políticas e gerenciais e do individualismo narcisista apoiado na economia do ter, inclusive com a inviabilização da sustentabilidade ambiental do planeta. Tudo isso, é claro, na fase de alta dos negócios, quando só os "neobobos" -como se convencionou à época- ousavam pensar diferente das teses neoliberais.
Quando entra em cena a fase de baixa da economia, os postulados da desregulamentação e da responsabilidade fiscal são rapidamente esquecidos. Os recursos que anteriormente faltavam para combater a pobreza e para potencializar a emancipação dos excluídos aparecem em profusão para salvar os ricos, mesmo com operações de socorro ocorrendo a descoberto. Em nome da solvência das grandes corporações econômicas, desaparece a defesa da auto-regulação das forças do mercado para dar lugar à centralidade do Estado na intervenção de quanto for preciso e onde for necessário.
Justificam-se, evidentemente, as ações estatais tomadas até o momento diante da complexidade da fase de baixa da economia desencadeada pela crise financeira. Mas isso não pode ocorrer desacompanhado da revisão ampla e profunda do papel do Estado. O retorno do Estado ao centro da coordenação econômica concede oportunidade inédita para uma nova regulação que viabilize oportunidade equivalente a todos em torno do bem-estar socioeconômico.
* MARCIO POCHMANN é presidente do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), professor licenciado do Instituto de Economia e do Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).
Por MARCIO POCHMANN*, na Folha de S.Paulo
Além das ações estatais tomadas diante da crise, é preciso uma revisão ampla e profunda do papel do Estado
TODA CANTILENA neoliberal que ganhou mentes e corações nas últimas duas décadas não chegou ao fim, mas já se encontra profundamente abalada. Primeiro, por sua já comprovada desconexão das promessas enunciadas com os resultados alcançados e, segundo, por sua inconfiabilidade aos ricos justamente nas fases de baixa da economia, como observada na crise financeira atual.
Ao ser recuperado o conjunto norteador das teses neoliberais, constata-se a fé inquebrantável no caminho único da desregulamentação, no alívio tributário para os ricos e no enxugamento do papel do Estado, que foi a maior fonte da contenção do desempenho econômico e do alargamento da pobreza e da desigualdade no mundo. Essa doutrina levada às últimas conseqüências produziu um mundo com enorme desequilíbrio, marcado pelo brutal poder econômico concentrado em poucas hipercorporações transnacionais, em geral superior ao de países e de organismos multilaterais.
Associado ao decorrente enfraquecimento da governança global, assistiu-se ao avanço da crença de que os pobres e os destituídos do mundo devessem assumir a culpa por sua condição. Outrora reconhecida por vítima do sistema econômico excludente e demandante de apoio público, a parcela excluída da população viu ruir a base pela qual encontrava propulsão para sua emancipação em face da desconstrução das políticas universais e a ascensão das ações cada vez mais focalizadas aos pobres pelo raquitismo estatal.
A desregulação, a regressividade tributária e o desvirtuamento do compromisso do Estado com ações emancipatórias do conjunto da população não geraram apenas um mundo mais desigual e profundamente injusto. Houve também a desconfiança generalizada de que o homem não mais seria capaz de construir coletivamente uma trajetória superior, dada a ênfase no curto-prazismo das decisões políticas e gerenciais e do individualismo narcisista apoiado na economia do ter, inclusive com a inviabilização da sustentabilidade ambiental do planeta. Tudo isso, é claro, na fase de alta dos negócios, quando só os "neobobos" -como se convencionou à época- ousavam pensar diferente das teses neoliberais.
Quando entra em cena a fase de baixa da economia, os postulados da desregulamentação e da responsabilidade fiscal são rapidamente esquecidos. Os recursos que anteriormente faltavam para combater a pobreza e para potencializar a emancipação dos excluídos aparecem em profusão para salvar os ricos, mesmo com operações de socorro ocorrendo a descoberto. Em nome da solvência das grandes corporações econômicas, desaparece a defesa da auto-regulação das forças do mercado para dar lugar à centralidade do Estado na intervenção de quanto for preciso e onde for necessário.
Justificam-se, evidentemente, as ações estatais tomadas até o momento diante da complexidade da fase de baixa da economia desencadeada pela crise financeira. Mas isso não pode ocorrer desacompanhado da revisão ampla e profunda do papel do Estado. O retorno do Estado ao centro da coordenação econômica concede oportunidade inédita para uma nova regulação que viabilize oportunidade equivalente a todos em torno do bem-estar socioeconômico.
* MARCIO POCHMANN é presidente do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), professor licenciado do Instituto de Economia e do Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).
22 outubro 2008
Nosso artigo semanal no Blog de Jamildo (JC Online)
Duas visões contraditórias e uma aposta nova
Luciano Siqueira
A crise atual, originada nos EUA e que se espraia mundo afora – mais um episódio cíclico próprio do sistema capitalista, diria Karl Marx -, desta vez parece encontrar uma realidade nova: a possibilidade de resistência de países periféricos emergentes, entre os quais o Brasil.
Já tem um ano essa crise. Agora, com o desmoronamento de bancos e grandes empresas multinacionais, enfrenta um momento de agudização. Até onde vai e que conseqüências terá ainda não se pode prever com exatidão.
E o Brasil, como fica?
Tudo indica que está em certa medida preparado para o terremoto. Mas que deve ser afetado, não cabe dúvidas. Mas não há consenso sobre o tamanho do impacto sobre a nossa economia.
Segundo pesquisa realizada pela CNI, o empresariado brasileiro – certamente apoiado em conjecturas de suas assessorias técnicas – se mostram abalados e descrentes. O nível de confiança no desempenho da economia despenca ao mais baixo índice desde julho de 2005, conforme divulgou ontem a CNI (Confederação Nacional da Indústria): 52,5 pontos, uma queda de 5,6 pontos em relação à sondagem de julho e de 7,9 pontos na comparação com outubro do ano passado.
Os empresários se ressentem da dificuldade em negociar preços com fornecedores e clientes por conta da alta do dólar, da escassez de crédito, do aumento das taxas de juros e do quadro recessivo mundial.
No outro extremo se posiciona o ministro Guido Mantega, da Fazenda, que falou ontem no Congresso Nacional. Ele avalia que o crescimento da economia não atingirá nível esperado pelo governo para 2008, de 5% ao ano, porém espera que o PIB atinja entre 4% e 4,5%. E resume as razões para tanto otimismo: o país hoje tem condição manter o atual ciclo de crescimento com a manutenção da expansão do crédito, investimentos em infra-estrutura e continuação do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Além disso, a pesquisa mensal de comércio mostra crescimento de 9,8%; estão sendo criados mais de 2 milhões de empregos formais, o que implica mais renda e mais consumo; a arrecadação da Receita Federal se mantém dentro do esperado.
Desencontro de expectativas à parte, vale anotar que é a primeira vez em décadas que o governo reage diante de ameaças de instabilidade e retração da economia com investimentos públicos em infra-estrutura, expansão do crédito, incremento da produção e alargamento do mercado interno. Uma aposta nas próprias forças, digamos, em contraposição à receita clássica da submissão aos ditames de fora.
Luciano Siqueira
A crise atual, originada nos EUA e que se espraia mundo afora – mais um episódio cíclico próprio do sistema capitalista, diria Karl Marx -, desta vez parece encontrar uma realidade nova: a possibilidade de resistência de países periféricos emergentes, entre os quais o Brasil.
Já tem um ano essa crise. Agora, com o desmoronamento de bancos e grandes empresas multinacionais, enfrenta um momento de agudização. Até onde vai e que conseqüências terá ainda não se pode prever com exatidão.
E o Brasil, como fica?
Tudo indica que está em certa medida preparado para o terremoto. Mas que deve ser afetado, não cabe dúvidas. Mas não há consenso sobre o tamanho do impacto sobre a nossa economia.
Segundo pesquisa realizada pela CNI, o empresariado brasileiro – certamente apoiado em conjecturas de suas assessorias técnicas – se mostram abalados e descrentes. O nível de confiança no desempenho da economia despenca ao mais baixo índice desde julho de 2005, conforme divulgou ontem a CNI (Confederação Nacional da Indústria): 52,5 pontos, uma queda de 5,6 pontos em relação à sondagem de julho e de 7,9 pontos na comparação com outubro do ano passado.
Os empresários se ressentem da dificuldade em negociar preços com fornecedores e clientes por conta da alta do dólar, da escassez de crédito, do aumento das taxas de juros e do quadro recessivo mundial.
No outro extremo se posiciona o ministro Guido Mantega, da Fazenda, que falou ontem no Congresso Nacional. Ele avalia que o crescimento da economia não atingirá nível esperado pelo governo para 2008, de 5% ao ano, porém espera que o PIB atinja entre 4% e 4,5%. E resume as razões para tanto otimismo: o país hoje tem condição manter o atual ciclo de crescimento com a manutenção da expansão do crédito, investimentos em infra-estrutura e continuação do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Além disso, a pesquisa mensal de comércio mostra crescimento de 9,8%; estão sendo criados mais de 2 milhões de empregos formais, o que implica mais renda e mais consumo; a arrecadação da Receita Federal se mantém dentro do esperado.
Desencontro de expectativas à parte, vale anotar que é a primeira vez em décadas que o governo reage diante de ameaças de instabilidade e retração da economia com investimentos públicos em infra-estrutura, expansão do crédito, incremento da produção e alargamento do mercado interno. Uma aposta nas próprias forças, digamos, em contraposição à receita clássica da submissão aos ditames de fora.
Déficit habitacional persiste
. A análise é IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), com dados relativos à Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2007, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O Brasil tinha no ano passado 2 milhões a mais de pessoas vivendo em favelas do que há 15 anos. Ao todo, os moradores de favelas somaram 7 milhões de brasileiros em 2007, o correspondente a 4% da população do país. Mais da metade, cerca de 4 milhões de pessoas, concentrada nas regiões metropolitanas de São Paulo e do Rio de Janeiro.
. Isto significa que a política habitacional, além de ainda limitada, esbarra no paredão dos baixos salários e do desemprego. Ganhando pouco ou quase nada e sem ter para onde ir, os brasileiros mais pobres ou miseráveis se acomodam como podem – em favelas.
. Na ordem do dia a luta pela reforma urbana e, como parte da reforma, a conquista de condições de habitação e de habitabilidade para os excluídos de nossas cidades.
. Isto significa que a política habitacional, além de ainda limitada, esbarra no paredão dos baixos salários e do desemprego. Ganhando pouco ou quase nada e sem ter para onde ir, os brasileiros mais pobres ou miseráveis se acomodam como podem – em favelas.
. Na ordem do dia a luta pela reforma urbana e, como parte da reforma, a conquista de condições de habitação e de habitabilidade para os excluídos de nossas cidades.
21 outubro 2008
Renildo na Rádio Folha
No Blog da Folha:
Para Renildo, não é hora de definir chapa majoritária para 2010
Por Larissa Brainer
Da Folha de Pernambuco
. O prefeito eleito de Olinda, Renildo Calheiros (PCdoB), evitou fazer projeções ou lançar nomes para uma possível chapa ao Senado, em 2010. Em entrevista à Rádio Folha FM 96,7, hoje, o deputado federal preferiu adotar uma postura cautelosa sobre o assunto, afirmando que a eleição "ainda está muito longe". "Não há porque definir isso agora. A chapa nacional ainda não está resolvida e a chapa local tem excelentes nomes e muitos pretendentes, que é o mais importante", disse ele.
. Calheiros acrescentou ainda, que acredita na possibilidade de Pernambuco fazer um candidato a vice-presidente da República, o que também contribui para evitar "precipitações". Para ele, o momento atual não é para estabelecer disputas, mas para discutir opções e procurar a unidade política entre todos os aliados. "É preciso muita conversa. A falta de maturidade política e de união jogaram foram a eleição em Petrolina. É uma falta de lucidez muito grande disputar vagas dois anos antes da eleição. É preciso ter paciência", avaliou.
. Paciência, inclusive, é o que o prefeito eleito tem pregado, tanto para a transição, quanto para seu mandato. Segundo ele, ainda não é tempo de iniciar o processo de mudança de gestões. "Olinda hoje, é um canteiro de obras, não quero imobilizar a administração para cuidar da transição. É preciso que as pessoas permaneçam focadas na conclusão do que está em andamento", disse ele, antecipando que pretende começar a transição no final do próximo mês.
. Calheiros evitou demonstrar favoritismo quanto a nomes para mesa diretora da Câmara Municipal, que no próximo ano, contará com 15 parlamentares da base governista. "Pretendo interagir, participar, mas não vou lançar nomes. Minha preocupação é evitar confusão. Quero muita união", disse. Quanto à composição de governo, Calheiros disse que não pretende manter todos os nomes que estão à frente das secretarias, apenas alguns, embora não tenha revelado quantas ou quais. Outras duas pastas serão criadas na gestão do comunista: Turismo e Esportes. "A primeira, vai cuidar além do turismo, do desenvolvimento econômico da cidade. A segunda surgiu porque queremos dar uma dimensão maior à área", explicou.
Para Renildo, não é hora de definir chapa majoritária para 2010
Por Larissa Brainer
Da Folha de Pernambuco
. O prefeito eleito de Olinda, Renildo Calheiros (PCdoB), evitou fazer projeções ou lançar nomes para uma possível chapa ao Senado, em 2010. Em entrevista à Rádio Folha FM 96,7, hoje, o deputado federal preferiu adotar uma postura cautelosa sobre o assunto, afirmando que a eleição "ainda está muito longe". "Não há porque definir isso agora. A chapa nacional ainda não está resolvida e a chapa local tem excelentes nomes e muitos pretendentes, que é o mais importante", disse ele.
. Calheiros acrescentou ainda, que acredita na possibilidade de Pernambuco fazer um candidato a vice-presidente da República, o que também contribui para evitar "precipitações". Para ele, o momento atual não é para estabelecer disputas, mas para discutir opções e procurar a unidade política entre todos os aliados. "É preciso muita conversa. A falta de maturidade política e de união jogaram foram a eleição em Petrolina. É uma falta de lucidez muito grande disputar vagas dois anos antes da eleição. É preciso ter paciência", avaliou.
. Paciência, inclusive, é o que o prefeito eleito tem pregado, tanto para a transição, quanto para seu mandato. Segundo ele, ainda não é tempo de iniciar o processo de mudança de gestões. "Olinda hoje, é um canteiro de obras, não quero imobilizar a administração para cuidar da transição. É preciso que as pessoas permaneçam focadas na conclusão do que está em andamento", disse ele, antecipando que pretende começar a transição no final do próximo mês.
. Calheiros evitou demonstrar favoritismo quanto a nomes para mesa diretora da Câmara Municipal, que no próximo ano, contará com 15 parlamentares da base governista. "Pretendo interagir, participar, mas não vou lançar nomes. Minha preocupação é evitar confusão. Quero muita união", disse. Quanto à composição de governo, Calheiros disse que não pretende manter todos os nomes que estão à frente das secretarias, apenas alguns, embora não tenha revelado quantas ou quais. Outras duas pastas serão criadas na gestão do comunista: Turismo e Esportes. "A primeira, vai cuidar além do turismo, do desenvolvimento econômico da cidade. A segunda surgiu porque queremos dar uma dimensão maior à área", explicou.
História: 21 de outubro de 1947
A redação da Tribuna Popular, Rio, é invadida e empastelada, com a conivência da polícia. (Vermelho http://www.vermelho.org.br/).
Eleição na Câmara dos vereadores requer idéias
. Nos jornais de hoje, referências de passagem ao meu nome como alternativa para a presidência da Câmara dos Vereadores.
. Mera especulação. Nenhum dos vereadores me propôs isso.
. Pelo Regimento da Casa, cabe à bancada do PT – majoritária, com cinco membros – indicar o candidato a presidente, dos seus quadros ou de outra legenda.
. Melhor será construir um consenso, e não o confronto de chapas.
. O bom senso recomenda que a escolha de nomes para a Mesa diretora da Câmara seja precedida da construção de uma proposta de trabalho para a próxima legislatura. Em princípio, orientada para três linhas: a relação com o Poder Executivo; permeabilidade e transparência em relação à sociedade; modus operandi que valorize as sessões plenárias, as Comissões e reforce o papel fiscalizador e legislador da Casa.
. Em torno de idéias talvez seja possível construir a convergência entre as bancadas da situação e da oposição.
. Antecipar a apresentação de nomes é colocar o carro adiante dos bois.
. Mera especulação. Nenhum dos vereadores me propôs isso.
. Pelo Regimento da Casa, cabe à bancada do PT – majoritária, com cinco membros – indicar o candidato a presidente, dos seus quadros ou de outra legenda.
. Melhor será construir um consenso, e não o confronto de chapas.
. O bom senso recomenda que a escolha de nomes para a Mesa diretora da Câmara seja precedida da construção de uma proposta de trabalho para a próxima legislatura. Em princípio, orientada para três linhas: a relação com o Poder Executivo; permeabilidade e transparência em relação à sociedade; modus operandi que valorize as sessões plenárias, as Comissões e reforce o papel fiscalizador e legislador da Casa.
. Em torno de idéias talvez seja possível construir a convergência entre as bancadas da situação e da oposição.
. Antecipar a apresentação de nomes é colocar o carro adiante dos bois.
Bom dia, Hermano Paz
Auto-imagem
A luz incandescente invade a minha janela
bloqueia a madrugada de angustiantes dúvidas
e anuncia a manhã de tensa espiral
onde teimam em ir e vir meus sonhos desfeitos.
Olho-me ao espelho: já não me reconheço
- gladiador sem arena, impotente e frágil
face a face com o amargo destino –
mas vejo marcas guerreiras no rosto enrugado.
A luz incandescente invade a minha janela
bloqueia a madrugada de angustiantes dúvidas
e anuncia a manhã de tensa espiral
onde teimam em ir e vir meus sonhos desfeitos.
Olho-me ao espelho: já não me reconheço
- gladiador sem arena, impotente e frágil
face a face com o amargo destino –
mas vejo marcas guerreiras no rosto enrugado.
Contra o trabalho escravo
. Os dados são contundentes. Só em 2008, mais de 3 mil trabalhadores em situação degradante foram resgatados por equipes do grupo móvel de fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Desde que o grupo foi criado, em 1995, mais de 30 mil trabalhadores foram retirados de situações irregulares.
. Para que esse cenário mude, entidades da sociedade civil se mobilizam em favor da aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC 438/2001) que prevê penas mais rígidas para os exploradores. Entre elas, a expropriação de imóveis (rurais e urbanos) de quem cometer o crime.
. A matéria tramita há sete anos na Câmara dos Deputados, sob forte resistência da chamada bancada ruralista. . A meta do movimento é recolher 2 milhões de assinaturas até fevereiro. Há versão eletrônica do abaixo-assinado, disponível na internet.
. Para que esse cenário mude, entidades da sociedade civil se mobilizam em favor da aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC 438/2001) que prevê penas mais rígidas para os exploradores. Entre elas, a expropriação de imóveis (rurais e urbanos) de quem cometer o crime.
. A matéria tramita há sete anos na Câmara dos Deputados, sob forte resistência da chamada bancada ruralista. . A meta do movimento é recolher 2 milhões de assinaturas até fevereiro. Há versão eletrônica do abaixo-assinado, disponível na internet.
Sonho de telespectador
A TV tem a ver com a cor dos nossos sonhos
. Sonho tem cor, não duvide. Mais: a cor dos nossos sonhos durante o sono noturno tem tudo a ver com o que vemos na TV. Ou seja, a geração que nasceu sem televisão colorida relata ter mais experiências oníricas em preto-e-branco, 40 anos depois. Entretanto, não se pode garantir se tela a cores faz a imagem se alterar durante o sono ou apenas deturpa a memória.
. Não sabia, e você provavelmente também não, que essa discussão sobre a cor dos sonhos já tem quase um século, segundo matéria publicada na Folha de S. Paulo deste domingo.
. Estudos de 1915 a 1950 sugeriam que a maioria dos sonhos era em preto-e-branco, mas a tendência mudou nos anos 1960, com alguns trabalhos sugerindo que 83% deles têm cor. Como esse período também marcou a transição das TVs em preto-e-branco para as coloridas, uma explicação seria que a mídia estava pautando os sonhos das pessoas. As diferenças entre os estudos, porém, não permitiam conclusões sólidas.. Segundo a matéria, tem gente interessada em prosseguir os estudos a respeito. Imagino que há muitos outros fenômenos do nosso cotidiano que merecem mais atenção dos cientistas.
. E possamos continuar sonhando à noite sossegados, sem preocupação com o colorido das imagens retidas em nossa memória.
. Sonho tem cor, não duvide. Mais: a cor dos nossos sonhos durante o sono noturno tem tudo a ver com o que vemos na TV. Ou seja, a geração que nasceu sem televisão colorida relata ter mais experiências oníricas em preto-e-branco, 40 anos depois. Entretanto, não se pode garantir se tela a cores faz a imagem se alterar durante o sono ou apenas deturpa a memória.
. Não sabia, e você provavelmente também não, que essa discussão sobre a cor dos sonhos já tem quase um século, segundo matéria publicada na Folha de S. Paulo deste domingo.
. Estudos de 1915 a 1950 sugeriam que a maioria dos sonhos era em preto-e-branco, mas a tendência mudou nos anos 1960, com alguns trabalhos sugerindo que 83% deles têm cor. Como esse período também marcou a transição das TVs em preto-e-branco para as coloridas, uma explicação seria que a mídia estava pautando os sonhos das pessoas. As diferenças entre os estudos, porém, não permitiam conclusões sólidas.. Segundo a matéria, tem gente interessada em prosseguir os estudos a respeito. Imagino que há muitos outros fenômenos do nosso cotidiano que merecem mais atenção dos cientistas.
. E possamos continuar sonhando à noite sossegados, sem preocupação com o colorido das imagens retidas em nossa memória.
Reforço aos mais fortes
. A propósito da atualidade de Marx (veja postagem abaixo), vale anotar a teoria das crises cíclicas do sistema capitalista. A cada crise, amenta a concentra’;cão do capital e da produção, fortalecendo os grandes grupos e eliminando os menores.
. Está nos jornais de hoje a informação de que Luciano Coutinho, presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), anunciou ontem que o banco cuidará de capitalizar e apoiar fusão e aquisições no setor de construção.
. Está nos jornais de hoje a informação de que Luciano Coutinho, presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), anunciou ontem que o banco cuidará de capitalizar e apoiar fusão e aquisições no setor de construção.
Cultura negra
. A proposta brasileira de criação do Observatório Intercâmbios Afro-Latinos foi aprovada no 1º Encontro Ibero-Americano – Agenda Afrodescendente nas Américas, realizado semana passada. O propósito é criar um portal para informações e discussão de iniciativas de valorização da cultura negra – divulgando pesquisas, estudos, dados estatísticos e eventos acerca da temática.
. Também estão previstas ações para serem desenvolvidas tanto nos países separadamente quanto em cooperação. Na agenda, constam políticas na área de educação, como o ensino da história e o fortalecimento da presença da cultura dos negros na sociedade, e políticas de fomento ao aumento da produção cultural dessa parcela da população.
. Também estão previstas ações para serem desenvolvidas tanto nos países separadamente quanto em cooperação. Na agenda, constam políticas na área de educação, como o ensino da história e o fortalecimento da presença da cultura dos negros na sociedade, e políticas de fomento ao aumento da produção cultural dessa parcela da população.
As voltas que o mundo dá
No Vermelho:
Alemães procuram Marx para explicar a crise
Por Kate Connolly no jornal britânico The Guardian*
. Karl Marx está de volta. Ao menos, este é o veredito dos editores e livreiros da Alemanha, que asseguram que suas obras estão voando nas estantes. A crescente popularidade é creditada, naturalmente, à crise econômica em curso. ''Marx entrou de novo na moda'', diz Jörn Schütrumpf, da editora Karl-Dietz, que publica as obras de Marx e Engels em alemão.
. Alemães em número crescente parecem dispostos a se proclamarem fãs de Marx, numa época em que virou moda repetir a crença do filósofo, de que o capitalismo com seus excessos de cobiça terminaria por se destruir. Quando Oskar Lafontaine, líder do crescente partido de esquerda alemão Die Linke (A Esquerda), disse que incluiria a teoria marxista no manifesto da nova sigla, para sublinhar seus planos de estatização parcial das finanças e do setor energético da nação, foi taxado pelo tablóide Bild de ''maluco esquerdista'' que ''perdeu o rumo''. Mas agora o ministro das Finanças da Alemanha, Peer Steinbrück, que deve ter perdido algumas noites de sono nas últimas semanas, que se declarou também um fã: ''Em geral, é preciso admitir que certas partes da teoria de Marx na verdade não são tão ruins assim'', disse ele cautelosamente à revista Der Spiegel.
. Leia a matéria na íntegra http://www.vermelho.org.br/base.asp?texto=45295
20 outubro 2008
A canja que acalma
No G1:
Canja de galinha faz sucesso entre pandas estressados na China
. Animais ficaram nervosos após visita de 30 mil pessoas a zoológico.Sopa feita com frango ajuda a acalmar e melhora alimentação dos bichos.
. Até os pandas precisam de canja de galinha de vez em quando. É o que descobriu o Zoológico de Wuhan, no centro da China, que está ministrando a dois membros da espécie a sopinha duas vezes por semana para reduzir o estresse e melhorar sua nutrição. Xiwang e Weiwei, ambos com três anos de idade e cujos nomes querem dizer "Esperança" e "Grandeza", ficaram cansados e estressados depois do começo do Dia Nacional, feriado chinês que dura uma semana. Mais de 30 mil pessoas passaram pelo zôo, gritando e tentando chamar a atenção dos bichos, o que os deixou inquietos.
Canja de galinha faz sucesso entre pandas estressados na China
. Animais ficaram nervosos após visita de 30 mil pessoas a zoológico.Sopa feita com frango ajuda a acalmar e melhora alimentação dos bichos.
. Até os pandas precisam de canja de galinha de vez em quando. É o que descobriu o Zoológico de Wuhan, no centro da China, que está ministrando a dois membros da espécie a sopinha duas vezes por semana para reduzir o estresse e melhorar sua nutrição. Xiwang e Weiwei, ambos com três anos de idade e cujos nomes querem dizer "Esperança" e "Grandeza", ficaram cansados e estressados depois do começo do Dia Nacional, feriado chinês que dura uma semana. Mais de 30 mil pessoas passaram pelo zôo, gritando e tentando chamar a atenção dos bichos, o que os deixou inquietos.
BCs alimentam integração
. Os presidentes dos bancos centrais das maiores economias latino-americanas passaram o domingo reunidos em Santiago do Chile e divulgaram nota conjunta afirmando que seus países estão "em melhores condições para enfrentar as turbulências financeiras, graças aos seus sólidos fundamentos econômicos".
. A afirmação carece de exame mais atento. Até porque não há uniformidade nas política econômicas adotadas pelos países representados na reunião, Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, México e Peru. Portanto os “fundamentos” não são os mesmos...
. Entretanto, cabe assinalar o sentido simbólico da reunião, que se dá num ambiente de integração latino-americana, um dos pilares da política externa do governo Lula.
. A afirmação carece de exame mais atento. Até porque não há uniformidade nas política econômicas adotadas pelos países representados na reunião, Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, México e Peru. Portanto os “fundamentos” não são os mesmos...
. Entretanto, cabe assinalar o sentido simbólico da reunião, que se dá num ambiente de integração latino-americana, um dos pilares da política externa do governo Lula.
Bom dia, Graça Graúna
Alimentando privilégios
. O Congresso Nacional (Senado e Câmara dos Deputados) é o mais democrático dos três poderes da República, permeável à presença de parlamentares vindos das camadas populares. Mas é majoritariamente conservador, refletindo a correlação de forças real na base da sociedade, suas distorções, suas desigualdades.
. A pesquisa realizada pela socióloga Laura Frade, da Universidade de Brasília, registrada ontem pelo Jornal do Commercio, atesta o caráter conservador do parlamento. Ela revela que “de 646 projetos sobre criminalidade apresentados na última legislatura, 626 tratavam de agravar penas e restrições (96% do total). No mesmo período, apenas duas propostas tiveram como alvo o chamado crime do colarinho branco”.
. O alvo principal são os criminosos considerados pobres.
. O levantamento contempla projetos apresentados entre 2003 e 2006 e está no livro Quem mandamos para a prisão?, da editora Liber.
. A pesquisa realizada pela socióloga Laura Frade, da Universidade de Brasília, registrada ontem pelo Jornal do Commercio, atesta o caráter conservador do parlamento. Ela revela que “de 646 projetos sobre criminalidade apresentados na última legislatura, 626 tratavam de agravar penas e restrições (96% do total). No mesmo período, apenas duas propostas tiveram como alvo o chamado crime do colarinho branco”.
. O alvo principal são os criminosos considerados pobres.
. O levantamento contempla projetos apresentados entre 2003 e 2006 e está no livro Quem mandamos para a prisão?, da editora Liber.
Versos que estimulam
"Vai, menino/Se aproveite que a verdade /Um dia vai fazer você mudar" (Ivan Lins - A vida avisa que chegou).
O otimismo de Mantega
. Mais do que um estado de espírito animado, o ministro da Fazenda Guido Mantega esbanja determinação em resistir – pelo caminho do incremento da produção, como quer o presidente Lula – aos efeitos da crise norte-americana que se espraia mundo afora. Em entrevista na Folha de S. Paulo deste domingo, 19, ele afirma que o governo mantém previsão de crescimento entre 4% e 4,5% para 2009, bem acima das estimativas dos analistas. "Temos condições de passar por esta crise mantendo um padrão bastante razoável de crescimento", diz ele.
. De acordo com o último Boletim Focus do Banco Central, os economistas prevêem crescimento de 3,5% para o ano que vem. Mantega diz que eles têm errado sistematicamente suas previsões.
. Contra o cenário de retração da economia, o ministro argumenta com dados animadores: A pesquisa mensal de comércio mostra crescimento de 9,8%. Estão sendo criados mais de 2 milhões de empregos formais, o que significa mais renda e mais consumo. A arrecadação da Receita Federal se mantém dentro das nossas projeções. Até agora, de relevante, o que aconteceu foi um problema de liquidez, enfatiza.
. É acompanhar o desenrolar dos acontecimentos para checar se Mantega tem ou não razão.
. De acordo com o último Boletim Focus do Banco Central, os economistas prevêem crescimento de 3,5% para o ano que vem. Mantega diz que eles têm errado sistematicamente suas previsões.
. Contra o cenário de retração da economia, o ministro argumenta com dados animadores: A pesquisa mensal de comércio mostra crescimento de 9,8%. Estão sendo criados mais de 2 milhões de empregos formais, o que significa mais renda e mais consumo. A arrecadação da Receita Federal se mantém dentro das nossas projeções. Até agora, de relevante, o que aconteceu foi um problema de liquidez, enfatiza.
. É acompanhar o desenrolar dos acontecimentos para checar se Mantega tem ou não razão.
Renovação pelo voto
No G1:
Câmara de SP tem menor renovação dentre capitais e a de Porto Velho, a maior
. A renovação média nas câmaras municipais das 26 capitais estaduais chega a 49,37%, segundo levantamento do G1. Dos 715 vereadores eleitos em 5 de outubro nas capitais, 362 exercem atualmente mandato nas casas legislativas, enquanto 353 são novos parlamentares. Infográfico traz a relação dos eleitos em cada uma das capitais.
. Levando em conta os vereadores que exercem mandato atualmente e os que foram eleitos neste ano, a menor renovação foi a da Câmara Municipal de São Paulo, onde 39 dos 55 vereadores conseguiram a reeleição, com uma renovação de apenas 29,09%. Em Belém, 22 candidatos se reelegeram para 35 vagas - são 13 novos (renovação de 37,14%).
. Outras dez capitais apresentam uma renovação dos vereadores menor do que 50% na composição da próxima legislatura - Belo Horizonte (41,46%), Campo Grande (42,85%), Rio de Janeiro (43,13%), Porto Alegre (44,44%), Recife (45,94%), Salvador (46,34%), Cuiabá (47,36%), Aracaju (47,36%), Curitiba (47,36%) e Natal (47,61%).
Câmara de SP tem menor renovação dentre capitais e a de Porto Velho, a maior
. A renovação média nas câmaras municipais das 26 capitais estaduais chega a 49,37%, segundo levantamento do G1. Dos 715 vereadores eleitos em 5 de outubro nas capitais, 362 exercem atualmente mandato nas casas legislativas, enquanto 353 são novos parlamentares. Infográfico traz a relação dos eleitos em cada uma das capitais.
. Levando em conta os vereadores que exercem mandato atualmente e os que foram eleitos neste ano, a menor renovação foi a da Câmara Municipal de São Paulo, onde 39 dos 55 vereadores conseguiram a reeleição, com uma renovação de apenas 29,09%. Em Belém, 22 candidatos se reelegeram para 35 vagas - são 13 novos (renovação de 37,14%).
. Outras dez capitais apresentam uma renovação dos vereadores menor do que 50% na composição da próxima legislatura - Belo Horizonte (41,46%), Campo Grande (42,85%), Rio de Janeiro (43,13%), Porto Alegre (44,44%), Recife (45,94%), Salvador (46,34%), Cuiabá (47,36%), Aracaju (47,36%), Curitiba (47,36%) e Natal (47,61%).
História: 20 de outubro de 1900
Nasce em São Paulo o jornal socialista Avanti!, em italiano, de Alcebiades Bertolott. Circulará até 1909. (Vermelho http://www.vermelho.org.br/).
Empresários pessimistas
. Deve ser publicada esta semana a nova pesquisa da CNI (Confederação Nacional da Indústria) que indica significativa diminuição na confiança dos empresários na economia brasileira.
. Os motivos da descrença são a dificuldade em negociar preços com fornecedores e clientes por conta da alta do dólar, a escassez de crédito, o aumento das taxas de juros e a eventual recessão no mercado mundial.
. Os motivos da descrença são a dificuldade em negociar preços com fornecedores e clientes por conta da alta do dólar, a escassez de crédito, o aumento das taxas de juros e a eventual recessão no mercado mundial.
Desrespeito ao Hino
. Hino Nacional é um dos símbolos da nação. Há que ser respeitado sempre. A CBF determinou que antes de cada jogo do campeonato nacional de futebol o Hino seja executado. Uma boa iniciativa que, entretanto, tem dado azo a manifestações deploráveis.
. Ontem, antes do jogo Palmeira versus São Paulo, no Parque Antártica, a TV mostrou o técnico Wanderley Luxemburgo batendo papo com um auxiliar durante a execução do Hino.
. E o Jornal do Commercio de hoje faz esse registro: A execução do Hino Nacional antes das partidas da Série A do Campeonato Brasileiro já virou esculhambação em Pernambuco. Ontem, no clássico, o Hino tocou enquanto o time do Náutico fazia seu aquecimento no gramado, e quando o Sport estava nos vestiários. Nem a torcida dos dois clubes percebeu a execução do símbolo nacional. O Hino se tornou obrigatório antes dos jogos por determinação da CBF. Existe a exigência que as equipes estejam perfiladas à beira do gramado, assim como os árbitros.
. Ontem, antes do jogo Palmeira versus São Paulo, no Parque Antártica, a TV mostrou o técnico Wanderley Luxemburgo batendo papo com um auxiliar durante a execução do Hino.
. E o Jornal do Commercio de hoje faz esse registro: A execução do Hino Nacional antes das partidas da Série A do Campeonato Brasileiro já virou esculhambação em Pernambuco. Ontem, no clássico, o Hino tocou enquanto o time do Náutico fazia seu aquecimento no gramado, e quando o Sport estava nos vestiários. Nem a torcida dos dois clubes percebeu a execução do símbolo nacional. O Hino se tornou obrigatório antes dos jogos por determinação da CBF. Existe a exigência que as equipes estejam perfiladas à beira do gramado, assim como os árbitros.
19 outubro 2008
Crise de idéias
Na Folha de S. Paulo, por Luiz Gonza Belluzzo
Pane ideológica
Além do bloqueio do crédito, a crise planetária também ameaça paralisar os cérebros, até mesmo os bem-dotados
Durante a semana, a crise financeira ganhou velocidade. Em sua pedagogia truculenta, ensinou aos desavisados e aos nefelibatas que a paralisia no sistema de crédito causa danos consideráveis ao mundo "real". Os bancos não emprestam, as empresas reduzem a produção e o emprego, a atividade econômica afunda e, finalmente, os bancos não recebem o dinheiro que emprestaram antes da tormenta.
As certezas dos analistas mais certeiros desmoronam. Um deles proclamava na televisão: "Os investidores são racionais, mas estão em pânico". Imaginei que antes da emboscada do "subprime" e de outros créditos alavancados, os investidores racionais estivessem apenas eufóricos em sua peculiar racionalidade.
Enquanto arengavam os oráculos, transtornados por incertezas e infortúnios, uma pulga intrometida desembarcou atrás de minha orelha. A Pulex irritans esmerou-se em insinuações: além do bloqueio do crédito, a crise planetária também ameaça paralisar os cérebros, até mesmo os bem-dotados -para não falar do meu, apenas mediano. O pânico dos mercados induziu à pane na razão. O ineditismo dos acontecimentos abalroa seus modelos e faz naufragar suas previsões. Desconcertados, os sábios de ontem embarcam em hipóteses exóticas e peregrinas, como as que atribuem responsabilidade aos devedores "ninja" ("no income", "no job", "no asset"), gente irresponsável que não deveria aceitar os empréstimos gentilmente oferecidos por bancos generosos. A culpa é, afinal, dos políticos que estimularam os créditos predatórios.
A pane cerebral afeta com particular virulência o pensamento imune à experiência histórica. Percebo resmungos e muxoxos quando alguém menciona os "anos dourados", a era em que o capitalismo juntou prosperidade, avanço tecnológico, inovação institucional e redução das desigualdades. Esse período, assinala o economista Kenneth Rogoff, registrou a mais baixa freqüência de crises financeiras e de crédito, desde o século 19. Não escaparia ao crítico desconfiado que o sucesso do "modelo" do pós-Guerra possa ter nascido de um arranjo virtuoso entre a democracia e o capitalismo.
Depois de 30 anos de progresso material, redução das desigualdades nos países centrais e altas taxas de crescimento na América Latina e na Ásia emergente, o vento virou. A estagflação dos anos 1970 foi entendida como uma advertência e uma recomendação: era preciso dar adeus a tudo aquilo. O mal, como sempre, era o intervencionismo do Estado, o poder dos sindicatos, o controle dos mercados financeiros, os obstáculos ao livre movimento de capitais.
Não por acaso, há espanto e inquietação, além de alívio naturalmente, com a ousadia de Gordon Browm, o primeiro-ministro da pérfida Albion. Ele não hesitou em adquirir participação acionária nos periclitantes bancos ingleses. Foi seguido pelos colegas europeus. Convenceu Paulson e Bernanke de que essa era a melhor solução. Há fundados receios, entre os sobreviventes do naufrágio financeiro, de que o bote salva-vidas do Estado seja baixado por políticos populistas para resgatar a turma do "andar de baixo".
Pane ideológica
Além do bloqueio do crédito, a crise planetária também ameaça paralisar os cérebros, até mesmo os bem-dotados
Durante a semana, a crise financeira ganhou velocidade. Em sua pedagogia truculenta, ensinou aos desavisados e aos nefelibatas que a paralisia no sistema de crédito causa danos consideráveis ao mundo "real". Os bancos não emprestam, as empresas reduzem a produção e o emprego, a atividade econômica afunda e, finalmente, os bancos não recebem o dinheiro que emprestaram antes da tormenta.
As certezas dos analistas mais certeiros desmoronam. Um deles proclamava na televisão: "Os investidores são racionais, mas estão em pânico". Imaginei que antes da emboscada do "subprime" e de outros créditos alavancados, os investidores racionais estivessem apenas eufóricos em sua peculiar racionalidade.
Enquanto arengavam os oráculos, transtornados por incertezas e infortúnios, uma pulga intrometida desembarcou atrás de minha orelha. A Pulex irritans esmerou-se em insinuações: além do bloqueio do crédito, a crise planetária também ameaça paralisar os cérebros, até mesmo os bem-dotados -para não falar do meu, apenas mediano. O pânico dos mercados induziu à pane na razão. O ineditismo dos acontecimentos abalroa seus modelos e faz naufragar suas previsões. Desconcertados, os sábios de ontem embarcam em hipóteses exóticas e peregrinas, como as que atribuem responsabilidade aos devedores "ninja" ("no income", "no job", "no asset"), gente irresponsável que não deveria aceitar os empréstimos gentilmente oferecidos por bancos generosos. A culpa é, afinal, dos políticos que estimularam os créditos predatórios.
A pane cerebral afeta com particular virulência o pensamento imune à experiência histórica. Percebo resmungos e muxoxos quando alguém menciona os "anos dourados", a era em que o capitalismo juntou prosperidade, avanço tecnológico, inovação institucional e redução das desigualdades. Esse período, assinala o economista Kenneth Rogoff, registrou a mais baixa freqüência de crises financeiras e de crédito, desde o século 19. Não escaparia ao crítico desconfiado que o sucesso do "modelo" do pós-Guerra possa ter nascido de um arranjo virtuoso entre a democracia e o capitalismo.
Depois de 30 anos de progresso material, redução das desigualdades nos países centrais e altas taxas de crescimento na América Latina e na Ásia emergente, o vento virou. A estagflação dos anos 1970 foi entendida como uma advertência e uma recomendação: era preciso dar adeus a tudo aquilo. O mal, como sempre, era o intervencionismo do Estado, o poder dos sindicatos, o controle dos mercados financeiros, os obstáculos ao livre movimento de capitais.
Não por acaso, há espanto e inquietação, além de alívio naturalmente, com a ousadia de Gordon Browm, o primeiro-ministro da pérfida Albion. Ele não hesitou em adquirir participação acionária nos periclitantes bancos ingleses. Foi seguido pelos colegas europeus. Convenceu Paulson e Bernanke de que essa era a melhor solução. Há fundados receios, entre os sobreviventes do naufrágio financeiro, de que o bote salva-vidas do Estado seja baixado por políticos populistas para resgatar a turma do "andar de baixo".
18 outubro 2008
Vereador, sim. Com muita honra
. Abro a caixa postal e verifico uma infinidade de e-mails me parabenizando pela vitória em 5 de outubro. E ao lado de palavras generosas, a pergunta intermitente: Você vai mesmo assumir a cadeira de vereador?
. Claro que, sim, amigos. Nada contra quem se elege para um posto no Legislativo e aceita convite para ocupar função em governo. Mas no meu caso específico essa não pode ser uma alternativa, pois em toda parte o onde andei na campanha me comprometi de retornar para discutir o planejamento do mandato. Assumi o compromisso de tratar na Câmara temas centrais sobre a vida na cidade.
. Não seria nada razoável informar às pessoas que alimentam boa expectativa sobre minha atuação na Câmara que desisti de ser vereador.
. A posse em janeiro confirmará o que estou dizendo. Serei vereador, sim. Com muita honra.
. Claro que, sim, amigos. Nada contra quem se elege para um posto no Legislativo e aceita convite para ocupar função em governo. Mas no meu caso específico essa não pode ser uma alternativa, pois em toda parte o onde andei na campanha me comprometi de retornar para discutir o planejamento do mandato. Assumi o compromisso de tratar na Câmara temas centrais sobre a vida na cidade.
. Não seria nada razoável informar às pessoas que alimentam boa expectativa sobre minha atuação na Câmara que desisti de ser vereador.
. A posse em janeiro confirmará o que estou dizendo. Serei vereador, sim. Com muita honra.
Bom dia, Vinícius de Moraes
Nutrição inteligente
No G1:
Obeso come mais porque tem menos prazer com comida, diz estudo
Problema é falta de conexões para mensageiro químico do cérebro.Descoberta pode inspirar terapia ou prevenção do excesso de peso.
. Quem não sabe a hora de parar diante de uma mesa farta talvez possa pôr a culpa pelo apetite -- e pelos quilos a mais decorrentes dele - em microscópicas "fechaduras químicas" do cérebro. Pesquisadores americanos demonstraram que uma área crucial do órgão é menos ativa diante de alimentos saborosos, graças à relativa falta de receptores de dopamina, uma molécula mensageira ligada ao prazer, inclusive o de comer. Trocando em miúdos: os obesos parecem comer mais para compensar o prazer menos intenso que obtêm com a comida.
. O trabalho, publicado na prestigiosa revista especializada "Science" , também mostrou que há um componente genético nessa equação. A escassez de receptores de dopamina está associada ao chamado alelo A1, variante de um gene que leva a um comprometimento da sinalização de dopamina no cérebro. As pessoas que carregam essa variante de DNA correm risco aumentado de se tornar obesas. "Nós vimos essa correlação no nosso estudo, e vários outros trabalhos também a mostraram em várias populações, então é um achado bastante consistente", declarou ao G1 Eric Stice, coordenador do estudo, que trabalha no Instituto de Pesquisas do Oregon (Costa Oeste dos EUA).
. O trabalho, publicado na prestigiosa revista especializada "Science" , também mostrou que há um componente genético nessa equação. A escassez de receptores de dopamina está associada ao chamado alelo A1, variante de um gene que leva a um comprometimento da sinalização de dopamina no cérebro. As pessoas que carregam essa variante de DNA correm risco aumentado de se tornar obesas. "Nós vimos essa correlação no nosso estudo, e vários outros trabalhos também a mostraram em várias populações, então é um achado bastante consistente", declarou ao G1 Eric Stice, coordenador do estudo, que trabalha no Instituto de Pesquisas do Oregon (Costa Oeste dos EUA).
Milk-shake de chocolate foi usado na pesquisa.
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