Com Bolsonaro, botijão de gás já custa 10% do salário mínimo. Pesquisa da Agência Nacional do Petróleo mostra que o preço médio do botijão de 13kg passa de R$ 100 em 16 estados. Leia aqui https://bit.ly/3im3Z8Z
A construção coletiva das idéias é uma das mais fascinantes experiências humanas. Pressupõe um diálogo sincero, permanente, em cima dos fatos. Neste espaço, diariamente, compartilhamos com você nossa compreensão sobre as coisas da luta e da vida. Participe. Opine. [Artigos assinados expressam a opinião dos seus autores].
30 setembro 2021
Vacina chinesa
“São
chinesas 78% das vacinas aplicadas no Brasil”, afirma a consul-geral da China
em Recife
Em entrevista
concedida a Pedro Oliveira*, a consulesa-geral da China no Recife, Yan Yuqing,
destaca a visão de cooperação ganha-ganha adotada pelo governo chinês o que
significa o apoio ao desenvolvimento de toda a humanidade no espírito de
fortalecimento da democracia e da prosperidade nos diversos países
Hora do Povo
Entre as questões levantadas na entrevista, a da cooperação no terreno
espacial, que já resultou no lançamento de quatro satélites sino-brasileiros e
nas tratativas para o desenvolvimento de processos capazes de tornar as cidades
mais verdes e mais inseridas no fortalecimento de sua ecologia.
O Consulado-Geral da China em Recife, capital de Pernambuco, tem a
jurisdição sobre oito Estados nordestinos do Brasil, nomeadamente Pernambuco,
Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí, Maranhão, Alagoas e Sergipe
- Com a amplitude da jurisdição de seu consulado, a questão é saber se
com a fundação do Consórcio do Nordeste os objetivos de seu trabalho continuam
válidos?
Yan Yuqing: A função do
consulado sempre foi aprofundar o intercâmbio e a cooperação entre a China e os
Estados do distrito consular nos campos da política, economia e comércio,
cultura, educação, promover o intercâmbio de pessoal entre a China e o Brasil,
melhorar o entendimento mútuo e a amizade entre os dois povos, e proteger os
cidadãos chineses de acordo com a lei. Esta função não será alterada com a
fundação do Consórcio do Nordeste, mas a criação do Consórcio do Nordeste
ajudará o Consulado Geral a promover melhor a cooperação do Nordeste do Brasil
com a China.
- De que forma o consulado do Recife – inaugurado em fevereiro de 2016 –
tem contribuído para as relações entre a China e Brasil no terreno da
ccoperação espacial?
Yan Yuqing: A cooperação
espacial é um projeto de cooperação entre os dois governos. A Embaixada da
China terá um papel maior na cooperação. O consulado-geral terá um papel de
apoio.
Desde o estabelecimento das relações diplomáticas entre a China e o
Brasil em 1974, os dois países têm alcançado uma cooperação frutífera em vários
campos, entre os quais a cooperação espacial tem alcançado grandes conquistas.
Em particular, foi decidido em 1988 desenvolver em conjunto o Satélite
Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres, um projeto de alta tecnologia, que
continuou a avançar por mais de 30 anos e lançou com sucesso 4 Satélites de
Recursos Terrestres Sino-Brasileiros.
- Várias cidades e regiões do Nordeste participam do projeto de cidades
irmãs e de regiões irmãs com cidades chinesas, como é o caso das relações entre
o Estado de Pernambuco e a região provincial de Sechuan na China. Existem
outros projetos de cidades irmãs entre a China e o Nordeste do Brasil?
Yan Yuqing: Além de Pernambuco
e Sichuan, ainda temos Fujian e Ceará, Recife e Guangzhou, Recife e Chengdu,
Fortaleza e Fuzhou, São Luís e Wuhan.
No momento, estámos promovendo o estabelecimento de relações irmãs entre
Paraíba e Liaoning, Rio Grande do Norte e Guangdong, Maranhão e Tianjin,
Fortaleza e Xiamen, Marechal Deodoro e Nantong.
- Como estão e quais as perspectivas no âmbito das relações comerciais
entre a China e o Brasil?
Yan Yuqing: Paz e harmonia
são os conceitos que a nação chinesa perseguiu e transmitiu por mais de 5.000
anos. A China sempre mantém a bandeira da paz, desenvolvimento, cooperação com
o espírito de ganha-ganha, segue uma política externa independente de paz,
segue o caminho do desenvolvimento pacífico, promove a construção de um novo
tipo de relações internacionais, promove a construção de um Comunidade com um
futuro compartilhado para a humanidade.
Esta posição da China é consistente e clara e não mudará devido a
mudanças nos EUA ou no Brasil.
Notei a mudança no Itamaraty, com a posse do novo Chanceler Sr. Carlos
Alberto Franco França. O chanceler Franco França afirmou em diversas ocasiões
que as relações com a China são a prioridade da diplomacia brasileira e as
relações entre os dois países são extensas, mutuamente benéficas e
estratégicas. Isso coincide com a posição da China. A China está disposta a
trabalhar em estreita colaboração com o Brasil em vários campos para promover o
desenvolvimento sustentado e aprofundado das relações bilaterais.
- Como se comportou a China com a relação ao Brasil no enfrentamento da
pandemia do coronavírus?
Yan Yuqing: A China
forneceu ao Brasil um total de cerca de 60 milhões de reais em assistência
material e ajudou o Brasil a comprar 1.200 toneladas de materiais
anti-epidêmicos da China. A China é o primeiro país a desenvolver cooperação em
vacinas com o Brasil e a fornecer vacinas ao Brasil. As vacinas e insumos
fornecidos pela China respondem por 78% do total de vacinas recebidas
atualmente pelo Brasil, que têm desempenhado um papel importante no combate à
epidemia no Brasil.
No momento, a SinoVac, a Sinopharm e a Clover Biopharma estão fazendo a
terceira fase de pesquisa de vacinas no Brasil.
As vacinas de Coronavac foram distribuídas pelo Ministério da Saúde, e
não conseguimos saber a quantidade ou porcentagem que os estados do Nordeste
receberam.
- A China tem falado muito em colocar o desenvolvimento como instrumento
de redução de conflitos no Planeta. Como vê essa questão?
Yan Yuqing: Quem conhece a
história da da iniciativa “Reforma e Abertura” da China deve ter ouvido o
famoso ditado “Desenvolvimento é princípio absoluto “. Isso foi proposto pela
primeira vez por Deng Xiaoping, o arquiteto-chefe da reforma e abertura da
China em 1992.
O Secretário-Geral Xi Jinping enfatizou que, Desenvolvimento é
socialismo, e o desenvolvimento deve estar comprometido com a prosperidade
comum”. Nosso sucesso em vencer a batalha contra a pobreza é a prática
bem-sucedida desse conceito.
O conceito de desenvolvimento não é apenas implementado com sucesso na
construção econômica e social da China, mas também incorporado na diplomacia
chinesa. Por exemplo, a China sempre seguiu a política de desenvolvimento pacífico,
defendeu a igualdade entre países grandes e pequenos e promoveu os valores
comuns de paz, desenvolvimento, equidade, justiça, democracia e liberdade para
toda a humanidade. A iniciativa “One Belt, One Road” [“Cinturão e Rota”]
lançada pela China também está impulsionando o desenvolvimento comum dos países
subdesenvolvidos no mundo e beneficiando toda a humanidade.
No combate contra a pandemia de Covid-19 que está devastando o mundo, a
China sempre defendeu ativamente a distribuição justa e razoável de vacinas
para beneficiar o mundo, especialmente os países em desenvolvimento, e assumiu
a liderança dando o exemplo.
No processo de implementação das políticas acima mencionadas, o Brasil
também é uma das considerações e implementações prioritárias da diplomacia
chinesa.
- E no terreno da proteção ao meio-ambiente?
Yan Yuqing: Também
observei no trabalho com os políticos e empresários do Nordeste do Brasil que
eles estão prestando cada vez mais atenção ao desenvolvimento sustentável e
coordenado. Sob esse consenso, buscaremos em conjunto áreas de vantagens
complementares, explorar o potencial de cooperação mutuamente benéfica, e
promover o desenvolvimento de novas infraestruturas e novas energias. Nova
agricultura, proteção ecoambiental e outros campos de compartilhamento de
experiências, cooperação ganha-ganha e, em conjunto, construir cidades verdes,
cidades inteligentes, cidades seguras e cidades ecológicas, buscando
a prosperidade comum e beneficiando as pessoas de ambos os lados.
*Jornalista e pesquisador em Relações Internacionais
.
Veja:
Mais do que nunca vale o diálogo sem preconceitos https://bit.ly/3kbDHqq
Instrumnento de unidade
A celebração da federação entre partidos, recém-aprovada pelo Congresso Nacional, na prática não é simples pela diversidade de situações que se verificam nos estados. Por isso mesmo tem enorme importância política, que a grande mídia ainda não compreendeu ou tenta obscurecer.
Caminhos
Quem luta sempre obviamente não vence todas as batalhas. Mas amadurece na arte de guerrear e aprende os caminhos da vitória.
Necessária amplitude
Frenteamplismo, sim
Luciano Siqueira, no portal Vermelho
Por meio digital, me chegou um texto de
uma das correntes do PT (que não consegui identificar) orientando a militância
a não participar de movimentos de oposição onde estejam presentes grupos e
personalidades que votaram em Bolsonaro para a presidência da República.
Votaram, mas não votam mais.
Deslocaram-se para o campo oposto e
agora engrossam as fileiras dos que se batem pela democracia e contribuem para
desmascarar, enfraquecer e isolar o presidente e sua corrente de
extrema-direita.
"Não se misturar" é palavra
de ordem típica dos que não se sentem seguros de suas próprias convicções.
Nos primórdios do PT, na campanha
eleitoral de 1982 (quando me elegi deputado estadual pela primeira vez),
participei de um debate com um militante do sindicalismo rural, candidato
petista no mesmo pleito (que veio a obter pouquíssimos votos e não se elegeu).
A plateia era de operários
metalúrgicos.
Meu oponente no debate disparou uma
crítica agressiva ao fato de eu ter participado, como orador, num grande
comício para mais de 20 mil pessoas no bairro de Casa Amarela, no Recife, liderado
pelo então candidato a governador emedebista senador Marcos Freire.
A crítica é que eu me misturara com
"políticos burgueses".
Ao que contra-argumentei que vira o meu
crítico num pequenino comício, na Rua Nova, no centro da cidade, que reunia não
mais do que 20 ouvintes.
No comício de Casa Amarela, meu público
obviamente era infinitamente maior. E me permitira manifestar a opinião própria
do PCdoB (que ainda não havia recuperado a legalidade), como candidato
reconhecidamente comunista.
Ou seja, nos ombros de lideranças
daquela que se constituía, na prática, como uma frente ampla e heterogênea, a
voz de um comunista chegara às multidões durante toda uma campanha memorável,
apoiada na mobilização popular.
Participante de uma ampla e
diversificada coalizão que nem o óleo na água, que se junta mas não se dilui,
nem perde a identidade.
Adiante, a ditadura militar acabou derrotada em eleição indireta que elegeu Tancredo Neves presidente por uma frente amplíssima, a Aliança Democrática.
A tal corrente petista que agora orienta
seus militantes a se comportarem contra o que chamam de “frenteamplismo” fecha
os olhos para o inequívoco fato de que Lula e Dilma se elegeram duas vezes para
a presidência da República mediante coalizões extremamente amplas e
heterogêneas.
E, em minoria no Congresso Nacional,
celebraram alianças as mais diversas como condição de governabilidade.
O último pleito presidencial, que alçou
à condição de governante o fascistóide Jair Bolsonaro, se constituiu numa
derrota histórica das forças democráticas para a extrema direita.
A muito custo tem sido possível
desmascarar perante a população o real caráter do presidente e do grupo a ele
vinculado. Não são apenas vozes à esquerda, são insatisfações manifestadas por variadas
correntes políticas e sociais, inclusive de centro-direita.
E é bom que assim seja.
Não há outro caminho para galvanizar o
interesse, a emoção e a atitude oposicionista numa sociedade tão complexa, desigual
e diversificada.
A ideia da frente ampla comporta
interesses os mais diversos, é verdade. Por isso mesmo não é fácil de se concretizar.
A realidade concreta, num certo
sentido, em determinados momentos atua com mais força do que os interesses
subjetivos dos múltiplos atores presentes na cena política.
Se uma conjugação de forças assim tão
ampla e multifacetada já tivesse ganho dimensão há alguns meses, provavelmente
se teriam gestado as condições do impeachment de Bolsonaro.
Os atos públicos previstos para o
próximo sábado ganham um contorno de frente ampla — e é ótimo que assim seja.
Correntes políticas maduras e
consequentes certamente contribuirão para avançarmos num ambiente de
"amplitude heterogênea" indispensável à vitória eleitoral do campo
democrático em 2022.
"Esquerdistas" sectários e
inconsequentes se colocam à margem do processo, abraçados no fundo do poço a
chorar suas pitangas.
.
Veja: Mais
do que nunca vale o diálogo sem preconceitos https://bit.ly/3kbDHqq
Movimento estudantil
Chapa 1 elege presidenta e reabre DCE da UNICAP
compcdobpe
Após mais de 2 anos fechado, o Diretório Central
dos Estudantes (DCE Dom Hélder Câmara) da Universidade Católica de Pernambuco
(UNICAP), terá a estudante de Direito, Stephannye Vilela na presidência da
entidade, pelos próximos 2 anos. A eleição aconteceu nos últimos dias 27 e 28
de setembro, e levou mais de mil estudantes para as urnas digitais.
Com 890 votos, a “Chapa 1 Última Instância, todo
mundo no DCE” venceu a disputa que já está sendo considerada como uma
importante vitória de todo o Movimento Estudantil da UNICAP, devido ao
significado da amplitude formada, o número de votos no resultado final, e a
culminância com a reabertura do diretório. A chapa contou com a decidida
participação da União da Juventude Socialista (UJS).
“É um DCE que já inicia com muita luta. A gente vem
pautando uma bolsa auxílio, para estudantes bolsistas da UNICAP, também estamos
atentos e atentas a questão da redução da mensalidade já que estamos em plena
pandemia onde muita gente perdeu o emprego e trancou o curso”, comenta Stephannye,
ou “Sté Vilela” como é conhecida a presidenta eleita, que também é bolsista.
Outro ponto importante, destacado pela nova
presidenta, foi a unificação dos Diretórios Acadêmicos (DA) em torno da
candidatura de Sté: “para além da reabertura, tem a questão da construção desse
DCE que foi feita junto com todos os Diretórios Acadêmicos da universidade”,
destaca.
A Universidade Católica de Pernambuco é uma das
principais universidades privadas do estado. Localizada em Recife, foi criada
em 27 de setembro de 1951, e reconhecida pelo Governo Federal desde 18 de
Janeiro de 1952. Sua origem remonta à primeira escola superior católica das
regiões norte e nordeste do país, a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras
Manuel da Nóbrega, fundada em 1943. E ela oferece, atualmente, 36 cursos de
graduação, e é composta por dez prédios no seu campus da Boa Vista (Centro do
Recife). Possui cerca de dez núcleos de práticas jurídicas (NPJ) espalhados por
todo Grande Recife. Ainda conta com a Unicap Jr. – empresa júnior da
universidade.
Veja: Mais do que nunca vale o diálogo sem preconceitos https://bit.ly/3kbDHqq
29 setembro 2021
Manuela D'Ávila: racismo cotidiano
Veja também: Mais
do que nunca vale o diálogo sem preconceitos https://bit.ly/3kbDHqq
Efeito bumerangue
Caminhoneiros cogitam greve contra Bolsonaro para baratear combustível. Possível paralisação será debatida em reunião do Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas. Leia aqui https://bit.ly/3m3Lw2c
Crônica de fim de tarde
Maternal paciência
Nhuria Gonçalo Xavier*
Antes, achava que por trabalhar e estudar muito estava no limite da exaustão, mas entendi o significado de muitas coisas e situações quando me tornei mãe.
Passei a sentir na pele o cansaço
infinito e percebi que a exaustão vai para além do cansaço físico. O limite
emocional e financeiro são colocados a prova diariamente, em especial quando as
noites de sono se acumulam ou quando o(a) filho(a) adoece e por tantos outros
motivos que nos cercam de “medos” e dúvidas.
Antes, verbalizava que não tinha tempo
para fazer as coisas e que o dia precisaria ter 48 horas.
Hoje, percebo que realizo tantas coisas
e sou tão mais ágil em tão pouco tempo. Cada segundo bem aproveitado interfere
no meu bem estar e por consequência no do meu filho.
Aprendi com meu filho a lidar com os
imprevistos, atrasos e esperas. Os planejamentos passaram a ser
reelaborados.
A paciência, na maioria das vezes, se
torna um obstáculo, mas é preciso torna-se sua aliada.
Passei a ser mais paciente comigo, com
os palpites, os julgamentos e com as situações atípicas.
Algumas situações me impulsionaram a
percebi que a paciência é crucial.
Compreendi que a exaustão, que citei no
começo, vai nos levar a perder a paciência em muitos cenários e isso nos leva a
entender que é não damos conta de tudo, há dias mais leves e mais densos,
aprendi que não conseguimos levar o mundo nas costas e um dos mais importantes:
respeitar os limites, ignorar ou acolher opiniões que agregam ou não no nosso
jeito de maternar.
Por fim, é certo dizer que meu filho me
ensina, gradativamente, o que de fato é importante para ser feliz.
[Ilustração: Luiz Carlos de Andrade Lima]
*Nhuria Gonçalo
Xavier, pedagoga, realizando MBA em gestão pública na UPE
Veja: Mais do que nunca vale o diálogo sem preconceitos https://bit.ly/3kbDHqq
A fake e o fato
Economia real do país atropela fake news do ministro Paulo Guedes. Sondagens setoriais da FGV apontam queda das expectativas no comércio, indústria, serviços e construção civil. Inflação da “porta de fábrica” atinge 33% em 12 meses. Leia mais https://bit.ly/3zSZ31t
Palavra de poeta: Damário Dacruz
Resolução
Damário Dacruz
Essa dor
não me resolve,
esse poema
não te resolve.
O que nos une
é alguma coisa
acima do sim,
é alguma coisa
acima do não
(se por acaso
a palavra amigo
é prisioneira
no coração do homem).
Essa dor
não me resolve,
esse poema
não te resolve.
O que nos une
é a cumplicidade
em caminhar sobre pedras,
é o compromisso
em cavalgar sobre peitos
(se por acaso
a palavra amigo
é prisioneira
no coração do homem).
Somos esta coragem
em insistência humana,
somos esta covardia
sem existência humana.
O que nos une
é essa dor mesmo,
é essa mesma poesia
em roçar os dedos
na mão do outro.
[Ilustração: Burle Marx]
Veja:
Mais do que nunca vale o diálogo sem preconceitos https://bit.ly/3kbDHqq
Corrosão econômica pela pandemia
Custo covid-19” no Brasil foi maior
Pesquisa estima o custo econômico nacional da
pandemia da Covid-19 no Brasil
Marcio Pochmann, Portal Vermelho www.vermelho.org.br
No ano de 2020, a pandemia da Covid-19 impactou profunda e negativamente
a economia brasileira. A partir de pesquisa realizada com o objetivo de estimar
o custo econômico nacional da pandemia do coronavírus no Brasil, chegou-se ao
resultado de R$ 4,4 trilhões, o que equivaleu a quase 60% do Produto Interno
Bruto do ano passado.
Ao se considerar o conjunto dos domicílios do país (72,4 milhões),
constata-se o valor monetário de 61,1 mil reais de custo econômico para cada
moradia no ano de 2020. Se repartir o mesmo custo econômico nacional pelo
número de habitantes (211,8 milhões), o valor per capita atinge
a quantia individual de R$ 20,9 mil.
O resultado do custo econômico nacional decorre da composição de duas
partes distintas principais.
A primeira, referente à atividade produtiva, alcançou o
prejuízo estimado em R$ 2,7 trilhões, o que representa 60% do valor total
estimado para o custo econômico nacional.
A atividade produtiva se encontra constituída pelos seguintes itens
observados: a capacidade de produção, que considera o fechamento das unidades
produtivas; o nível de produção, que trata do declínio do valor agregado; a
situação da ocupação e renda, que contabiliza o adicional do desemprego e da
subutilização dos trabalhadores; e as contas públicas, vinculadas ao acréscimo
do déficit nominal por decorrência da pandemia.
A segunda parte da composição do valor monetário do custo econômico nacional responde pela atividade humana, que contabiliza R$1,7 trilhão ou 40% do valor total, sendo constituída por dois itens: a perda humana plena, representada pelo conjunto de mortes prematuramente ceifadas pela Covid-19 e a perda humana parcial, decorrente dos efeitos da contaminação e sequelas direta e indiretamente conferidas pela situação geral do próprio contexto da pandemia no Brasil.
Diante
disso, percebe-se o quanto a pandemia da Covid-19 iniciada em 2020 assume uma
grandiosidade perversa para a sociedade e a economia nacional. A estimativa do
seu impacto no Brasil deveria servir, pelo menos, de conscientização a respeito
da leviandade com que as autoridades do país, especialmente as do poder
executivo, “enfrentaram” a maior crise sanitária e seus efeitos econômicos de
todo o período republicano.
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Veja:
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Vacina brasileira
Butanvac é segura e induz alta resposta imunológica,
aponta estudo
Vacina desenvolvida pelo Instituto Butantan está na primeira
fase dos testes clínicos no Brasil, na
Tailândia e no Vietnã
O Globo
Os resultados preliminares da primeira fase dos ensaios clínicos feitos na Tailândia apontaram que a Butanvac, vacina contra a Covid-19 desenvolvida pelo Instituto Butantan, é segura e induz uma alta resposta imunológica após a aplicação da segunda dose. Os dados foram divulgados em artigo publicado na plataforma MedRxiv, e ainda não foram revisados por pares. No Brasil, os testes da primeira fase estão em andamento em cidades de São Paulo e Minas Gerais.
De
acordo com o estudo tailandês, todas as formulações do imunizante, chamado
internacionalmente de NDV-HXP-S, foram bem toleradas nos voluntários que
receberam duas doses com intervalo de 28 dias. Os 210 participantes, sendo 82
homens e 128 mulheres, com idades entre 18 e 59 anos, foram divididos em grupos
que receberam diferentes dosagens da vacina ou placebo.
Menos de um terço dos voluntários desenvolveram
efeitos adversos, e não houve relatos de ocorrência grave. Os sintomas mais
frequentes foram dor e sensibilidade na região, além de fadiga, cefaleia e
mialgia.
O estudo foi conduzido por pesquisadores da Universidade Mahidol, na
Tailândia, da Icahn School of Medicine do Hospital Mount Sinai e da
Universidade do Texas, as últimas nos Estados Unidos. Além da Tailândia e do Brasil,
os testes clínicos da Butanvac também são realizados no Vietnã.
Os resultados desta fase dos ensaios clínicos atestam a segurança da
vacina e mostram qual dosagem utilizada foi a que despertou a maior resposta
imunológica pelo organismo. Com base nos dados obtidos, duas formulações foram
selecionadas e devem ser avaliadas na próxima etapa dos testes, a fase 2.
Apenas na terceira e última fase é que se determina a eficácia do imunizante em
combater a doença.
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Veja:
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Herança desastrosa
Desemprego do Governo Bolsonaro deixará sequelas para além
da pandemia
Para Clemente Ganz Lúcio, desemprego, informalidade e
precarização permanecerão em 2022.
Mariana Mainenti, portal Vermelho www.vermelho.org.br
Os elevados níveis de desemprego e de subocupação, atingidos pelo Brasil
durante o Governo Bolsonaro, só poderão ser revertidos com uma virada na
política econômica. Sob a cartilha do ministro Paulo Guedes, avesso à presença
do Estado na economia, o mercado de trabalho chegou a um patamar de
precarização em que o desenvolvimento do país ficou comprometido para além dos
efeitos da pandemia.
O alerta é do sociólogo Clemente Ganz Lúcio, ex-diretor técnico do
Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese),
segundo o qual há postos sendo retomados agora, mas ainda em patamar de
insegurança pelo nível da pandemia. No segundo trimestre de 2021, o desemprego
ficou em 14,1% medido pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua,
do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“No ano que vem, como está sendo indicado um crescimento muito baixo da
economia brasileira, vão permanecer o desemprego, a informalidade e a
precarização elevada como características presentes na economia brasileira”,
prevê o sociólogo.
Ele lembra que o Brasil passa por um longo
período de desindustrialização, desde os anos 1990, processo que foi
desacelerado apenas no Governo Lula, que trouxe a perspectiva de um projeto de
desenvolvimento em que o Estado tinha um papel industrial: “Não é o caso do
governo Bolsonaro. Mas, na América Latina, ou o governo faz isso ou não será o
mercado que vai ditar uma economia exitosa desse tipo”.
Informalidade
Com a desindustrialização, os melhores postos de trabalho são atingidos,
ocasionando perda de renda e de capacidade de consumo, o que rebate em outros
empregos mobilizados pelo emprego industrial. “A pandemia se sobrepôs a essa
dinâmica de baixo crescimento econômico e desindustrialização. E, como o
impacto da crise sanitária foi bastante grande especialmente no setor de
serviços, tende a ser agravado o problema da informalidade. A informalização
somente não cresceu porque foram destruídos também postos de trabalho
informais”, ressalva.
O especialista lembra que, embora o país tenha a categoria do
Microempresário Individual (MEI) como instrumento para enfrentar a
informalidade, os MEIs são postos de trabalho com baixa renda. “Não adianta ter
MEI se a renda é tão baixa que a pessoa não consegue contribuir com a
Previdência porque precisa usar essa renda para comer”, critica.
Falta de investimentos
Na opinião do ex-diretor técnico do Dieese, ainda que conforme a
vacinação avance a tendência seja de que o desemprego se reduza, o país não
conseguirá voltar ao patamar de postos de trabalho anterior à pandemia:
“Algumas atividades não retomam. Vai depender da perspectiva econômica do
Brasil daqui para a frente, mas o contexto político torna o cenário muito
nebuloso e os investidores não têm segurança de fazer investimentos”.
Neste sentido, as sequelas deixadas pelo
Governo Bolsonaro ao trabalhador brasileiro não serão curadas no curto-prazo.
“A economia voltada para o investimento, a pesquisa em inovação, o adensamento
da base industrial, puxam um setor de serviços mais dinâmico, mais moderno, de
melhor qualidade. Esse ciclo mais estruturante propicia um mundo do trabalho
mais protegido. Mas, sempre que é perdido o dinamismo industrial e, portanto,
há um desincentivo a investimento em educação, o que se tem é o aumento da
defasagem entre a tecnologia e a formação dos trabalhadores”, disse Ganz Lúcio.
“É o que está acontecendo durante o Governo Bolsonaro. “As pessoas não investem
em formação de ponta porque vão trabalhar como Uber. E, para reverter esse processo,
apenas um mandato de governo não resolve: podem ser necessárias até duas
décadas de política continuada”, estima.
Veja:
Mais do que nunca vale o diálogo sem preconceitos https://bit.ly/3kbDHqq
O prazer da escrita
Crônica de número 10
Jéssica Barbosa*
Segunda-feira, 20 de setembro de 2021.
Hoje escrevo minha crônica de número dez. Engraçado, eu sempre me identifiquei
com esse gênero textual, mas não passava pela minha cabeça que um dia o
escreveria.
Uma vez li na internet que o número dez
representa ausência, mas também completude, perfeição e totalidade. O texto
dizia que o número sozinho não carrega um simbolismo próprio, daí o fato de
refletir a ausência.
Então, trazendo isso para cá, pensei.
“Qual o sentido de escrever sem ter quem leia?”. Eu quero que os meus
pensamentos transformados em palavras sejam lidos e sentidos. Vocês leitores,
curiosos, admiradores, críticos… fazem com que essa ausência não exista.
Vocês tornam isso completo quando leem
e se identificam com cada palavra escrita e também quando criticam e não
concordam. Isso para mim representa a completude e a totalidade que o número
significa.
Quanto à perfeição... A gente sabe que
ela não existe na escrita. Ainda mais quando você escreve diariamente ou
semanalmente. Em alguns dias você escreverá com mais facilidade, as palavras
vão se encaixar facilmente.
Já em outros, você terá dificuldade
para concluir uma frase simples e vai ter certeza que não foi tão bem assim.
Mas, paciência, é só a crônica de número 10, você ainda tem muito o que
melhorar e aprender.
E, pensando bem, quem sabe a partir de
hoje o número dez não vire o meu número da sorte?
*Jornalista, cronista
.
Veja:
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Por onde ir?
Olho a agenda e vejo que há muito serviço e pouco tempo. É preciso ser eficiente. O jeito é não perder o foco. Alguém de má dá alguma sugestão?
Enfrentando o câncer
Novos testes genéticos livram
pacientes com câncer da quimioterapia
A médica Seema Doshi ficou chocada e apavorada quando descobriu um
nódulo no seio que acabou sendo confirmado como cancerígeno.
Gina Kolata, do New York Times/O Globo
— Aquilo abalou meu mundo. Eu pensei: ‘É isso. Eu vou precisar fazer quimioterapia’ — diz a dermatologista de um consultório particular no subúrbio de Franklin, em Boston, nos Estados Unidos, que tinha 46 anos na época de seu diagnóstico.
Ela estava errada.
Seema foi beneficiária de uma revolução silenciosa no tratamento
do câncer de mama, uma lenta redução no número de pessoas para as quais a quimioterapia
é recomendada.
O tratamento quimioterápico foi considerado durante décadas
"a regra, o dogma" para tratar o câncer de mama e outros cânceres,
explica o médico Gabriel Hortobagyi, especialista em câncer de mama no Centro
de Câncer MD Anderson, em Houston, nos Estados Unidos. Mas dados de várias
fontes oferecem alguma confirmação do que muitos oncologistas dizem baseados em
experiências pessoais — o método está em declínio para muitos pacientes.
Testes genéticos agora podem revelar se a quimioterapia de fato
seria benéfica ou não. Para muitas pessoas, existem alternativas melhores, com
uma gama cada vez maior de medicamentos, incluindo bloqueadores de estrogênio e
medicamentos que destroem o câncer ao atacar proteínas específicas na
superfície dos tumores. E há uma vontade crescente entre os oncologistas de
reduzir os tratamentos que não ajudam.
O resultado poupa milhares de pacientes a cada ano do temido
tratamento de quimioterapia, que envolve perda de cabelo, náusea, fadiga e
potencial para causar danos permanentes ao coração e aos nervos das mãos e dos
pés.
A diminuição da quimioterapia está acontecendo para outros tipos
de câncer também, como câncer de pulmão — a causa mais comum de morte entre
pacientes com câncer nos Estados Unidos, provocando mais de 69 mil óbitos por
ano. Em segundo lugar, o câncer de mama é responsável por cerca de 43 mil
mortes a cada ano no país.
Ainda assim, a oportunidade de evitar o tratamento quimioterápico
não é oferecida em todos os lugares, e normalmente depende de onde o paciente é
tratado e por quem.
Mas,
para alguns pacientes que têm a sorte o suficiente para visitar determinados
centros de tratamento de câncer, as características da terapia mudaram. Agora,
mesmo quando a quimioterapia é recomendada, os médicos muitas vezes dão menos
medicamentos e por menos tempo.
“É
um mundo completamente diferente”, diz Lisa Carey, especialista em câncer de
mama na Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos.
Robert
Vonderheide, um especialista em câncer de pulmão na Universidade da
Pensilvânia, também nos Estados Unidos, relembra seus primeiros dias no
trabalho, há cerca de 20 anos:
—
A grande discussão era se você dava aos pacientes dois tipos diferentes de
quimioterapia ou três — diz o médico. Existiu até até um ensaio clínico para
ver se quatro tipos de quimioterapia seriam melhores.
—
Agora, nós estamos tratando até mesmo pacientes com câncer de pulmão avançado e
dizendo a eles: “sem quimioterapia” — conta Vonderheide.
.
Veja:
Mais do que nunca vale o diálogo sem preconceitos https://bit.ly/3kbDHqq
Por que não há favelas na China?
Veja também: Mais
do que nunca vale o diálogo sem preconceitos https://bit.ly/3kbDHqq
Bravatas
Só mesmo seguidores fanáticos acreditam nas bravatas de Bolsonaro acerca do preço dos combustíveis. Até quando?
Conluio
Revelações na CPI dão conta de macabro conluio entre o governo e a Prevent Senior. Sintoma da grave doença bolsonarista que infecta o País.
Precário
Defensores de uma hipotética candidatura do ex-juiz Sergio Moro reconhecem sua dificuldade de se expressar em público. A dificuldade maior, entretanto, está no conteúdo vazio de sua fala.
28 setembro 2021
Disputa acirrada
Dura concorrência digital. TikTok alcança um bilhão de usuários ativos em sua plataforma mensalmente. Uma a cada sete pessoas no mundo. Principalmente nos EUA, Europa e Brasil.
Sem trabalho
O percentual de trabalhadores desocupados por 6 meses consecutivos (dois trimestres) no Brasil pulou de 47,3% no ano passado para 73,2% esse ano. E o presidente diz que “pior pode ficar”, né?
Pior
Como é mesmo!? Bolsonaro falou em reduzir preço dos combustíveis. Cinco horas após, o presidente da Petrobras, general Souza Luna, disse que a política de preços não mudará e que os valores estão defasados. Ou seja: vem mais aumento. E mais inflação e mais carestia.
Nossas cores
Corretíssimo o uso do hino nacional e das cores verde e amarela - junto com as cores dos partidos e organizações dos movimentos sociais - nas manifestações de oposição sábado próximo. Frente ampla em defesa da democracia e da nação.
Vitória da democracia
Congresso Nacional rejeita veto de Bolsonaro às federações
partidárias
Senadores e deputados,
por ampla maioria, reunidos em sessão do Congresso Nacional, sepultaram de vez
o veto de Bolsonaro ao projeto das federações partidárias. Maioria das
lideranças realçou o caráter modernizante da lei e um passo importante no
processo democrático
Portal Vermelho
Reunido em sessão do Congresso Nacional, o Senado Federal derrubou, na
noite desta segunda-feira (27), o veto presidencial às federações partidárias.
Foram 45 votos contra o veto e 25 favoráveis. O mínimo exigido para derrotar a
oposição do Palácio do Planalto ao PLS 477/15 eram 41 votos.
Em seguida, o veto integral ainda foi apreciado no plenário Câmara dos
Deputados, que também se opôs à oposição presidencial ao projeto de lei (PL
2.522/15) que foi aprovado pela Casa em agosto.
Como o destaque ao veto apresentado pelo PP foi retirado, o veto 49/21
foi chancelado em globo, e derrubado pelos deputados, por 353 votos a 110 e 5
abstenções. Desse modo, o texto vai à promulgação.
Federação longeva
No Senado, Marcelo Castro (MDB-PI), um estudioso de matérias dessa
natureza, fez uma defesa enfática do projeto, ao afirmar que “diferente das
coligações, a federação é consistente em razão da lógica programática que
deverá imperar entre os partidos federados”.
“Quando
nós aprovamos a cláusula de barreira, nós queríamos e queremos uma democracia
forte, consolidada, em que o presidente da República, seja ele qual for — de
esquerda ou de direita, ou atual ou ex-presidente ou um futuro presidente de
uma terceira via —, não importa, tenha condições de governar o país sem o
chamado presidencialismo de coalizão, do fisiologismo, do toma lá, dá cá”,
defendeu a senadora Simone Tebet (MDB-MS), que preside a Comissão de
Constituição e Justiça do Senado.
O senador Jean Paul Prates (PT-RN) também reagiu à argumentação de
alguns senadores de que o projeto das federações serviriam para “burlar” as
coligações proporcionais rejeitadas pelo próprio Senado última semana.
“São coisas totalmente diferentes”, explicou, pois, “enquanto as
coligações serviriam a alianças eleitorais pontuais, com resultados adversos
aos pretendidos pelo eleitor, as federações são perenes e ajudam a enxugar o
quadro partidário, além de ser um importante instrumento de modernização de
nossa legislação”, sentenciou. O senador fez referência a vários países que
adotam as federações e que evoluíram em seus sistemas partidários democráticos.
José Aníbal, do PSDB de São Paulo, também encaminhou favoravelmente à
derrubada do veto, “por se tratar de um projeto que aperfeiçoa o sistema
democrático, incentivando as alianças programáticas”.
Já o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) lembrou que “o Senado Federal,
em votação simbólica, aprovou esse mesmo projeto há seis anos atrás, o que se
repetiu na Câmara” e ressaltou “o avanço que a matéria representa para o
fortalecimento do sistema partidário brasileiro e sua legitimidade junto aos
eleitores”.
Da mesma forma, na Câmara, vários parlamentares saíram na defesa da
derrubada do veto, de praticamente todos os partidos. Marcelo Freixo (PSB-RJ)
acentuou “o caráter democrático do projeto” e um “passo a mais que representa
na evolução da democracia brasileira”.
Líder da Minoria, Freixo também defendeu a criação das federações, que,
para ele, não serão beneficiadas as chamadas “legendas de aluguel”, mas
partidos com uma atuação e objetivos em comum.
“O grande problema da coligação é que é uma burla: você termina com ela
depois, e aquela pessoa foi eleita por alguma coisa que você não sabe dizer o
que era. A federação, não. Ela vale para o Brasil inteiro, vale para o mandato
inteiro. Você não pode desfazer, e você apresenta um programa, com que o
eleitor vai se identificar”, argumentou.
Segundo o deputado Enrico Misasi (SP, líder do PV na Câmara, a
derrubada do veto possibilita que partidos com consistência ideológica “possam
permanecer, unindo-se em todos os âmbitos da federação nacional, estadual e
municipal com caráter programático, fazendo assim com que a democracia se
fortaleça”.
“Quero ressaltar a importância de derrubarmos o veto da federação.
Diferentemente da coligação, ela tem princípios, une partidos que são
ideologicamente parecidos. Por isso, derrubar o veto é uma oportunidade de
diminuir o quadro partidário, mas dá condições de sobrevivência a todos aqueles
que têm programas ideológicos”, destacou o deputado Alex Manente (SP),
líder do Cidadania.
A deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC), no entanto, destacou que as
federações são exemplos de sucesso em outros países democráticos, como Uruguai
e Alemanha. “O Uruguai tem adotado a frente ampla, com vários partidos se
organizando em torno de um objetivo comum. Na Alemanha, agora, Angela Merkel
deixa, depois de 15 anos, o governo”, apontou. Ela lembrou que a federação tem
caráter programático, diferente das coligações.
Luciana Santos: noite histórica e simbólica
A presidenta nacional do PCdoB, vice-governadora de Pernambuco, Luciana
Santos, considerou a noite histórica e simbólica para a democracia, em sua
conta no Twitter. “Numa noite histórica, o Congresso Nacional derrubou o veto
do presidente Bolsonaro às Federações Partidárias. E para tornar esse momento
ainda mais simbólico, se propõe nomear a lei em homenagem a nosso querido
Haroldo Lima, incansável defensor da Democracia”.
Luciana
explicou que o PCdoB se empenhou, com sua Bancada na Câmara dos Deputados, sob
a liderança de Renildo Calheiros (PCdoB-PE), em conjunto com um amplo leque de
legendas, pela aprovação da Federação de partidos. “E atuamos assim porque
temos certeza que esse modelo fortalece a democracia e o pluralismo político”,
disse.
Ela parabenizou as/aos parlamentares por essa importante decisão.
“Agradeço pelo debate respeitoso que tivemos, com todas as forças políticas,
nesse período. E parabenizo em especial essa bancada gigante do PCdoB,
pequenina e com o olhar sempre nos Andes. Viva a Democracia! Viva o PCdoB!”
Renildo Calheiros: sem imposição
A federação “não é imposta a ninguém; só fará a federação quem pretender
usá-la”, disse o líder do PCdoB na Câmara, Renildo Calheiros (PE), um dos mais
entusiastas defensores do projeto vetado por Bolsonaro, que acompanhou a sessão
do Senado e da Câmara ao lado de toda bancada do partido e da presidenta
nacional da legenda, Luciana Santos.
“Foi uma caminhada de muito tempo e, felizmente, vitoriosa”, disse o
líder do partido, deputado Renildo Calheiros. Ele ressaltou que a promulgação
precisa ser feita antes do dia 2 de outubro para a norma ser aplicada nas
eleições de 2022.
Renildo
acrescentou: “Quem faz a federação, presidente, provavelmente não sai mais. Ela
é uma espécie de pré-fusão; ela é a antessala da fusão, porque, se você sai,
perde o fundo partidário, perde o fundo eleitoral, perde o funcionamento
parlamentar e perde o chamado direito de antena, que é o tempo de rádio e de
televisão. É óbvio que ninguém vai sair ao entrar na federação.”
Coligação x Federação
“Em primeiro lugar, federação e coligação não tem nada a ver. Coligação
pertence à legislação eleitoral. Federação pertence ao sistema partidário. São
coisas distintas ao sistema partidário”, esclareceu Renildo, na tribuna da
sessão no Senado.
“São coisas distintas, não têm relação uma com a outra”, acrescentou
“Esse projeto de federação dá à federação um caráter nacional. Você
forma a federação nacionalmente, e ela prevalece em todo o País, em todos os
Estados, em todos os municípios.”
A federação partidária nada tem a ver com a coligação. A coligação,
presidente, pode ser feita entre partidos de campos políticos diferentes,
partidos que têm programas muito distantes”, asseverou.
Afinidade e convergência programáticas
“Como partidos irão conviver quatro anos pelo menos nas câmaras de
vereadores, nas assembleias legislativas, na Câmara dos Deputados, no Senado
Federal se eles não tiverem afinidade programática?”
“Como eles irão conviver durante todo esse tempo se eles não tiverem
afinidade política? Inclusive na eleição de prefeito, daqui a dois anos, esses
partidos que se federaram funcionarão como um único partido, terão que ter um
único candidato a prefeito”, defendeu o líder do PCdoB.
“Então, vejam, não tem nada a ver com a coligação. E eu diria mais: a
federação é uma maneira de você enxugar o quadro partidário pelo aspecto
positivo, porque você estimula, você incentiva a convergência programática e a
convergência política.”
Conteúdo do projeto
O texto que vai ser transformado em lei federal permite que dois ou mais
partidos se unam para atuar como agremiação partidária.
Originário do Senado, o projeto também foi aprovado pelos deputados, em
agosto, mas acabou vetado integralmente pelo presidente Jair Bolsonaro.
O chefe do Executivo federal vetou totalmente a proposta sob
justificativa rala, que “a referida proposição contraria o interesse público,
visto que inauguraria um novo formato com características análogas à das
coligações partidárias”.
O que é, evidentemente, falso, pois, coligação e federação têm caráter
distinto
Segundo a proposta, só poderão integrar a federação partidos com
registro definitivo no TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Os partidos reunidos em federação são obrigados a permanecer agrupados pelo
prazo mínimo de uma legislatura, que corresponde a 4 anos, podendo ser
constituída até a data final das convenções partidárias.
Lei Haroldo Lima
Ao final da votação na Câmara dos Deputados, vários deputados da bancada
do PCdoB, ao lado de Luciana Santos, resgataram o papel do ex-deputado federal
e dirigente do partido, Haroldo Lima, que, ainda na década de 90, articulou um
projeto semelhante ao das federações partidárias, dentro do propósito de
fortalecer a democracia no país.
O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) sugeriu dar à lei que cria a
federação partidária o nome de Haroldo Lima, ex-deputado do partido que faleceu
de Covid-19 em março deste ano. “Foi Haroldo Lima quem começou a luta pela
construção das federações partidárias, que chamava de frente de partidos”,
disse.
“Não tenho a menor dúvida de que este debate acabou se confundindo com a
bancada do PCdoB, mas será um instrumento para ampliação da democracia ao
produzir convergência de partidos políticos por identidade programática”, disse
Silva.
Renildo, o líder, também fez um agradecimento aos presidentes das duas
casas, senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG) e Arthur Lira (PP-AL), bem como ao
presidente dos trabalhos, Marcelo Ramos, por terem assegurado a realização da
sessão do Congresso Nacional que analisou o veto ao projeto das federações
partidárias e outros importantes vetos que foram derrubados pelo Parlamento.
Com informações da Hora do Povo, da Liderança
do PCdoB e da Câmara dos Deputados
.
Veja:
Mais do que nunca vale o diálogo sem preconceitos https://bit.ly/3kbDHqq