31 março 2019

A História não pode ser apagada. Viver é lutar, sempre.



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30 março 2019

29 março 2019

Muy amigo

‘Com Vélez enfraquecido, ala militar quer tenente-brigadeiro no comando do Ministério da Educação’ [Corporativismo militar em alta].

Frustração

Analistas do mercado financeiro estariam revendo expectativas em relação ao tamanho da reforma da Previdência. Culpam Bolsonaro pela incapacidade de construir base parlamentar governista consistente.

Incompetente

A revista britânica The Economist, porta-voz do grande capital financeiro internacional, opina em artigo que Bolsonaro “ainda não entendeu” a função de presidente. [É o Mercado destilando suas frustrações com o fantoche.]

Educação na UTI

O vetusto ‘Estadão’ queixa-se em editorial: “O modo como o governo Bolsonaro vem conduzindo o Ministério da Educação (MEC) é escandaloso. Assunto de importância fundamental para o País, a educação se vê envolta em improvisos, polêmicas e embates ideológicos, com um sem-número de idas e vindas, evidenciando falta de rumo, amadorismo e irresponsabilidade. O tema já seria grave em outro Ministério de menor relevância. Sendo no MEC, a atual desorientação é um verdadeiro desastre para o presente e o futuro do País.”  

28 março 2019

Contra a reforma da Previdência

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) reforça a luta contra a reforma da Previdência proposta pelo governo Bolsonaro. Em nota, afirma que “as mudanças contidas na PEC 06/2019 sacrificam os mais pobres, penalizam as mulheres e os trabalhadores rurais, punem as pessoas com deficiência e geram desânimo quanto à seguridade social”. [Fato importante que impulsiona a construção de ampla frente política e social em defesa dos direitos do povo da democracia.]

27 março 2019

Resistir ampliando


Josef Albers
A frente ampla e os moinhos de vento de Bolsonaro 
Editorial do Vermelho

Um governo que não governa. Essa tem sido a opinião dos jornalões em seus editoriais, que expressam uma certa impaciência com os limites do presidente Jair Bolsonaro e seu staff para fazer as articulações políticas necessárias à governabilidade. Esse sentimento frequenta também certas análises sobre o noticiário político e econômico nos principais grupos de mídia. A irritação se manifesta inclusive sobre o que o bolsonarismo elegeu como prioridade, o que, na opinião desses editorialistas, não deveria sequer estar na agenda do governo.

As reprimendas passam pela chamada pauta dos “costumes”, carregada de moralismos obscurantistas, e se desdobram em avaliações negativas do populismo punitivista de próceres da Operação Lava Jato e do linguajar áspero contra o “petismo” e o “comunismo”. Há, também, um inequívoco incômodo com a intolerância do bolsonarismo quanto à liberdade de imprensa, um comportamento sem dúvida afeito aos que professam a intransigência como método de pensar e agir.

Há razões para essas opiniões. Elas precisam ser separadas das afinidades dos grupos midiáticos com a agenda de Bolsonaro — sobretudo no terreno da economia — para que se possa compreender a real natureza desse governo. Seus flertes com o autoritarismo são manifestações da ideologia da intolerância e do ódio social como recursos políticos para dar governabilidade ao seu projeto de poder. Esse retrato ficou bem delineado nos recentes pronunciamentos de Bolsonaro em suas visitas aos Estados Unidos e ao Chile.

Ele não mediu palavras para se curvar ante o que, no seu entendimento, interessa ao Brasil, uma reedição grotesca da fala do ministro das Relações Exteriores do governo Castelo Branco — o primeiro do ciclo militar —, o general Juracy Magalhães, de que tudo que é bom para os Estados Unidos é bom para o Brasil. Os arroubos de Bolsonaro chegaram ao limite de tentar justificar o banho de sangue do ditador chileno Augusto Pinochet e a barbárie do igualmente ditador paraguaio Alfredo Stroessner.

Nas barbas de Donald Trump, nos Estados Unidos, Bolsonaro reiterou seu pendor autoritário, se comportando como um Dom Quixote às avessas, como alguém escolhido por alguma conspiração do universo para dar fim ao “comunismo” no Brasil. Essa natureza dos seus desatinos também esteve presente no Chile, com suas pregações contra o progresso da integração sul-americana e as construções regionais que deram forma a um incipiente processo de soberania regional.

Enquanto isso, o país vaga sem rumo. O bloco que se formou em torno da sua candidatura no segundo turno das eleições de 2018, explicitamente ou tacitamente, se desintegra, o que pode oferecer oportunidades para se fortalecer a ideia de isolar e derrotar as vias do autoritarismo. Essa é a essência da ideia de um bloco de forças capaz de impedir o avanço da agenda da extrema direita. No movimento dessas contradições, com sagacidade e olhar no futuro, é possível impor derrotas ao bolsonarismo e formar uma aliança mais estratégica para um projeto alternativo ao país.

Ser sagaz é compreender o que é essencial em cada momento. Qualquer alternativa fora da realidade concreta não passa de aventureirismo inconsequente. O combate à tendência que o bolsonarismo propõe exige, sem dúvida, uma engenharia de grande envergadura, com flexibilidade tática para fazer os objetivos se encadear sempre na perspectiva de uma saída concreta, acompanhando a vida e suas nuances. As ações devem ser flexíveis. E isso implica valorizar uma ampla aliança de modo que o inimigo principal seja a força isolada e derrotada.
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Sem noção


Nesta quarta-feira (27), o ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, compareceu à Comissão de Educação da Câmara para apresentar as ações de sua Pasta aos parlamentares. No entanto, em cinco horas, Vélez não conseguiu apresentar um planejamento, metas e demonstrou um verdadeiro desconhecimento da Pasta. Para a segunda vice-presidente da comissão, deputada Alice Portugal (PCdoB-BA), o ministro não conseguiu responder sequer se o MEC vai cumprir as metas estipuladas pelo Plano Nacional de Educação. Leia mais https://bit.ly/2HWOpiM

Tudo pela usura


Cavalo de Troia
Eduardo Bomfim

O portal de notícias da BBC de Londres para o Brasil publicou nesta quarta-feira 20 de março uma notícia reveladora: o IBOVESPA, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo, bateu 100 mil pontos pela primeira vez na História.

Ainda segundo a BBC a economia real brasileira, no entanto, vem reduzindo as projeções de crescimento em 2019 para 2,01%, pelos relatórios do Banco Central do País. Como dizia o lendário detetive Sherlock Holmes, criado pelo escritor inglês Arthur Conan Doyle: para solucionar o caso siga a pista do dinheiro.

O capital financeiro, o rentista, está bombando como nunca no Brasil, enquanto os investimentos na produção continuam a níveis pífios, mas, por incrível que pareça, ainda é superior à previsão do crescimento econômico para a Comunidade Europeia, na marca de 1% para 2019.

Quer dizer, a economia, a produção de riquezas vai mal, mas a agiotagem legal vai muito bem obrigado, dizem eles.

Por que investir na produção industrial, comercial ou outra qualquer, se o dinheiro rápido na Bolsa de Valores do Mercado financeiro especulativo está subindo como um míssil balístico? Essa é a visão do super Ministro Paulo Guedes no governo do presidente Bolsonaro.

Mas a verdade é que esse também foi o rumo nos últimos 25 anos. O que variou, a mais ou a menos, foi a conjuntura econômica de cada época.

O que o senhor Paulo Guedes está fazendo é um aceno mais radical à especulação financeira.

Nesse período, os investimentos em ciência e tecnologia, em infraestrutura, transportes, na produção industrial, em educação tendo em vista a preparação de uma mão de obra qualificada, foram diminuindo substancialmente, à exceção de poucas áreas estratégicas como a nuclear, a aeronáutica via EMBRAER, na prospecção do petróleo através da PETROBRÁS.

Assim como a EMBRAPA, que alavancou a agroindústria como campo altamente competitivo, líder mundial de exportação na área. O setor industrial agrícola é o principal responsável pelos níveis de crescimento da economia brasileira.

O resultado dessas políticas desastrosas é que a taxa de desemprego em 2018 indicou mais de 12 milhões de pessoas sem trabalho. Mas esses números enganam porque aí devem ser incluídos o trabalho precário, o subemprego e aqueles que desistiram de procurar trabalho. No geral, deve atingir mais de 20 milhões de pessoas sem empregos estáveis.

O Brasil precisa de estratégias de crescimento econômico, investimento pesado em ciência e tecnologia de ponta, em infraestrutura geral, educação fundamental e especializada, fomentar a retomada de unidades industriais e criar outras mais, para que a nação entre de forma competitiva na economia global e consiga produzir elevados níveis de emprego e renda, atingir novos patamares de civilização.

Frente a essa encruzilhada dramática, setores políticos encontram-se envolvidos numa interminável, manipulada, Guerra Híbrida, fanatizada, inflada pela grande mídia, nas redes sociais, envolvendo Políticas Identitárias, autocentradas, narcisistas versus Conservadoras, regressivas e intolerantes com as minorias, mobilizando faixas da classe média e suas energias mentais.

Enquanto que quase 195 milhões de brasileiros, num total de 210 milhões, lutam pela sobrevivência em um País que precisa de um salto ao futuro. Um verdadeiro Cavalo de Troia para a nação e o povo brasileiro.
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Humor de resistência

Genildo vê o descontrole do País com o presidente tuiteiro.

Previdência ameaçada (10)


PCdoB, PT, PDT, PSB, PSOL e Rede se unem contra PEC da Previdência 

Líderes políticos, presidentes partidários e parlamentares se reuniram, na manhã desta terça-feira (26), para apresentar à imprensa e à sociedade um documento de repúdio à aprovação da Reforma da Previdência.

 

Ana Luiza Bitencourt, do PCdoB na Câmara no portal Vermelho
O texto é assinado pelos partidos de oposição ao governo de Bolsonaro, PCdoB, PT, PDT, PSB, PSol e Rede. Ao expor dez dos principais motivos pelos quais é preciso se posicionar contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 6/2019, a nota evidencia o quão danosa a medida é, e o alcance dela para a população trabalhadora do país.

Para a líder da Minoria na Câmara, deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), que está em seu sétimo mandato, esta é a proposta mais cruel que já chegou à Casa.

“A PEC exclui da Constituição todos os direitos da população. Diferente do que diz o governo, não é uma retirada de privilégios, é um massacre da grande maioria da população pobre e trabalhadora que coloca o Estado brasileiro no papel de algoz, de perversidade absoluta contra o povo”, disse.

O líder dos comunistas na Câmara, Daniel Almeida (BA), reiterou que a “reforma” proposta por Bolsonaro é, na verdade, um desmonte do maior e mais antigo pacto social do país. Para o deputado, o inteiro teor da proposta precisa ser rejeitado, pois “não tem como fazer emendas em tecido podre”.

“Quanto mais a proposta se alastra pelos parlamentares, mais adesões temos neste movimento contrário ao texto, pois todos que o leem descobrem como ele é profundamente danoso. Precisamos criar condições de enterrar este caminho de vez”, disse o líder. 

Os parlamentares também noticiaram, durante a reunião, que Paulo Guedes está fugindo do debate. O ministro da Economia deveria ir à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara na tarde desta terça-feira, para dar esclarecimentos sobre a reforma. Mas decidiu não comparecer. No decorrer do dia, lideranças e deputados devem protocolar requerimentos para que o ministro seja convocado. 

Posição dos Partidos 

O lançamento da nota marca um importante momento de unidade política, que vai além de partidos ou esquerda e direita. É o que pontua o vice-presidente nacional do PCdoB, Walter Sorrentino, que representou a legenda no ato.

“A luta da Previdência, além de mobilizar universalmente a sociedade, tem um significado muito profundo e central. É uma união de amplas forças para transformar essa luta em uma das maiores batalhas que já vimos”, argumentou Sorrentino. 

A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, disse que a defesa dos direitos dos trabalhadores era o que unia os partidos ali presentes. Segundo ela, está evidente o ataque ao estado brasileiro e ao capítulo mais importante da Constituição, que é seguridade social. 

O presidente do PDT, Carlos Lupi, diz que a proposta de Bolsonaro é um duro golpe na municipalidade brasileira. “60% dos municípios brasileiros dependem exclusivamente dos aposentados e pensionistas, eles alimentam o comércio”, enfatizou. 

Para o representante do PSB, o líder da legenda na Câmara, Tadeu Alencar (PE), o governo Bolsonaro é totalmente despreparado para a delegação que recebeu, “certamente a perda da aprovação popular se deve a essa proposta nociva”.

O deputado Ivan Valente (Psol-SP), representante da sigla na reunião, a proposta de Bolsonaro prejudica a maioria da população brasileira que ganha até três salários mínimos. “Cerca de R$ 800 bilhões podem ser arrecadados para inviabilizar a previdência”, diz.

Nota dos partidos de oposição sobre a proposta de Reforma da Previde
̂ncia

Os partidos de oposição ao governo Bolsonaro – PDT, PT, PCdoB, PSB, PSOL e Rede - reunidos e unidos, se manifestam sobre a proposta de Reforma da Previdência apresentada por meio da PEC nº 6/2019.

Considerando que a proposta:

1. Suprime da Constituição Federal os direitos previdenciários e fratura um dos maiores sistemas públicos de proteção social do mundo, baseado na solidariedade intergeracional, redistributivo e na diversidade de fontes, inclusive do capital;

2. Penaliza frontal e principalmente os segurados de baixa renda e os que mais dependem da previdência pública, seja no momento da aposentadoria, seja por circunstâncias como incapacidade laboral, doença, idade avançada e deficiência;

3. Desconsidera as peculiaridades da vida laboral das mulheres, da cidade e do campo, e impõe um aumento de idade mínima que, na prática, ampliará as desigualdades entre homens e mulheres, promovendo grande exclusão destas do sistema previdenciário;

4. Faz exigências inatingíveis às trabalhadoras e trabalhadores rurais, tornando-os marginais à seguridade social;

5. Abre as portas, via modelo de capitalização individual, para que o setor privado substitua a previdência pública exitosa, retirando milhões de cidadãs e cidadãos de um sistema seguro para uma situação de risco;

6. Requer um tempo de contribuição inalcançável para a grande maioria dos segurados e reduz brutalmente o valor dos benefícios;

7. Cria uma regra de transição cruel para todos os segurados, do RGPS e do RPPS, impondo um tempo bastante longo de contribuição para o benefício integral ou um corte de até 40% no valor das aposentadorias;

8. Aprofunda as desigualdades sociais;

9. Desacelera a economia interna de 72% dos municípios brasileiros, que tem nos benefícios da seguridade social a principal fonte de renda para o consumo;

10. Transforma a assistência social em política de cobertura à miserabilidade e não de necessidade e inclusão cidadã.

Decidem:

Pela unidade na luta pela rejeição da PEC nº 6/2019, desde o primeiro estágio de sua tramitação na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Pelo debate em torno de propostas que garantam a sustentabilidade da Previdência Pública, incluindo a eliminação de distorções e privilégios, o reforço das fontes de financiamento por meio da taxação de lucros e dividendos, das grandes fortunas e dos juros sobre capital próprio, revisão de isenções e desonerações e o combate à sonegação.

Queremos uma Previdência justa e segura. Queremos uma política capaz de fomentar a criação de empregos decentes e o desenvolvimento econômico sustentável e inclusivo. Defendemos a Previdência Pública. Defendemos a Seguridade Social e por ela lutaremos! Direito não é mercadoria!
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Imperdível. Nesta quinta-feira


Cada minuto foi marcante. Um tempo inesquecível, até chegarmos aqui. Vamos encerrar essa jornada do melhor jeito: compartilhando. A exposição do projeto Nosso Ofício (série documental) já passou por Triunfo, agora chega ao Recife. Nesta quinta, 28, a partir das 19h, tem exibição de episódios da temporada Pernambuco e abertura da mostra. Com a presença de personagens, da equipe e, por isso escrevemos esse texto, as “nossas amizades” são muito aguardadas. Porque a gente fez tudo isso pra pensar na vida, aprender e, também, viver as emoções que um trabalho assim provoca. E não tem jeito mais indicado, pra comemorar essa caminhada, do que ao lado de quem sempre apoiou. Vai ser no SESC Casa Amarela, que já foi nosso parceiro no Sertão. E contamos mesmo com vocês, que também estão nessa parceria, torcendo e vendo os sonhos da gente acontecerem.

Exposição Nosso Ofício
Realização: Ateliê Produções e Rima Cultural
Curadoria: Victor Jucá e Séphora Silva
Direção (série): Tuca Siqueira

Serviço
Data: 28.03, quinta-feira
19h – Exibição de dois episódios da série no Cine SESC
20h30 – Abertura da exposição na Galeria do SESC
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Aniversário do PCdoB: imagens (3)

Fotos: Pedro Caldas

O capitão em areia movediça


Decadência prematura
Luciano Siqueira

Estar na oposição não se confunde com desejar que o circo pegue fogo — pois assim seria desejar o pior para o País, em prejuízo, sobretudo da maioria dos brasileiros, o povo. 
Isto posto, não há como deixar de registrar essa espécie de senilidade antecipada do governo Bolsonaro, com pouco mais de dois meses de atividade.
A grande mídia hostilizada pelo presidente, salvo a Rede Record, torce pelo sucesso da agenda econômica ultra liberal e por isso mesmo a cada dia se inquieta mais ainda com os desacertos do governo e não esconde o noticiário largamente negativo.
E é tudo verdade, diga-se. Basta que se anote aleatoriamente notícias veiculadas de ontem para hoje. 
A começar pela intenção do núcleo palaciano de proceder mais uma mudança no esquema de comunicação do governo, na busca de ultrapassar os limites das tuitagens do próprio presidente e dos seus diletos filhos e deter a queda acelerada de aprovação verificado nos centros urbanos, em São Paulo principalmente.
No relacionamento com o Congresso Nacional, condição elementar para a boa governança, além do governo ainda não haver montado sua própria base de apoio, embora em princípio conte com maioria numérica, repetem-se cenas como a desta terça-feira, em que o dito superministro da Economia, Paulo Guedes, desistiu de última hora de comparecer à Comissão de Constituição e Justiça da Câmara — por ter sido informado de que a maioria iria questioná-lo — e seu substituto, secretário da Presidência, Rogério Marinho, rechaçado, sequer teve a chance de falar.
Mesmo as bancadas que por enquanto dizem apoiar a reforma da Previdência já anteciparam que não votarão a favor das mudanças propostas em relação ao Benefício de Prestação Continuada (BPC) e às novas regras de aposentadoria rural. 
De quebra, em votação relâmpago, a Câmara aprovou em dois turnos, por ampla maioria, a proposta de emenda constitucional que retira do governo poder sobre o Orçamento. O texto ainda vai ao Senado, mas já fez seus estragos.
Já a reunião de Paulo Guedes com os governadores — em princípio parte interessada na reforma previdenciária — também não surtiu bons efeitos para o governo. 
E o ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva, veio a público corrigir o capitão presidente, que determinara às Forças Armadas comemorarem amplamente o golpe militar de 1964, no próximo dia 31, desautorizando a expressão "comemoração". 
Enquanto isso, em meio à confusão geral, o piloto sumiu: Bolsonaro abandonou o gabinete (de crise) para ir ao cinema com a sua digníssima esposa. Como se preferisse tapar os ouvidos e fechar os olhos ao invés conduzir a aeronave sob turbulências.
Diante dessa decadência prematura, cabe à oposição — ainda relativamente dispersa, dividida — uma postura atenta, responsável e consequente no sentido de erguer um dique às intenções antipopulares do governo e preservar nosso frágil e ameaçado regime democrático.
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Em queda

Núcleo palaciano quer mudar comunicação do governo, na tentativa de conter a queda abrupta de sua aprovação nos grandes centros urbanos, sobretudo em São Paulo. [Mas o problema não está no modo de dizer, está principalmente no que diz e no que faz.]

Arranca rabo

Ministro Paulo Guedes desiste de falar na Comissão de Constituição e Justiça e deputados boicotam participação do Secretário da Previdência Rogerio Marinho. Mais um lance da crise entre Bolsonaro e a Câmara dos Deputados. E o governo, que tem apenas pouco mais de dois meses, segue sua saga de incompetência e fragilidade.

26 março 2019

Aniversário do PCdoB: imagens (2)

Fotos: Pedro Caldas

Angu de caroço


Estratégia ou incompetência?
Luciano Siqueira

O noticiário diário é pródigo em problemas no governo Bolsonaro, criados pelo próprio presidente, seus filhos ou o dito filósofo Olavo de Carvalho, que de Miami envia torpedos contra os generais ocupantes de ministérios e outros desafetos.
Veja bem: as turbulências internas no entorno do presidente não resultam de pressão oposicionista, que ainda é tímida e relativamente desarticulada; resultam do bate cabeças entre os próprios governistas.
“Agravamento da crise” é uma expressão frequente nas manchetes e notas nas colunas políticas.
Isto com pouco mais de dois meses de governo.
No centro do furacão, o próprio presidente a demonstrar diariamente seu despreparo para o exercício do cargo. Sobretudo quando se trata do relacionamento com o Congresso Nacional, onde embora conte com maioria numérica inicial ainda não conseguiu estruturar bancadas governistas.
Também nas relações diplomáticas, pontificando na cena mundial como um chefe de Estado destrambelhado, submisso aos EUA, e ridicularizado pela mídia estrangeira.
Mas há quem diga – pasmem – que tudo isso faz parte de uma estratégia. O capitão presidente seria movido, passo a passo, por um rumo bem definido a um só tempo destinado a alavancar a economia sob atrelamento a Wall Street e a acuar o parlamento a ponto de submetê-lo aos ditames do governo.
Se a isso se pode chamar de estratégia, que se acrescentem os adjetivos irresponsável e inconsequente.
Mais ainda quando as pesquisas revelam rápida queda de popularidade do presidente e do seu governo. Já não há tanta gordura assim para queimar e a boa vontade da população vai se esvaindo.
No sistema político brasileiro, em qualquer conjuntura, Executivo e Legislativo devem manter relações mutuamente respeitosas e produtivas. Um entrosamento indispensável ao exercício do governo.
Ignorar a pluralidade das representações partidárias no Congresso e a influência que sofrem das realidades locais e regionais, num país tão desigual e complexo, leva a lugar nenhum. Ou ao caos institucional.
Nesse contexto, ponto para a oposição – se souber agir com clareza, unidade e sagacidade. Explorar as contradições no governo e se valer da insatisfação generalizada entre as bancadas partidárias e mesmo as ditas temáticas.
A começar pela reforma da Previdência, tema epidérmico na população que forma as bases eleitorais dos congressistas.
É jogo duro, a ser jogado com firmeza de propósitos e esperteza.
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Aniversário do PCdoB: imagens (1)

Fotos: Pedro Caldas

Cópia exata

‘Atuação de líder do governo na Câmara é vista como desastrosa e ingênua. Segundo membro da equipe de Bolsonaro, major Victor Hugo é absolutamente inexperiente. [À imagem e semelhança do presidente que o escolheu.]

25 março 2019

Hoje às 18 horas. Estaremos juntos.

Com a presença de Luciana Santos, Jandira Feghalli e gente amiga como você.

Um mar de hipocrisia


Alberto Burri
O grande teatro do combate à corrupção
Aderbal Freire Filho, Brasil 247

Eduardo Cunha não estava nem aí para combater a corrupção, claro. Geddel Vieira Lima, que dava entrevistas nas passeatas dizendo que era preciso acabar com a corrupção, não estava nem aí para combater a corrupção.
A excelentíssima senhora do então prefeito de Montes Claros, em MG, dando gritos inflamados contra a corrupção, não estava nem aí para combater a corrupção. Aécio Neves, que liderou a cruzada de moralização do Brasil, não estava nem aí para combater a corrupção. Romero Jucá, que assumiu e desassumiu e assumiu de novo (na moita) o “cargo” de primeiro-ministro do governo Temer, não estava nem aí para combater a corrupção. Michel Temer, que acusou de ser bandido notório seu convidado da meia-noite para um papo ameno sobre dietas e transporte de valores, não estava nem aí para combater a corrupção.
A ministra Carmem Lúcia, que fez um discurso austero e moralizante, quando assumiu a presidência do STF cercada da fina flor da corrupção, não estava nem aí para combater a corrupção. Fernando Henrique Cardoso não estava nem aí para combater a corrupção, tanto que criou o cargo de Engavetador Geral da República, assumido em caráter vitalício por Gerardo Brindeiro, que não estava nem aí para combater a corrupção. José Serra, Geraldo Alkmin e Paulo Preto nunca estiveram nem aí para combater a corrupção.
A grande maioria dos jornalistas que defende a moralização do país que estaria sendo feita pela Lava à Jato, não está nem aí para combater a corrupção. Tanto que só atacam os corruptos quando eles são presos ou surpreendidos com a boca na botija (nessa hora, a imprensa começa com ahs e ohs, como pode, ah, oh, no Jaburu, ah, oh, de noite, ah, oh, a mala, ah, oh; eu digo, ué, gente, todo mundo sabia que esse cara era um bandido, só esses jornalistas não? não é da profissão de jornalista ser informado?). Fernando Collor de Mello, que dizia que ia acabar com a corrupção, sem estar nem aí para combater a corrupção, foi eleito graças a imprensa que o apoiou sem estar nem aí para combater a corrupção.
Os militares nunca estiveram nem aí para combater a corrupção. Alguns historiadores até contam que nunca houve tanta corrupção no Brasil como na ditadura militar, o que é bastante lógico, tratando-se de um regime que tinha o poder de proibir e censurar informações. A família Bolsonaro, então, que mantém funcionários fantasmas, recolhe grana dos salários deles (e dos outros também), dá medalhas a milicianos e sicários, monta um esquema de influencia e poder que elege pai, mãe, filhos, tem patrimônio incompatível com sua renda, nunca esteve nem aí para combater a corrupção.
Dalton Dallagnol, que foi na moita na Caixa Econômica negociar juros para um dinheiro esquisitão, de uma jogada que armou com os Estados Unidos e que a própria Procuradora Geral da República e o próprio STF também acharam esquisitão, não está nem aí para combater a corrupção. Sergio Moro nunca esteve nem aí para combater a corrupção, embora isso só tenha ficado mais claro para muitos depois dele virar ministro de corruptos e fazer cara de bobo (de cínico?) quando perguntam a ele pelo Onyx, pelos laranjas, pelo ministro A, pelos milicianos, pelos filhos do chefe, pela mulher do chefe, pelo ministro B, pelo Queiroz, pelo ministro C, todos esses que, como ele, não estão nem aí para combater à corrupção.
Todos esses falsos heróis do combate à corrupção têm um discurso que posso resumir. Mais ou menos assim.
“Hoje em dia, as pessoas já não respeitam nada. Antes, colocávamos num pedestal a virtude, a honra, a verdade e a lei... A corrupção campeia na vida do país nos nossos dias. Onde não se obedece a lei, a corrupção é a única lei. A corrupção está minando este país. A virtude, a honra e a lei desapareceram de nossas vidas”.
É o discurso síntese, uma palavra mais, outra menos. Podia ter juntado vários discursos dessa gente, botado numa peneira e feito esse. Mas nem foi preciso, peguei um que já estava pronto e que já fazia a síntese de todos. Foi exatamente com essas palavras a declaração de um desses heróis do combate à corrupção, em entrevista publicada na revista Liberty, em 17 de outubro de 1931. Um que também não estava nem aí para combater a corrupção, como vocês sabem. Qual deles? Al Capone. Pois é, assim falou Al Capone, uns dias antes de ser preso.
Qual é então a esperança que podem ter os brasileiros na luta contra a corrupção? É simples e não é simples: o verdadeiro combate à corrupção é estrutural, envolve uma discussão maior, de educação, cultura, modelos de sociedade.
Aderbal Freire-Filho é Diretor e autor teatral, ator e apresentador
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O olhar de Pedro Caldas sobre a cidade (9)

Pedro Caldas

24 março 2019

Tentando escapar

‘Governadores que fizeram campanha atrelando sua estratégia à de Jair Bolsonaro começam a se descolar do presidente uma vez empossados. O fenômeno atinge tanto Wilson Witzel, do Rio quanto João Doria Jr, de São Paulo’. [Temem despencar juntos com o presidente, que bate recorde de impopularidade nos ótimo estud dois meses de governo].