04 junho 2020

Dever de todos


Palpite infeliz
Luciano Siqueira

Não se trata de algo camuflado, antes o presidente Jair Bolsonaro e seus seguidores mais próximos reafirmam a todo instante a incompatibilidade do seu projeto de poder com a democracia.
Ou, de outro modo, proclamam que a democracia há de dispensar o STF e o Congresso Nacional para que o presidente governe a plenos poderes, com uma hipotética sustentação das Forças Armadas. Seria sua “nova política”.
Ele não governa, provoca. Agride. Trabalha diuturnamente em favor do caos sanitário, econômico, social e institucional. Do caos, quem sabe, possa emergir como chefe supremo e inquestionável da nação.
Nessas circunstâncias, o bom senso e o sentido da preservação da nação e da democracia recomendam unir forças em sentido contrário ao presidente. Está em causa, acima dos diversos e legítimos projetos partidários e que tais, a sobrevivência da democracia e da própria soberania nacional.
Tendo justamente como pedra de toque a defesa da democracia, ganham força articulações diversas reunindo amplos e diversificados segmentos da sociedade, para além das correntes políticas estruturadas, mas com a presença delas, e de líderes políticos de variados matizes, justamente inspirados na bandeira da salvação nacional.
Espera-se que todas as personalidades perfiladas em torno desse ideal se somem aos esforços de todos. Sobretudo lideres de reconhecida proeminência.
O ex-presidente da República Luis Inácio Lula da Silva está entre estes, com evidente destaque. A condição de maior líder popular de nossa História recente lhe confere responsabilidades públicas para muito além de projetos pessoais ou do seu partido, o PT.
Pois o que ocorre agora é uma marcha para algo da dimensão de um movimento das diretas-já, cuja força em grande parte residiu na pluralidade e na amplitude das vontades políticas reunidas.
Os manifestos se sucedem denotando o envolvimento de subscritores influentes em diversos âmbitos. Quem assinou?, é a pergunta mais comum.
O cronista esportivo Juca Kfouri analisou esses movimentos com esperança e bom humor em artigo na Folha de S. Paulo (que reproduzi em meu blog https://bit.ly/3eM8xBq), cuidando da “escalação” desse escrete nacional. Na ala esquerda senti a ausência de Lula.
Aguardem, ele assinará – eu mesmo disse a amigas e amigos que me abordaram pelo WhatsApp. Mas na reunião da direção nacional do PT ele foi claro ao condicionar a sua assinatura em algum manifesto à identificação precisa de até onde os interesses do seu partido estariam contemplados.
Peço licença para falar como cidadão comum, não como integrante da direção nacional do PCdoB. Juro que me vieram à mente, de pronto, os versos do samba de Noel: “Quem é você que não sabe o que diz?/Meu Deus do Céu, que palpite infeliz!”
Oxalá o querido líder e amigo compreenda a gravidade do momento e se some à ampla frente que se forja em defesa do que nos é mais caro neste momento, a preservação do Estado Democrático de Direito.
Esteja de olho https://bit.ly/3c6HtLo   

Um comentário:

Unknown disse...

Amigo eu não sou muito de fazer comentários mais você está serto o PT sempre se acovardar nesse momento deficio da política nacional