Bem orientados, jovens brilham
Meninos de Palmeiras e Grêmio contam com apoio de Abel e Renato para se desenvolverem
Tostão, Folha de S. Paulo
No domingo, fiz algo raro. Assisti, ao mesmo tempo, a duas
partidas, uma entre São Paulo e Sport e outra entre Grêmio e Vasco. Quis ver o São Paulo e o Grêmio. Brevemente, se enfrentarão pela Copa do Brasil. São as duas
equipes que têm jogado, neste momento, o melhor futebol do país. Evidentemente,
o Flamengo, com todos os seus titulares, tem chance de jogar muito mais do que
tem feito.
São duas equipes que trocam muitos passes, que
querem ter o domínio do jogo e da bola, que avançam com muitos jogadores e que
marcam muitos gols. O Grêmio tem mais talentos no meio-campo, enquanto o São
Paulo depende demais de Daniel Alves.
Quando perdem a bola e não dá para recuperá-la
onde a perderam, os dois times recuam e formam duas compactas linhas de quatro.
O Grêmio já faz isso bem há anos. Só o São Paulo aprendeu recentemente. É a
principal razão de a equipe ter melhorado a defesa, além da presença de Luan,
que começa a participar mais da armação das jogadas.
Os
dois times possuem vários jovens bons de bola, em evolução. Pepê é cada vez
mais parecido com Everton Cebolinha, no estilo de jogar e nas características
físicas. Jean Pyerre, além de exuberante nos passes e no domínio da bola,
finaliza com enorme precisão. Ele já é o batedor principal de faltas, pênaltis
e escanteios da equipe. Após um jogo recente, o comentarista Diogo Olivier
falou que Jean Pyerre, ao fazer um gol de fora da área, parecia ter batido um
pênalti.
O
meio-campista Matheus Henrique parece ter herdado o talento de Arthur. E, na
fila, já há outro do mesmo nível, o jovem Darlan, que tem entrado, com
frequência, por causa das contusões de Maicon, o mestre de todos, quando está
em boas condições físicas.
Outros jovens brilham em várias equipes brasileiras, principalmente no
Palmeiras. O volante Patrick de Paula
é alto, forte, desarma muito, tem um passe rápido e para frente,
além de finalizar bem de fora da área. Veron, que no ano passado
foi o melhor do Mundial Sub-17, já é um destaque no Palmeiras. Aonde
vai chegar? Os meninos estão com tudo.
Alguns jogadores brasileiros estão muito bem na Europa e participam da seleção
Sub-23. Vinicius Júnior e Rodrygo, com altos e baixos, jogam com frequência na
equipe principal do Real Madrid e já foram convocados por Tite para a seleção
principal. Tenho uma dúvida. Se os dois, antes do Real Madrid, tivessem jogado
em um time médio europeu, não estariam melhores, como aconteceu com Ronaldinho
Gaúcho, Ronaldo, Romário, Rivaldo e outros? Kaká foi exceção, indo direto do
São Paulo para brilhar pelo Milan.
Aumentou também bastante o número de jovens europeus, com
menos de 20 anos, brilhando nas equipes principais, o que antes não acontecia.
Será que os garotos, atualmente, em todo o mundo, estão mais prontos para se
destacarem no futebol e em todas as atividades?
Eles precisam de orientação dos treinadores, o que
tem ocorrido com Fernando Diniz, Renato Gaúcho, Abel Ferreira e outros.
Fernando Diniz, que, por muito tempo, passou a dúvida se era um técnico
inovador ou um sonhador sem conteúdo, tem mostrado que, a partir de agora, pode
fazer uma brilhante carreira.
Renato Gaúcho, além dos conhecimentos técnicos e
táticos, possui uma outra importante virtude, que tem sido negligenciada no
atual mundo tecnológico: a capacidade de enxergar as entrelinhas, os detalhes
objetivos e subjetivos, o que parece encoberto.
Veja uma dica de leitura: Marcelo Mário de Melo https://bit.ly/3f5b8ro
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