Trump diz que
pode ser preso na próxima terça-feira
Ex-presidente republicano, que
enfrenta diversos processos, convocou protestos contra suposta detenção
Folha de S.
Paulo
O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump disse neste sábado (18), na
plataforma Truth Social, que pode ser preso na próxima terça-feira (21) em uma
ação judicial movida pela procuradoria distrital de Manhattan.
Sem apresentar provas, Trump afirmou que vazamentos do gabinete
do procurador indicavam que ele seria preso. Não detalhou, porém, quais seriam
as acusações, e o escritório do procurador recusou um pedido de comentário.
Em duas publicações, o republicano afirmou que os EUA agora
estão no "Terceiro Mundo" e repetiu a afirmação, falsa, de que as
eleições foram roubadas. "Proteste, retome nossa nação", pede ele, ao
final da publicação.
"Vazamentos ilegais vindos de um corrupto e altamente
político escritório da procuradoria do distrito de Manhattan (...), cujo líder
é financiado por George Soros, indicam que (...) o candidato
republicano líder e ex-presidente dos Estados Unidos da América será preso na
terça-feira da próxima semana", escreveu Trump, em letras maiúsculas.
O bilionário citado pelo republicano é um filantropo que apoia
projetos ligados à democracia e à defesa das minorias em dezenas de países por
meio da sua organização, a Open Society Foundations. O húngaro, que fez fortuna
no mercado financeiro, começou a se envolver com projetos beneficentes no final
dos anos de 1970, mas passou a protagonizar teorias da conspiração somente no
começo dos anos 2000. Mais recentemente, entrou na mira de grupos conservadores
—como os apoiadores de Trump e do ex-presidente Jair Bolsonaro— como um
financiador do que chamam de "globalismo".
Nesta sexta-feira (17), o ex-presidente voltou ao Facebook e ao YouTube
depois de mais de dois anos banido das plataformas por incitação à violência
após seus apoiadores invadirem o Capitólio, em 6 de janeiro de 2021.
Trump, então, lançou a plataforma Truth Social, para a qual parte
dos seus eleitores se direcionaram —a postagem deste sábado foi feita nessa
rede social.
No início desta semana, o gabinete do procurador distrital de
Manhattan, Alvin Bragg, começou a apresentar evidências a um júri que investiga
o pagamento de US$ 130 mil que o ex-advogado de Trump Michael Cohen fez à estrela pornô Stormy Daniels nos últimos dias da campanha do
republicano em 2016.
Daniels —cujo nome verdadeiro é Stephanie Clifford— afirma que
teve um caso com Trump há uma década, algo que o ex-presidente nega. Em 2018, o
advogado de Trump se declarou culpado por violações das leis de financiamento
de campanha por seus pagamentos a Daniels e a outra mulher, entre outros
crimes. Segundo ele, Trump o instruiu a fazer os pagamentos.
A investigação é um dos vários problemas legais que Trump enfrenta enquanto
busca a indicação republicana para disputar a Presidência em 2024.
Atualmente, um conselheiro nomeado pelo procurador-geral dos EUA
investiga o sumiço de documentos sigilosos da Casa Branca após o republicano
deixar o cargo e os esforços do ex-presidente para anular os resultados da
eleição de 2020, que ele perdeu para o democrata Joe Biden.
No ano passado, o escritório de Bragg ganhou um processo contra a Trump Organization por acusações de fraude fiscal. O
procurador, porém, não indiciou o republicano por crimes financeiros, levando
dois procuradores que trabalharam na investigação a renunciar.
Trump lidera os índices de apoio para indicação de seu partido
na disputa pela Presidência, com 43% de apoio dos republicanos, de acordo com
uma pesquisa Reuters/Ipsos de fevereiro. Seu rival mais próximo, o governador
da Flórida, Ron DeSantis, tem 31% de apoio e ainda não anunciou
sua candidatura.
Ser governo e ser partido na
frente ampla https://bit.ly/3J2iMSP
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