19 março 2023

Minha opinião

Uma crítica enviesada

Luciano Siqueira

 

Óbvio que a automação tem subtraído postos de trabalho na produção de mercadorias e de serviços ao longo de décadas.

Mas ainda com o advento da inteligência artificial. 

Isto sob crítica generalizada, sobretudo da parte dos que perdem oportunidades de trabalho ou se sentem ameaçados. 

Porém em geral os críticos abstraem a variável modo de produção capitalista, cuja lógica em todas as dimensões é a busca sem limites do lucro máximo. Daí porque a tecnologia ao invés de facilitar a vida da maioria promove a exclusão.  

Na crítica indignada, porém rasteira, uma espécie de retorno à primeira revolução industrial, quando o proletariado, ainda em estado de consciência meramente espontânea, dirigia a sua revolta contra as máquinas, e não contra os proprietários delas, seus patrões. 

Ora, ciência, tecnologia & inovação são frutos do trabalho humano e produzem avanços fantásticos que poderiam beneficiar a vida da totalidade dos habitantes do planeta — da plena alimentação à economia de esforços físicos nas atividades laborais e de sobrevivência cotidiana. Isto se não fossem parte das forças produtivas controladas pelos monopólios detentores do capital. 

Então, o smartphone, tão criticado pelo uso aparentemente exaustivo que cada indivíduo dele faz no cotidiano, não é exatamente o problema – ainda que milhões de usuários se viciem diante da telinha - e sim um instrumento de facilitação da comunicação e do acesso às informações nas mais diversas áreas do conhecimento e de nossas atividades cotidianas. 

Em suma, não são os equipamentos os nossos inimigos; são os detentores do capital que monopolizam a produção, a posse e a exploração desses equipamentos.

Um terço das escolas do mundo não tem acesso a água potável e saneamento básico https://bit.ly/3T8g2bm

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