Reflexões e divagações sobre nossa seleção
Se Dorival Júnior se mudasse para a Europa, talvez ampliasse sua visão do futebol
Tostão/Folha de S. Paulo
Repito: não sei qual seria a melhor solução, mas Dorival Júnior deveria mudar a estratégia e a escalação. O esquema habitual, com dois volantes em linha, um meia ofensivo centralizado, dois pontas abertos e um centroavante fixo está muito previsível e fácil de ser marcado.
Esse é um grande desafio dos treinadores de todo o mundo. As estratégias se tornam muito repetitivas e os adversários aprendem a neutralizá-las. De tempos em tempos, se torna necessário promover transformações, reinventar e reconstruir praticas e conceitos. A maioria das principais seleções europeias passa também por um período de estagnação, diferentemente dos grandes clubes.
Prefiro a formação com uma linha de três no meio campo a jogar com dois volantes e um meia ofensivo.
Ancelotti experimentou várias opções após a contratação de Mbappé e parece ter definido que o Real Madrid repetirá o desenho tático das últimas temporadas, com uma linha de três no meio campo e mais Bellingham entre esses três e a dupla de atacantes formada por Vinicius Junior e Mbappé. Assim, Rodrygo e Endryck ficariam na reserva.
A seleção brasileira deveria ter uma estratégia mais agressiva, com marcação em bloco e por pressão em todo o campo, para tentar recuperar a bola, como tem feito o Flamengo sob o comando de Filipe Luís. Essa é a pratica habitual do Manchester City com Guardiola. O risco de deixar muitos espaços nas costas dos defensores, que avançam também na marcação, pode ser atenuado com defensores e goleiro rápidos. Ederson é excelente na cobertura e nos passes.
Muitos dizem que com dois pontas abertos e dribladores, como possui o Brasil, não há necessidade de ter laterais que marcam e avançam. Não penso assim. A formação de duplas pelos lados engana a marcação. O Manchester City usa muito as duplas e triangulações pelas laterais seguidas por passes para o centro, onde acontecem os gols.
Muitos dizem que com dois pontas abertos e dribladores, como possui o Brasil, não há necessidade de ter laterais que marcam e avançam. Não penso assim. A formação de duplas pelos lados engana a marcação. O Manchester City usa muito as duplas e triangulações pelas laterais seguidas por passes para o centro, onde acontecem os gols.
Paquetá aparece nas escalações de torcedores e comentaristas em várias funções e posições, de volante, meia ofensivo e ponta armador. Outra alternativa seria ele jogar pelo centro e mais adiantado, próximo ou entre os dois atacantes, sem centroavante. Paquetá, com seus toques finos, criativos, curtos e rápidos, poderia ser um ótimo complemento para a velocidade e agressividade de atacantes como Vinicius Junior e Rodrygo. Quem será o substituto de Vinicius contra o Chile?
Dorival Júnior possui inúmeras opções na escalação e na estratégia. Tenho dúvidas se ele tem uma dimensão mais profunda do futebol mundial. Se mudasse para a Europa, talvez ampliasse a sua visão, além de ficar próximo da maioria dos jogadores da seleção brasileira e de outros países. É uma reflexão e uma divagação.
Leia sobre vício digital: https://lucianosiqueira.blogspot.com/2023/06/habitos-digitais-dispersivos.html
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