30 outubro 2024

Palavra de poeta: Pablo Neruda

Soneto XVII
Pablo Neruda   
 
Não sei com que face te amo,
Se com a que tinhas antes de conhecer-me,
Ou com a que encontraste ao me conhecer,
Ou com aquela que te dei.
 
O teu corpo é um livro de linhas claras,
Que se pode ler sem erro,
Mas os seus olhos são dois caminhos
Que se cruzam e se perdem.
 
Não sei com que face te amo,
Mas sei que te amo, e que esse saber
É todo o meu ser, toda a minha alma,
 
E que é mais que o meu coração.
Então, não me perguntes com que face,
Pois não sei, mas sei que te amo.


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