23 outubro 2024

Minha opinião

Prenúncio de briga de foice

Luciano Siqueira 


Já escrevi aqui que é necessária uma análise apurada do resultado das eleições municipais, que terminarão domingo próximo com a rodada de segundo turno em 15 capitais e dezenas de cidades médias e grandes do país. 


É preciso ir além dos números frios e mesmo das legendas pelas quais os postulantes ao poder executivo municipal se elegeram. 

Nem tudo que reluz é ouro. 

Até porque na larga faixa caracterizada como centro conservador e centro-direita cabe muita coisa. Inclusive grupos locais predispostos à busca de diálogo e apoio junto ao governo federal — como é imprescindível na estrutura federativa brasileira. 

E a necessidade arrefece os ânimos quando não há convicções políticas tão sólidas quanto parecem. 

O subproduto da pressa em fechar uma análise que, repito, requer cotejamento quantitativo e qualitativo cuidadoso, é a antecipação da disputa pela liderança na extrema direita. 

Bolsonaro sente-se ameaçado na esteira da bisonha participação que teve no presente episódio eleitoral.

Além de se encontrar juridicamente inelegível.  

Daí a pressa em agir no âmbito da Câmara e do Senado com o propósito de obter anistia ou outro mecanismo que lhe permita voltar ao jogo eleitoral. 

É cedo ainda para avaliar os desdobramentos dessa variável — o capitão ameaçado e sua real capacidade política de dar a volta por cima —, porém é evidente que uma das pautas a considerar um desdobramento da situação política é a divisão e a disputa de lideranças na extrema direita.

Leia sobre o parlamento deturpado https://lucianosiqueira.blogspot.com/2024/10/minha-opiniao_11.html

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