Prenúncio de briga de foice
Luciano Siqueira
Já escrevi aqui que é necessária uma análise apurada do resultado das eleições municipais, que terminarão domingo próximo com a rodada de segundo turno em 15 capitais e dezenas de cidades médias e grandes do país.
É preciso ir além dos números frios e mesmo das legendas pelas quais os
postulantes ao poder executivo municipal se elegeram.
Nem tudo que reluz é ouro.
Até porque na larga faixa caracterizada como centro
conservador e centro-direita cabe muita coisa. Inclusive grupos locais
predispostos à busca de diálogo e apoio junto ao governo federal — como é
imprescindível na estrutura federativa brasileira.
E a necessidade arrefece os ânimos quando não há convicções
políticas tão sólidas quanto parecem.
O subproduto da pressa em fechar uma análise que, repito,
requer cotejamento quantitativo e qualitativo cuidadoso, é a antecipação da disputa
pela liderança na extrema direita.
Bolsonaro sente-se ameaçado na esteira da bisonha participação que teve no presente episódio eleitoral.
Além de se encontrar juridicamente inelegível.
Daí a pressa em agir no âmbito da Câmara e do Senado com o
propósito de obter anistia ou outro mecanismo que lhe permita voltar ao jogo
eleitoral.
É cedo ainda para avaliar os desdobramentos dessa variável — o capitão ameaçado e sua real capacidade política de dar a volta por cima —, porém é evidente que uma das pautas a considerar um desdobramento da situação política é a divisão e a disputa de lideranças na extrema direita.
Leia sobre o parlamento deturpado https://lucianosiqueira.blogspot.com/2024/10/minha-opiniao_11.html
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