05 fevereiro 2025

Plano brasileiro de IA

Brasil precisa investir mais em infraestrutura e energia limpa para avançar com Inteligência Artificial soberana
Em entrevista à TVGGN, Isabela Rocha avalia plano brasileiro de IA e cita parceria com BRICs para desenvolver infraestrutura necessária
Jornal GGN 


Em meio a discussões sobre o DeepSeek ascendendo e superando o ChatGPT e outros chatbots de mega empresas ocidentais de tecnologia, fica no ar a pergunta: onde o Brasil está situado nesse tabuleiro? O que o país está fazendo para desenvolver suas próprias ferramentas de Inteligência Artificial e garantir soberania tecnológica para a segurança do seu povo?

O tema foi abordado no programa TVGGN 20 Horas [assista abaixo], conduzido pelo jornalista Luis Nassif na noite de segunda-feira (3), com transmissão ao vivo pelo canal do GGN no Youtube.

Para Nassif, o Brasil já foi líder nesse campo, mas está perdendo terreno para as Big Techs. Ele criticou o lobby das empresas de tecnologia e a aparente falta de investimento em pesquisa e desenvolvimento no Brasil.

A convidada do programa, Isabela Rocha, doutora em ciências políticas pela Universidade de Brasília (UNB), e atual coordenadora do Grupo de Trabalho sobre Estratégia, Dados e Soberania da instituição, falou da importância da soberania tecnológica e a necessidade de proteger os dados dos brasileiros. De acordo com Isabela, a soberania tecnológica é importante porque garante a proteção dos dados dos cidadãos e o desenvolvimento de ferramentas open source soberanas.

Ela mencionou o plano brasileiro de inteligência artificial, que prevê investimentos em infraestrutura e data centers, mas alerta para a necessidade de garantir que a energia utilizada seja sustentável. Afinal, não adianta ter inteligências artificiais que gastam muita energia se essa energia for suja. A inteligência artificial gasta muita energia, e essa energia precisa ser limpa. O Brasil tem a possibilidade de fazer parcerias econômicas com os BRICS para desenvolver essa infraestrutura. 

Isabela também comentou sobre a importância de desenvolver ferramentas open source e citou exemplos de iniciativas como o monitor do debate público da USP e o grupo de pesquisa em segurança internacional da UNB. Ela destacou o projeto de inteligência artificial do Piauí, que visa auxiliar os cidadãos em processos burocráticos e utiliza dados processados localmente.

Ferramentas open source são softwares que não possuem direitos autorais e podem ser desenvolvidos por comunidades.

A geopolítica da IA

Na entrevista, Nassif e Isabela Rocha também abordaram a geopolítica da inteligência artificial, analisando a disputa entre Estados Unidos e China pelo poder global. Nassif traçou uma linha do tempo sobre a política externa dos Estados Unidos em relação à China, desde a política de portas abertas até a guerra comercial atual. Ele argumentou que o presidente Donald Trump está tentando reconquistar a influência americana na América Latina para combater a China.

Em meio aos conflitos, Isabela reafirmou a importância de proteger os dados dos brasileiros e de investir em pesquisa e desenvolvimento de ferramentas open source. Isabela criticou o uso de ferramentas como Teams e Zoom, que são de empresas estrangeiras, e defendeu o uso de ferramentas open source como a Conferência Web, da Rede Nacional de Pesquisa.

A primeira parte do programa termina com uma discussão sobre a necessidade de investir em educação digital e de desenvolver cursos de programação para preparar as futuras gerações para a era da inteligência artificial.

Trump e a nova guerra comercial com a China

Na segunda parte do programa, o cientista político e colaborador do GGN, Pedro Costa Jr, fez uma análise sobre a disputa pelo poder global entre os Estados Unidos e a China.

Ele argumentou que a política externa dos Estados Unidos sob Trump passou por diferentes fases em relação à China: a política de portas abertas, a política de contenção e a política de engajamento.

Para o especialista, Trump rompeu com a política de engajamento e adotou uma política de guerra comercial contra a China. Trump está reestruturando a Doutrina Monroe para pressionar a China na América Latina, que é a principal zona de influência dos Estados Unidos.

Costa acredita que o Trump está tentando fortalecer a influência estadunidense na América Latina para combater a China, que se tornou o principal parceiro econômico da região.

[Nota da redação: Este texto, especificamente, foi desenvolvido com auxílio de ferramentas de Inteligência Artificial na transcrição e resumo do programa veiculado no Youtube. A equipe de jornalistas do Jornal GGN segue responsável pelas pautas, produção, apuração, entrevistas, revisão ou edição do conteúdo publicado, para garantir a curadoria, lisura e veracidade das informações.]

Leia também: Luciana Sabtos diz que conceito do plano brasileiro de IA é ser inclusivo https://lucianosiqueira.blogspot.com/2024/08/palavra-da-ministra-luciana.html 

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