03 setembro 2006

Bom dia, Vinicius de Moraes

Soneto da separação

De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.

De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.

Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.

Um comentário:

Anônimo disse...

Das bocas unidas fez-se a espuma
Das mãos espalmadas fese a espuma.

O poema é lindo, como tudo que você faz na vida,coloca à paixão a politica é isso ; alegria, confiança, entusiasmo, e muuito amor pelo povo.

beijos Nêga