23 agosto 2010

Boa tarde, Waldir Pedrosa Amorim


Fotografia

Na era do umbigo
tornamos baços
o olhar sensível,
lavor da estética.

De raro em raro
assestamos a mira
ao invólucro,
entorno da existência.

A câmera e lente
não se auto-refletem,
dão-se ao uso, captam
como se capturassem
o inconsciente.

Fotogramas fixos
assentados na intenção
de um casulo feito crisálida,
são oníricos e reveladores
e o ao redor, os lados,
o abaixo, acima,
o detalhe e o dentro dele
grita, reverbera em silêncio,
provoca, modifica.

Relembrança estética compartida
é tudo isso
a arte sintética
da fotografia.

Um comentário:

Waldir Pedrosa disse...

Caro amigo, passo aqui sempre para beber as suas análises, as avaliações políticas lúcidas,ter notícias de um Recife e um Pernambuco que me conduziram a lutar contra ditadura e me ensinaram o gosto e o entendimento de que quando avançamos com o povo, com coletivo, temos a noção do que representa a perspectiva da liberdade. Muitas coisas aprendi consigo e tantos outros, nos idos de 67, 68. Recordo deste tempo sem saudades do momento político do Brasil; mas com orgulho dos companheiros, dentre esses você que prosseguem lutando e influenciando os contemporâneos em sua trajetória. Recordo dos que sucumbiram à sanha da ditadura; guardo-os (se bem que desejasse expô-los como ícones,divulgá-los)como mártires ou heróis, responsáveis pelos tempos que alcançamos. Deparo-me com mais um poema meu, nesta sua página repleta de magnanimidade e denotadora de que o lirismo, a poesia nem sempre lírica e que a sensibilidade humana são ingredientes imprescindíveis da vida. Que meus amigos recifenses e pernambucanos saibam que ao escolher elegê-lo a deputado estadual estarão legitimando as forças do bem e do progresso social. Waldir Pedrosa Amorim