No Vermelho, Bernardo Joffily:
Alegria de Dilma atesta tamanho do novo campo de petróleo
A importância das reservas de petróleo e gás do campo Tupi, na Bacia de Santos -- as primeiras embaixo da chamada camada de sal da plataforma continental -- pode ser avaliada pela reação da ministra Dilma Rousseff nesta quinta-feira (8). Conhecedora do assunto (já pilotou a pasta das Minas e Energia), a normalmente comedida chefe da Casa Civil foi superlativa ao comentar o anúncio da Petrobras. ''Uma reserva destas transforma o país em exportador de petróleo'', comentou ela.
. Para Dilma, a descoberta significa que o Brasil deixa de ser um produtor médio de petróleo, com auto-suficiência recente. Agora passa para ''o primeiro patamar'' de produtores, comparável, sempre segundo a ministra, com grandes produtores como os países árabes e a Venezuela.
A importância das reservas de petróleo e gás do campo Tupi, na Bacia de Santos -- as primeiras embaixo da chamada camada de sal da plataforma continental -- pode ser avaliada pela reação da ministra Dilma Rousseff nesta quinta-feira (8). Conhecedora do assunto (já pilotou a pasta das Minas e Energia), a normalmente comedida chefe da Casa Civil foi superlativa ao comentar o anúncio da Petrobras. ''Uma reserva destas transforma o país em exportador de petróleo'', comentou ela.
. Para Dilma, a descoberta significa que o Brasil deixa de ser um produtor médio de petróleo, com auto-suficiência recente. Agora passa para ''o primeiro patamar'' de produtores, comparável, sempre segundo a ministra, com grandes produtores como os países árabes e a Venezuela.
. ''Temos que parar para pensar nisso'' - ''A descoberta desse poço vai transformar a indústria. O poço tem pelo menos 40% de todas as reservas já descobertas no país. Temos que ter um prazo para avaliar como vamos tratar essa província. Deixaremos de ser um país médio em relação ao petróleo para nos transformamos em um país de proporção exportadora. Há necessidade para um país parar e pensar a respeito dessa indústria'', disse a ministra.
. O ministro interino das Minas e Energia, Nelson Hubner, que acompanhou Dilma Rousseff na coletiva de imprensa, concordou.''Diante da importância da descoberta dessas riquezas significativas, o cenário do petróleo no país foi alterado'', avaliou ele.
Blocos saem do leilão; ''seria um crime'' - A primeira providência do governo federal, via Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), foi excluir 41 dos 312 blocos da 9ª Rodada de Licitações de Áreas Exploratórias de Petróleo e Gás que a Agência Nacional do Petróleo (ANP) realiza em 27 e 28 de novembro. São as áreas situadas na área da camada de sal. A camada de sal cobre boa parte das águas territoriais brasileiras desde Santa Catarina até o Espírito Santo, tendo cerca de 800 km de comprimento e 200 de largura. Com o campo Tupi podendo ter entre 5 e 8 bilhões de barris, ninguém sabe o quanto podem valer esses blocos, pois há a chance de haver reservas gigantes em toda a extensão da camada.
. Foi preciso retirar os blocos do leilão, ''sob pena de nós cometermos um crime contra os interesses do país'', explicou Dilma, sempre enfática. ''É uma medida de cautela, de interessa nacional'', disse ainda.
. O CNPE, um órgão de assessoramento direto da Presidência da República, reuniu-se em caráter extraordinário nesta quinta-feira, no Rio de Janeiro, a pedido da Petrobras, depois de comprovar as novas reservas. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou. Devido ao imprevisto, Lula foi dos últimos chefes de Estado a chegar em Santiago do Chile nesta tarde, para a Cúpula Ibero-Americana. Mas não deve ter reclamado.
Desafios, dificuldades, custos - A descoberta de petróleo leve na camada de sal abre novas perspectivas exploratórias para as bacias sedimentares do país e poderá levar ao surgimento de uma nova fronteira, avaliou o diretor interino de Exploração e Produção da estatal, José Antônio Figueiredo, para a Gazeta Mercantil. Ele disse que o novo campo deverá produzir petróleo e gás em escala comercial entre 2011 e 2012.
. Figueiredo informou que a Petrobras investiu cerca de US$ 80 milhões no desenvolvimento do poço e deverá perfurar, ainda neste ano, pelo menos mais outro. “Com certeza novos poços serão perfurados, com o objetivo de começarmos a delimitar a área. São poços profundos em termos de reservatório e de lâmina d’água e agora estamos procurando também aprimorar a tecnologia de perfurar através da camada de sal”, disse.
A descoberta, e a futura exploração das mega-reservas envolvem grandes dificuldades tecnológicas. ''Pela primeira vez uma empresa de petróleo consegue ultrapassar a camada de sal e comprovar a existência de uma quantidade significativa de óleo e gás'', disse Figueiredo. As descobertas anteriores circunscreviam-se à área de ''pré-sal'', como no Parque das Baleias, onde a Petrobras já fez descobertas anteriores.
A dificuldade vem da grande profundidade em que se encontra o petróleo, entre 4,5 e 7 mil metros abaixo do nível do mar. Até hoje, a Petrobras produziu petróleo, no máximo, a 2.700 metros de profundidade, mesmo sendo considerada a empresa de ponta em nível mundial, no domínio da extração em águas profundas.
O diretor de Exploração e Produção da estatal petroleira, Guilherme Estrella, explicou na agência Reuters que isso também eleva os custos. ''À medida em que se dobra a profundidade, o custo para se explorar petróleo triplica'', afirmou.
Barril de óleo na beira dos US$ 100
O aumento do preço mundial do petróleo, porém, torna cada vez mais atraente a exploração em águas profundas. Nesta quinta, o barril de petróleo em Nova York chegou a US$ 98,10, recuando depois para US$ 96,37. Todos os analistas aguardam a hora em que a barreira dos US$ 100 será rompida.
. Assim, as notícias do campo Tupi e a valorização-relâmpago das ações da Petrobras salvaram a Bolsa de Valores de São Paulo defechar em queda, num dia de más notícias nos mercados de todo o mundo. O despendamento teve como centro as incertezas da economia dos Estados Unidos. O presidente do Federal Reserve (Fed), banco central norte-americano, Ben Bernanke, confirmou que a economia de seu país ''irá recuar de forma notável durante o quarto trimestre'', reflexo da crise financeiro-imobiliária, mas também da alta do petróleo.
. O ministro interino das Minas e Energia, Nelson Hubner, que acompanhou Dilma Rousseff na coletiva de imprensa, concordou.''Diante da importância da descoberta dessas riquezas significativas, o cenário do petróleo no país foi alterado'', avaliou ele.
Blocos saem do leilão; ''seria um crime'' - A primeira providência do governo federal, via Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), foi excluir 41 dos 312 blocos da 9ª Rodada de Licitações de Áreas Exploratórias de Petróleo e Gás que a Agência Nacional do Petróleo (ANP) realiza em 27 e 28 de novembro. São as áreas situadas na área da camada de sal. A camada de sal cobre boa parte das águas territoriais brasileiras desde Santa Catarina até o Espírito Santo, tendo cerca de 800 km de comprimento e 200 de largura. Com o campo Tupi podendo ter entre 5 e 8 bilhões de barris, ninguém sabe o quanto podem valer esses blocos, pois há a chance de haver reservas gigantes em toda a extensão da camada.
. Foi preciso retirar os blocos do leilão, ''sob pena de nós cometermos um crime contra os interesses do país'', explicou Dilma, sempre enfática. ''É uma medida de cautela, de interessa nacional'', disse ainda.
. O CNPE, um órgão de assessoramento direto da Presidência da República, reuniu-se em caráter extraordinário nesta quinta-feira, no Rio de Janeiro, a pedido da Petrobras, depois de comprovar as novas reservas. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou. Devido ao imprevisto, Lula foi dos últimos chefes de Estado a chegar em Santiago do Chile nesta tarde, para a Cúpula Ibero-Americana. Mas não deve ter reclamado.
Desafios, dificuldades, custos - A descoberta de petróleo leve na camada de sal abre novas perspectivas exploratórias para as bacias sedimentares do país e poderá levar ao surgimento de uma nova fronteira, avaliou o diretor interino de Exploração e Produção da estatal, José Antônio Figueiredo, para a Gazeta Mercantil. Ele disse que o novo campo deverá produzir petróleo e gás em escala comercial entre 2011 e 2012.
. Figueiredo informou que a Petrobras investiu cerca de US$ 80 milhões no desenvolvimento do poço e deverá perfurar, ainda neste ano, pelo menos mais outro. “Com certeza novos poços serão perfurados, com o objetivo de começarmos a delimitar a área. São poços profundos em termos de reservatório e de lâmina d’água e agora estamos procurando também aprimorar a tecnologia de perfurar através da camada de sal”, disse.
A descoberta, e a futura exploração das mega-reservas envolvem grandes dificuldades tecnológicas. ''Pela primeira vez uma empresa de petróleo consegue ultrapassar a camada de sal e comprovar a existência de uma quantidade significativa de óleo e gás'', disse Figueiredo. As descobertas anteriores circunscreviam-se à área de ''pré-sal'', como no Parque das Baleias, onde a Petrobras já fez descobertas anteriores.
A dificuldade vem da grande profundidade em que se encontra o petróleo, entre 4,5 e 7 mil metros abaixo do nível do mar. Até hoje, a Petrobras produziu petróleo, no máximo, a 2.700 metros de profundidade, mesmo sendo considerada a empresa de ponta em nível mundial, no domínio da extração em águas profundas.
O diretor de Exploração e Produção da estatal petroleira, Guilherme Estrella, explicou na agência Reuters que isso também eleva os custos. ''À medida em que se dobra a profundidade, o custo para se explorar petróleo triplica'', afirmou.
Barril de óleo na beira dos US$ 100
O aumento do preço mundial do petróleo, porém, torna cada vez mais atraente a exploração em águas profundas. Nesta quinta, o barril de petróleo em Nova York chegou a US$ 98,10, recuando depois para US$ 96,37. Todos os analistas aguardam a hora em que a barreira dos US$ 100 será rompida.
. Assim, as notícias do campo Tupi e a valorização-relâmpago das ações da Petrobras salvaram a Bolsa de Valores de São Paulo defechar em queda, num dia de más notícias nos mercados de todo o mundo. O despendamento teve como centro as incertezas da economia dos Estados Unidos. O presidente do Federal Reserve (Fed), banco central norte-americano, Ben Bernanke, confirmou que a economia de seu país ''irá recuar de forma notável durante o quarto trimestre'', reflexo da crise financeiro-imobiliária, mas também da alta do petróleo.
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