De eleições e mapas
Luciano Siqueira
Dias atrás um site noticioso ostentava uma curiosa manchete: todos dizem que venceram as eleições. No corpo da notícia o leitor ficava sabendo que “todos” aí significava governo e oposição e também os partidos mais atuantes na cena política.
Ora, se todos venceram, quem perdeu? Calma, amigo, todos também perderam. Depende do ângulo da análise – e do manuseio dos números.
O DEM, por exemplo, que dos grandes partidos foi o que mais perdeu (caiu fora de quase duzentas prefeituras) também seria, a juízo de alguns analistas, o que mais venceu porque abocanhou (manteve) o comando da maior cidade do país.
Já o PMDB, por ter somado o maior número de prefeituras, desfila como o mais vitorioso de todos. Pode até ser, embora os peemedebistas não sejam muito dados a somar suas próprias forças, preferem sempre dispersá-las – e por isso suas conquistas são necessariamente relativas.
Por aí daria para irmos longe. Um calidoscópio eleitoral, reflexo do manuseio dos números e da consideração correta ou duvidosa do peso geopolítico de cada prefeitura conquistada.
Mas é possível, lógico, chegarmos a uma conclusão sobre os resultados do pleito – o chamado mapa político-eleitoral produzido em outubro. Desde que sigamos o conselho do sábio prefeito recém-eleito de Olinda, o deputado Renildo Calheiros (PCdoB): “Bom é analisar depois; melhor ainda quando a poeira abaixa.”
Parece brincadeira, mas é verdade. Há que examinar cuidadosamente quem venceu aonde, examinando com boa lupa legendas (às vezes meramente formais) e grupos locais (sempre reais), que alianças mantêm no plano estadual e assim por diante. E uma vez cotejados os resultados município a município, considerar a importância de cada um na sua respectiva microrregião e a sua influência na cena estadual; e ainda completar a avaliação, óbvio, com o balanço nacional do pleito.
Os resultados de agora têm relevância sobre o evolver imediato da luta política local e nacional e nos permitem projetar hipóteses e tendências no complexo jogo de forças tendo em vista as eleições gerais de 2010.
O balanço nacional o PCdoB fará no próximo fim de semana. Ele nos trará indicativos valiosos para melhor compreender a nova correlação de forças no país e em nossa província e traçamos nossos planos de ação para 2009 e 2010.
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