Parei
de jogar por decisão médica, assim como Agüero, mas continuo sonhando
Argentino teve uma carreira
excepcional e se tornou um centroavante de destaque mundial
Tostão, Folha de S. Paulo
Agüero,
com 33 anos, contratado recentemente pelo Barcelona, parou de jogar
por orientação médica, por causa de uma arritmia cardíaca. Há vários
tipos de arritmias. Cada uma requer uma conduta médica.
No
Mundial sub-20 de 2007, Agüero foi eleito o melhor jogador. Estava presente
também Alexandre Pato, já tratado no Brasil como um fenômeno. Agüero teve uma
carreira excepcional e se tornou um centroavante de destaque mundial.
Já Pato, apenas um bom jogador, com lampejos de craque, sem consistência e sem
regularidade.
Na
época, pensei que Agüero formaria uma dupla magistral com Lionel Messi na
seleção argentina, o que não ocorreu, e que ele se tornaria um Romário, um
Ronaldo. Não chegou a tanto.
Parei
de jogar mais cedo que Agüero, com 26 anos, por decisão médica, por causa de um
descolamento de retina no olho esquerdo. No dia seguinte ao anúncio de que não
jogaria mais, fiz minha inscrição em um cursinho de preparação para o
vestibular de medicina. As provas foram no Mineirão, estádio onde atuei por
muito tempo.
Após
mais 20 anos, período em que fui estudante, médico e professor de medicina,
voltei ao futebol, como comentarista e colunista. Tive a chance de exercer
várias atividades, com prazer, dedicação e responsabilidade. Valeu a pena.
Continuo sonhando. A vida é sonho. O restante são complementos.
De
onde vem o dinheiro para o Corinthians
contratar tantos bons e caros jogadores? Agora, são cinco: Renato
Augusto, Giuliano, Róger Guedes, Willian e Paulinho. O Corinthians passa a ser
uma equipe com chances de competir com Atlético, Palmeiras e Flamengo, pois
possui também outros ótimos jogadores. Falta um excelente centroavante, além de
Jô, que tem condições de recuperar a forma e ser uma boa opção.
Juntos,
Paulinho e Renato Augusto foram destaques do melhor momento da seleção
brasileira com Tite, nas Eliminatórias para a Copa de 2018. No meio-campo,
entre os dois, havia ainda Casemiro, que segue na seleção.
Renato
Augusto e Paulinho se completavam. Renato Augusto é mais criativo, construtor,
pensador e tem um ótimo passe, enquanto Paulinho marca fortemente e aparece na
frente, não para trocar passes, mas para se infiltrar na área e fazer gols. É
um meio-campista artilheiro. Essa característica diminui a necessidade de o
Corinthians ter um centroavante que faça muitos gols.
Será
difícil para Sylvinho escalar Paulinho, Renato Augusto e Giuliano juntos. O
time precisa de um volante centralizado, mais recuado e mais marcador. Prefiro
Cantillo, que não desarma como Gabriel, mas se posiciona bem e tem um excelente
passe, para a frente ou em viradas longas de bola de um lado para o outro. Isso
é raro no futebol brasileiro. Não sei o motivo de não ser elogiado com maior
frequência.
O
São Paulo, para competir com Corinthians, Atlético, Flamengo e Palmeiras, terá
de contratar também vários excelentes jogadores. O elenco foi supervalorizado,
embora haja algumas boas promessas, especialmente o meio-campista Rodrigo
Nestor.
Assim
como Rogério Ceni no São Paulo, Sylvinho vai continuar no Corinthians. Não
poderia ser diferente. Os dois, detalhistas, científicos, têm grandes chances
de se tornar destaques no futebol brasileiro. Para isso, não basta ter
informações e saber comandar um grupo. É necessário ir além, ser capaz de
observar os detalhes, subjetivos e objetivos, e de decidir, por planejamento ou
no momento, coisas que estão acima da rotina.
.
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