17 maio 2007

DESTAQUE DO DIA

Chinaglia pode ter razões que a própria razão desconhece

A reforma política é como uma doença recorrente. Tem semana que ameaça entrar em pauta, depois some para voltar lá adiante. E continua procrastinada. Qual o motivo? Porque é um tema complexo e polêmico, dirão alguns.

Ora, quantas questões complexas e polêmicas tramitaram normalmente e foram votadas na Câmara e no Senado? Afinal, o Congresso é para isso mesmo: legislar, seja sobre algo simples, seja sobre coisas complexas e complicadas. Como não cuida da reforma política, o TSE termina ocupando o espaço vazio e fazendo o que o Parlamento deixa de fazer.

Ontem, o presidente da Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), insinuou que a reforma política poderá ser votada por parte, a partir da semana que vem. Começaria com pontos de consenso e deu como exemplo a fidelidade partidária.

O resultado, se assim acontecer, provavelmente não será bom. Os grandes partidos votarão apenas o que lhes interessa de imediato, correndo-se o risco de desfigurar o sentido democratizante da reforma, que tem, a nosso ver, dois elementos indispensáveis: financiamento público de campanha e voto para cargos parlamentares em lista preordenada.

A não ser que o deputado Chinaglia tenha razões que a própria razão desconheça.

2 comentários:

Anônimo disse...

O que é ruim é que seja um petista que faça o que os partidos conservadores desejam, é uma forma de excluir os partidos de esquerda que ainda são menores.
Rodrigo

Anônimo disse...

Esse deputado Arlindo não é aquele que venceu a eleição pro Aldo Rebelo com a ajuda da banda podre do PMDB? Então não surpreende que ele faça o que os partidos conservadores querem.
Isabel