04 junho 2007

DESTAQUE DO DIA

Os chineses sabem o que querem

A conversa tem que ser franca e direta – recomendam os manuais de instrução sobre a abordagem dos chineses por parte de empresários brasileiros. Ou seja, aquele “jeitinho” a base do jogo de palavras e insinuações, tão comum entre nós, não é bem visto aqui. Os chineses preferem o sim ou o não, ao invés do talvez. Diz-se aqui, eles próprios o dizem, que uma vez conquistada a amizade e a confiança as negociações fluem com certa facilidade.

Não tivemos tempo ainda para colher impressões dos empresários brasileiros que aqui vieram e iniciaram as suas atividades ontem com um seminário aberto pelo governador Eduardo Campos, ao lado de outras autoridades, a que se seguiu uma primeira rodada de negócios. Mas à primeira vista há muito otimismo em nossa delegação.

O fato é que o desejo de harmonia é muito forte na cultura chinesa, tudo é feito para evitar o confronto direto. Isto numa sociedade que acumula cinco mil anos de história palmilhada por inúmeras guerras internas e contra agressores externos que devastaram o país muitas vezes. O chinês tem paciência e perseverança na busca dos seus objetivos – que estão voltados para o êxito do que chamam de fase primária da transição do capitalismo ao socialismo.

Não é sem razão que esperaram 99 anos para retomarem Hong Kong dos ingleses – o que envolveu lances tão ousados quanto hábeis na cena diplomática e política internacional.

De modo que estarão enganados os que à mesa de negócios deixarem de compreender a habilidade e a firmeza de empresários e representantes governamentais dissociadas desse contexto mais amplo.

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