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Prefeitura como indutora do crescimento econômico
Luciano Siqueira
“A cidade do Recife representa um ato criador da vontade humana para servir às necessidades e aos desejos mais imperiosos de uma coletividade: necessidade de um porto para exportar açúcar, desejo de fazer comércio para enriquecer... A natureza construindo os arrecifes ao largo da costa criou o porto natural. O homem levantando nas terras baixas, situadas por trás desses arrecifes, o organismo artificial de suas construções, criou a cidade.” (Josué de Castro: Fatores de localização da cidade do Recife – um ensaio de geografia humana. Rio de Janeiro, Imprensa Nacional, 1948.).
Um dos sentidos dessa bela caracterização da gênese do Recife é uma dupla indicação: a de que a cidade se constrói permanentemente; e que essa construção ocorre através de ciclos que se sucedem ao longo de sua história.
Em seus 471 anos de existência o Recife viveu distintos ciclos, determinados pelo evolver de suas próprias contradições e oportunidades; e pelo modo como se inseriu, a cada conjuntura política e econômica, no contexto regional, nacional e global. Traçando uma linha do tempo desse processo de construção da cidade, verificaremos que há uma relação dialética entre permanências e inovações. Uma das permanências: a sua vocação predominante para o terciário, pólo de comércio e serviços que sempre foi, desde o seu nascedouro como cidade-porto voltada para a exportação de produtos primários e para a importação de manufaturados.
Cidade-porto que sempre trocou com as cidades do mundo mercadorias e idéias.
Tenho insistido aqui, nesse generoso espaço do blog que o editor Jamildo Melo concede aos pré-candidatos a prefeito do Recife, na tese de que a cidade há que construir, na seqüência dos dois exitosos governos comandados por João Paulo (do qual tenho sido, com muita honra, co-protagonista na condição de vice-prefeito leal e atuante), uma nova agenda.
É que sobre a base das consideráveis conquistadas alcançadas nesses quase oito anos, será possível ir mais adiante – em sintonia com o novo tempo de crescimento econômico que Pernambuco inicia. Avançar em vários sentidos. Um deles é acentuar o papel indutor do incremento das atividades econômicas em nosso território, no intuito de bem explorar as novas oportunidades que se apresentam para as cadeias produtivas aqui instaladas, sob o impacto de novas demandas decorrentes dos grandes empreendimentos industriais localizados principalmente no Complexo Portuário de Suape.
Devem compor essa nova agenda, uma política fiscal inteligente e flexível, o estímulo à dinamização de cadeias e arranjos produtivos, a atração de novos empreendimentos, a qualificação e a formação da força de trabalho, a melhoria da infra-estrutura e acesso e meios de transportes, o incentivo à produção de novas tecnologias.
Segmentos dominantes na economia do município, o varejo moderno e a logística, o pólo médico, o turismo e a construção civil têm, diante de si, a perspectiva de expansão, assim como os setores de tecnologia da informação, de consultoria e planejamento. Complementariamente, caberá estabelecer eficiente sinergia da economia popular e dos pequenos empreendimentos com esses setores estratégicos - para que crescimento econômico e satisfação progressiva das necessidades básicas da população possam avançar de maneira articulada.
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