14 outubro 2009

A opinião pessoal de Sérgio Augusto da Silveira

ENFRENTAR EDUARDO? DEUS OS LIVRE!!!
Sérgio Augusto Silveira*
sergioaugusto_s@yahoo.com.br

Como já vínhamos avaliando e tendendo a acreditar – e a prever – com enorme chance de acerto, está já praticamente definido que o senador peemedebista Jarbas Vasconcelos não vai ser o Cristo ou o touro na arena para levar chicotadas e receber uma punhalada fatal no cenário de 2010. O ex-governador, eleito pela antiga aliança de centro-direita anti arraesista na década passada, nunca foi um sujeito metido a herói, assim como nunca foi o “freguês” da hora, o otário de plantão para o sacrifício.

Isso os integrantes da aliança PSB-PT- PCdoB já examinaram, brecharam pelos vãos das paredes adversárias e se sentem com segurança para dizer, pela voz de um de seus membros, o deputado Sérgio Leite, que não vai haver duelo de gigantes no velho oeste da política pernambucana na disputa pelo Governo do Estado. Pois, enfim, o senador Jarbas é um gigante, mas não é besta.

O peemedebista está vendo a impossibilidade de o discurso anti-Eduardo Campos desconstruir a imagem positiva deste, trabalhada com diligência, com o apoio claro de todo dia por parte do hoje popularíssimo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Enfim – não é mesmo, Jarbas? – que tipo de maquinação político-mercadológica, aliás, marketinesca, iria o fabuloso mago Antônio Lavareda colocar em prática para cortar as pernas da farta mesa das esquerdas no Estado?

Com certeza o próprio mago de mil antigas vitórias já examinou o quadro, chegou à sua conclusão e, presumo, deu o recado para o ex-futuro candidato peemedebista a governador. Mais ou menos assim: olha, Jarbas, o quadro mudou muito, eles ficaram poderosos e vocês não têm nenhum nome para reverter essa situação daqui para o próximo semestre. Não entre nessa, pense no Senado.

Enquanto isso, na sala tucana, o senador Sérgio Guerra, que fazia um alarido e depois foi falando fino, agora já aceita essa avaliação que não é só tenebrosa para os arraiais da enferrujada Aliança dos velhos tempos. É também realista, verdadeira, dentro da realidade na política local, aqui, agora. Que bom para essa Aliança entortada e pernambucana se pudesse conviver aqui com o atual governador socialista, tal como convive naquele clima de diálogo e relativo entendimento com a figura do presidente Lula em Brasília (com a licença de Jarbas!...).

Mas, Pernambuco não é Brasília. Aqui se configurou e se concretizou, ao longo do tempo, um perfil político de confrontação. Isso desde o século XIX, reafirmando-se ao longo do século XX. E não se pode desprezar as feições históricas que o comportamento político e ideológico assumiu neste Estado, fruto dos confrontos inúmeros aqui travados. Desculpem, mas passa por aí, também, a linha de entendimento de tudo aquilo que está acontecendo hoje neste Estado, famoso pelas muitas disputas acirradas.
* Jornalista

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