No Vermelho, por Eduardo Bomfim:
A emergência de um povo
O Brasil vive atualmente o surgimento de uma nova fase histórica que se expressa em múltiplas possibilidades estratégicas o que vale dizer para além do cenário conjuntural tanto nos aspectos econômicos quanto nos políticos.
A grosso modo ela representa o contínuo histórico iniciado pela revolução de 1930 a qual entre avanços e recuos, idas e vindas, superação e deficiências, condições internacionais e internas propícias ou adversas, consolidou em definitivo uma etapa da nação brasileira. Todas as batalhas políticas subsequentes às rupturas de 1930 procuraram fazer avançar ou retroceder o que naquela época foi consagrado em termos de relações de poder, conquistas sociais, normas jurídicas e infra-estrutura econômica.
O caráter incompleto dessa revolução, fundamentalmente burguesa, fez com que as velhas elites agrárias que detinham anteriormente o comando geral da República tivessem forças suficientes para tentarem a manutenção das estruturas que lhes sobraram como principal força coadjuvante do processo, e buscarem sempre reaver os antigos privilégios.
As décadas de cinquenta e sessenta foram testemunhas de grandes momentos para o Brasil como o segundo governo Vargas, a era de ouro de Juscelino e a tentativa de reformas de base de Jango. Nessa caminhada histórica, valiosas conquistas foram consagradas e outras oportunidades foram abortadas ou perdidas.
Mas neste início do século 21 as condições econômicas, sociais e políticas, externas e internas, estão favorecendo imensamente a possibilidade do Brasil dar um salto através de um novo projeto nacional de desenvolvimento.
As bases para esse salto estão em seu persistente crescimento econômico que deverá passar de 5,5% em 2010, apesar da crise internacional, em seu crescente parque industrial, na competitividade exportadora da agroindústria, na ausência de dívida externa, no ascendente papel geopolítico internacional.
Mas é preciso consolidar e ampliar o seu poderoso mercado interno através da geração de dezenas de milhões de novos empregos, construir avançadas estruturas de saúde, habitação e educação para os novos cidadãos de uma República que pode se restaurar em crescente justiça social.
Mas o elemento fundamental tem sido o criativo trabalhador brasileiro, exemplo de resistência, sabedoria e altivez digna de uma nação soberana.
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