Rupturas e mediocridades
Por Eduardo Bomfim, no Vermelho http://www.vermelho.org.br/
Em meio às festas de fim de ano deste 2010 que para grande parte do mundo não estão sendo assim tão alvissareiras, as notícias sobre o nosso País são em geral boas, principalmente nas áreas econômica e de inclusão social.
Continuamos crescendo a ritmo surpreendente em meio a uma grave crise financeira internacional que assola as nações mais ricas do mundo como os Estados Unidos e toda a Europa, o que significa dizer que as coisas ficaram de cabeça para baixo no que tange à regra geral.
O que é um fenômeno muito raro na História, esse atual impulso das economias dos principais emergentes em combinação com a agonia, mesmo que temporária, das grandes potências do mundo.
Avança em meio à tempestade geral, Brasil, Índia, Rússia, e estão incluindo agora a Indonésia, sem falar na China, porque ela permanece em forte ascensão desde meados da década de setenta do século passado.
Há uma permanente revolução tecnológica, principalmente na área da comunicação e dos novos instrumentos da cibernética. A Internet transforma-se cada vez mais em um espaço imponderável de novas descobertas para uso e manejo.
Alguém me falou que o secretário da defesa norte-americano sentenciou que os EUA têm quatro prioridades em matéria de segurança: no mar, na terra, no ar e acrescenta nesses últimos tempos, como estratégico, no espaço cibernético.
Ninguém razoavelmente bem informado duvida desse recente elemento como imprescindível ao futuro dos Estados Unidos e das suas ambições hegemônicas no mundo.
Na verdade esse tal espaço cibernético passa a ser vital não só ao império do norte como a qualquer nação que aspire a um desenvolvimento independente e soberano, como é o caso do Brasil.
Os recentes episódios, ainda não bem esclarecidos integralmente, do vazamento das informações diplomáticas norte-americanas através do Wikileaks demonstram que qualquer país pode sofrer um ataque generalizado pelo espaço virtual, que, diga-se de passagem, é dominado em grande parte pelos Estados Unidos.
Por outro lado, em contraste aos incríveis e galopantes saltos tecnológicos que vão produzindo rupturas, não vivemos uma época de igual florescimento civilizacional. Nesse caso o que há é uma profusão de informações, cultura e valores que variam do sofrível ao medíocre.
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