Piorando o que já estava errado
Luciano Siqueira, no Blog da Folha
O período Lula-Dilma inegavelmente promoveu avanços consideráveis no rumo de um Brasil soberano, democrático e socialmente menos injusto.
Reforçou o Estado como indutor do desenvolvimento. Adotou política externa altiva, no sentido da soberania nacional e da integração regional. Fez crescerem as atividades econômicas combinadas com inserção dos mais pobres e redução das desigualdades sociais e regionais. Resgatou a construção da democracia, dando peso específico relevante às relações mutuamente respeitosas com os movimentos sociais e promoveu a interação do governo com segmentos organizadas da sociedade através do sistema de conferências temáticas.
Entretanto, sempre adotou uma política econômica híbrida e contraditória. Manteve o conflito entre medidas de caráter desenvolvimentista com a preservação dos interesses do rentismo, sobretudo através das políticas cambial e de juros excessivos.
Demais, não mobilizou o povo quanto podia, mormente na fase de ascensão da economia e da inserção social.
Nem avançou nas reformas estruturais com sentido democratizante, quando dispunha de maioria parlamentar.
Agora, desde que consumada a derrocada de Dilma através do impeachment e da assunção de Temer e seu bando, o governo persegue um rumo que, a um só tempo, não corrige o que estava errado e destrói o que datava certo.
Tudo em nome da retomada do crescimento e do saneamento das finanças públicas.
Mas os dados dizem o contrário, completado mais de um ano de gestão golpista. O déficit público segue alargado, a economia não cresce e as mazelas sociais se alastram.
E ainda tendo como pano de fundo ameaças, quais uma espada de Dâmocles, advindas de investigações sobre corrupção e do risco da cassação da chapa Dilma-Temer pelo TSE, pondo em dúvida se o presidente usurpador concluirá ou não seu mandato.
De outra parte, para além dos movimentos sociais surgem sinais de reação ampla na sociedade, enquanto do lado da extrema direita, que muito barulho fez nas ruas em favor do golpe, é crescente o sentimento de desmoralização em razão do desempenho do atual presidente e do seu núcleo duro de governo, uma espécie de seleção de contraventores escolhida a dedo. As fracassadas manifestações do último domingo atestam isso.
Os meses que se seguirão trarão muitas novidades, certamente. Especialmente na esfera política, seja qual for o tamanho da defenestração da atual representação parlamentar, em decorrência dos processos de corrupção.
A sociedade ainda se move lentamente, mas deve acelerar o passo.
Forças realmente comprometidas com o povo e com a democracia emergirão como referência tendo em vista o embate nacional de 2018.
É acompanhar para ver.
Luciano Siqueira, no Blog da Folha
O período Lula-Dilma inegavelmente promoveu avanços consideráveis no rumo de um Brasil soberano, democrático e socialmente menos injusto.
Reforçou o Estado como indutor do desenvolvimento. Adotou política externa altiva, no sentido da soberania nacional e da integração regional. Fez crescerem as atividades econômicas combinadas com inserção dos mais pobres e redução das desigualdades sociais e regionais. Resgatou a construção da democracia, dando peso específico relevante às relações mutuamente respeitosas com os movimentos sociais e promoveu a interação do governo com segmentos organizadas da sociedade através do sistema de conferências temáticas.
Entretanto, sempre adotou uma política econômica híbrida e contraditória. Manteve o conflito entre medidas de caráter desenvolvimentista com a preservação dos interesses do rentismo, sobretudo através das políticas cambial e de juros excessivos.
Demais, não mobilizou o povo quanto podia, mormente na fase de ascensão da economia e da inserção social.
Nem avançou nas reformas estruturais com sentido democratizante, quando dispunha de maioria parlamentar.
Agora, desde que consumada a derrocada de Dilma através do impeachment e da assunção de Temer e seu bando, o governo persegue um rumo que, a um só tempo, não corrige o que estava errado e destrói o que datava certo.
Tudo em nome da retomada do crescimento e do saneamento das finanças públicas.
Mas os dados dizem o contrário, completado mais de um ano de gestão golpista. O déficit público segue alargado, a economia não cresce e as mazelas sociais se alastram.
E ainda tendo como pano de fundo ameaças, quais uma espada de Dâmocles, advindas de investigações sobre corrupção e do risco da cassação da chapa Dilma-Temer pelo TSE, pondo em dúvida se o presidente usurpador concluirá ou não seu mandato.
De outra parte, para além dos movimentos sociais surgem sinais de reação ampla na sociedade, enquanto do lado da extrema direita, que muito barulho fez nas ruas em favor do golpe, é crescente o sentimento de desmoralização em razão do desempenho do atual presidente e do seu núcleo duro de governo, uma espécie de seleção de contraventores escolhida a dedo. As fracassadas manifestações do último domingo atestam isso.
Os meses que se seguirão trarão muitas novidades, certamente. Especialmente na esfera política, seja qual for o tamanho da defenestração da atual representação parlamentar, em decorrência dos processos de corrupção.
A sociedade ainda se move lentamente, mas deve acelerar o passo.
Forças realmente comprometidas com o povo e com a democracia emergirão como referência tendo em vista o embate nacional de 2018.
É acompanhar para ver.
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