O PCdoB e sua irrecusável
missão
Luciano Siqueira, no
portal Vermelho, Blog do Renato página do PCdoB
Livre
pensar é só pensar, convidava Millor Fernandes na sua página Pif-Paf,
originariamente publicada na revista O Cruzeiro, destilando sua verve
anarquista e bem humorada.
Em
tempo de crise – e de dispersão política e ideológica -, pensamentos voam,
numa miríade ora fincada na realidade, ora delirante. Mas toda ideia vale a
pena, desde que devidamente apreciada e debatida. Para acolher ou refutar.
Livremente.
Ora,
nos seus quase cem anos de existência e atuação ininterrupta, o PCdoB teve que
encarar com paciência, mas firmeza de princípios e clareza política,
proposições vindas de aliados, ou mesmo nascentes em suas fileiras, no sentido
de aderir a agrupamentos constituídos por outras agremiações, numa espécie de
partido-frente.
Em
parte, esse tipo de especulação se inspira em experiências de outros países.
Como o Uruguai, onde se forma uma frente ampla integrada por alguns partidos,
incluindo o Partido Comunista.
De
outra parte, denota impaciência e falta de perspectiva, numa espécie de ânsia
por ver criado um “fato novo” na cena política, capaz (sic) de “balançar o
coreto” e recuperar a esperança e a disposição de luta.
Porém
o buraco é bem mais embaixo. O desafio da construção de um programa comum em
torno do qual se possa forjar ampla frente social e política dispensa o
borramento das fronteiras entre os partidos do campo democrático e de
esquerda.
Aqueles
constituídos de fato como partidos políticos - para além de meras legendas
eleitorais - expressam interesses de classes e de segmentos de classes. Mesmo
que o espectro partidário brasileiro, historicamente frágil e instável, não o
traduza com nitidez.
O
Partido Comunista do Brasil, de prolongada, complexa e dura trajetória, mas
vitoriosa, encara os ingentes desafios de agora com solidez teórica, descortino
estratégico e sagacidade tática. É a expressão do proletariado revolucionário.
Ainda
um partido organicamente pequeno, tendo em conta a grandiosidade das
responsabilidades que lhe cabem, mas fadado a se fortalecer e a expandir a sua
influência.
Na
busca de reconhecimento por parte da classe que representa e das amplas camadas
populares, há que preservar sua identidade e sua autonomia. E isto em nada o
impede de exercer papel destacado na formação de uma frente ampla.
Essa
combinação entre marca própria e amplitude, firmeza de propósitos e
flexibilidade integra seu lastro teórico e político e se confirma pela prática.
Mas
há quem assim não compreenda - e passe a negar a necessidade de um partido dessa
natureza e se enrede em projetos pessoais ou de curto alcance; e há também quem
imagine que um conglomerado de partidos de distintas posições políticas e
ideológicas, mas empenhado na restauração democrática, poderia dar conta de um
"novo patamar" da luta política no país.
Na
prática, são formas de negação do sentido de classe e da missão histórica do
PCdoB, ainda que com assento em pretensas manobras táticas.
O
velho e renovado Partido Comunista do Brasil comparece hoje à cena política
nacional com programa próprio, conduta tática combativa e ao mesmo tempo
flexível e ousa integrar o concerto multipartidário em busca de soluções para a
crise que o Brasil enfrenta com a pré-candidatura da deputada Manuela d'Ávila.
Ou
seja, pugna por uma unidade ampla, sem entretanto renunciar a posições próprias
e à sua independência orgânica.
Leia mais sobre temas da atualidade: http://migre.me/ kMGFD e acesse o canal ‘Luciano
Siqueira opina’, no
YouTube http://goo.gl/6sWRPX
Nenhum comentário:
Postar um comentário