Economia Mundial enfrenta
crescimento baixo e inflação persistente
Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais
das Nações Unidas aponta crescimento global de apenas 2,3% este ano; previsão
para o Brasil é de aumento de 1% do Produto Interno Bruto; dificuldade de
crédito e financiamento geram estagnação em países em desenvolvimento
ONU News
O
relatório “Situação Econômica e Perspectivas Mundiais”, do primeiro semestre de
2023, aponta que o mundo deve passar por um longo período de baixo crescimento.
A projeção para o Brasil é de que o Produto Interno Bruto, PIB, aumentará
apenas 1% este ano.
Os
dados reunidos pelo Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais, Desa,
apontam uma inflação persistente, aumento das taxas de juros e maiores
incertezas, além do impacto cada vez pior das mudanças climáticas.
Atraso para o desenvolvimento sustentável
A
perspectiva econômica global também representa um desafio para o cumprimento
dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, ODS.
O
subsecretário-geral do Desa, Li Junhua, disse que é necessário ampliar o
financiamento para os países em desenvolvimento, para que eles possam
transformar suas economias e “alcançar um crescimento inclusivo e sustentado de
longo prazo”.
De
acordo com o relatório, a projeção de crescimento da economia mundial é de 2,3%
em 2023 e 2,5% em 2024. Isso representa um pequeno aumento em comparação a
dados levantados anteriormente pelo Desa. Nas duas décadas anteriores à
pandemia, a média de alta na atividade econômica foi de 3,1%.
Em
2023, a previsão de crescimento para os Estados Unidos é de 1,1%, para a Europa
de 0,9% e para a China 5,3%.
Abaixo da meta
Para
muitas nações em desenvolvimento, as perspectivas de crescimento se
deterioraram em meio ao aperto das condições de crédito e ao aumento
dos custos do financiamento externo.
Na
África, na América Latina e no Caribe, o PIB per capita deverá aumentar apenas
marginalmente este ano, reforçando uma tendência de longo prazo
de estagnação do desempenho econômico.
Prevê-se
que os países menos desenvolvidos cresçam 4,1% em 2023 e 5,2% em 2024, muito
abaixo da meta de crescimento de 7% estabelecida na Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável .
O
comércio global continua sob pressão devido a tensões geopolíticas,
enfraquecimento da demanda global e políticas monetárias e fiscais mais
rígidas. Prevê-se que o volume do comércio global de bens e serviços
cresça 2,3% em 2023, bem abaixo da tendência pré-pandêmica.
Ciclo vicioso
A
inflação permaneceu persistentemente alta em muitos países, mesmo quando os
preços internacionais de alimentos e energia caíram no ano passado. A
inflação global média esperada em 2023 é de 5,2%, abaixo da alta de 7,5%
em 2022.
Embora
as pressões de alta dos preços estejam diminuindo, a inflação em muitos países
permanecerá bem acima das metas dos bancos centrais.
Em
particular, a inflação doméstica de alimentos ainda é elevada na maioria dos
países em desenvolvimento. As causas são interrupções no abastecimento local,
altos custos de importação e imperfeições do mercado. As mais afetadas são as
pessoas mais pobres, especialmente mulheres e crianças.
Segundo
o levantamento, os desafios políticos atuais exigem uma “cooperação
política transfronteiriça mais forte” e ações globais concertadas. O
objetivo é evitar que muitas economias em desenvolvimento fiquem presas em um
ciclo vicioso de baixo crescimento e alto endividamento.
A vida é e sempre será arriscosa https://bit.ly/3Ye45TD
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