17 julho 2024

França: e agora?

Esquerda francesa enfrenta impasse na escolha de candidato a primeiro-ministro
Indecisão pode beneficiar coligação do presidente Macron, que tem sinalizado para uma frente sem a França Insubmissa, de Mélenchon. Eliseu aceitou demissão do primeiro-ministro.
Lucas Toth/Vermelho    

A Nova Frente Popular (NFP, na sigla em francês) está encontrando dificuldades para decidir o nome do candidato do bloco ao cargo de primeiro-ministro na França. A aliança de esquerda conquistou o maior número de assentos nas eleições parlamentares, mas sem maioria absoluta.

A NFP havia anunciado que apresentaria um nome até esta sexta (19), mas voltou atrás, admitindo o impasse que mantém o país em um limbo político.”Prefiro não estabelecer um prazo”, disse Manuel Bompard, coordenador do partido A França Insubmissa (LFI, em francês), ao canal TF1, observando que “talvez seja necessário mais tempo”.

“Não é porque a questão do primeiro-ministro ainda não foi decidida que não houve progresso”, disse a líder dos Verdes, Marine Tondelier. “É normal que leve um pouco de tempo”.

Os maiores atritos ocorrem entre a LFI, o principal partido da aliança, e os socialistas, depois que essa coalizão heterogênea se uniu para enfrentar a extrema direita no segundo turno das eleições legislativas.

A poucos dias do início da nova legislatura, o entorno do presidente Emmanuel Macron tem trabalhado para formar uma maioria alternativa, e um acordo com a direita poderia permitir que seu bloco supere a NFP em número de cadeiras.

Nesta terça (16), Macron aceitou a renúncia do primeiro-ministro Gabriel Attal, mas pediu para que seu colega de partido permaneça no cargo até que um novo governo seja formado, segundo comunicado do Palácio do Eliseu.

A nota diz que, para que um novo governo seja formado o quanto antes, “é dever das forças republicanas trabalhar juntas para construir uma união em torno de projetos e ações a serviço dos franceses e da França”.

Segundo a agência AFP, durante uma reunião do Conselho de Ministros, Macron deu a entender que o governo interino pode “durar algum tempo”, provavelmente até o final dos Jogos Olímpicos de Paris, que começam em 26 de julho e terminam em 11 de agosto.

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