O papel da mídia neste processo foi dos mais repugnantes da nossa história. Até um jornalista independente, o Luis Nassif, escreveu que “houve uma verdadeira competição na mídia para ver que derrubava primeiro o presidente Lula”. Ela transformou acusações e supostos indícios de corrupção em provas de culpa, numa autêntica aberração jurídica. Ela relegou um crime, o dossiê das sanguessugas, e centrou sua cobertura na condenação dos que tentaram comprar o tal dossiê. Na reta final, a mídia cometeu outro crime escancarado. Escondeu o vazamento ilegal das fotos, disse que foram roubadas. Nem sequer publicou a declaração deste delegado, que confessou que o vazamento visava “ferrar” o governo Lula. A mídia mentiu, omitiu, manipulou e teve uma atitude criminosa, que merecerá intensa apuração e responsabilização no futuro.
Apesar de todo este complô da oposição e da mídia, o presidente Lula quase conseguiu a maioria dos votos. Isto é que deve ser destacado no momento. Esse é o nosso patrimônio, o nosso capital, para a batalha do segundo turno. É preciso deixar explícito que a direita neoliberal evitou fazer o debate programático, evitou as comparações entre o governo Lula e o de FHC. Até na questão da corrupção, é preciso explicar que nunca houve tanta apuração de atos ilícitos como no governo Lula. Enquanto FHC escondeu as maracutaias das privatizações, da compra de votos para sua reeleição, do Proer para os banqueiros, o governo Lula acionou vários órgãos, como a Polícia Federal, para fazer a maior operação de combate à corrupção. Por isso, Lula teve grande votação.
Se a direita neoliberal e a sua mídia já atuaram desta forma para viabilizar o segundo turno, imagine o que ela fará nos próximas 30 dias. Eles vão radicalizar ainda mais esse processo de desqualificação e desgaste do governo Lula. Vão usar todos os mecanismos, legais e ilegais, para impedir a vitória do nosso campo. A disputa neste período será das mais sujas e encarniçadas. A mídia fará de tudo para envenenar a população; a oposição fará de tudo para criar um clima de terror golpista. Até um jornal um pouco mais ponderado, como o Valor, dois dias antes do pleito, apresentou em matéria de capa a revista The Economist afirmando “o presidente Lula perdeu o brilho”.
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