18 outubro 2006

A vírgula

No Blog do Mino:

A Sibila de Cuma, procurada por soldados de partida para a guerra que a interrogavam sobre seu destino, respondia: Ibis, redibis, non morieris in bello. Você irá, voltará, não morrerá na guerra. Nem todos voltavam, e a quem redarguisse por causa da profecia errada, a Sibila prontamente esclarecia: tudo por causa de uma vírgula, eu disse: “ibis, redibis non, morieris in bello”. Falo de um passado remoto. Eis, porém, que descubro, não sem um misto de perplexidade e espanto: a Sibila de Cuma reencarnou em Fernando Henrique, o qual disse primeiro “eu não sou contrário à privatização da Petrobrás” e, depois de provocar uma epidemia de gastrite nas hostes da campanha de Geraldo Alckmin, apressou-se a esclarecer ter dito “eu não, sou contrário à privatização da Petrobrás”. Sempre sibilina, a vírgula, de maga cumana e do seu cavalo, o príncipe dos sociólogos.

Nenhum comentário: