03 maio 2007

Bom dia, Carlos Pena Filho

A solidão e sua porta
a Francisco Brennand

Quando mais nada resistir que valha
a pena de viver e a dor de amar
e quando nada mais interessar,
(nem o torpor do sono que se espalha).

Quando, pelo desuso da navalha
a barba livremente caminhar
e até Deus em silêncio se afastar
deixando-te sozinho na batalha

a arquitetar na sombra a despedida
do mundo que te foi contraditório,
lembra-te que afinal te resta a vida

com tudo que é insolvente e provisório
e de que ainda tens uma saída:
entrar no acaso e amar o transitório.

Um comentário:

Anônimo disse...

Luciano: Parabéns po ter escolhido esse belíssimo poema de Carlos Pena Filho, que a mim diz muita coisa, fala ao meu coração e me faz pensar em minha própria vida.
Ana Lúcia