No Diário de Pernambuco, por Aline Moura:
. João da Costal João da Costa Bezerra Filho (PT) - tinha seis anos quando seu pai (João da Costa Bezerra) era vereador de Angelim, no Agreste de Pernambuco, pela antiga Arena. Filho de classe média, ele precisou trabalhar na mercearia do pai dos 8 aos 17 anos. Só então, veio para o Recife tentar concluir os estudos e fazer vestibular de Administração. A mudança de ambiente, entretanto, marcou sua vida. Embora tivesse o mesmo nome do pai, a ideologia os colocou em campos políticos opostos.
l Depois de vir para a capital e militar no movimento estudantil, João da Costa ingressou no PT, no início dos anos 80, quando o partido ainda era tratado como xiita. Longe de ser um dos caciques do PT, aos 46 anos, João da Costa também é um dos fundadores do partido. Naquela época, ele conheceu o então líder sindical João Paulo, hoje prefeito reeleito.
l Em 1988, quando João Paulo se elegeu como primeiro vereador do PT, João da Costa foi escalado pelo partido para assessorá-lo. De lá para cá, são 21 anos de convivência e de confiança. Como assessor de João Paulo, ele esteve à frente de todas as suas campanhas e o viu se eleger deputado estadual em 1992, 1994 e 1998. Os dois têm estilos políticos diferentes, mas pensam o mundo de forma semelhante. Tanto que João Paulo entregou a ele o desafio de comandar o Orçamento Participativo e os grandes projetos da prefeitura.
. Luciano Siqueira (PCdoB) - Uma viagem ao tempo pode retratar a formação do perfil político do vice-prefeito. Visto pelos aliados como um político fiel e carismático, o vice-prefeito tem uma biografia difícil de ser resumida, aos 60 anos de idade. Ele conheceu a face mais dura da ditadura militar e a radicalização dos anos de chumbo mostrou a Luciano o caminho da conciliação. Filho de classe média, natural do Rio Grande do Norte, ele veio para o Recife em 1960, já engajado no movimento estudantil.
l Luciano foi forçado a abandonar o curso de Medicina da UFPE, em 1969, por conta da perseguição política. Militante do PCdoB na época em que os comunistas eram tratados como "bichos-papão", ele sobreviveu como vendedor ambulante no interior do Nordeste de 1970 a 1974, ao lado da mulher, sua única companheira até hoje: Luci.
l Em abril de 1974, veio outra provação. Luciano ficou sob tortura durante um mês e 28 dias e depois foi levado para o presídio de Itamaracá. Mas ele não deixou a violência política mudar a direção dos seus projetos. Depois de retomar o curso de Medicina, por volta de 1975, Luciano seguiu em frente e elegeu-se deputado estadual pelo PMDB em 1982. Em 2000, sua trajetória no PCdoB levou seu nome a ser vice na chapa do prefeito João Paulo (PT). O petista não abriu mão da mesma dobradinha em 2004 e repetiu a dose ao lado de Luciano.
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