04 agosto 2007

Veneno e Antídoto

No Vermelho, por Eduardo Bomfim

Mais uma vez, parte considerável da grande mídia que domina o espaço das comunicações no Brasil volta ao ataque contra o governo federal, sem fazer qualquer tipo de distinção entre os aspectos positivos e aqueles que merecem a correção, a crítica, ponderada ou contundente, por parte da imprensa em suas diversas formas.

Sintomaticamente, esta tem sido a postura de setores da oposição no Congresso Nacional ou em outros estamentos vinculados ao capital financeiro. É uma posição que caracteriza o espírito do sectarismo e a intolerância. Não sendo uma situação conjuntural mas permanente, temos a consolidação de um clima que poderá situar-se no contexto de uma tentativa de desestabilização do regime republicano e democrático.

Certos noticiários nacionais, principalmente através da televisão, jornais e revistas semanais, parecem ser mais que gotas de veneno, são verdadeiros copos de malignidade concentrada. Nesses últimos cinqüenta e três anos da vida pública brasileira, ponderáveis segmentos conservadores do país não tiveram outra linha política.

A parcialidade, a deturpação dos fatos, a ideologização sem pudor da informação, revela-nos uma mídia que procura envolver a população e conduzi-la a novas marchas sem Deus e pelo autoritarismo, revivendo episódios recentes da História do Brasil.

Sabemos que as ditaduras após certo tempo são cegas e antropofágicas, devorando seus próprios líderes e defensores de todas as espécies, além de extremamente corruptoras, porque não há mais oposição nem liberdade de imprensa.

O antídoto eficaz contra o arbítrio continua sendo a construção de um projeto nacional que promova a soberania em nossas finanças, a fidelidade para com o regime democrático.

Um governo determinado que impulsione o desenvolvimento nacional, corrija erros administrativos com energia, promova uma sólida aliança entre as forcas nacionais, assegure espaços na sociedade para que as camadas populares e médias tornem-se agentes ativos na construção de uma nação mais justa, reduzindo as desigualdades sociais.

Reconhecer os limites da atual realidade, avançar assegurando instrumentos de transformação à sociedade, assentando as condições de um Estado eficaz, sintonizado com uma economia de mercado voltada para a produção de bens, identificada com os novos caminhos do país.

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