Sobre o meu artigo Partido: idéias, gestos, atitudes, comentário recebido por e-mail:
Não há dúvidas em que o exercício da boa política, como instrumento de ação comprometida com o bem comum e em favor, principalmente, das parcelas da sociedade menos favorecidas, contraria a muitos interesses. Aqueles que pretendem usar o poder em benefício próprio identificam no processo democrático o seu maior inimigo. Este é um ponto de consenso. Não podemos, no entanto, meu caro Luciano, deixar de afirmar com bastante ênfase que o processo democrático apóia-se principalmente na informação. Todos têm o direito de saber com fidedignidade o que está acontecendo em tudo o que diga respeito ao interesse público. São dois conceitos, portanto: a informação adequadamente veiculada e a transparência em sua transmissão. A boa informação é um patrimônio a ser preservado para o bem da sociedade. A vigilância na sua fidedignidade e transparência é um dever de todos aqueles que assim a entendem como essencial e necessária para o bem estar de todos, para evitar que se repitam os casos de mau uso já vivenciados na História.
Como você declarou “Separar o joio do trigo é um imperativo da verdade”. Precisamos sim, Luciano, agir no sentido de informar o que de fato está acontecendo, denunciando processos que possam estar a prejudicar o jogo democrático. Vamos esclarecer erros, apontar exageros e atitudes inconsequentes da mídia. O que não podemos Luciano, por saber que outros interesses existem contrários à prevalência da democracia, é desestimular a transparência do processo informativo. A História recente brasileira também está cheia de situações em que o Poder se prevaleceu do torniquete à imprensa para fazer o que bem entendeu, em prejuízo de nosso povo (remember o golpe de 1964).
Precisamos, da mesma forma, “separar o joio do trigo” e saber que existem também profissionais de imprensa sérios a quem a democracia brasileira muito deve. O que precisamos evitar a todo custo, Luciano, é entrar no jogo corporativo que interessa ao stablishement tanto de más empresas jornalísticas como de líderes políticos que desejam a manutenção do status quo. Umas e outros precisam ser denunciados sim, Luciano, sempre que defendam práticas espúrias. O que precisamos é fazer isso sempre, e sempre de forma responsável. Não se pode calar!
Sucesso ao 12º Congresso do PCdoB, e que da pauta dele conste, além da riqueza de conteúdo referida em sua mensagem, uma análise mais aprofundada sobre o aperfeiçoamento da prática política nas casas legislativas e no processo de construção das leis deste País.
O que todos precisam entender é que o povo está saindo de um processo mais ou menos letárgico e participando mais das coisas de seu interesse, ao perceberem que a representatividade muitas vezes se apresenta mais comprometida com o interesse pessoal e de sua perpetuação no poder do que no verdadeiro interesse da sociedade. Não basta ser legal, é preciso ser ético. Como você, Luciano. (Cláudio Couceiro d Amorim).
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