08 março 2010

Bom dia, Olga Savary

Picasso

Magma

Quando abro o corpo à loucura, à correnteza,
reconheço o mar em teu alto búzio
vindo a galope, enquanto cavalgas lento
meu corredor de águas.

A boca perdendo a vida sem tua seiva,
os dedos perdendo tempo enquanto
para o amado a amada se abre em flor e fruto
(não vês que esta mulher te faz mais belo?).

A vida no corpo alegre de existir,
fiquei à espreita dos grandes cataclismos:
daí beber na festa do teu corpo
que me galga esse castelo de águas.

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