QUERO NÃO: queremos muito mais
Jomard Muniz de Britto, jmb
Outros carnavais do eternamente hoje.
Melancolia dos blocos líricos na AURORA
das fantasias sem perdidos fantasmas.
Alegorias com e sem o peso insustentável
da nostalgia, coisa de cinema e filmologias
pós-modernas de sempre.
QUERO NÃO rimar cachaça com solidão e
ou gozar com sofreguidão e apagões.
Gentileza gera gentileza pela voz do anônimo
profeta de nossa cotidiana crueldade.
Traição contamina politicidades.
Do efêmero ao instantâneo da estética
prapular no LAMBE LAMBE das torcidas.
Sequestraram Juracy, Rainha do Real, na
Praça Maciel Pinheiro sem autorização
do seu biógrafo Felix Farfan.
Coisa de Jornal, em primeira página,
a serviço da limpeza do Reciferido.
QUERO NÃO organizar o carná do PODER.
INTERPOÉTICA PARA TODOS.
Encontrar no NADA um jeito de amenizar
o egocentrismo que mansinho nos sufoca
com a melhor estridência.
Interpenetração de folias do RECIFEDE aos
camarotes perfumados pela indústria
etílico-hoteleira-turística. Economias criativas.
Tudo com peritas licitações lunáticas.
Carnavais da teatralidade por todas as frentes,
costas, estratégias de animação cultural.
Exus sublimados. Eixos despedaçados.
Se ninguém brinca livre da AL QUAEDA
como escaparíamos do império dos
Maribondos de Fogo? Salve-nos a ONU!
QUERO NÃO outras depressões.
Queremos carnavalizar a luminosidade
sem medo de ser feliz ao redor do mundo.
Recife, fevereiro/março, 2011.
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