Luciano Siqueira
Publicado no portal Vermelho e no Blog de Jamildo (Jornal do Commercio Online)
Em todos os 5.565 municípios brasileiros, das capitais e grandes cidades aos de menor dimensão, entram em cena as tratativas que antecedem as convenções partidárias, previstas para junho, tendo em vista o pleito de outubro. Respeitando-se a imensa diversidade que marca as realidades locais, reflexo do desenho socioeconômico e geopolítico deste imenso e multifacético País, cumpre buscar, em cada lugar, no nível possível, a construção de alianças consistentes, politicamente definidas.
Daí decorre uma pauta irrecusável: 1) plataforma programática; 2) modelo de relacionamento entre o futuro governante e as forças partidárias e sociais que deem sustentação ao governo; 3) composição da chapa majoritária; 4) formato da disputa comum pela Câmara Municipal.
A plataforma programática dará conteúdo à coligação, desenhará o discurso de campanha e os compromissos assumidos perante a população.
O modo de relacionamento entre o governante e seus partido com os demais partidos coligados e segmentos organizados da sociedade – que se deseja possibilite que todos se vejam partícipes do projeto político-administrativo comum -, aponta para as condições de governabilidade.
A composição da chapa majoritária – prefeito e vice-prefeito – tem peso específico na conformação de um equilíbrio entre as forças coligadas, atento à real correlação de forças no seio da coligação; além de contribuir, em certa medida, para as condições de competividade.
O formato da disputa proporcional, ou seja, por cadeiras na Câmara Municipal, considera as variadas motivações dos componentes da frente estabelecida. Sobretudo em frentes amplas e diversificadas – caso do Recife, por e4emplo, onde a Frente Popular deve reunir em torno de quinze agremiações partidárias -, há quem prefira disputar com chapa própria, há que pretenda firmar coligação. Em geral é uma obra de engenharia política da qual resulta a capacidade de capilarização da campanha majoritária, através de candidaturas a vereador enraizadas no seio da população.
Posta assim de modo esquemático, pode parecer uma pauta simples. Nem tanto. Exige tempo político hábil, serenidade, bom senso e espirito público – e em especial competência do candidato ou candidata à chefia do Executivo municipal para agregar e unir, considerando naturais discrepâncias e conflitos de interesse.
Quem tem tempo não tem pressa, assegura o jargão político. Depende. A mensuração do tempo político varia de situação a situação e quanto mais amplas a coligação partidária e mais complexo o cenário inicial da disputa, maior o cuidado para não atropelar os entendimentos, nem gerar dissensões que possam comprometer, adiante, as possibilidades de vitória.
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