PCdoB defende construção de
frente ampla e democrática
Portal Vermelho
Nos últimos dois dias os membros do Comitê Central do Partido Comunista
do Brasil (PCdoB) estiveram reunidos em São Paulo para debater a conjuntura
politica e as ações futuras da sigla. Entre as principais resoluções estão a
construção de uma frente ampla capaz de unir a esquerda e a busca por
protagonismo político que poderá resultar em uma candidatura própria em 2018 à
presidência da República.
Como resultado desta reunião, o partido apresentou neste domingo (4) uma
resolução política onde reafirma a defesa da construção de uma frente ampla e
democrática capaz de unir forças da esquerda e dos movimentos sociais a fim de
impedir a perda de direitos sociais e retomar o desenvolvimento econômico do
país.
Além disso, o partido anuncia que “buscará protagonismo na sucessão de
2018, examinando a possibilidade de lançamento de candidatura própria a
presidente da República. Além de candidaturas, alianças, construção de bases
políticas e sociais”.
Leia a resolução política na íntegra:
Governo Temer se desmoraliza, hora de fortalecer a unidade para
restaurar a democracia
O golpe parlamentar
empurrou o Brasil para um grande impasse. Em vez de algum indício da
“pacificação” da nação e da superação da crise econômica e política prometidas
pelos chefetes da ruptura democrática, o país segue conflagrado, regido pela
instabilidade, exposto à corrosão de uma crise que se amplia e se agrava,
adquirindo contornos de uma crise institucional.
Reacionário, o
governo está inteiramente direcionado a implantar uma nova ordem conservadora
neoliberal que visa a sepultar o pacto social da Constituição de 1988,
eliminando conquistas sociais históricas e bloqueando o desenvolvimento
soberano do país.
Ao cabo de escassos
seis meses, o que se vê é um governo decrépito, incapaz de reconduzir o Brasil
à normalidade política e à retomada do crescimento. Sem apoio do povo, é cada
vez mais refém do consórcio financeiro, político, jurídico e midiático que
comandou o golpe.
A principal causa da
situação caótica que domina o país é o próprio governo Temer que passa por
crescente desmoralização, uma vez que a recessão e o desemprego crescem e os
escândalos proliferam. O último, o infame caso do ex-ministro Geddel Vieira
Lima, envolve o próprio presidente em crime de responsabilidade. Isso se soma
ao cheque de R$ 1 milhão de reais da construtora Andrade Gutierrez, nominal a
Michel Temer em 2014, com versões contraditórias do ex-presidente da empresa,
ora afirmando se tratar de propina, ora negando.
Esse consórcio, que
passa por diferenciações e conflitos, embora sustente o governo e sinalize mais
engajamento – como recentemente fez o PSDB –, possui um plano alternativo caso
a situação siga a se deteriorar. Temer seria afastado e substituído por um
outro por intermédio de votação indireta. Mas essa alternativa é temerária para
eles, o que agudiza o impasse. Por sua vez, explicita-se o conluio da grande
mídia e setores do Ministério Público e do Judiciário, que ante um Executivo
fraco e o Poder Legislativo sob ataque desencadeia incisiva disputa por mais
influência na estrutura de poder do Estado.
Em razão desse
quadro desastroso, aumenta a indignação no seio do povo, sendo possível que
cresçam as mobilizações embandeiradas pelo Fora,Temer, em defesa da democracia,
pela defesa dos direitos, pelo resgate da soberania popular.
Brasil subordina-se
integralmente à lógica global do rentismo
Este cenário
nacional é impactado por uma realidade internacional marcada pela crise mundial
do capitalismo que já avança pelo oitavo ano sem fim à vista. Embora tenha sido
a detonadora da crise, a lógica financeira, rentista, segue no comando da
maioria dos Estados nacionais do centro capitalista. Pelo mundo afora, governos
e parlamentos títeres do rentismo exacerbam a chamada austeridade fiscal para
assegurar os ganhos fabulosos dos conglomerados financeiros. Essa austeridade e
a lógica
financeira travam o crescimento da economia mundial, elevam o
desemprego, reduzem salários e cortam direitos.
No Brasil, o golpe
parlamentar foi consumado para promover o atrelamento total e sem amarras do
país a essa dinâmica dominante do capitalismo mundial.
Ressalta-se, ainda, no quadro internacional, uma soma de acontecimentos indicativos de que se avoluma uma onda política reacionária, retrógrada. A eleição de Donald Trump nos Estados Unidos da América é um exemplo marcante disso. Esse fator só faz aumentar as tensões e a instabilidade no sistema de poder mundial, bem como riscos de mais guerras e conflitos.
Ressalta-se, ainda, no quadro internacional, uma soma de acontecimentos indicativos de que se avoluma uma onda política reacionária, retrógrada. A eleição de Donald Trump nos Estados Unidos da América é um exemplo marcante disso. Esse fator só faz aumentar as tensões e a instabilidade no sistema de poder mundial, bem como riscos de mais guerras e conflitos.
Contrarreformas
neoliberais
O consórcio
conservador emite ultimatos ao presidente ilegítimo para que concretize
aceleradamente o programa do golpe.
Assim, o governo
Temer, apoiado por ampla maioria no Congresso Nacional e pela grande mídia,
está prestes a concluir a aprovação da PEC-241 (atual PEC 55), do teto do gasto
público. Essa emenda constitucional, por um lado, congela os recursos públicos
destinados à Saúde e à Educação, ameaça a política de aumento real do
salário-mínimo e, por outro lado, assegura, para a tranquilidade do rentismo,
cerca de 45% do Orçamento Federal para o pagamento de juros. Ao mesmo tempo, o
governo Temer adotou uma política externa de subserviência às grandes potências
e de negação ao processo de integração latino-americano. Também aprovou
modificações no regime de partilha que abrem caminho para a entrega da riqueza
do pré-sal às empresas multinacionais, debilitou a Petrobras com a venda de
ativos. Os golpistas ainda impuseram por medida provisória uma retrógrada
reforma do ensino médio.
No balaio das contrarreformas neoliberais, Temer está prestes a encaminhar ao Congresso mudanças na Previdência Social com o objetivo de cortar e mitigar direitos dos aposentados e daqueles que irão se aposentar. Entre outras medidas, pretende aumentar a idade mínima para aposentadoria, acabar com a vinculação ao aumento do salário-mínimo e dificultar a obtenção de benefícios. Também já está em pauta o ataque aos direitos trabalhistas assegurados pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que podem ser eliminados ou restringidos. Há retrocessos também na política e nos programas de reforma agrária, entre eles a exclusão dos movimentos sociais. Contra essa ameaça de cortes de direitos, cresce a luta social. Para tentar contê-la, o governo aumenta a repressão e criminaliza os movimentos sociais de uma maneira geral.
No balaio das contrarreformas neoliberais, Temer está prestes a encaminhar ao Congresso mudanças na Previdência Social com o objetivo de cortar e mitigar direitos dos aposentados e daqueles que irão se aposentar. Entre outras medidas, pretende aumentar a idade mínima para aposentadoria, acabar com a vinculação ao aumento do salário-mínimo e dificultar a obtenção de benefícios. Também já está em pauta o ataque aos direitos trabalhistas assegurados pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que podem ser eliminados ou restringidos. Há retrocessos também na política e nos programas de reforma agrária, entre eles a exclusão dos movimentos sociais. Contra essa ameaça de cortes de direitos, cresce a luta social. Para tentar contê-la, o governo aumenta a repressão e criminaliza os movimentos sociais de uma maneira geral.
A Lava Jato, Estado
de exceção, conflito entre poderes
O PCdoB sempre
sustentou que o combate à corrupção deve se realizar com os eficazes
instrumentos do Estado Democrático de Direito. Por isso, partilha da opinião de
um elenco de entidades e personalidades jurídicas e progressistas de que a
Operação Lava Jato a pretexto de combater a corrupção não pode afrontar o
Estado Democrático de Direito e nem desrespeitar os direitos e garantias
individuais.
Cálculos de
consultorias do próprio mercado apontam que, com a paralisação de obras e
instabilidade jurídica criada, somente em 2015, esse processo provocou
prejuízos econômicos da ordem de R$142, 6 bilhões, equivalentes a uma retração
do PIB de 2,5%, além de agravar a desnacionalização da economia.
A dita Operação, que
segue instrumentalizada politicamente, realiza implacável e arbitrária “caçada”
contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que altivamente se defende e
denuncia a arbitrariedade de que é vítima. Agora também atinge setores do PMDB
enquanto os tucanos são, no fundamental, poupados já que as investigações
contra eles não avançam.
Aproveitando-se da
extraordinária força momentânea, grupo de juízes e membros do Ministério
Público tentaram, pelo chamado Pacote Anticorrupção, exorbitar em prerrogativas
de força e poder, subtraindo direitos de toda a sociedade, e se opõem à
existência de leis que os coíba, por abuso de autoridade. Entre esses direitos
agredidos – o referido “pacote” restringia o pedido de habeas corpus –,
estipulava a admissão de provas ilícitas e, ampliava as possibilidades de
prisão preventiva, além de tentar instituir expedientes discricionários, como
testes de integridade dos funcionários público e o “reportante” remunerado. A
Câmara dos Deputados, numa decisão correta e com o apoio da bancada do PCdoB,
rejeitou artigos que atentavam contra o Estado Democrático de Direito e manteve
o combate a corrupção.
Suas ações, somadas
ao desarranjo institucional provocado pelo golpe, têm provocado conflitos entre
os Poderes, como foi o caso da incursão ilegal de agentes da Polícia Federal no
Senado por ordem de um juiz de 1ª instância.
Em vez da
recuperação prometida, mais recessão
A propaganda
pró-impeachment prometeu que o governo Temer rapidamente encaminharia o país à
retomada do crescimento da economia. Mas, depois de seis meses, constata-se a
falácia desta promessa. As estimativas apontam em sentido contrário. A recessão
persiste, chegará a mais de 3% em 2016, e o “crescimento” em 2017 deverá ser
menor do que 1%, ou seja, a economia ficará estagnada. A maioria dos estados e
munícipios está estrangulada financeiramente, e muitos falidos, como é o caso
de Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.
A taxa de desemprego
da População Economicamente Ativa (PEA) cresceu e já atinge 11, 8%. e a renda
dos trabalhadores e das famílias diminuiu. A produção industrial deverá cair
mais de 6% em 2016, enquanto os investimentos, também, seguem em declínio, com
queda de 3,1% no terceiro trimestre em relação ao anterior. Agropecuária e
Serviços também embicaram para baixo. Ao mesmo tempo, a taxa básica de juros permanece
entre as maiores do mundo, freando o consumo e os investimentos, e elevando a
dívida pública.
Polo democrático vai
se refazendo da derrota e prossegue resistência
O polo da
resistência democrática, apesar de sofrer os impactos da grande derrota de 31
de agosto, progressivamente busca se recompor, aglutinar forças, enfrentar e
combater a agenda ultraliberal do governo.
Uma minoria
combativa de parlamentares da oposição está de pé na Câmara dos Deputados e no
Senado; os estudantes, com papel destacado da União Nacional dos Estudantes
(UNE) e da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), ocupam escolas
e universidades, enfrentam o arbítrio jurídico e a violência policial, dão
visibilidade à resistência; os docentes de dezenas de universidades federais
entraram em greve; juristas, advogados, personalidades progressistas protestam
contra o “Estado de exceção” que avança sobre o Estado Democrático de Direito;
centrais sindicais, como a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Central
dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), se articulam e se empenham
para retomar a mobilização dos trabalhadores; a Frente Brasil Popular e a
Frente Povo Sem Medo persistem na indispensável presença do povo nas ruas.
Desempenho do PCdoB
na resistência democrática
O PCdoB em 2016
destacou-se na luta pela democracia e pelo desenvolvimento nacional, e contra o
golpismo, em todas as frentes de atuação política: nas mobilizações de massa,
na ação parlamentar e governamental, e na luta de ideias. Expandiu em mais de
22 mil o seu número de filiados, somando atualmente quase 400 mil. Contudo, tem
pela frente enorme trabalho para avançar no planejamento de sua construção e de
suas atividades, no fortalecimento das suas organizações, no enraizamento entre
os trabalhadores e trabalhadoras, e nas bases para sustentação material e
financeira.
Destaca-se o papel
político na luta democrática do governador Flávio Dino, do Maranhão. Depois de
ter se destacado na luta contra o impeachment, ele se mantém resoluto na defesa
do Estado Democrático de Direito. Em diferentes fóruns de governadores, tem se
colocado contra o congelamento de gastos da PEC-55, e no seu lugar defende a
taxação das grandes fortunas, das heranças e das aplicações financeiras.
Nas eleições
municipais, o PCdoB elevou em 40% o número de prefeitos em relação a 2012.
Ampliou o número de vereadores para 1.003, eleitos em 732 munícipios.
Destaca-se, neste cômputo, o desempenho no Nordeste, com grande realce para o
Maranhão, e também Sergipe, onde elegeu o prefeito da Capital e na segunda
maior cidade, Socorro. Pelas circunstâncias, é um resultado modesto, mas
importante, em que pese os reveses de Olinda e Contagem e a redução do número
de votos e de eleitos nas regiões Sul e Sudeste, exceto Minas Gerais. Apoiado
nesta colheita político-eleitoral, o Partido desde já deve preparar e planejar,
política e materialmente, sua participação nas importantes eleições de 2018.
Tarefa prioritária:
constituir a Frente ampla democrática
Face aos
desdobramentos do golpe, o PCdoB entende que a tarefa prioritária é persistir
na constituição da Frente ampla democrática. Deve-se também continuar os
esforços pela unidade das
forças de esquerda e dos movimentos sociais. Trata-se
de repactuar as forças políticas em torno da prioridade à produção e ao
trabalho, na defesa do Estado Democrático de Direito, na resistência para
impedir a perda de direitos e pela retomada do desenvolvimento econômico.
A consumação do
golpe reforça a importância da tarefa de formação da Frente Ampla a ser
constituída pela arregimentação dos mais diversos setores democráticos,
patrióticos, populares. A resistência carece de disputar o
centro político, que se reconfigura à medida que o governo Temer se
desmoraliza, tanto na sociedade quanto nas diferentes instituições como o
Parlamento. No contexto presente, a luta contra a criminalização da política,
contra o Estado de exceção, a defesa das prerrogativas do Poder Legislativo e
do papel indispensável dos partidos para a democracia tem aglutinado largo leque
partidário e político. Evidencia-se que é necessário e prioritário a
convergência de amplas forças democráticas para além da esquerda.
É preciso esclarecer
e mobilizar politicamente a maioria do povo, contando com a ação
articulada entre as Frente Brasil Popular, Frente Povo sem Medo e os Fóruns das
Centrais Sindicais. Nesse sentido, o PCdoB está engajado no fortalecimento
da Frente Brasil Popular e apoia a estruturação da Frente Povo Sem Medo, como
frentes destacadas da mobilização de massas.
No curso dos
esforços pela constituição da Frente Ampla, das jornadas de mobilização do
povo, do debate de ideias pela elaboração de plataformas e programas em torno
de um projeto nacional, e de outras ações, se deve tentar forjar a unidade das
forças de esquerda, a unidade de ação dos partidos, personalidades e lideranças
do campo progressista; dos movimentos sociais; do movimento sindical; da
intelectualidade e do mundo cultural.
Na opinião do PCdoB,
as bandeiras mais unificadoras são: a) Fora, Temer e por diretas para
presidente; b) restauração da democracia; defesa do Estado Democrático de
Direito; contra o Estado de Exceção; c) defesa da soberania do Brasil e do
patrimônio nacional; defesa da Petrobras; contra a dilapidação das empresas
públicas; contra a subserviência do país às grandes potências; d) retomada do
crescimento e da geração de empregos, com valorização da produção e da empresa
nacional; e) defesa dos direitos sociais e trabalhistas, luta contra as
antirreformas neoliberais.
Defesa do pluralismo
político, contra o retrocesso democrático
No âmbito da defesa
da democracia, se apresenta como uma questão vital para o PCdoB e demais forças
progressistas: impedir a antirreforma política que pretende excluir as minorias
do Parlamento com o intuito de transformar o Congresso Nacional e demais casas
legislativas em espaços para usufruto exclusivo de algumas legendas, a maioria
conservadoras.
O Senado Federal já
aprovou, como emenda constitucional, a cláusula de barreira e a proibição de
coligação proporcional. Trata-se de uma ameaça que, se consumada, será um dos
piores retrocessos desde a redemocratização em 1985.
O Partido, de forma
ampla, deve desencadear ações e movimentos direcionados ao Congresso Nacional –
em especial à Câmara dos Deputados – para assegurar o pluralismo partidário e
político e impedir que por um ato de força seja barrada a presença do PCdoB e
de outras legendas no parlamento brasileiro. E, ao mesmo tempo, lutará por uma
reforma que amplie a democracia, aumente a participação política do povo e
consolide a proibição de doações empresariais nas campanhas.
Resistir e desbravar
perspectiva
Em síntese, a
esquerda e o conjunto das forças progressistas, que são chamadas a empreender
crescente mobilização política do povo contra o governo golpista, necessitam
elaborar uma nova tática política que responda aos desafios do Brasil
pós-golpe. Tática que descortine programas, alianças, instrumentos, jornadas
capazes de apontar alternativas e perspectivas para que uma ampla unidade do
campo popular, patriótico e democrático reconquiste o governo da República.
Fora, Temer!
Por eleições diretas para presidente!
Frente ampla em defesa da democracia, contra o Estado de exceção!
Em defesa dos direitos do povo, dos interesses do Brasil, contra as antirreformas neoliberais!
Tarefas do Partido
Por eleições diretas para presidente!
Frente ampla em defesa da democracia, contra o Estado de exceção!
Em defesa dos direitos do povo, dos interesses do Brasil, contra as antirreformas neoliberais!
Tarefas do Partido
Com base nas
análises e indicações desta Resolução Política, o Comitê Central estabelece um
elenco de tarefas para ser implementado pelo coletivo do Partido no período que
segue. Destaca-se que tais tarefas integram a 2ª etapa do Plano Bienal
2016/2017 da direção nacional.
1 - Manter-se na
linha de frente da oposição ao governo golpista de Michel Temer. Empenhar-se
pela constituição da Frente ampla democrática a ser formada pelos mais diversos
setores democráticos, patrióticos e populares e persistir na busca da unidade
da esquerda e dos movimentos sociais. Mobilizar o povo, os trabalhadores e um
leque amplo de forças progressistas em torno de bandeiras aglutinadoras como as
que estão elencadas na Resolução.
2 - Empenhar-se pela
elaboração de uma nova tática que fortaleça as mobilizações contra o governo
golpista e aponte alternativas e perspectivas para que uma ampla aliança do
campo popular, democrático e progressista reconquiste o governo da República. A
reunião ampliada do Comitê
Central, agendada para março de 2017, se debruçará
sobre essa tarefa que deverá ser concluída no 14º Congresso que se realizará no
final do próximo ano.
3 - Arquitetar,
desde já, o projeto eleitoral do PCdoB de 2018 com prioridade à reeleição do
governador Flávio Dino, do Maranhão, e à ampliação da bancada de deputados e
deputadas federais. O PCdoB buscará protagonismo na sucessão de 2018,
examinando a possibilidade de lançamento de candidatura própria a presidente da
República. Além de candidaturas, alianças, construção de bases políticas e
sociais, o Projeto demanda, desde já, constituir, no plano da direção nacional
e nos estados um Fundo eleitoral.
4 - Dedicar especial
empenho à luta e às articulações para impedir que sejam aprovados a cláusula de
barreira e outros expedientes que resultem, na prática, no fim do pluralismo
político no âmbito do Poder Legislativo do país. Por uma reforma que amplie a
democracia e não que a mutile!
5 - Prosseguir no
trabalho de construção partidária, dando prioridade às capitais e aos
municípios estratégicos, fortalecendo os comitês municipais e estruturar mais e
melhores comitês distritais e organismos de base. Elevar o engajamento do
coletivo militante e dos filiados, a capacidade de mobilização. Enraizar mais o
Partido entre os trabalhadores e trabalhadoras, priorizando as maiores empresas
e categorias. Avançar com o processo de constituição do Departamento de Quadros
nos estados para formação das novas gerações dirigentes. Recadastrar militantes
e filiados em ambiente digital. Persistir para que avance como prática de
direção estratégica a aplicação do Planejamento da ação política e da
estruturação partidária em todos os níveis. Entre as principais tarefas de 2017
destacam-se a 2ª etapa do Plano Bienal 2016-2017, em especial a Campanha de
Estruturação Partidária (março a junho) – com projetos específicos de
Organização, Finanças, Comunicação e Formação e Propaganda –, e o 14º Congresso
do PCdoB.
6 - Revigorar as
ações e renovar os métodos e fontes para fortalecer as finanças partidárias,
face a uma realidade marcada pela recessão econômica e acentuada criminalização
da atividade política. Superar a grande dependência do Orçamento da direção
nacional aos recursos provenientes do Fundo Partidário. A mudança desse quadro
impõe, sobretudo, contenção de gastos e diversificação das fontes, sobretudo
ampliando a contribuição militante. Desencadear uma mobilização que resulte no
aumento da contribuição militante para pelo menos 20% do orçamento geral da direção
nacional.
7 - Fortalecer a
participação dos comunistas nas arenas da luta de ideias nas redes sociais, na
promoção de espaços de debate, reflexão e elaboração, tendo como eixo as
tarefas políticas apontadas pela RP. Dinamizar a imprensa partidária, em especial
o Portal Vermelho, e também reforçar a revista Princípios. A Fundação Maurício
Grabois, apoiada nas suas seções estaduais, é chamada a realizar versátil
agenda de debates dos temas em foco. Os Comitês Estaduais, em particular, devem
apoiar o plano das atividades de Formação da Escola Nacional de Formação João
Amazonas e de suas seções estaduais. O Partido deve dar continuidade ao
incentivo que presta ao Centro de Mídia Alternativa Barão de Itararé pelo papel
relevante que cumpre na luta de ideias, na mobilização da blogosfera e nas
jornadas pela democracia da mídia.
8 - Fortalecer desde
a base a organização e a ação da atividade sindical do Partido para impulsionar
as jornadas em defesa dos direitos, contra as neoliberais antirreformas, em
especial a trabalhista e previdenciária, ambas regressivas, além das investidas
que estão engatilhadas para criminalizar o movimento sindical e fragilizar sua
sustentação material. A resistência demanda um movimento sindical forte,
atuante nos locais de trabalho para esclarecer, conscientizar e mobilizar a
classe trabalhadora, além da participação ativa nos fóruns e frentes de luta e
da construção de uma agenda unificadora e formas de lutas amplas. Esse esforço
deve estar combinado com a retomada da aliança com os setores produtivos, em
defesa do crescimento econômico e da valorização do trabalho.
9 - A luta política
de massas, as mobilizações do povo têm e terão cada vez mais papel decisivo
para frear a ofensiva reacionária e abrir perspectivas para superá-la. É a esse
esforço que deve estar voltada a ação prioritária do PCdoB entre os movimentos
sociais. Para tanto, se empenhará, além da mobilização própria ao seu alcance,
na construção da ação unitária e coordenada, especialmente entre as Frentes
Brasil Popular e Povo Sem Medo e o Fórum das Centrais Sindicais. As instâncias
de direção partidária também devem acompanhar a numerosa agenda de congressos
de organizações e movimentos previstos para 2017. Estão previstos os Congressos
da União Nacional dos Estudantes (UNE), União Brasileira dos Estudantes
Secundaristas (UBES), Confederação Nacional das Associações de Moradores
(Conam), União Brasileira de Mulheres (UBM), Central dos Trabalhadores e
Trabalhadoras do Brasil (CTB) e a 2ª Conferência da Frente Brasil Popular.
10 - Dar sequência
ao trabalho internacionalista e fortalecer as ações em defesa da paz e da
solidariedade aos povos.
São Paulo, 4 de
dezembro de 2016
O Comitê Central do
Partido Comunista do Brasil - PCdoB
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lucianosiqueiram
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