Resistência
Tuca Siqueira, no Facebook
Hoje o dia começou mexendo comigo. Logo cedo desejei força a uma colega na defesa de sua tese de doutorado sobre mulheres fotógrafas no Recife, seus enfrentamentos e resistências.
Tuca Siqueira, no Facebook
Hoje o dia começou mexendo comigo. Logo cedo desejei força a uma colega na defesa de sua tese de doutorado sobre mulheres fotógrafas no Recife, seus enfrentamentos e resistências.
Depois de gravar a mensagem eu caí
num longo choro... Ok, melhor deixar correr, né?
Como é doce e doloroso falar do
nosso processo de formação, da carreira e do mercado quando se é mulher.
Quanta paixão, quanto esforço
duplicado, quantas provas, tolerância redobrada, quantos muros derrubados.
Como é tudo tão mais difícil pelo
simples fato de ser mulher. Só isso.
O choro vem porque é duro lembrar
daquela relação em que teu companheiro te sabotou profissionalmente até onde
pôde. O quanto você foi menos e quanto tempo e energia você perdeu querendo ser
apenas você.
É triste lembrar daquele chefe ou
colega de trabalho que se dedicou tanto a negar a tua capacidade, de quantas
vezes se ganhou menos, se escutou e se compartilhou pouco.
Tantas e tantas sobras das nossas
vidas pessoais trituradas, esmagadas e digeridas nas nossas carreiras
profissionais.
Quando uma mulher produz uma
fotografia ou realiza um filme, ela transforma essas sobras em cajado. Com esse
cajado ela caminha em direção a um horizonte que, quando não existe, ela logo
trata de desenhar.
Nos últimos meses fui procurada
por pesquisadoras de graduações e doutorados. Eu só queria dizer que registrar
essa produção feminina no cinema e na fotografia, assim como em outras áreas, é
parte das nossas "pequenas" revoluções de cada dia.
Mulheres investigando a produção
feminina e diminuindo pouco a pouca essa tal de invisibilidade que insiste em
caminhar com a gente.
Deixe estar que a construção dessa
memória é a nossa grande revolução!
Leia mais sobre temas da
atualidade: http://migre.me/kMGFD
2 comentários:
Bela reflexão Tuca querida! Isto se repete em todas as áreas. No mundo público, nós, mulheres, temos que estar sempre buscando o reconhecimento e provando nossa capacidade em um trabalho permanente e energético, muitas vezes solitárias, mas como você mesma disse: "a construção da memória é a nossa grande revolução". Avante na luta por mundo mais justo e igualitário, que possamos vivenciar dias melhores e avanços consolidados nas relações de gênero. Um grande beijo!!
Como é bom ler a Tuca.
Dá uma alegria e um orgulho imenso.
Ela vive a vida e compartilha o seu percurso, nisso, registra fatos e busca a compreensão.
Dá compreensão, virão as soluções.
Tuca sucesso em sua busca por igualdade.
Postar um comentário