Estranha
caça às bruxas
Luciano Siqueira
O ambiente segue confuso — para o movimento dos caminhoneiros, sem saber como terminar e terminando por inanição; para o governo, atordoado pela condenação quase unânime da sociedade e para a grande mídia, que mistura alhos e bugalhos, por propósito definido ou mesmo por incompetência.
Agora o governo anuncia, e a mídia reverbera acriticamente, uma espécie de caça às bruxas, cujo intuito é descobrir integrantes do movimento filiados a partidos políticos.
Isto para reforçar a tese de que o suposto uso político da luta reivindicatória estaria diretamente associado ao exercício, por parte de alguns grevistas, do seu direito constitucional de se filiar a algum partido.
Ora, todo movimento nasce de contradições reais que, bem ou mal, se desdobra em alguma forma de luta. A rigor, não há luta de caráter econômico ou social ou de qualquer outra ordem que não tenha implicação política, claramente explícita ou não. Até porque envolve o Estado, como intemerdiário ou litigante.
Assim, nesse ambiente de regressão em toda linha que toma conta do País, sob o nefasto governo golpista, o direito elementar do cidadão fazer a sua escolha e ingressar numa agremiação partidária é posto sob suspeita.
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