07 novembro 2024

Minha opinião

Para além do drama norte-americano*
Luciano Siqueira    

Natural que repercuta no mundo inteiro, nas mais diversas esferas, o resultado da eleição presidencial norte-americana. Trata-se da maior superpotência no cenário geopolítico, ainda que exibindo continuadamente sinais de decadência. 

Os discursos de Donald Trump e da sua oponente Kamala Harris na essência não expressam diferenças significativas de qualidade. 

Mas o candidato vitorioso se diferenciou em grande parte pelo caráter neofacista 
do seu discurso.

E se é possível, no contraditório e questionável sistema eleitoral norte-americano, ao cidadão comum vislumbrar no seu voto alguma contribuição para mudar a situação concreta em que está mergulhado, predominou a ausência de alternativas reais. 

Este é um entre muitos indícios que sinalizam fortemente a natureza carcomida da sociedade norte-americana. 

Mais do que isso, os impasses no sistema capitalista imperante no mundo, que nada mais tem a oferecer à Humanidade além da ultra concentração da produção, da renda e da riqueza e o permanente estímulo à guerra e conflitos regionais, alimentados por uma indústria armamentista cujo desempenho é indispensável à própria economia interna dos Estados Unidos.

Em contrapartida, além de compreender as razões da decadência norte-americana, cabe às forças revolucionárias e progressistas mundo afora avançarem na tentativa de deslindar, de modo consequente, contradições que se interpõem à necessidade objetiva de um novo ciclo de transformações na sociedade humana. 

Em outras palavras, é preciso dar um passo adiante no que se tem chamado a nova luta pelo socialismo. 

Não tem sido fácil. É uma empreitada de complexas implicações teóricas e políticas de médio e longo prazo e de desafios na busca de alternativas que, embora possam se inspirar na experiência acumulada, tragam em si elementos essenciais absolutamente inovadores. 


Uma prolongada peleja teórica e prática que ainda não produziu um feixe de respostas que permitam o pleno  enfrentamento do neofascismo ascendente, do qual faz parte, a seu modo, Donald Trump (no posto de comando) e a parte do stablishment norte-americano a ele vinculado.

*Texto da minha coluna no portal Vermelho desta quinta-feira

Leia sobre a vitória de Trumpm e a decadência norte-americana https://lucianosiqueira.blogspot.com/2024/11/editorial-do-vermelho.html

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