06 junho 2025

Enio Lins opina

Fuá no galinheiro da maior potência do planeta e o mundo paga o pato
Enio Lins 

CRESCE A BAGUNÇA GERAL no governo dos Estados Unidos. Como única superpotência mundial efetivamente imperialista em nossos dias, qualquer desnorteamento americano desnorteia o resto do globo. E o desgoverno Trump II está bem mais destrambelhado do que o suposto pela vã filosofia antes de sua segunda eleição.

FUZARCA, CERTAMENTE, parte de uma estratégia de dominação. Difícil acreditar no espontaneísmo de Donald e seus patos de estimação. Anteontem, a Casa Branca informou que 19 países estão sob restrição de entrada nos Estados Unidos; ontem declarou que 12 nações estão bloqueadas totalmente, mas outras sete mais ou menos; depois, fez circular a informação que a regra seria diferente para atletas. E o aço? A importação recebeu nova sobretaxa de 50%. E Musk foi erodido mesmo? Como sátira, se espalha, pelas redes americanas, o personagem Taco, abreviação de Trump Always Chickens Out (Trump Sempre Amarela, em tradução muito livre) como provocação pelas idas e vindas do ocupante da Casa Branca, ciscando pra todo lado.

NO DIA 30 DE MAIO, falando em Pittsburgh, Pensilvânia, num comício para um público ligado à metalurgia, anunciou que dobraria a taxa de importação do aço, pulando de 25% para 50% (quêde o liberalismo, gente?), “para garantir o futuro da indústria siderúrgica americana”. A medida – que a grande mídia mundial não rotulou de “populista”, como faria para quaisquer outras lideranças – entrou em vigor há dois dias. A curto prazo, impacta na inflação americana, pois esse aumento será repassado aos consumidores de um vasto mercado interno, abrangendo de enlatados a carros. No médio e longo prazo, dará certo? Voltar ao vigor industrial (em áreas não-estratégicas, como a militar) talvez signifique voltar a importar mão de obra para o serviço duro, mas os migrantes estão s endo intensamente caçados e expulsos. Bom, isso é com eles. Cabe a quem exporta aço para os Estados Unidos dar seus pulos, e o Brasil está nesta lista com destaque, pois é o segundo maior exportador do metal para os ianques.

E MUSK, HEIN? Mais que Huguinho, Zezinho e Luizinho, era Elonzinho o sobrinho predileto de Donald II. Mandava e desmandava e, de repente, caiu do poleiro. Voou baixo piando alto, criticando o projeto orçamentário de Trump, expondo as galinhagens de alcova. Mas talvez nem tenha saído de verdade do atual desgoverno, quem sabe? Sabe-se, pela mídia americana, ser um dos X dos problemas do miliardário o consumo excessivo de drogas – assim publicou o The New York Times, asseverando ter Musk “intensificado o uso de substâncias psicodélicas e estimulantes durante os últimos meses”. A reportagem foi replicada mundo afora, como no site olhardigital.com.br: “O jornal [NYT] afirma que Musk consumia quantidades elevadas de ketamina, substância cujo uso contínuo pode causar sérios danos à bexiga e à saúde mental”. O dono do X contesta a informaç ão e detona pesado o ex-chefe, mas sobre isso voltaremos noutro dia, quando aflorarem mais inconfidências de ambas as partes.

COMO SE NÃO BASTASSEM esses rolos todos em casa, Trump segue em relação de pura concupiscência com Putin, fundindo a cuca da direita (e da esquerda menos letrada) no planeta. Segundo postagem do próprio Donald em sua própria rede, a Truta Social, ele conversou com o inquilino do Kremlin, anteontem, e repassou em primeira mão para o distinto público mundial que Vladmir daria uma resposta firme ao ataque-surpresa dos drones ucranianos. Puxa: o galego de água doce, na condição de presidente dos Estados Unidos, agora é garoto de recados de Moscou?! Haja bagunça!

Leia também: China, desenvolvimento em favor de globalização mutuamente vantajosa https://lucianosiqueira.blogspot.com/2025/03/china-paz-e-progresso.html 

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