A LUZ
Marcelo
Mário de Melo
Entre dores e ardores
sentimentos comprimidos
plantações no cemitério
esperanças entubadas
caminhando no escuro.
Da borboleta à lagarta
engatinhando de muletas
tomando cachaça na mamadeira.
Vendo o castelo de cartas
ir aos ares
e o renascer das fábricas
do mesmo baralho
com os contumazes viciados
organizando as mesas do jogo.
Todos de costas
para a plateia
e o vento inverso
trazendo a alcateia
com os lobos vestidos
em Cordeiros de Deus.
Firmando os pés
no chão no pântano
entre plantas carnívoras
sem poder de poda
erguendo a foice sem cabo
e batebdo o martelo sem prego.
Entre dores e ardores
viciado em luz
na caverna escura
procurando um fio de luz.
[Ilustração: David Alfaro Siqueiros]Leia também 'Ninguém me habita', poema de Thiago de Mello https://lucianosiqueira.blogspot.com/2025/02/palavra-de-poeta-thiago-de-mello_25.html
Leia também 'Ninguém me habita', poema de Thiago de Mello https://lucianosiqueira.blogspot.com/2025/02/palavra-de-poeta-thiago-de-mello_25.html
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