Seleção jogou bem contra o Paraguai, porém elogios
foram exagerados
Melhorou, mas nem tanto; é
preciso ter mais domínio da bola no meio, mais troca de passes e menos pressa
para chegar ao gol
Tostão/Folha
de S. Paulo
A contratação de Carlo Ancelotti, um treinador de grande prestígio mundial e respeitado pela sua postura séria, educada, serena, criou um otimismo nos torcedores, nos jogadores e na imprensa esportiva. A seleção jogou bem contra o Paraguai, mas os elogios foram exagerados. As duas primeiras partidas de Dorival Júnior na equipe, vitória sobre a Inglaterra e empate com a Espanha, dois fortes adversários, tiveram muito mais valor técnico do que o empate com o Equador e a vitória sobre o Paraguai.
Algumas
mudanças estratégicas contra o Paraguai aumentaram as esperanças, como a maior
intensidade, a compactação e a marcação mais de perto para recuperar a bola.
Isso não ocorria antes. Por outro lado, é preciso ter mais domínio da bola no
meio-campo, mais troca de passes e menos pressa para chegar ao gol. A seleção e
o futebol brasileiro
não podem depender tanto de estocadas individuais e de belos lances isolados
dos meias ofensivos e atacantes.
Gostei
também do posicionamento de Matheus Cunha, que voltava para receber a bola e
abria espaços na frente para os outros atacantes. Contra o Paraguai, o Brasil
não teve um clássico centroavante, camisa 9, nem um clássico meia de ligação
centralizado, camisa 10, único responsável pela armação das jogadas. Houve
muita movimentação dos jogadores do meio-campo para a frente.
Continua a
dúvida se a formação com dois jogadores no meio-campo e quatro mais adiantados
é a melhor opção contra seleções mais fortes, que colocam muitos jogadores no
setor do meio para trocar passes e ter o domínio da bola e do jogo, como fez a
Argentina na goleada por 4 a 1. Ancelotti já disse que seu time não terá
filosofia nem identidade. Vai jogar de acordo com o momento e o adversário.
Começa neste
fim de semana a primeira Copa do Mundo
de Clubes com 32 equipes. Os europeus são favoritos, mas pode
haver surpresas, ainda mais que eles estão em final de temporada, em uma época
em que deveriam estar de férias. Além disso, faltam alguns grandes times
europeus, como Liverpool, Arsenal e Barcelona.
É uma
contradição as Copas do Mundo de clubes e de seleções serem disputadas nos EUA, um país que
vive no momento uma grande repressão contra os imigrantes, que
adoram futebol e que gostariam de
estar presentes nos estádios. Não há nenhuma ação do governo
americano de facilitar os vistos, que normalmente são bastante demorados. O
governo está alerta contra os torcedores que vão chegar com vistos, mas que
podem tentar prolongar as suas permanências no país.
Lembranças
Depois que
operei de catarata e passei a enxergar de maneira muito melhor, voltei a ler
livros com mais prazer. Terminei de ler o delicioso "Bambino
a Roma", escrito por Chico Buarque, que conta a história da sua
infância e da sua adolescência na Itália. Comecei a ler "1960",
escrito pelo cronista e memorialista José Trajano, que conta a sua infância e a
sua adolescência no Rio de Janeiro, perto do Maracanã, onde viu seu America ser
campeão carioca. Descobri um ótimo programa esportivo no canal UOL com as
presenças, entre outros, de José Trajano e Juca Kfouri, companheiros e mestres da
crônica esportiva.
A vida e o
futebol não começaram nos anos 80 nem a partir da internet. É preciso conhecer
o passado para compreender o presente e sonhar com o futuro.
Foto: Danilo
Verpa
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Qual seleção brasileira? https://lucianosiqueira.blogspot.com/2024/10/minha-opiniao_13.html
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